Post on 09-Dec-2018
Seminário GVcev
Material de ConstruçãoMaterial de Construção
Panorama do Varejo de Material de Construção
Profº Natal Destro – Universidade Corporativa Anamaco
• A venda de cimento nos últimos 12 meses aumentou 8,7% com 32,8 milhões de toneladas vendidas.
• Em setembro foram vendidos 4,2 milhões de toneladas, um recorde para o setor num único mês.
• A projeção do setor de cimento era crescer 5%, mas com o crescimento em 8,7% a indústria atingiu sua atual capacidade de produção
• O produto está em falta em algumas regiões do país, mas até o presente momento nenhuma obra foi paralisada por falta de produto e as lojas estão abastecidas
Pela ameaça de faltar o produto, já foram tomadas pelos fabricantes várias providências para o aumento da produção, como por exemplo:
�O religamento de fornos, alguns antigos e até anti-econômicos;
�A reabertura de fábricas fechadas
�A aceleração de projetos de investimentos
A corrida para a compra de cimento provocou falta do produto nas regiões
mais distantes do País, como o Centro-Oeste e Região Norte, com destaque
para os Estados de Goiás e Pará.
Na verdade houve um desequilíbrio entre a oferta e a logística de entrega nas regiões mais distantes dos centros produtores.
O preço do cimento nos últimos 12 meses aumentou 12,58%, pois havia caído no ano anterior para nível muito baixo. Houve um retorno aos preços de dois anos atrás, uma vez que o preço do produto estava defasado.
E a recuperação do preço do cimento aconteceu devido ao forte aquecimento do setor
A indústria de vergalhões para a construção afirma que não existe risco de desabastecimento, mas o setor bate recordes de produção.
O cimento e o ferro são produtos básicos e imprescindíveis para a construção civil. São os primeiros insumos para uma obra.
Depois dos recordes de vendas de cimento e de vergalhões, normalmente começa a venda vertiginosa dos demais produtos.
Tanto a Gerdau como a Votorantin garantiram ao Governo Federal, com o testemunho do segmento, que não faltaria ferro e
cimento para a construção, tão logo o Governo Federal atendesse nossas solicitações, que resultaram no lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Até o presente momento, essas empresas estão honrando o compromisso.
Segundo dados do IBGE, o déficit habitacional brasileiro é de 7 milhões 223 mil famílias, sendo que 6 milhões e 55 mil delas são as com renda familiar de até 3 salários mínimos
Temos mais 8 milhões de sub-moradias (favelas, cortiços,
áreas de risco) o que totaliza uma necessidade de se
construir ou reformar mais de 15 milhões de moradias.
Segundo a ABRAMAT – Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção - a indústria do setor cresceu 12,3% nos últimos 12 meses.
De acordo com dados de várias Federações do Comércio do Brasil e da ANAMACO – Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção - o varejo do setor cresceu 8% nos últimos 12 meses. A diferença é que 77% do material produzido pela indústria é vendido por nossa lojas, ou seja, para a auto-construção e 23% do material évendido para o governo e grandes construtoras.
No segundo semestre de 2006 as entidades que fazem parte doConstrubusiness, inclusive a Anamaco, criaram a UNC – União Nacional da Construção e levaram a todos os candidatos a Governador e, especialmente aos dois candidatos à Presidência da República, uma proposta para que os Estados e especialmente a União investisse na construção civil.
Após ser eleito, o presidente Lula afirmou que desejava que o Brasil crescesse 5% ao ano.
Nós fomos ao Palácio do Planalto, afirmamos e prometemos ao governo que somente nosso setor garantiria 2,5 % de crescimento do PIB, se o governo atendesse as nossas sugestões.
Com alguma maquiagem e pequenas alterações, nossa proposta virou o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, com mais de 500 bilhões de investimentos em infra-estrutura e em habitação.
Quando o PAC foi anunciado, houve chiadeira geral e ciúmes de outros segmentos da economia, mas o fato é que, mesmo sem a aplicação integral do PAC, a Construção Civil nunca recebeu tantos incentivos e desonerações como nos últimos tempos.
Junto aos governos dos Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina, solicitamos e conseguimos baixar a alíquota do ICMS de vários itens pontuais, de 18% para 12%.
Como resposta, o Governo Federal baixou o IPI de 62 produtos de 18% para 12% e de 12% para 6% ou para ZERO.
• O crédito habitacional ficou mais fácil e mais acessível.
•Os consumidores estão com mais dinheiro no bolso.
•É só ligar a TV em qualquer canal de qualquer cidade brasileira, e se percebe de imediato um brutal aumento da oferta de imóveis novos.
•As prestações dos financiamentos da casa própria foram abaixadas.
•Os prazos dos financiamentos foram alongados.
Resultado: O mercado de crédito imobiliário bate recorde em cima de recorde.
• Em 2007 o volume de financiamentos concedidos pelos bancos através do Sistema Financeiro da Habitação, com recursos da poupança, cresceu 81%, devendo alcançar no ano a cifra recorde de 16 bilhões de reais.
• Em 2007 o volume de moradias financiadas foi de 135.363 unidades, o que representa um aumento de 65% comparado com o mesmo período de 2006.
• Até a demanda por equipamentos usados nas obras tiveram uma explosão em 2007 de 46%.
• Os lançamentos imobiliários programados para 2008 são da ordem de R$ 50 bilhões. Existe a previsão de número recorde de lançamentos de imóveis residenciais, da ordem de 40% superior a 2007.
• Se a previsão acontecer, o Brasil será transformado num canteiro de obras. 50 bilhões é dinheiro suficiente para construir do ZERO uma cidade de 1 milhão de habitantes.
• 14 construtoras do ramo residencial lançaram ações nas Bolsas de São Paulo e Nova York, no valor de R$ 30 bilhões.
São 50 vendedoras trabalhando das 07:30 às 20:00 horas. Parece uma agência de marketing ou um call center. E olhe que só estão ocupando um andar da construtora e já estão prontos outros dois andares para as moças.
A Tenda atua no mercado popular.
Alguém aqui já visitou a loja da Construtora Tenda na Sé?
E se falarmos da Gafisa, Inpar, Cyrela?
As ações da Cyrela subiram 150 % nas bolsas de São Paulo e Nova York.
Não hNão háá ddúúvida que existe demanda para tudo istovida que existe demanda para tudo isto
• Os financiamentos imobiliários representam apenas 2% do PIB brasileiro. No México, esse índice é de 12% e nos Estados Unidos é de 100%.
• Com a queda dos juros e a disposição dos bancos em alongar os prazos, o brasileiro deve acompanhar esse ritmo
• A previsão é que em 5 anos a média de financiamento imobiliário no Brasil chegue a 10 ou 15% do PIB, isto representa um aumento de 5 a 7 vezes e meia.
• É lógico que haverá erros nos lançamentos, e o mercado puniráquem falhar. Será uma seleção natural
• E o varejo vai acompanhar e vivenciar tudo isso
Nosso segmento, é um mercado de oportunidades
Medidas tomadas pelo Conselho Curador do FGTS no início deste mês, e que valerão para o ano de 2008, vão trazer mais concorrência e estímulo ao mercado e facilitar a obtenção de financiamento, para quem tem conta vinculada ao FGTS.
Isto é: vai aumentar o valor a ser financiado e diminuir o juro, além de permitir que a classe média também participe da brincadeira, com o teto indo de R$ 130.000,00 para R$ 350.000,00.
Nossa previsão para o varejo de material de construção é que 2007 seráum ano muito bom, com crescimento de 8% ou mais.
O ano de 2008 será ainda melhor, uma vez que os inúmeros lançamentos de prédios estarão na fase do acabamento, que é a
melhor fase para o varejo.
Não devemos esquecer que no próximo ano teremos eleições municipais, quando o
mercado recebe grande impulso das obras públicas.
Voltando a falar do déficit habitacional brasileiro...
Se construirmos e/ou financiarmos apenas 135.000 moradias em 2007 e se, atéo final deste ano, o número chegar a 200.000 unidades, vamos demorar “apenas” 80 anos para suprir a atual lacuna habitacional brasileira. Isto se houver demanda ZERO nos próximos 80 anos...
• Nosso segmento sabia o que estava fazendo quando prometeu ao Presidente Lula crescimento de 2,5 % no PIB, caso aceitasse nossas propostas e recomendações.
• E vocês podem notar que, pelos acontecimentos narrados, nós cumprimos com o prometido.
• E olhem que o PAC ainda está bastante “travado”.
• Ou os atuais atores do mercado brasileiro aproveitam a oportunidade ou seremos alvo da cobiça do mercado financeiro internacional, onde sobram recursos e faltam mercados para investir.
• Nós somos “a bola da vez”.
Agora uma palavra de alerta:
Nem tudo está cor de rosa com o Varejo de Material de Construção. Aliás, sobre ele paira uma nuvem bastante escura...
Se não forem tomadas já medidas para sanar o problema, teremos um torniquete que irá garrotear o setor. Nós temos um limitador de mercado...
Eu falo dos serviços de material de construção.
Quem aqui não viveu o pesadelo de uma reforma?
Quer testar a solidez de seu casamento? Faça uma reforma em sua casa !
Está faltando mão de obra especializada para a instalação, para a reforma, para o ”puxadinho”.
Faltam pedreiros, encanadores, eletricistas, assentadores de cerâmica, etc.
Como vice-presidente executivo da Acomac, que é a Associação dos Comerciantes de Material de Construção de São Paulo, nós apoiamos a montagem da COOMACO, que é a Cooperativa dos Profissionais Instaladores de Mão-de-Obra.
Uma iniciativa pioneira e cheia de riscos, pois não é fácil você montar um negócio que exige muita mão-de-obra e garantir para as lojas conveniadas a qualidade da instalação dos materiais.
Na verdade, a COOMACO está quebrando um paradigma, mas devemos levar em conta que:
• As vidraçarias vendem e instalam seus produtos;
• Forros e divisórias são vendidas e instaladas pela mesma empresa;
• O gesso, o dry wall, a cortina, a persiana e o piso de madeira, também são vendidos e instalados pela mesma empresa
Porque a loja tradicional ou mesmo o home center não pode vender e instalar os produtos que estão em sua prateleira?
A COOMACO está desde outubro de 2006 trabalhando num Plano Piloto onde 14 lojas de São Paulo, dos mais variados tamanhos, estão vendendo seus produtos e ela garante a instalação.
Para iniciar o Plano Piloto na zona leste da cidade, as lojas fizeram um pré-recrutamento da mão-de-obra para a Cooperativa. Foram entrevistados e indicados mais de 3.000 instaladores que já tinham algum envolvimento com a loja e com instalação.
Dos mais de 3.000 candidatos, a COOMACO conseguiu aproveitar apenas 255 profissionais e assim mesmo não “são uma Brastemp”. Eles necessitam de treinamento e de reciclagem.
Para atender apenas 14 lojas a Cooperativa está com 355 instaladores trabalhando.
Agora raciocinem comigo: Somente na cidade de São Paulo existem mais de 16.000 lojas. Para atender este universo de lojas serão necessários 3 a 4 profissionais por estabelecimento. Algumas lojas necessitam de 60 a 70 instaladores.
Aí eu pergunto: Onde encontrar em São Paulo, quando e como treinar mais de 40.000 instaladores?
Agora os senhores já sabem qual é o nosso torniquete.
Eu gosto sempre de dizer, que Deus ajuda: Velhos – Crianças –Bêbados – Loucos e....Idealistas
Como sou um idealista e um otimista incorrigível, vamos aproveitar a oportunidade que o mercado nos oferece.
A FGV e o Profº Juraci Parente ensinam em seus cursos e em suas aulas que os países mais desenvolvidos são economias voltadas para o serviços.
A economia americana é 80% baseada nos serviços. O Brasil é 60% uma economia voltada para os serviços. Mãos à obra, pois o Brasil éainda uma economia de grandes oportunidades.
Creio que uma das melhores está nos serviços relacionados com o Varejo de Material de Construção. Se alguém aqui não acredita, é sóouvir atentamente os apresentadores que irão suceder-me neste púlpito.
Profº Natal Destro
Diretor da Universidade Corporativa Anamaco e diretor executivo da Associação dos Comerciantes de Material de Construção de São Paulo
d.universidade@anamaco.com.br
Muito obrigado!