Post on 25-Jul-2016
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Copyright 2007 © Ministério Escrito
Projeto Gráfico e Editoração
Márcio Bertachini
Atibaia - São Paulo
Reedição - 2016
Categoria: Estudo e Admoestação
Todos os direitos
ministerioescrito@hotmail.com
ministerioescrito.blogspot.com
Referências
As citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Almeida –
Edição Revista e Corrigida (ERC) de 1994, salvo menção es-
pecífica:
ERA - Edição Revista e Atualizada de 1997,
NTLH - Nova Tradução da Linguagem de Hoje de 2006.
As citações bíblicas com “duplas” aspas são literais
(como em “Persiste em ler” na ERC), enquanto as com aspas
‘simples’ são uma adaptação do texto original (como em
‘persistindo em ler’).
Os textos demarcados por [colchetes] dentro das citações
bíblicas são acréscimos do autor para uma melhor compreen-
são do texto.
Os verbetes enfatizados foram consultados no Dicionário
Brasileiro Melhoramentos, 4ª Edição, de 1968.
O texto grego do Novo Testamento examinado foi o da
“Trinitarian Bible Society, England – H KΑINH
ΔIAΘHKH”.
Índice
Cenário Atual 05
Nascer de Novo 10
Jesus é Senhor por Dignidade Própria 17
Jesus é Senhor pois é O Criador 27
Jesus é Senhor por Sua Vitória na Cruz 29
Santificai a Cristo 35
5
Cenário Atual
Vivemos dias trabalhosos.
A simplicidade e a santidade das primeiras congrega-
ções cristãs, descritas em Atos, e simbolizadas pela “igreja
que está em Éfeso” (Ap 2.1-7), perderam-se há muito. Se
não, comparemos.
“Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciên-
cia, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que
dizem ser apóstolos e o não são, e tu os achaste mentirosos. E
sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não
te cansaste” (Ap 2.2-3).
“E era um o coração e a alma da multidão dos que
criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía
era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. E os
apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurrei-
ção do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.
Não havia pois entre eles necessitado algum; porque todos
os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o
preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos após-
tolos. E repartia-se por cada um segundo a necessidade que
cada um tinha... E a multidão dos que cr iam no Senhor ,
tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais... Assim,
pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria tinham
paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor
do Senhor e consolação do Espír ito Santo... E persevera-
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vam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no par-
tir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e
muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos
os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E
vendiam suas propriedades e fazendas, e repartiam com to-
dos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unâ-
nimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, co-
miam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a
Deus, e caindo na graça de todo o povo” (At 4.32-35; 5.14;
9.31; 2.42-47).
Aqui sim temos o verdadeiro caráter da Igreja, o corpo
de Cristo. Jesus é o mesmo Senhor sobre todos. Todos se-
guem ao mesmo Pastor, sob um mesmo Espírito. É bem ver-
dade que os apóstolos se foram, mas suas doutrinas estão
eternizadas nas Escrituras e temos o Espírito Santo que nos
pode ‘guiar a toda a verdade’ (Jo 16.13).
“Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos
foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cris-
to” (Jd 17).
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação
na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e per-
feitamente habilitado para toda a boa obra” (2 Tm 3.16-17 –
ERA).
Não somos tolos ou idealistas. Sabemos que o fermen-
to a tudo leveda. O que se perdeu no princípio, só será trazido
à memória no dia do tribunal de Cristo. “Porque já é tempo
que comece o julgamento pela casa de Deus” (1 Pe 4.17). En-
quanto isto, somos exortados a ministrar em meio a uma igre-
ja em franca decadência. Se não, comparemos mais uma vez.
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“Olhai pois por vós, e por todo o rebanho sobre que o
Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a
igreja de Deus que ele resgatou com seu próprio sangue.
Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no
meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão ao rebanho;
e que dentre vós mesmos se levantarão homens que falarão
coisas perversas, para atraírem os discípulos após si” (At
20.28-30).
“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos
tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos
enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de
homens que falam mentiras, tendo cauter izada a sua pró-
pria consciência” (1 Tm 4.1-2).
“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão
tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si
mesmos... tendo aparência de piedade, mas negando a eficá-
cia dela. Destes afasta-te... E, como Janes e Jambres resis-
tiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sen-
do homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à
fé” (2 Tm 3.1,5,8).
“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a dili-
gência acerca da salvação comum, tive por necessidade es-
crever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi
dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes
estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que
convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus,
único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo” (Jd 3-4).
“E também houve entre o povo falsos profetas, como
entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão
encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor
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que os resgatou... E muitos seguirão as suas dissoluções, pe-
los quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avare-
za farão de vós negócio, com palavras fingidas” (2 Pe 2.1-3).
Tendo em mente o santo testemunho das primeiras
congregações em oposição total ao que os apóstolos predisse-
ram para os últimos dias em que vivemos, devemos lembrar
que há somente dois caminhos possíveis a se seguir: fazer a
nossa vontade ou a vontade daquele que é Senhor; e isto vale
tanto para o crente, individualmente falando, quanto para a
Igreja como um todo. Somos crentes espirituais ou carnais.
Fazemos parte de uma igreja Filadélfia ou de uma Laodicéia
(compare Ap 3.7-13 com 3.14-22).
Mas os resultados desta escolha vão depender da nos-
sa atitude para com o Salvador Jesus. Podemos estar plena-
mente satisfeitos com Sua salvação oferecida e garantida na
cruz – e glória a Deus por isto –, mas não foi para isto que
Ele morreu.
“Foi para isto que morreu Cristo, e tornou a viver: pa-
ra ser Senhor, tanto dos mortos, como dos vivos” (Rm
14.9).
Este é o segredo para uma vida cristã sadia e espiritu-
al, assim como para o bom desenvolvimento e testemunho de
nossas igrejas.
Nossos corações e almas têm sido um, como o foram
os primeiros cristãos? Não há entre nós necessitado algum?
Reparte-se segundo a necessidade de cada um? Andamos no
verdadeiro temor do Senhor? Perseveramos na doutrina dos
apóstolos? Temos servido com singeleza de coração? Caímos
na graça de todo o povo?
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Se assim não temos sido e agido, é porque Jesus tem
sido nosso mero Salvador, faltando seu Senhorio sobre nos-
sas vidas e sobre o ministério das nossas igrejas. Buscamos o
Salvador Jesus, esquecendo o Senhor Jesus. Somente o Se-
nhorio de Jesus poderá mudar o triste espetáculo que muitos
crentes e denominações têm encenado e que temos assistido
até pela televisão. E veremos coisas ainda piores.
Pois “nada há encoberto que não haja de ser descober-
to; nem oculto, que não haja de ser sabido. Porque tudo que
em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falares ao ou-
vido no gabinete, sobre os telhados será apregoado” (Lc 12.2-
3).
Assim, podemos agora iniciar o propósito deste estu-
do: rever a principal doutrina da Palavra de Deus: a Divinda-
de e Senhorio absolutos de Jesus, juntamente com Seu Pai.
“Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30) – 6 Palavras Sagra-
das.
10
Nascer de Novo
Antes de adentrarmos ao
assunto pelo qual nos motivou a escrever este livreto, fare-
mos um parêntesis importante, porém resumido, a respeito de
algo que está sendo paulatinamente negligenciado pelos pre-
gadores modernos: o plano de Deus coerente para a nossa
salvação.
Entre tantos assuntos abordados pela Escritura, nada
se compara – do ponto de vista de interesse humano – ao es-
tado espiritual arruinado do homem e sua necessária salva-
ção. E é esta salvação que nos abre a porta para o perfeito
entendimento de todas as outras doutrinas ali existentes. O
Senhor Jesus assim o declara:
“Aquele que não nascer de novo, não pode ver o Rei-
no de Deus”, e “aquele que não nascer da água [ou da Palavra
de Deus] e do vento [ou do Espírito], não pode entrar no Rei-
no de Deus” (Jo 3.3,5).
Sem o novo nascimento, não só perderemos a oportu-
nidade de entrarmos no Reino de Deus, como também nem
mesmo poderemos vê-lo, ou ainda antevê-lo.
E se devemos nascer de novo, é porque de alguma for-
ma estamos mortos. Como?
“Pelo que, como por um homem [Adão] entrou o pe-
cado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a mor-
11
te passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm
5.12 – ERA).
“Porque o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).
“Não há nem um justo, nem um sequer. Não há nin-
guém que entenda; não há ninguém que busque a Deus.
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis.
Não há quem faça o bem, não há nem um só” (Rm 3.10-12).
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de
Deus” (Rm 3.23).
Paulo afirma que todos nós estávamos “mortos em
ofensas e pecados” (Ef 2.1,5).
Assim, se estávamos mortos (espiritualmente falan-
do), somente nascendo de novo poderíamos ser vivificados
para a vida eterna, pois aquele que “é nascido da carne é car-
ne” (e ‘em nossa carne não habita bem algum’ - Rm 7.18),
mas quem “é nascido do Espírito é espírito” (Jo 3.6).
Mas, “como um homem pode nascer, sendo velho?
Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nas-
cer?” (Jo 3.4).
Se era o pecado em nossas vidas que nos afastava de
Deus, estando assim mortos, somente o perdão destes peca-
dos poderia nos aproximar de Deus novamente.
“A este ressuscitou Deus ao terceiro dia... e nos man-
dou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi
constituído juiz dos vivos e dos mortos. A este [Jesus] dão
testemunho todos os profetas, de que todos os que nele creem
receberão o perdão dos pecados pelo seu nome” (At 10.40
12
-43).
“Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para partici-
par da herança dos santos na luz; o qual nos tirou da potesta-
de das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu
amor; em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a
remissão dos pecados” (Cl 1.12-15).
“... também Cristo padeceu por nós... levando ele mes-
mo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para
que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça,
e pelas suas feridas fostes sarados” (1 Pe 2.21-24).
“... e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica
de todo o pecado” (1 Jo 1.7).
“... mas este, havendo oferecido um único sacrifício
pelos pecados, está assentado para sempre à destra de
Deus, daqui em diante esperando até que seus inimigos sejam
postos por escabelo de seus pés. Porque com uma só oblação
aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (Hb 9.12-
14).
Mas como podemos receber este perdão absoluto e
perfeito, para sempre, de todos os nossos pecados?
“Jesus pois lhes disse: Na verdade vos digo que, se
não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o
seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a
minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadei-
ramente comida, e o meu sangue é verdadeiramente bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece
em mim e eu nele” (Jo 6.53-56).
13
E como se pode comer e beber deste corpo e sangue
preciosos?
“A palavra está junto de ti, na tua boca, e no teu cora-
ção; esta é a palavra da fé que pregamos, a saber: Se com a
tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres
que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Visto que
com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz con-
fissão para a salvação. Porque todo aquele que invocar o no-
me do Senhor [Jesus, é claro] será salvo” (Rm 10.8-13).
Paulo fala a todos os “chamados santos, com todos os
que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus
Cristo, Senhor deles e nosso” (1 Co 1.2).
“... seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de
Israel, que em nome de Jesus Cristo... em nome desse é que
este está são diante de vós... E em nenhum outro há salvação,
porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado
entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.10-12).
“E o testemunho é este: Que Deus nos deu a vida eter-
na; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a
vida; quem não tem o filho de Deus não tem a vida... E
sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendi-
mento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é ver-
dadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o
verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5.11-12,20).
“E agora por que te deténs? Levanta-te, e batiza-te, e
lava os teus pecados, invocando o nome do Senhor [Jesus,
sem dúvida]” (At 22.16).
Somente invocando, pela fé, o nome do Senhor Jesus,
14
de uma vez por todas, teremos os nossos pecados completa-
mente lavados e purificados, e isto, através do precioso san-
gue de Jesus. Mas, como dissemos, esta salvação perfeita e
completa visa um objetivo ainda maior: seu Senhorio sobre
nossas vidas.
“Foi para isto que morreu Cristo, e tornou a viver; pa-
ra ser Senhor, tanto dos mortos como dos vivos” (Rm
14.9).
“Antes santificai a Cristo, como Senhor, em vossos
corações” (1 Pe 3.15).
“... anunciando a paz por Jesus Cristo (este é o Senhor
de todos)” (At 10.36).
Tudo isto que acabamos de ver, resumidamente, faz
parte do novo nascimento, sem a qual não se verá o Reino de
Deus. Somente cumprida esta exigência imposta por Cristo
mesmo, é que poderemos adentrar no conhecimento pleno de
todas as doutrinas paralelas encontradas espalhadas pela Bí-
blia.
E aqui começa a nossa verdadeira jornada pelo nosso
deserto, à semelhança de Israel que, para sua tristeza, falhou
em se submeter ao Senhorio daquele que os havia já libertado
da escravidão do Egito pelo sangue da Páscoa.
“Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo
cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; para
que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos
que pela fé e paciência herdam as promessas” (Hb 6.11-12).
Isto dependerá das nossas reações diante daquele que
quer exercer agora seu Senhorio sobre aqueles que foram re-
15
cebidos por filhos.
Acompanhemos então os motivos pelos quais pode-
mos e devemos nos prostrar obedientemente ante o Senhorio
de Cristo.
Jesus é Senhor por Dignidade Própria
“O Filho brilha com o brilho da glória de Deus
e é a perfeita semelhança do próprio Deus...”
17
O próprio Senhor, através de seu servo Isaias, faz a
seguinte declaração.
“Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel,
o teu Salvador... antes de mim deus nenhum se formou, e de-
pois de mim nenhum haverá. Eu, eu sou o Senhor, e fora de
mim não há Salvador... Ainda antes que houvesse dia, eu
sou... Eu sou o Senhor , vosso Santo... vosso Rei... Eu, eu
mesmo, sou o que apaga as tuas transgressões por amor
de mim, e dos teus pecados me não lembro” (Is 43.3,10-11,13
-15,25).
Isaias 44.6 diz mais: “Assim diz o Senhor , Rei de Is-
rael, e seu Redentor , o Senhor dos Exércitos: Eu sou o
primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus”.
Vejamos como a Palavra de Deus iguala Jesus nestas
mesmas qualificações.
“Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se
vos desse um homem homicida” (At 3.14).
“... pelo que também o Santo, que de ti há de nascer,
será chamado Filho de Deus” (Lc 1.36).
Assim, Jesus também é o Santo.
“Nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é
verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo” (Jo 4.42).
“Mas a nossa cidade está nos céus, donde também es-
peramos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20).
“Aguardando a bem-aventurada esperança e o apareci-
mento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cris-
18
to” (Tt 2.13).
Assim, Jesus também é o Salvador.
Se o Pai, o Senhor, havia dito que fora dele não há
Salvador, e Jesus é o Salvador, entendemos obrigatoriamente
que Jesus, o Filho, tem a mesma natureza do Pai, pois deve
estar dentro dele. O Pai é uma pessoa, o Filho é outra. Mas,
assim como um pai e um filho em nosso mundo natural, sen-
do duas pessoas distintas entre si, possuem a mesma e absolu-
ta natureza, ou seja, o filho não é em nada inferior a seu pai
que o gerou, pois ambos carregam obrigatoriamente as mes-
mas características humanas, o Pai Celeste e seu Filho são
absolutamente idênticos quanto à sua divindade, ou natureza
Divina. O próprio Senhor Jesus declarou isto:
“... quem me vê a mim vê o Pai... Não crês tu que eu
estou no Pai, e que o Pai está em mim?... Crede-me que
estou no Pai, e o Pai em mim” (Jo 14.9-11).
Jesus Salvador está inquestionavelmente dentro da
esfera divina do Pai, pois Jeová disse que não há Salvador
fora dele. Ele também disse que nenhum deus se formou an-
tes nem depois dele mesmo. Se Jesus é “Deus bendito eterna-
mente” (Rm 9.5), significa claramente que Ele é Eterno como
o Pai, visto que nenhum outro deus se formou antes ou depois
de Jeová.
Também o Pai disse: “antes que houvesse dia, eu
sou”. Jesus disse o mesmo: “antes que Abraão existisse, eu
sou” (Jo 8.58). A mente natural poderia acrescentar qualquer
adjetivo para o que Jesus é. Poderia dizer que ele se referia à
salvação, ou à sua união com o Pai. Mas a Palavra de Deus
diz que “se alguém lhe acrescentar alguma coisa, Deus fará
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vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro” (Ap
22.18). Tanto os judeus entenderam a que Jesus se referia –
dizendo: “Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela
blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mes-
mo” (Jo 10.33) –, que pegaram pedras para o matarem.
Se o Pai é um Deus separado do Filho em essência, ou
natureza, então temos dois deuses e dois senhores.
Também o Pai disse que “ele mesmo”, ou seja, sua
própria pessoa apagaria as transgressões de Israel por amor
dele mesmo. Mas o que diz Hebreus 9.14-17?
“Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito
eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará
as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao
Deus vivo? E por isso é Mediador de um Novo Testamento,
para que, intervindo a morte [de Jesus] para remissão das
transgressões que havia debaixo do primeiro Testamento [o
Antigo Testamento feito com a nação de Israel pela lei], os
chamados recebam a promessa da herança eterna. Porque um
testamento tem força onde houve morte; ou terá ele al-
gum valor enquanto o testador vive?”
Não foi Jeová quem fez o Testamento Antigo com
Israel, através da lei? Como ele poderia morrer para dar força
ao Testamento? Pois o testamento só vale com a morte do
Testador. Mas não foi o Filho quem morreu?
O Senhor também disse que era o primeiro e o último,
e fora dele não há Deus. Se Jesus se declara Deus, é porque
também está dentro da mesma essência do Pai. Jesus disse
claramente que também o era.
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“Eu sou o primeiro e o último. E o que vivo e fui mor-
to” (Ap 1.18).
Jeová também declarou: “Eu sou o Senhor; este é o
meu nome; a minha glória pois a outrem não darei” (Is 42:8)
e “Por amor de mim o farei, porque como seria profano o
meu nome? E a minha glória não a darei a outrem” (Is 48.11).
Se o Pai declarou que sua glória não seria dada a mais nin-
guém, como Jesus pôde declarar? “E agora glorifica-me tu, ó
Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo
antes que o mundo existisse” (Jo 17.1-5).
“Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus
Cristo, Senhor da glória...” (Tg 2.1).
“... para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus
Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sem-
pre” (1 Pe 4.11).
Como pode Jeová dar honra e glória a Jesus, se Ele
mesmo declarou que não a daria a mais ninguém?
“Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória,
quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz:
Este é o meu filho amado, em quem me tenho comprazido” (2
Pe 1.17).
“A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu;
porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da
glória” (1 Co 2.8).
“Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai.
Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o envi-
ou” (Jo 5.23).
21
E por que podemos e devemos honrar primeiramente
o Filho, para dar a devida honra ao Pai?
Porque o Filho é “o resplendor da glória e a expressa
imagem da pessoa” do Pai (Hb 1.2). O termo ‘expresso’ sig-
nifica: explícito, manifesto por palavra, por escrito ou por
outros sinais inequívocos. É por isto que Jesus pôde dizer:
“Quem me vê a mim, vê o Pai” (Jo 14.9). Se o Filho não for
absolutamente igual ao Pai em todas as suas características
santas e atributos divinos, não poderíamos ter a visão perfeita
do Pai, visto que seria defeituosa. Por isto, o apóstolo Paulo
acerta ao revelar que Jesus “é a imagem do Deus invisí-
vel” (Cl 1.15). Ambos devem ser iguais quanto à sua natureza
divina, chamada Jeová.
Resta perguntar: Jesus é a imagem perfeita ou defeitu-
osa do Pai? Se fosse defeituosa, o Pai não poderia dizer a res-
peito de seu Filho: “Este é o meu filho amado; a ele ou-
vi” (Mc 9.7). Mas se é perfeita, podemos seguramente con-
cluir que “o Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o
fez conhecer” (Jo 1.18), pois é igual a seu Pai.
A figura do relógio de sol que compõe a capa fala des-
ta necessidade. Assim como a luz depende do ponteiro para
declarar seu movimento, o tabuleiro numerado também de-
pende do ponteiro para indicar suas 'estações'.
“Deus nunca foi visto por alguém. O Filho Unigênito,
que está no seio do Pai, este o fez conhecer” (Jo 1.18).
“Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse
a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para ilumina-
ção do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus
Cristo” (2 Co 4.6).
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“E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as
estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At
1.7).
“Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém
que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e nin-
guém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito
Santo” (1 Co 12.3).
Poderíamos também analisar a questão sob o ponto de
vista de que o Pai é o Senhor, e Jesus também é declarado o
Senhor. Qual escolheremos? Jesus mesmo não declarou que
ninguém pode servir a dois senhores ao mesmo tempo?
“E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor,
para a glória de Deus Pai” (Fp 2.11).
Aliás, sobre esta mesma glória, podemos também co-
mentar.
Jeová havia dito: “Não há outro Deus senão eu... Por
mim mesmo tenho jurado, saiu da minha boca a palavra
de justiça, e não tornará atrás: que diante de mim se dobrará
todo o joelho, e por mim jurará toda a língua” (Is 45.21-23).
Mas a resposta é “para que ao nome de Jesus se dobre
todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da
terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor,
para glória de Deus Pai” (Fp 2.10-11).
O que parece confundir alguns é a posição em que Je-
sus se coloca, em total submissão à vontade de seu Pai. Por
exemplo: “Meu Pai... é maior que todos” (Jo 10.29) – embora
João Batista, falando do Filho, diga o contrário: “Aquele que
vem de cima é sobre todos... Aquele que vem do céu é sobre
23
todos” (basta ler o contexto de Jo 3:28-36).
Também: “É-me dado todo o poder no céu e na ter-
ra” (Mt 28.18). Temos só duas alternativas: ou Jesus realmen-
te não tinha poder, e então lhe foi dado por seu Pai; ou Ele o
tinha, entregou, e teve que reconquistá-lo. Mas o que diz a
Palavra de Deus?
“Não atente cada um para o que é propriamente seu,
mas cada qual também para o que é dos outros [eis o contex-
to: algo que se possui realmente, mas que deve ser abandona-
do em prol dos outros]. De sorte que haja em vós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus. Que, sendo
em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.
Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo
[porque nunca fora servo], fazendo-se semelhante aos ho-
mens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mes-
mo, sendo obediente até à morte” (Fp 2.4-8).
O Filho não atentou para o que era propriamente seu,
ou seja, sua igualdade com Deus. Ele não usurpou ser igual a
Deus. ‘Usurpação’ significa: “Apoderamento insólito, em
proveito próprio, por meio da força, fraude ou artifício de
uma coisa, de um título, de um direito, ou de uma dignidade
pertencente a outrem”.
Jesus não fez isto, porque esta dignidade, este título
(Jeová), este direito e esta igualdade com o Pai lhe são pró-
prios. Ele não poderia cobiçar uma coisa que já era dele por
natureza. Houve alguém que buscou usurpar esta posição:
Satanás intentou ser “semelhante ao Altíssimo” (ler Is 14.12-
20).
Além de Jesus não se apegar egoisticamente ao seu
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estado divino em igualdade com o seu Pai (com aquela glória
que ele tinha com o Pai antes que o mundo existisse), ele se
aniquila e se humilha em prol do homem. Quando Ele desce
do céu esvaziado de sua forma divina, deixa para trás sua
condição de exercer autoridade, e, achado na forma de ho-
mem, se coloca na posição do servo submisso. É neste con-
texto que Jesus coloca seu Pai como seu Deus, seu Senhor,
seu Pai. Está na posição de um servo: não pode mais usar seu
direito ao trono. Portanto, tem que reconquistá-lo.
Mas mesmo quando Jesus se esvazia de sua forma di-
vina, não quer dizer que abandonou sua divindade. Há dife-
rença entre ser e estar. Apesar de ainda Jesus ser Deus, na
mesma proporção de seu Pai, como veremos, não está mais
na forma de Deus, que é Espírito, mas está na forma humana.
“Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Je-
sus Cristo: não só por água, mas por água e por sangue. E o
Espírito é o que testifica; porque o Espírito é a verdade [Jesus
não disse que Ele era a verdade? – Jo 14:6]. Porque três são
os que testificam no céu: o Pai, a Palavra [ou Verbo, do grego
Logos, que é Jesus] e o Espírito Santo; e estes três são um
[não em propósito ou concordância, pois a continuação da
passagem fará esta diferença usando outra expressão]. E três
são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue;
e estes três concordam num” (1 Jo 5.6-8).
Não se poderia dizer que estes três últimos elementos
fossem um, mas apenas que concordam ou convergem para
um ponto. O sangue, a água e o Espírito são elementos com-
pletamente distintos. De forma contrária, o Pai, a Palavra e o
Espírito não concordam num, mas são um. Se o apóstolo ti-
vesse em mente dizer que eles têm o mesmo propósito, teria
usado a mesma expressão “concordam”. Concordar é comple-
25
tamente diferente de ser.
“Porque nele [em Jesus, no contexto] habita corporal-
mente toda a plenitude da divindade... Porque foi do agra-
do do Pai que toda a plenitude nele habitasse” (Cl 2.9; 1.19).
Plenitude significa: Estado ou qualidade do que é ple-
no, cheio ou completo. Totalidade. Perfeito. Absoluto.
Apesar de toda e plenitude serem palavras sinônimas
(com o mesmo significado), parecendo um exagero de lingua-
gem, ou uma repetição desnecessária, contudo é necessário
para que não restem dúvidas. A repetição é cheia de significa-
do. Se o apóstolo tivesse dito que em Jesus habita somente a
plenitude de Deus, alguém poderia alegar que todas as carac-
terísticas e dons de Deus estão em Jesus, mas não necessaria-
mente na sua totalidade. Então ele repete a palavra para dar o
entendimento de que todas as características, personalidade,
atributos e dons estão em sua totalidade ou plenitude em Je-
sus na sua nova forma corporal.
Tudo o que se refere a Deus, o Pai, está em plenitude,
na sua totalidade e perfeição absolutas, em Jesus. Tudo o que
se relaciona ao Deus Vivo está pleno em Jesus.
Assim, Jesus é Senhor, pois é um com seu Pai. É
“Deus bendito eternamente”. É a sua própria essência. Ele
mesmo confirmou esta realidade, ainda que não parecesse aos
olhos carnais.
“Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, por-
que eu o sou” (Jo 13.13).
Jesus é Senhor pois é o Criador
“Ele sustenta o Universo com a sua palavra poderosa...”
27
Além da igualdade ‘essencial’ em relação ao Pai, co-
mo vimos acima, Jesus é Senhor por direito de propriedade.
Tudo que vemos e não vemos foi criado por Ele, juntamente
com o Pai e o Espírito. E não somente as criou na eternidade
passada, mas as mantém em pleno funcionamento até hoje.
Nada está largado como propõe o Teísmo.
“Porque nele [em Jesus, observe o contexto anterior]
foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visí-
veis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam
principados, sejam potestades: tudo foi criado por ele e para
ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas sub-
sistem por ele” (Cl 1.16-17).
“No princípio era o Verbo [ou Palavra], e o Verbo es-
tava com Deus, e o Verbo era Deus [o original grego é mais
enfático: ‘e Deus era o Verbo’]. Ele estava no princípio com
Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do
que foi feito se fez. Nele estava a vida” (Jo 1.1-4).
“Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é
tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo,
pelo qual são todas as coisas, e nós por ele” (1 Co 8.6).
“... a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a
quem constituiu herdeiro de tudo, por quem também fez o
mundo... e sustentando todas as coisas pela palavra do seu
poder” (Hb 1.1-3).
Assim, Jesus é Senhor pois, além de ser um com
Deus, o Pai, é Criador e Mantenedor de todas as coisas, junta-
mente com Ele.
Jesus é Senhor por Sua
Vitória na Cruz
“E, depois de ter purificado os seres humanos
dos seus pecados...”
29
Vimos nas páginas anteriores que o Filho, ao se tornar
o homem-servo, esvaziou-se em humilhação. Assim humilha-
do, “feito um pouco menor do que os anjos, por causa da pai-
xão da morte”, por causa desta mesma morte vergonhosa, po-
rém vitoriosa, seria “coroado de glória e de honra” (Hb 2.9).
Em outras palavras, aquilo de que Ele se esvaziou, Ele recon-
quistou com todas as honras celestes pela excelência do seu
trabalho voluntário na cruz. Agora Ele é Senhor porque cum-
priu toda a vontade de Seu Pai, satisfazendo todas as exigên-
cias Divinas.
“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de
muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nes-
tes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tu-
do, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o res-
plendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa e
sustentando todas as coisas, pela palavra do seu poder, haven-
do feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, as-
sentou-se à destra da majestade nas alturas; feito tanto
mais excelente do que os anjos, quanto herdou nome mais
excelente do que eles... E a qual dos anjos disse jamais:
Assenta-te à minha destra até que eu ponha a teus inimigos
por escabelo de teus pés? (Hb 1.1-4,13).
“Ora, isto – ele subiu – que é, senão que também an-
tes tinha descido às partes mais baixas da terra? Aquele que
desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus,
para cumprir todas as coisas” (Ef 4.9-10).
“Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra
que me deste a fazer. E agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto
de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes
que o mundo existisse” (Jo 17.4-5).
30
“Ora a suma do que temos dito é que temos um sumo
sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da
majestade, ministro do santuário, e do verdadeiro taber-
náculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem” (Hb 8.1-
2).
Assim que, sendo Cristo reconduzido ao trono de seu
Pai, Ele recebe de volta, como prêmio pela sua vitória, todo o
poder que Ele havia escondido em sua humanidade servil.
“E, chegando-se Jesus, falou-lhes dizendo: É-me da-
do todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18).
“... que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos
mortos, e pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo o
principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome
que se nomeia, não só neste século, mas também no vindou-
ro; e sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coi-
sas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a
plenitude daquele que cumpre tudo em todos” (Ef 1.20-22).
“Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a
esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e
Cristo” (At 2.36).
“Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e
lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome
de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na
terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus
Cristo é o Senhor, para glór ia de Deus Pai” (Fp 2.9-11).
“Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os
vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis... E
no vestido e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis e
31
Senhor dos senhores” (Ap 17.14; 19.16).
Sendo agora Senhor sobre todas as coisas por direito
readquirido, acrescenta-se ainda o peso bendito de que uma
‘assembléia de primogênitos’ foi formada à custa de um pa-
gamento infinito e incalculável, dando-lhe um direito superior
e inigualável sobre este novo corpo.
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como
prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de
viver... mas com o precioso sangue de Cristo, como de um
cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1.18-19).
“Mas vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futu-
ros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por
mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e
bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no san-
tuário, havendo efetuado uma eterna redenção” (Hb 9.11-12).
“Olhai pois por vós, e por todo o rebanho sobre que o
Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a
igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio san-
gue” (At 20.28).
Este pagamento precioso e insubstituível lhe deu o
direito de compra e posse desta Igreja.
“Porque fostes comprados por bom preço; glorificai
pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais per-
tencem a Deus” (1 Co 6.20).
“E vi um anjo forte, bradando com grande voz: Quem
é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos?... E dis-
se-me um dos anciãos: Não chores: eis aqui o Leão da tribo
de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abr ir o livro e
32
desatar os seus sete selos... E cantavam um novo cântico, di-
zendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos:
porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus
homens de toda a tr ibo, e língua, e povo, e nação” (Ap
5.2,5,9).
Chegará o bendito e glorioso dia em que ouviremos “a
toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e
que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao
que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas
ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sem-
pre” (Ap 5.13).
Santificai a Cristo
“Sentou-se no céu...”
35
Fizemos um breve estudo sobre a Divindade e Senho-
rio de Jesus. Nesta centena de versículos citados, e podería-
mos citar muitos mais, como também outras muitas razões,
temos motivos mais que suficientes para nos dobrarmos ante
aquele que nos exorta “à obediência de Cristo” (2 Co 10.5),
‘para que sejamos irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus
inculpáveis no meio duma geração corrompida e perver-
sa’ (Fp 2.15).
“Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação
celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote
da nossa confissão, sendo fiel ao que o constituiu, como tam-
bém o foi Moisés em toda a sua casa. Porque ele é tido por
digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior
honra do que a casa tem aquele que a edificou. Porque toda a
casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coi-
sas é Deus. E na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa,
como servo, para testemunho das coisas que se haviam de
anunciar; mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a
qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a
confiança e a glória da esperança até ao fim” (Hb 3.1-6).
A ordem é simples, embora complexa diante das fra-
quezas da carne.
“Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vossos
corações” (1 Pe 3.15).
Esta santificação, imprescindível para o perfeito de-
senvolvimento do caráter cristão e do corpo de Cristo, é o
único remédio contra os males, defeitos e vícios que têm en-
vergonhado o bom nome de Jesus.
“Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto
36
de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que
não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão,
e não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e or-
ganizado pelas juntas e medulas, vai crescendo em au-
mento de Deus” (Cl 2.18-19).
Devemos estar ligados à cabeça, numa cooperação
mútua para o aumento de Deus, caso contrário teremos de
ouvir uma triste sentença:
“Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente:
Oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és
frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Ap 3.15-
16).
“Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre
para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se mor-
remos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou
morramos, somos do Senhor. Foi para isto que morreu Cristo,
e tornou a viver; para ser Senhor, tanto dos mortos, quanto
dos vivos” (Rm 14.7-9).
Se necessário for, suportemos a admoestação de Tiago
4.7-10.
“Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo e ele fugirá
de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as
mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os cora-
ções. Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai: converta-
se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza. Humi-
lhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.”
“... que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da
glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e
37
de revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendi-
mento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação
[ou do seu chamado], e quais as riquezas da glória da sua he-
rança nos santos; e qual a sobre-excelente grandeza do seu
poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força
do seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos
mortos, e pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo o
principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome
que se nomeia, não só neste século, mas também no vindou-
ro; e sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coi-
sas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo,
a plenitude daquele que cumpre tudo em todos” (Ef 1.17-23).
“O Filho brilha com o brilho da
glória de Deus e é a perfeita semelhança do próprio Deus.
Ele sustenta o Universo com a
sua palavra poderosa.
E, depois de ter purificado os seres humanos dos seus pecados,
sentou-se no céu,
do lado direito de Deus, o Todo-Poderoso.”
(Hb 1.3 - NTLH)