Post on 30-Sep-2015
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANEFACULDADE DE MEDICINAAlda Mariano
Maputo, Maro 2014
CRITRIOS DE SELECO ANTIBITICA
Correlao entre os dados clnicos e o espectro de aco do antibitico
Implica o conhecimento do agente infeccioso e da sua sensibilidade aos antibiticos
Quadro infeccioso
A escolha do antibitico imediata ao diagnstico
Agente infeccioso tem correlao uniforme com o quadro e no h conhecimento de estirpes resistentes
Escolha simples desde que se conhea o espectro dos antibiticos disponveis
Ex: amigdalite, erisipela, sfilis
A escolha do antibitico baseada, sempre que possvel em estudos bacteriolgicos:
impossvel identificar o agente infeccioso a partir do diagnstico clnico
Ex. endocardite, septicemia, empiema, meningite
possvel determinar o agente infeccioso mas sensibilidade varivel
Agente infeccioso ou sensibilidade desconhecida
impossvel recorrermos aos dados laboratoriais
Usar critrios probabilsticos
Queimaduras: Estafilococos ou Pseudomonas
Bronquite crnica: Pneumococos e H.Influenzae
Bacterimia ou septicmia anaerbia:B. fragilis
Osteomielite: Estafilococos aureus
A clnica no permite estabelecer um diagnstico etiolgico provvel
Evacuar o doente para um centro melhor apetrechado
Gravidade do quadro desaconselha protelar o Tto (suspeita de meningite, septicemia)
Iniciar Tto com antibitico de amplo espectro (aminopenicilina, cefalosporina)
ou
Associao cobrindo vrias possibilidades (aminoglicsido penicilina ou cefalosporina de 3 gerao)
O apoio laboratorial possvel mas a gravidade do caso exige a instituio do Tto
Fazer a colheita de produtos para anlise laboratorial (sangue, pus, liquor, urina)
Iniciar antibioterapia de acordo com critrios probabilsticos e a situao clnica
Reavaliar o Tto inicial ao obter resultados de laboratrio, modificar se necessrio
O Tto pode ser retardado para se fazer exames simples de modo que a escolha se faa de acordo com o microrganismo e o espectro do antibitico
Testes de sensibilidade so indispensveis com microrganismos de sensibilidade imprevisvel ou varivel (estafilococos, klebsiella, enterobacter, proteus,shigella e outros Gram )
No esquecer que h erros no processo de diagnstico
Erros no processo de diagnstico:
Tcnica incorrecta de colheita do material infectado
Condies em que se realiza a cultura e o antibiograma
Ter presente as limitaes do antibiograma
Resultados falsos positivos ou falsos negativos
Interpretar os resultados com ponderao
Toxicidade e efeitos adversos
Avaliao do risco teraputico
Ter em conta a toxicidade dos antibiticos que so activos em relao ao agente infeccioso em causa.
Ex. Benzilpenicilina e Kanamicina
Caractersticas do doente
Ex. idade, gravidez, insf. renal e heptica
Toxicidade e efeitos adversos
Orgos alvo preferencial de efeitos txicos
rim, ouvido, medula ssea.
Aminoglicsidos (ototxicos, nefrotxicos)Tetraciclinas (insuf., grvidas e menores de 12 anos)Rifampicina (teratogenicidade)Cloranfenicol (sndrome do bb cinzento)
Tipo de aco (bactericida ou bacteriosttica)
Preferir um bactericida sempre que se pretenda um efeito rpido ou quando as defesas do organismo so deficientes
Doentes idosos, malnutridosTeraputica com imunossupressores, citostticos ou radiaesDoentes com leucoses, anemia grave, agranulocitoseErradicao da doena (endocardite, osteomielite)
Tipo de aco (bactericida ou bacteriosttica)
Penicilinas, cefalosporinas, aminoglicsidos so bactericidas
Tetraciclinas, cloranfenicol e macrlidos so bacteristticos
Caracteristicas Farmacocinticas
Via de administrao, intervalo entre as doses, relao com as refeies
Preo
No ignorar quando se faz a escolha entre dois antibiticos equiactivos (Penicilina G e Cefoxitina)
Preferir o mais caro s quando h razes que definam a sua superioridade teraputica
Riscos resultantes do uso de antibiticos
Superinfeces
Sensibilizao alrgica
Infeco Hospitalar
Desprezo pelo diagnstico clnico e/ou bacteriolgico
Menor importncia dada ao estudo dos mecanismos de defesa
Relaxamento na adopo de medidas de asspsia e anti-spsia
Causas de falncia teraputica
Escolha errada do antibitico
Uso de dose ou via de administrao inapropriada
Intervalo demasiado longo entre as administraes
Tratamento demasiado longo
superinfeces, resistncias
Causas de falncia teraputica
Tratamento demasiado curto
recidivas
No adopo de medidas complementares
drenar abcesso, retirar corpos estranhos
No deteco de uma mudana no quadro clnico
complicao bacteriana de uma infeco viral
Causas de falncia teraputica
Uso em situaes em que no se definiu a sua utilidade
febre de origem desconhecida
No penetrao do antibitico atravs de determinadas barreiras
barreira hematoenceflica
Causas de falncia teraputica
Defesas reduzidas por doena
aglobulinemia, reticulocitose, leucemias, diabetes Defesas reduzidas por imunossupresso
frmacos anticancerosos, corticoesteroides
Automedicao
Critrios de associao antibitica
Tambm se associam os efeitos adversos, o que aumenta o seu risco
Reforo do efeito teraputico
adio ou potenciao
Prevenir ou retardar o aparecimento de resistncia bacteriana
Critrios de associao antibitica
Obteno de xito teraputico em infeces mistas
bronquiectasias, abcessos pulmonares,peritonites Tratamento de infeces graves
endocardite, pneumonia, brucelose, septicemia
Durao do tratamento
impossvel estabelecer regras fixas para a durao do Tto pois este depende da natureza e gravidade da doena
No ser inferior a 5 dias na amigdalite
Pode atingir os 15 dias na Pneumonia ou meningite
Um ms para a septicemia
Seis semanas para a endocardite
Seis ou mais meses na tuberculose
Durao do tratamento
A interrupo do Tto faz-se quando o doente est curado
Critrios de cura clnicos
ausncia de febre e outros sintomas
Critrios de cura bacteriolgicos
negatividade dos exames
Durao do tratamento
Aos critrios anteriores junta-se o tempo
a interrupo do Tto deve sempre ser seguida de um perodo de observao
PRINCPIOS BSICOS
Alm de seleccionar antibiticos ter em conta:
O Tto de zonas protegidas da infeco: retirar corpos estranhos, drenar material purulento e aliviar a obstruo
Os transtornos predisponentes: diabetes, insuf. renal, cardaca e heptica, DPOC e doenas malignas que guiam a eleio do antibitico
A funo renal e heptica deve ser avaliada antes do Tto pois as vezes necessrio ajustar a posologia (dose e horrio de administrao).
O Tto de suporte: manuteno da estabilidade hemodinmica, a oxigenao, o equlbrio hidroelectroltico e nutrio adequada
A imunizao passiva: recomendada na hepatite A e B, raiva, ttano e difteria e reduz o risco de infeco em doentes com dfice de imunoglobulinas e leucemia linfoctica crnica.
Tto da febre: complicaes febris, possibilidade de insuficincia respiratria, risco de leso do SNC
No usar anti-pirticos de forma indiscriminada
Tcnicas de isolamento: as doenas contagiosas assintomticas ou no so diagnosticadas
Considerar os lquidos corporais contagiosos usar luvas e mscaras protectoras
Os doentes com infeces que se transmitem pelo do ar (TB, sarampo, meningite meningocciaca) requerem precaues especiais (sala com ventilao e uso de mscaras protectoras).
O Tto emprico deve considerar a prevalncia de determinados patgenos numa regio especfica e os padres de sensibilidade.
Avaliao do tratamento Algumas infeces respondem lentamente ao Tto
A alterao prematura do Tto pode causar confuso
Quando no se observa a mudana no Tto, verificar:
O germen isolado realmente o causador da infeco?
Quando no se observa a mudana esperada ao Tto, verificar:
Est sendo administrado o tto antibitico adequado (antibitico apropriado nas doses e vias de administrao recomendada)?
O antibitico penetra no local de infeco ( necessria a drenagem)?
Quando no se observa a mudana esperada ao Tto, verificar:
Surgiram microorganismos resistentes ou existesobreinfeco?
Observa-se febre persistente como resultado de outro processo, uma complicao iatrognica (flebite) ou uma reaco adversa ?
OBRIGADA