A aplicação do primeiroMetilprednisolona, Prednisona e Triamcinolona. Podem ter uso tópico, via...

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A aplicação do primeiro esteroide tópico eficaz foi em 1952.

Os esteroides são componentes

das membranas celulares. São metabolitos das gorduras,

substâncias cardioativas nocivas, hormônios e fármacos terapêuticos.

Todos têm o mesmo esqueleto esteroideo mas se diferenciam nos grupos unidos ao carbono 17 ou na direção que adota este grupo no espaço.

Chevreul, um jovem químico da França napoleónica, descobriu “gorduras não saponificables” e em 1812 foi detectada uma destas gorduras dos cálculos biliares. Esta gordura foi denominada “colesterol”. Cem anos depois, Adolf Windaus pôs em evidência a importância biológica dos esteroides ignorada previamente, pelos químicos.

Depois de 20 anos, em 1932, Adolf Otto Reinhold Windaus descobriu a fórmula estrutural do colesterol, antes que seu trabalho a respeito da vitamina D lhe levasse à obtenção do premio Nobel.

A importância clínica das glândulas suprarrenais foi apreciado por Addison em 1855, quem descreveu fatais resultados em pacientes com destruição das glândulas suprarrenais.

Cushing em 1912 estudou o hipercortisismo.

Depois em 1932 demonstrou-se que a pituitaria estimulava à glândula suprarrenal.

Harris em 1948 descreve o hormônio corticotrópica (CRH) proveniente da hipófise.

Em 1949, começa-se a utilizar terapeuticamente os glicocorticoides.

Os corticosteroides tópicos existem desde 1952, quando Sulzberger e Witten desenvolveram um corticoide que o denominaram composto F, posteriormente se conheceu como Hidrocortisona.

Em 1953 oi colocado duplo enlace entre os carbonos 1 e 2 e obteve-se a prednisolona.

Em 1955 produzem-se os glucocorticoides halogenados, com o aparecimento do radical 9 ala fluorado (fluorohidrocortisona).

E assim se foram sintetizando sucessivamente: fluorometalona (1959),acetónido de triamcinolona (1960), a fluorandrenolona (1961), a dexametasona (1962).

Em 1969 sintetiza-se um corticoide que é 1000 vezes mas potente que a cortisona, o clobetasol.

Com o aparecimento dos efeitos secundários destes corticoides otentes, inicia-se a produção de esteroides macios ( soft - steroids ) ,entre estes está budesonida (1978), dipropionato de aclometasona(1982), o prednicarbato (1985) o furoato de mometasona (1988).

Em 1988 sintetizou-se deflazacort o qual é um corticoide poupador de cálcio, com o que se minimiza o risco de desenvolver osteoporose.

E foi em 1960 que McKensie e Stoughton começaram a utilizar os glicocorticoides na psoriasis.

Produzidos nas glândulas adrenais: córtex adrenal.

- Mineralocorticóides (nível de potássio e sódio), androgênicos (hôrmonios sexuais) e glicocorticóide.

Sintetizados a partir do colesterol.

O cortisol (hidrocortisona) é o principal glicocorticóide.

Regula vários processos fisiológicos: gliconeogênese, supressão as respostas inflamatórias e imunes, estresse.

(cortisol)

Estimulam a gliconeogênese - Aumento das enzimas para conversão de

aminoácidos em glicose no fígado e o armazenamento de glicogênio no fígado.

- Catabolismo muscular e diminuição da síntese proteíca.

- Aumento da lipólise, fornecendo glicerol.

Resistência a insulina: redução da captação de glicose pelas células.

- Aumento da glicemia: “efeito diabetogênico”.

Imunosupressores - Linfócitos, macrófagos, neutrófilos, entre outros. - Doenças autoimunes.

Ação antiinflamatória. - Atenuação dos processos inflamatórios - Diminuição da expreção gênica de proteínas que

participam da ação inflamatória.

Os mais conhecidos e utilizados são a Betametasona, Cortisona, Deflazacorte, Dexanetasona, Hidrocortisona, Metilprednisolona, Prednisona e Triamcinolona.

Podem ter uso tópico, via oral, intramuscular e intravenosa, inalatória, intra-nasal e intra-articular.

Utilizados principalmente em doenças inflamatórias, alérgicas e neoplásicas, como agentes anti-inflamatórios e imunossupressores.

Variam em sua potência glicocorticóide (atividade anti-inflamatória e imunossupressora) e mineralocorticóide (manutenção do equilíbrio eletrolítico do líquido extracelular).

O cortisol é considerado o referencial para análise da atividade glicocorticóide.

Potência em relação ao cortisol : - Hidrocortisona = Potência semelhante ao cortisol.

- Deflazacorte = 3x mais potente que o cortisol.

- Prednisolona = 4-5x mais potente que o cortisol.

- Prednisona = 4-5x mais potente que o cortisol.

- Triancinolona = 5x mais potente que o cortisol.

- Metilprednisolona = 5-7.5x mais potente que o cortisol.

- Betametasona = 25-30x mais potente que o cortisol.

- Dexametasona = 25-30x mais potente que o cortisol.

- Beclometasona = 25-30x mais potente que o cortisol.

A duração do efeito biológico é melhor expressada pelo período de supressão da síntese de ACTH após a administração de um fármaco específico.

A variação na duração desse efeito não se correlaciona diretamente com a vida média plasmática do hormônio.

Relação inversamente proporcional entre a vida média biológica e o efeito mineralocorticóide da droga.

A diminuição rápida ou a retirada abrupta da corticoterapia prolongada e/ou em altas doses pode causar três problemas: insuficiência adrenal secundária (supressão do eixo HHA), síndrome de retirada dos corticóides e reativação da doença de base para a qual eles foram introduzidos.

A velocidade de retirada dos GC é de fundamental importância para se evitar insuficiência da supra-renal.

As diretrizes terapêuticas para a retirada gradual dos GC se baseiam principalmente na droga utilizada e sua quantidade.

A pulsoterapia de GC, consiste na administração de uma dose muito alta de GC num curto período de tempo. Utiliza-se com o objetivo de deter rapidamente um quadro progressivo.

Pode ser usada em vasculites severas, em casos de rejeição de órgãos transplantados e no tratamento de doenças autoimunes graves e descompensadas.

A dosagem e a maneira de administração dos GC vão depender da doença a ser tratada, avaliando a sua gravidade. Deve-se sempre levar em consideração o melhor resultado com os menores efeitos colaterais.

Os glicocorticóides em geral são drogas que conseguem modular processos inflamatórios e imunes do nosso organismo.

Úteis em uma infinidade de doenças de origem alérgica, inflamatória ou autoimune.

DOENÇAS TRATADAS COM CORTICÓIDES

Artrite reumatóide; Leucemias e linfoma; Edema cerebral; Gota; Doenças de pele de

origem inflamatória ou auto-imune;

Asma; Esclerose múltipla;

Hepatite autoimune; Herpes Zoster; Lúpus.

ASMA BRÔNQUICA

Doença inflamatória crônica caracterizada por hiper-responsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento, sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse, fatores genéticos, exposição ambiental a alérgenos e irritantes.

FATORES ASSOCIADOS AO DESENVOLVIMENTO DE ASMA

Fatores externos;

Alérgenos inaláveis;

Vírus respiratórios;

Poluentes ambientais;

Cerca de 300 substâncias já foram identificadas como

potenciais agentes causais de asma ocupacional;

10% casos em adultos.

FATORES INDIVIDUAIS

Diversos genes candidatos, em diferentes níveis de associação e penetração, têm sido associados a diferentes fenótipos de asma

Mais de 30 genes já foram identificados como candidatos a susceptibilidade no desenvolvimento de asma

A ASMA COMO UMA DOENÇA INFLAMATÓRIA

A inflamação brônquica constitui o mais importante mecanismo fisiopatológico da asma, e resulta de interações complexas entre células inflamatórias, mediadores e células estruturais das vias aéreas. A mucosa brônquica inflamada torna-se hiper-reativa a diversos estímulos, sejam eles alérgicos ou não

Na asma alérgica, que representa a maioria dos casos, a resposta mediada por IgE causa alterações imediatas, minutos após a exposição ao(s) alérgeno(s), e alterações tardias, que representarão a resposta inflamatória crônica característica da doença

(A) Brônormalnquio (B) brônquio em asma fatal (Abbas & Lichtman, Cellular and molecular)

OS EFEITOS BIOLÓGICOS DOS CORTICOSTERÓIDES

Terapêutica antiinflamatória mais efetiva para a asma

Sua ação predominante é “desligar” diversos genes inflamatórios (codificadores de citocinas, quimocinas, moléculas de adesão, enzimas inflamatórias, receptores e proteínas) ativados durante o processo inflamatório.

USO DOS CS NO TRATAMENTO DA ASMA

Efetivos no controle dos sintomas asmáticos e na redução da intensidade da inflamação das vias aéreas;

Controla os sintomas da asma e melhora a função respiratória, previnem as exacerbações e reduzem a mortalidade da asma.

RINITE ALÉRGICA

Rinite alérgica (RA) é definida clinicamente como uma doença com sintomatologia que afeta o nariz e é induzida pela inflamação mediada pela Ig-E após a exposição da mucosa nasal aos alérgenos rinorréia, obstrução nasal, espirros, prurido, coriza, e/ou secreção pós- nasal, pó domiciliar, por ácaros e pela exposição ao pêlo de animais.

O TRATAMENTO DA RINITE

O tratamento da rinite tem sido limitado a três tipos:

- Evitar o contato com os alérgenos, terapia medicamentosa e hipossensibilização.

- O corticóide é o medicamento mais efetivo indicado para o tratamento da rinite alérgica .

- Trata os componentes inflamatórios da doença: reduzindo a infiltração de células inflamatórias na superfície da mucosa nasal, e reduz a hiperreatividade nasal.

TRATAMENTO ALTERNATIVO DA RINITE

O estudo comparou o efeito do tratamento da rinite alérgica utilizando acupuntura e corticóide tópico nasal na avaliação dos principais parâmetros clínicos (espirros, coriza, prurido, obstrução nasal, secreção retronasal) no exame otorrinolaringológico e nos valores laboratoriais do eosinófilo sanguíneo e IgE sérico total.

53 PACIENTES PORTADORES DE RINITE ALÉRGICA PERENE – 6 SEMANAS

Grupo acupuntura 29 pacientes 12 sessões de

acupuntura.

Grupo medicamento 24 pacientes Corticóide nasal

(dipropionato de beclometasona),

100mcg, aplicados duas vezes ao dia.

ACUPUNTURA

A acupuntura é parte integrante da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), fazendo parte de suas bases teóricas, e tem sido utilizada no tratamento e prevenção de diversas;

Avanços na neurofisiologia e neuroanatomia.

RESULTADO

Houve melhora significante nos dois grupos, com relação aos parâmetros clínicos, otorrinolaringológicos e também na avaliação dos parâmetros laboratoriais. Entretanto, não houve diferenças estatísticas significantes na comparação dos resultados estudados entre os dois grupos, com relação a todos os parâmetros acima citados. Diferença estatística

Permanência de ausência de sintomas P =0,51 Diminuição na quantidade de eosinófilos P =0,77 Diminiuição na quantidade de IgE P =0,59

48

MELHORA CLÍNICA APÓS TRATAMENTO

Sintomas Valor p Diferença estatística

Corisa 0,15 Não houve Espirros 0,30 Não houve Obstrução nasal 1,0 Não houve Presença de secreção retronasal

1,0 Não houve

Prurido 0,37 Não houve *Melhora significativa pros dois grupo em todos os sintomas (p<0,005)

EXAME OTORRINOLARIGÓGICO

Avaliação Diferença estatística Melhora na cor do corneto P = 0,29 Endema do corneto P = 1,0 Presença de secreção nasal P = 1,0

CONCLUSÃO DO ESTUDO

A acupuntura como método de tratamento da rinite alérgica é tão eficaz quanto o corticóide nasal, com a vantagem que com o tratamento pela acupuntura não apresenta efeitos colaterais.

EFEITOS BENEFICOS

CÉLULAS IMUNES - Imunossupressor

CÉLULAS, TECIDOS E ÓRGÃOS - Antiinflamatório - Antialérgico - Alívio de dores

VASOS - Reduz permeabilidade

Os efeitos colaterais dos corticóides estão relacionados com o tipo de preparação, horário, dose, duração, via e esquema de administração, idade e sexo, doença de base, interação medicamentosa e o perfil individual de sensibilidade.

Esses efeitos estão relacionados principalmente à doses altas e o uso prolongado.

EFEITOS COLATERAIS

EFEITOS COLATERAIS NO MÚSCULO - Miopia, com atrofia muscular.

EFEITOS COLATERAIS NO OSSO - Osteoporose ( doses > 2,5 mg) - Osteonecrose

EFEITOS COLATERAIS NO METABOLISMO - Hiperglicemia - Aumento de peso / Obesidade - Diabetes mellitus - Alteração nos níveis (Aumento do LDL e triglicerídeos, e

redução do HDL)

EFEITOS COLATERAIS NA PELE - Equimose - Pele fina

EFEITOS COLATERAIS NOS OLHOS - Catarata - Glaucoma

EFEITOS COLATERAIS CARDIOVASCULARES - Hipertensão

EFEITOS COLATERAIS NO SISTEMA NERVOSO - Em primeiro momento, podem causar sensação de bem-

estar e euforia - Longo prazo psicose e depressão

SÍNDROMA DE CUSHING

É uma doença que ocorre devido à elevada quantidade de cortisol no sangue.

- Uso exesivo de corticóides (via oral, injetável, nasal ou pele)

- Produção excessiva de cortisol, por tumor das

supra-renais ou tumor de ACTH (hormônio hipofisário).

CORTICOTERAPIA SISTÊMICA

A suspensão abrupta de terapia com GC pode resultar em Insuficiênia Supra-renal aguda

- Hipotensão e choque - Hipertermica - Desidratação - Taquicardia - Náusea e vômito - Anorexia - Frquesa e apatia - Hipoglicemia - Confusão Mental - Desorientação Doses ≥ 40 mg/dia por mais de 1 semana supressão do eixo HHA Doses < 20 mg/dia supressão somente após 30 dias

RECUPERAÇÃO DO EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENAL TEMPO APÓS A SUSPENSÃO DO

ESTERÓIDE (MESES)

NÍVEIS DE “CORTISOL” PLASMÁTICO

NÍVEIS DE ACTH

PLASMÁTICO

RESPOSTA ADRENAL AO

ACTH EXÓGENO

1 Baixo Baixo Diminuída 2-5 Baixo Elevado Diminuída 6-9 Normal Normal Diminuída 9 Normal Normal Normal

Dose de Prednisona Retirada ≥ 20 mg/dia ¼ da dose a cada 4 dias

10-20 mg/dia 2,5 mg/semana < 10 mg/dia 2,5 mg/ 2 semanas