A Crase e as Cidades _ Coluna Ao Pé Da Letra _ O POVO Online

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12/25/2015 A crase e as cidades | Coluna Ao Pé da Letra | O POVO Online

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PROFESSOR PASQUALE 10/10/2011 - 01h30

A crase e as cidadesEm gramática, quando se pensa em crase, pensa-se na fusão da preposição "a" com um segundo "a", que, na maior partedos casos, é artigo feminino

Pasquale Cipro Neto

Na semana passada, tratamos de alguns casos de crase. Nosso mote foi a construção “Bem-vindo a/à”. Vimos que aopção por “a” ou “à” depende do nome que vem a seguir. Em “Bem-vindo a Santos”, “Bem-vindo a Campinas” ou “Bem-vindo a Fortaleza”, por exemplo, nada de acento grave no “a”, por uma razão muito simples: Santos, Campinas eFortaleza não pedem o artigo “a”.

Ninguém nasce ou vive “na Santos”, “na Campinas” ou “na Fortaleza”. Já em “Bem-vindo à Bahia” ou “Bem-vindo à Itália”,o acento é obrigatório, visto que “Bahia” e “Itália” exigem o artigo. Ninguém diz que nasceu ou vive “em Bahia” ou “emItália”; o que se diz é “na Bahia”, “na Itália”. Pode-se concluir, então, que com nomes de cidades nunca se usa artigo?

Devagar com o andor! Ninguém diz que gostou dos monumentos “da” Roma, que gostaria de morar “na” Paris ou que seapaixonou “pela” Santos, mas basta adjetivar o nome da cidade para que o artigo surja naturalmente: “Ela sempre diz quegostaria de ter vivido na Roma antiga”; “Todos se deixam seduzir pela charmosa Paris”; “Não há quem não se apaixonepela encantadora Santos”.

Então vamos ao que interessa: ocorre crase antes dos nomes de cidades? Nunca? Sempre? Vamos devagar. De início, ébom (re)lembrar que crase significa “fusão”, “mistura”. Em gramática, quando se pensa em crase, pensa-se na fusão dapreposição “a” com um segundo “a”, que, na maior parte dos casos, é artigo feminino. Pois bem. Ocorre crase em “Quemtem boca vai a Roma”? Não. Há apenas um “a”. Esse “a” é preposição, regida pelo verbo “ir” (“ir a algum lugar”). Como jávimos, “Roma” não pede artigo: “Moro em Roma”, “Venho de Roma”, “Sou apaixonado por Roma” etc.

Alguém pode achar que em “Vou a Roma” é possível subentender a palavra “cidade”, o que justificaria o acento indicadorde crase. Não é possível isso. Se fosse, você certamente já teria ouvido alguém dizer que o fato ocorreu “na Roma” ouque saiu “da Roma” debaixo de chuva. Se não se diz “na Roma”, “da Roma” ou “pela Roma”, ou seja, se não sesubentende a palavra “cidade” nesses casos, por que é que se vai subentendê-la única e exclusivamente quando se usa overbo “ir”?

Moral da história: quem tem boca vai “a Roma”, “a Paris”, “a Praga”, “a Belém”, “a Manaus”, “a Guaratinguetá”, “aCampinas”, “a Petrópolis”, “a Santos”, “a Americana”, “a Fortaleza” etc. Vai e deixa em casa o acento indicador de craseno “a”. Note que, em nenhum desses casos, o nome da cidade foi adjetivado. Como já vimos, a coisa muda quando issoocorre: “Vou à bela Roma”, “Ela sempre vai à charmosa Paris”, “Vou à pacata Guaratinguetá”, “Vamos à ensolaradaFortaleza” etc. Por quê? Porque, como já vimos, nesses casos surge o artigo: “Moro na bela Roma”, “Gosto da charmosaParis”, “Nasci na pacata Guaratinguetá” etc.

Depois de tudo isso, podemos concluir que sempre ocorre crase quando o nome da cidade vem adjetivado? Não, nãopodemos chegar a essa conclusão. É preciso lembrar que crase significa “fusão”. Se não houver a preposição “a”, nadade crase: “Conhecer a bela Roma faz bem à alma”; “Descubra a charmosa Paris”; “Visite a pacata Guaratinguetá”.Percebeu? Os verbos “conhecer”, “descobrir” e “visitar” não pedem preposição; o “a” em questão é apenas artigo.

Até segunda. Um forte abraço.

MARCIO R SILVA 10/10/2011 11:08Regra prática para identifiacar o uso ou não da crase diante dos nomes de cidades: " Quando venho venho DA, quando vou craseio o A; Quando venho venho DE,quando vou crase pra que ?

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