Post on 20-Jul-2015
• A dimensão social e política da cultura dos anos 30 do
século XX marcou particularmente a intensidade nos
estados totalitários.
• As ditaduras tinham o objetivo de colocar a cultura ao
serviço do poder, procurando assegurar que a
criação inteletual contribuísse eficazmente para a
construção da "ordem nova" que defendiam.
Uma arte propagandística
• Os bolcheviques começaram a encarar as pesquisas estéticas
como expressão do individualismo burguês.
• Missão da arte, literatura e cinema: exaltar as conquistas do
proletariado e contribuir para a educação das massas, o que
implicava a utilização de uma linguagem básica, acessível
para os mais humildes. Para isso utilizam a linguagem do
realismo.
• O regresso à arte figurativa e ao realismo literário serviu para demonstrar os ideais políticos do regime.
• O vanguardismo russo desvaneceu-se, abafado por um rígido controlo estatal, que se oficializou em 1932.
• Em abril do mesmo ano, o Comité Central do Partido Comunista obrigou os trabalhadores criativos soviéticos a agruparem-se em “uniões de criadores”, de acordo com a sua atividade (arquitetos, escritores e artes plásticas).
• A ninguém era permitido exercer a sua atividade fora destas associações que estabelecem os parâmetros a seguir.
RÚSSIA
• A arte oficial adotou o realismo socialista (arte oficial, definida por
Andrei Jdanov, em 1934, como a descrição da realidade na sua
dinâmica revolucionária, dirigindo-se às massas e tendo como
objetivo suscitar a sua adesão ao regime).
• O realismo socialista procurou refletir a alegria e o optimismo da
nova sociedade, o seu vigor e a sua dinâmica revolucionaria, a
excelência dos seus dirigentes.
• Nas artes plásticas, os temas ficam limitados à pintura histórica, às
cenas que evocam o mundo socialista ou ao retrato que exalta os
lideres do regime.
• A propaganda cultural estruturou-se da mesma forma.
• Foi criada a Câmara da Cultura do Reich, que adota uma política extremamente antimodernista.
• Obras vanguardistas foram retiradas dos museus e foram destituídos do seu cargo os conservadores que se identificavam com as novas correntes.
• A criação artística, posta ao serviço do nacional-socialismo, empenhou-se em exaltar o valor da raça ariana, a força e a felicidade protagonizados pelo novo regime.
ALEMANHA
• O fascismo italiano limitou-se a proteger os artistas que lhe
eram favoráveis.
• Não existiam instituições oficiais de controlo, e o poder
apenas exigia que não fossem postos em causa os pilares da
ordem fascista.
ITÁLIA
• Em todos os regimes totalitários, a arquitetura torna-se uma
expressão de feição neoclássica e de dimensões grandiosas,
imponente, de modo a transmitir poder e estabilidade.
O Campo do Zeppelin, em Nuremberga, onde o Partido Nazista
realizava seus congressos Torres Flak como esta em Hamburgo foram
construções comuns dos nazistas na
Alemanha e na Áustria.
• Também a prática desportiva cedo deixou de ser uma atividade de
lazer descomprometida para dar lugar a manifestações de afirmação
nacionalista.
• Utilizado para fins propagandísticos.
• Atleta: serviu de modelo ao homem novo, vigoroso, disciplinado e
combativo que os estados totalitários se esforçaram por criar.
A POLITIZAÇÃO DO Desporto
• Mas mesmo nos países democráticos ocorreu o mesmo fenómeno…- As competições passaram a ser internacionais, para estabelecer a comparação entre atletas de vários países.- Os eventos nacionais desportivos suscitavam sentimentos fortemente nacionalistas.- Os atletas utilizavam equipamento diferenciado, os resultados apareciam nos quadros, a bandeira a ser hasteada e o som do hino quando um atleta vencia uma competição transformava a vitória dele na vitória de toda a nação.
Os Jogos Olímpicos de Berlim, 1936
• Foram cuidadosamente encenados para
demonstrar a superioridade do atleta ariano e
do regime nazi.
• Foi criado o Departamento Cinematográfico
das Olimpíadas para que não fosse transmitido
nenhum incidente desejável ou um momento
importante dos atletas negros.
• Hitler sonhava com os Jogos Olímpicos como
um momento da vitória da sua nação.
Os Jogos Olímpicos de Berlim, 1936
O único problema com que Hitler não contava, e
que não o deixou muito satisfeito, foi o
protagonismo de Jesse Owens. O atleta negro
americano ganhou quatro medalhas de ouro.
Hitler recusou-se a cumprimentá-lo depois da
entrega das medalhas, o que foi considerado pela
imprensa americana uma «falta de cortesia
internacional». A sua vitória foi usada pelos
americanos para provar que a democracia
funcionava e o êxito não se baseava na cor mas
sim nas capacidades.