Post on 07-Feb-2019
À descoberta da Geologia
e dos recursos geológicos
de Vila Pouca de Aguiar
PEDREIRAS BRITANTEROS E OLIVEIRA E RODRIGUES
Na região de Vila Pouca de Aguiar há importantes pedreiras de
granito, explorado para rocha ornamental e para inertes, razão pela
qual é designada por
“Capital do granito”.
As pedreiras mais importantes para rocha ornamental localizam-se
no granito de Pedras Salgadas. Nesses locais, este granito apre-
senta fraturas muito espaçadas, que tornam viável a obtenção de
blocos de grandes dimen-
sões, com cor e textura
homogénea.
CASTELO DE AGUIAR DE PENA
O Castelo de Aguiar da Pena, também conhecido por Castelo de
Aguiar, localiza-se junto das povoações de Pontido e de Castelo,
pertencentes à freguesia de Telões do concelho de Vila Pouca de
Aguiar. Em posição dominante sobre um penedo granítico no
flanco este da serra de Alvão, liga-se
à Reconquista cristã da península Ibérica tendo sido “cabeça” das
terras de Aguiar em tempos medievais.
Trata-se de um antigo castelo roqueiro, em estilo românico, domi-
nado por du-
as torres: uma a
norte, de plan-
ta retangular, ligada
por uma cortina
semicircular a outra,
a sudeste.
Esta construção está assente no alto de uma imponente bola de
granito, designado como granito de Vila Pouca de Aguiar ou de
Telões, de grão mais grosseiro do que o de Pedras Salgadas.
Em consequência de
uma intervenção
recente está facilitado
o acesso ao monu-
mento, tendo-se ins-
talado, no ponto mais
alto, um miradouro de
onde se vislumbra
uma panorâmica
abrangente sobre toda a bacia de Telões e diversos aspetos da
morfologia granítica.
Pedreira Britanteros
Pedreira Oliveira e Rodrigues
Orientado por:
Elisa Gomes
Lisa Martins
Patrícia Machado
18 de Julho
Nas zonas mais fraturadas é comum a ocorrência de alteração da
cor do granito dando origem a zonas enrubescidas (avermelhadas)
e muito partidas, por vezes, com nascentes associadas que apenas
permite a exploração de inertes. A exploração de granito para pro-
ducao de granito ornamental é a atividade mais importante. Dados
de 2010 apontam para uma produção de cerca de 1 milhão de tone-
ladas com um valor na pedreira na ordem dos 12 000 000 €. Exis-
tem ainda as mais valias resultantes da transformacão e todas as
atividades económicas a montante e a jusante da produção, tornan-
do este recurso geológico um importante fator de desenvolvimento
regional e nacional (Sousa, 2013).
Referências Bibliográficas:
- Pereira, E. (2000). Carta Geológica de Portugal (Coord.) – folha 2 – 1:200
000.
- Folheto Vitaguiar—O Ouro Romano de Trêsminas.
-http://www.espigueiro.pt/reportagem/6512bd43d9caa6e02c990b0a82652dca.html (16-07-2013) - Sousa, L. (2013) (Coordenação) Os granitos de Vial Pouca de Aguiar como factor de desenvolvimento regional: uma abordagem multidisciplinar. UTAD.
Pedreira Britanteros– numa zona muito
fraturada
ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO
A região de Vila Pouca de Aguiar apresenta grande importância e
diversidade em termos de recursos geológicos, sendo explorado o
granito como rocha industrial e ornamental, os minérios metálicos
e as águas minerais e termais.
A geomorfologia da região é marcada pelo extenso vale que se
alonga desde Vila Real, passando por Vila Pouca de Aguiar até
Chaves. Este extenso vale está ladeado a oriente pela Serra da
Padrela e a ocidente pela Serra do Alvão, esta última de constitui-
ção exclusivamente granítica. A formação do vale e das encostas
que o ladeiam deve-se a movimentação relativamente recente da
falha Penacova-Régua-Verin, de orientação NNE-SSW.
Nesta saída de campo propõem-se oito paragens onde são obser-
vados alguns dos aspetos geológicos relevantes da região de Vila
Pouca de Aguiar.
Itinerário:
1- Santuário da Nossa Sra. da Conceição
2– Guilhado
3 – Minas de Jales
4 – Tresminas
5 – Parque de Pedras Salgadas
6—Pedreira Britanteros
7—Pedreira Oliveira e Rodrigues
8—Castelo de Aguiar da Pena
TRESMINAS E MINAS DE JALES
As Minas Romanas de Tresminas são um dos mais importantes con-
juntos de arqueologia mineira da época romana. Foi durante o reina-
do de Augusto (27 a.C. - 14 d.C.) que se iniciou a exploração mineira
sistemática de Tresminas e do Campo de Jales, a qual se prolongou
até à segunda metade do séc. II d.C. Tudo indica que a sua explora-
ção regular cessou, o mais tardar, na época de Sétimo Severo (193 -
211 d.C.).
Explorava-se ouro em
explorações a céu
aberto, de que são
exemplo as impressio-
nantes cortas de Três
Minas: Ribeirinha
(maior dimensão),
Covas e Lago Peque-
no (menor dimensão).
O território do distrito mineiro romano estendia-se por uma área mais
vasta cujo centro era constituído pelos campos de exploração minei-
ra de Tresminas e Campo de Jales, mas que englobava também
terrenos de cultivo para abastecimento próprio. Eram necessários
grandes quantidades de madeira, tanto como material de construção,
como de combustão, em forma de carvão vegetal, para fins metalúr-
gicos. Além disso, havia ainda a indústria do granito para a fabrica-
ção de mós, blocos de moinhos de pilões, etc.
Na área do distrito mineiro romano de Tresminas e Campo de Jales,
produzia-se, além do ouro e da prata, o chumbo. A mineralização
está associada a veios e
filões de quartzo que atra-
vessam os xistos paleo-
zóicos e no Campo de
Jales intruem xistos e
granitos. Além da ganga
(quartzo), os filões mine-
ralizados possuem tam-
bém sulfuretos, tais como:
pirite, arsenopirite e gale-
na com prata. O ouro ocorre de várias formas: nativa (incluído nos
sulfuretos) ou associado à prata, sob forma de uma liga natural
(electrum).
PARQUE DE PEDRAS SALGADAS
As nascentes de águas minerais e/ou
termais estão também controladas
pela falha Penacova-Régua-Verin, cujo
alinhamento é marcado por várias
ocorrências: Pedras Salgadas; Vidago,
Chaves, entre outras.
No pólo hidromineral de Pedras Salga-
das, as
águas minerais são bicarbonatadas
sódicas e gasocarbónicas e a sua
emergência ocorre na interceção da
falha principal Penacova-Régua-Verin
com fraturas perpendiculares a esta
estrutura.
Já no tempo dos Romanos tanto os
recursos metálicos, como as águas
termais eram conhecidos e explorados.
Corta da Ribeirinha
SANTUÁRIO DA NOSSA SRA. DA CONCEIÇÃO
O miradouro da Nossa Sra. da Conceição situa-se na base da
Serra da Padrela e deste é possível a observação de toda a vila
de Vila Pouca de Aguiar, situada a montante da Bacia de Te-
lões. A localização do
miradouro permite, tam-
bém observar a Bacia
das Pedras Salgadas e a
Serra do Alvão.
GUILHADO
Em Guilhado pode observar-se a paisagem granítica típica, com
caos de blocos.
Nesta zona, aflora
o granito da Gra-
lheira, de duas
micas, sintectóni-
co, de grão médio
a grosseiro.
Excerto da folha 2 da carta geológica de Portugal (escala 1:200.000)
(adaptado de Pereira, 2000) com localização das paragens a visitar.
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3
2
7
6
5
1
8