A Gente 510

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o povo que ganha 510 reais, embora divino segundo Cristo, é desprezado pelas elites brasileiras

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A Gente 510

1. 510 2. Gente 3. A

4. Oposição a Todo A 5. Patrícios, Nobres, Burgueses

6. Down, The High Society 7. Confronto 8. Com-Frente

9. Organização a Oposição 10. Opondo a Organização

Vitória, quinta-feira, 04 de março de 2010. José Augusto Gava.

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Capítulo 1 510

O salário mínimo no Brasil chegou a R$ 510,00

(quinhentos e dez reais) em janeiro de 2010 (antes de Lula era decretado em primeiro de maio, dia do trabalhador – acho que como zombaria).

MÍNIMO SALÁRIO (e já foi sonho, em 1917) Novo Valor Salário Mínimo 2010 – R$510,00

22, dezembro, 2009

O Presidente Luís Inácio Lula da Silva, junto com o Ministro do Planejamento (Paulo Bernardo) definiram neste final de tarde de terça-feira,

22/12/2009, o novo valor do salário Mínimo. O novo salário, que passa a valer a partir do mês de janeiro de 2010

(recebimento em fevereiro) é de R$510,00. Apesar da proposta inicial de aumento do salário fosse para R$507,00, Lula e Bernardo decidiram aumentar para R$510,00 até para facilitar a vida dos

aposentados na hora do saque do benefício. Este novo valor do benefício custará ao governo cerca de 4,6 bilhões a mais

nas contas da Previdência. A HISTÓRIA DO SM (salário mínimo, sado-masoquismo: sadismo de quem paga, masoquismo de quem aceita receber)

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07/03/2008 - 09h39 SALÁRIO MÍNIMO

Valor corresponde à renda de 28,1 milhões de brasileiros Manuela Martinez*

Instituído pelo presidente Getúlio Vargas através do decreto-lei 2.162 no dia 1º de maio de 1940, o salário mínimo foi reajustado em 9,21% e passou para

R$ 415,00 desde 1º de março de 2008.

Oficialmente definido como a "remuneração mínima devida a todo trabalhador adulto, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e

capaz de satisfazer, em determinada época e região do país, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e

transporte", o mínimo é a renda de 28,1 milhões de brasileiros, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2006.

No Brasil, o salário mínimo começou a vigorar dois meses após a publicação

do decreto-lei, em 1º de julho de 1940, com uma curiosidade: os valores eram diferenciados em muitos Estados. Quase sete décadas depois, alguns

Estados, como São Paulo, mantêm a tradição do piso regional. Até a decisão tomada pelo presidente Vargas, os patrões e os trabalhadores não tinham uma referência salarial para negociar os seus contratos e os acordos eram

feitos de forma coletiva ou individual.

Entre 1994, quando aconteceu o lançamento do Plano Real, e 2008, os maiores reajustes nominal e real do salário mínimo aconteceram justamente

em 95. Na época, o mínimo foi fixado em R$ 100, o que representou um reajuste nominal de 42,9% e real de 22,6%. (A diferença entre nominal e

real, no caso, é que neste último está descontado o valor da inflação.) No sentido inverso, o menor ganho nominal foi em 1999, quando o mínimo passou para R$136,00 (reajuste de 4,6% em relação ao ano anterior).

Apesar de estabelecer, pelo menos em seu conceito, que o mínimo deve

suprir as necessidades mensais de um trabalhador, o valor fixado pelo governo está muito aquém da realidade brasileira. Um estudo feito pelo

Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) revela que, para cumprir a sua função social, o valor do salário

mínimo deveria ser de R$ 1.924,59 (valor de fevereiro de 2008).

Gastos adicionais Para os milhões de brasileiros que recebem um salário mínimo por mês, a maioria no mercado informal, o aumento nominal (R$ 35 a mais em relação

ao valor anterior) é pequeno. No entanto, quem utiliza o mínimo como indexador em muitos pagamentos trabalha com uma outra realidade.

É o caso do governo federal, por exemplo. O novo mínimo representará um

gasto adicional de R$ 7,455 bilhões somente este ano porque o piso é a referência para o pagamento de 17,1 milhões de aposentados e pensionistas da Previdência Social e, também, é utilizado nos cálculos para o pagamento

do seguro-desemprego e do abono salarial do PIS/Pasep.

Datas retroativas

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Um acordo entre as lideranças políticas com representatividade no Congresso Nacional também mudou a data de reajuste do salário mínimo que,

tradicionalmente, acontecia no dia 1º de maio. Nos últimos três anos, o reajuste foi antecipado em um mês para que, em 2010, o trabalhador

comece o ano com uma nova referência salarial.

Para muitos historiadores, o embrião para a implantação do salário mínimo no Brasil tem uma data: 1917, durante o governo Wenceslau Braz, quando

aconteceu o primeiro grande movimento grevista no país. Na época, os operários, que paralisaram completamente São Paulo, apesar da forte repressão, reivindicaram direitos e melhores condições de trabalho e

reajuste salarial. O que surgiu como sonho em 1917 transformou-se em realidade em 1940 e se mantém até hoje.

Como o dólar está na relação com o real na base de 1,78/1,00 o valor atual do salário mínimo chega a quase 300 (287) dólares, o que é considerado alto em termos das insuficiências históricas passadas, imagine só.

O SM foi no governo Getúlio Vargas planejado para manter uma família de quatro pessoas por um mês, só o homem trabalhando; com o tempo a mulher foi forçada a sair de casa para “complementar renda” e depois os filhos também, de modo que hoje se fala nos financiamentos de casa em “renda familiar”.

AS CLASSES NO BRASIL E OS PERCENTUAIS (entendi no modelo pirâmide que eram cinco, mas não são enquadradas assim) – mesmo na crise sempre haverá ricos.

E D C B A miseráveis pobres médios médio-altos ricos

Vejo miseráveis e pobres nos ônibus do TRANSCOL

(transporte coletivo, criado no governo Max Mauro por Albuíno Azeredo, engenheiro, secretário, depois governador), sistema de transporte da Grande Vitória.

A menos que você pegue o coletivo no terminal quase sempre andará em pé. Mesmo lá há duas filas, uma para o ônibus prestes a sair (muitas vezes essa fila tem mais de 50 pessoas, quando a carga sentada é de 42) e outra para o que entrará a seguir em 15 ou 20 ou 25 minutos. As pessoas vivem correndo nos terminais, seus horários são apertadíssimos e vão ao serviço de segunda a sexta, pelo menos, mais constantemente segunda a sábado, meio horário, exceto nos governos, onde cumprimos só de segunda a sexta.

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Vão trabalhar em troca de pouco mais do mínimo, o menor valor aceitável, e isso com vários sonhos, por exemplo, o de comprar carro (muito usado) e construir a casa própria numa invasão qualquer. Dizem que todo mundo ganhando mais de 700 ou 800 reais pode adquirir um automóvel no Brasil e é com que sonham os pobres.

POPULAÇÃO E AUTOMÓVEIS (tudo em milhões; contando todos os veículos, vamos usar 50 milhões para dar conta com zeros; faça as contas fracionárias)

POPULAÇÃO AUTOMÓVEIS RELAÇÃO 200,0 50,0 4/1

Brasil é o 5º maior mercado de automóveis do mundo By Mendes

No período compreendido entre janeiro e outubro de 2009, foram

comercializados mais de 51 milhões de automóveis no planeta, sendo que, desse total, o Brasil ficou com quase 2,5 milhões de unidades, o que

representa algo como 5% do mercado mundial de veículos.

O Brasil já superou países como França, Itália e Inglaterra em termos de

volume de vendas de automóveis, colocando-se como o quinto maior mercado mundial, atrás apenas de Alemanha, Japão, Estados Unidos e China.

ninguém fala em produzir carros pequenos (BB1, da Peugeot)

realmente pequenos, como ou menor que esse

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Anexo:Lista de estados do Brasil por frota de veículos Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Esta é uma lista de estados do Brasil e suas capitais por frota de veículos,

ou seja, o número total de veículos (carros de passeio, caminhões, caminhões-trator, camionetes, micro-ônibus, motocicletas, motonetas,

ônibus, tratores de rodas) elaborados em uma lista.[1]

Posição Estado Frota de Veículos Capital Frota da

Capital

1 São Paulo 18.939.993 São Paulo 6.105.954

2 Minas Gerais 6.287.476 Belo Horizonte

1.205.415

3 Paraná 4.725.782 Curitiba 1.181.551

4 Rio Grande do Sul 4.445.475 Porto Alegre 666.854

5 Rio de Janeiro 4.110.967 Rio de Janeiro

1.932.327

6 Santa Catarina 3.098.407 Florianópolis 239.520

7 Goiás 2.155.893 Goiânia 796.985

8 Bahia 1.995.145 Salvador 589.687

9 Pernambuco 1.536.928 Recife 444.246

10 Ceará 1.461.477 Fortaleza 636.464

11 Espírito Santo 1.141.429 Vitória 151.226

12 Distrito Federal 1.138.005 Brasília 1.138.005

13 Mato Grosso 1.032.691 Cuiabá 236.989

14 Mato Grosso do Sul 868.788 Campo Grande

354.371

15 Pará 824.804 Belém 258.800

16 Maranhão 645.742 São Luis 213.391

17 Rio Grande do Norte

639.612 Natal 251.274

18 Paraíba 599.889 João Pessoa 200.995

19 Piauí 488.347 Teresina 240.395

20 Rondônia 480.359 Porto Velho 131.493

21 Amazonas 464.972 Manaus 400.615

22 Alagoas 378.981 Maceió 182.540

23 Sergipe 367.849 Aracaju 183.852

24 Tocantins 345.713 Palmas 94.887

25 Acre 126.487 Rio Branco 91.325

26 Roraima 107.378 Boa Vista 96.956

27 Amapá 97.547 Macapá 80.322

- BRASIL 58506136 Brasília 1.138.005

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Na realidade há famílias que tem dois, três, quatro, cinco ou mais carros. De três a cinco vi vários quintais cheios tanto em Morada de Camburi, onde morávamos em Vitória, quanto em Parque Jacaraípe, onde moramos na Serra. De modo que a relação é muito mais desfavorável que isso. Como está posto na cartilha 100 Cavalos Puxando 1, automóvel é desperdício com base em 1 % de eficiência; assim sendo, todos os lugares que sobram nos automóveis são superocupados nos ônibus. Como sobram três lugares nos carros e faltam (só para dar conta com zeros) 42 nos ônibus, isso daria (42/3 =) 14 carros nas ruas, não admirando nada os engarrafamentos que fazem desperdiçar milhões de litros de gasolina, álcool e óleo diesel todos os dias nas grandes cidades.

Enquanto isso os pobres e miseráveis carregam uma carga enormemente mais pesada do que seria o suficiente da inteligência e da bondade – é aquilo que denominei SOBRETRABALHO, o superesforço desnecessário.

POR BAIXO, com metade da gente toda poderíamos fazer o dobro ou multiplicar o bem-estar por seis, sem fazer quase nenhum esforço de pensar realmente o que é o melhor. Pensando a fundo podemos chegar com extrema economia e juízo a 10 vezes isso, ou seja, 60 vezes o que temos hoje, poupando a Natureza muito mais e conservando muito mais vidas não-doentes.

Capítulo 2 Gente

“Eu sou gente” tem no linguajar do povo o sentido de

necessidade de respeito e consideração; e dizer “sou muito gente” significa excelsa garantia de dignidade.

Nesses sentidos é que as elites deveriam bem-cuidar de seus povos em todos os países.

AS OPORTUNIDADES PERDIDAS PELAS ELITES BURGUESAS CAPITALISTAS (perdidos, perdidos, todos perdidos – os sacanas produziram um monte de mostruosidades)

AMBIENTES ESTIMATIVA cidades-municípios 300 mil

estados quatro mil nações 200 mundo (funcionando organicamente, nem um ainda)

Quantas oportunidades desperdiçadas! Quanta grandeza reduzida! Quantas chances de promover uma explosão humana de felicidade!

Em comparação com todas essas promessas, o que vemos são pessoas em bairros de lata, em mangues, em favelas de morro e várzea – as preciosas obras de i Deus-Natureza apodrecendo em vida, corroídas de pústulas, com doenças curáveis variadíssimas, com eczemas, com fome, sem educação, sem consciência das belezas do universo (veja a cartilha A Imensa Riqueza Nossa). Como as pessoas podem esperar obter o perdão de i Deus-Natureza para

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essas nossas sandices coletivas e individuais? São indivíduos-lata, indivíduos-mangue, indivíduos-favela que nos diminuem a todos ao terem sido diminuídos.

Com tudo que têm de lindo aqueles documentários sobre as belezas dos animais (fico fascinado) do National Geographic, do Discovery e outros canais, ninguém passa documentários e investigações visuais das condições HUMANO-degradadas (e não subumanas, pois são humanos em condições humano-degeneradas) a que é submetido esse povo.

Racionalizam os idiotas dizendo que “eles aceitam tudo”, sem lembrar que pela curva do sino 50 % sempre vão ser arrastados à aceitação.

Os pobres e miseráveis andam com “aquelas caras” de quem nada espera do futuro, com o tabu do suicídio (seria a revolta perfeita, os meios de fugir à opressão) e as responsabilidades que todos temos para com aqueles dos quais gostamos. O amor é armadilha e ficamos presos.

O AMOR É COMO UM LAÇO (diz Djavan) Faltando um Pedaço

Djavan

O amor é um grande laço, um passo pr'uma armadilha Um lobo correndo em círculos pra alimentar a matilha

Comparo sua chegada com a fuga de uma ilha: Tanto engorda quanto mata feito desgosto de filha

O amor é como um raio galopando em desafio Abre fendas cobre vales, revolta as águas dos rios

Quem tentar seguir seu rastro se perderá no caminho Na pureza de um limão ou na solidão do espinho

O amor e a agonia cerraram fogo no espaço Brigando horas a fio, o cio vence o cansaço

E o coração de quem ama fica faltando um pedaço Que nem a lua minguando, que nem o meu nos seus braços

A QUADRIGA DA PERMANÊNCIA amor responsabilidade

doação (chamado altruísmo) tabu do suicídio Com isso vamos correndo em círculos.

Capítulo 3 A

OS PELEGOS QUE DÃO CONFORTO AO CAVALEIRO E FAZEM O CAVALO SOFRER MENOS

A, ricos

CAVALEIROS

B, médio-altos

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C, médios

PELEGOS

D, pobres

CAVALOS

E, miseráveis

Como e porque as pessoas se justificam desse serviço horroroso de serem para uns suporte e para outros peso e aflição como a classe média? Eles dizem que é “para educar os filhos”, é a “luta pela sobrevivência”, é “sobreviver com dignidade” e assim por diante inumeráveis justificativas ou racionalizações. Chamei isso de lutar pelo “uísque das crianças”.

SERIA INTERESSANTE PESQUISAR AS JUSTIFICATIVAS DO PELEGUISMO

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Cada um dará uma resposta, seja pensada por si ou copiada de outros; quase ninguém será capaz de dizer que pensa em si, nos filhos, nos pais, na esposa, nos amigos, nos colegas e que se danem os outros.

O CÍRCULO DAS NECESSIDADES A ATENDER ( raio do ego em volta do umbigo d’eu)

Quando sobra dinheiro as pessoas são relativamente

“altruístas”, quer dizer, partilham em certa medida, mas se sobrevém as dificuldades elas puxam as cordinhas e atendem só aos muito próximos, no fim a si mesmos. A psicologia da negação é das mais extraordinárias existentes.

EXTRAORDINÁRIAS PSICOLOGIAS 1. a do pelego; 2. a da contração da utilidade (chamada acima

“psicologia da negação”). Há muitas outras áreas de interesse, mas os

psicólogos estão perdidos no favorecimento do capitalismo (que lhes paga o salário, afinal de contas). Não há ninguém orientando a tais pesquisas em favor do povo, análises que realmente choquem os dirigentes e os dirigidos, que restituam a dignidade aos povelites, que combatam as decisões erradas da Classe A.

Capítulo 4 Oposição a Todo A

Eu mesmo sou revolucionário ou gosto de pensar que

sou. Sinto-me assim, verdadeiramente. Não tive arroubos, não me projetei na política, não participei de reuniões de partidos (embora tenha entrado em alguns: PT, PCdoB, PSOL e PSB, sucessivamente, sempre na expectativa de que de fazerem algo de significativos nos governos), não me fiz de revolucionário-público, não procurei nem aceitei cargos.

Esperei 40 anos antes de acreditar ter minhas armas e meus escudos e na possibilidade da luta.

Nem todo A é ruim, há gente boa em todo lugar, assim como há gente ruim espalhada em todas as classes. Contudo, a oposição a todo A contestará os ruins e fará os bons pensarem em mudar de lado, pois a revolução (como eu disse desde bem cedo) não vem do povo, vem das elites. Não são os pobres que fazem revolução, são os ricos, os detentores de informação ou dinheiro ou ócio ou qualquer coisa sobrante.

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Capítulo 5 Patrícios, Nobres, Burgueses

A PINTURA DA EXPLORAÇÃO (ato permanente de explorar; embora mude a forma, o conteúdo é o mesmo, a desconsideração para os “de fora”)

patrícios

nobres

capitalistas

Capítulo 6 Down, The High Society

BAIXA, A ALTA SOCIEDADE (cantelis, Elis, a Regina)

Alô, Alô, Marciano Rita Lee e Roberto de Carvalho

Alô, alô, Marciano

Aqui quem fala é da Terra Pra variar, estamos em guerra Você não imagina a loucura

O ser humano ta na maior fissura porque

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Tá cada vez mais down o high society

Down, down, down O high society

Alô, alô, marciano

A crise tá virando zona Cada um por si todo mundo na lona

E lá se foi a mordomia Tem muito rei aí pedindo alforria porque

Tá cada vez mais down o high society

Down, down, down O high society

Alô, alô, marciano

A coisa tá ficando russa Muita patrulha, muita bagunça

O muro começou a pichar Tem sempre um aiatolá pra atolar Alá Tá cada vez mais down o high society

Down, down, down

O high society

Alô, alô, marciano Aqui quem fala é da Terra

Pra variar, estamos em guerra Você não imagina a loucura

O ser humano ta na maior fissura porque Tá cada vez mais down o high society

Down, down, down

O high society A PIRÂMIDE DO APROVEITAMENTO

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é só mudar para presidente, políticos, capitalistas, escritores-artistas,

militares, pequeno empresariado, operários, miseráveis

A alta sociedade é muito baixa, daí ser necessário um

livro especial-seqüencial documentando os meios pelos quais enriqueceram os ricos de antes e de agora. J. Barbalhão chegou a ter terras que ultrapassam em km2 as áreas de muitos países.

AS TERRAS DO BARBALHÃO (na relação de 100 há por km2 250 mil ha são 2.500 km2; uma das “pequenas”, de 16 mil ha teria 160 km2)

O Pará não quer o latifúndio de Daniel Dantas. Quer o quê? Lúcio Flávio Pinto *

No mês passado, duas entidades patronais da agropecuária paraense

premiaram a Agro Santa Bárbara, do banqueiro Daniel Dantas. A Federação da Agricultura e Pecuária do Pará concedeu-lhe o mérito agropecuário e a Associação Rural da Pecuária o título de pecuarista do ano. As honrarias

surgiram na contramão da execração nacional ao dono da Santa Bárbara e do banco Opportunity, envolvido em numerosos crimes de colarinho branco,

além de trapalhadas políticas.

Mas se o baiano Daniel Dantas se amoldava como luva ao papel de vilão financeiro do Brasil e um dos homens públicos mais poderosos do país,

graças, em grande medida, a essa vilania desenfreada, no Pará ele se tornou merecedor do reconhecimento das chamadas entidades de classe. A Faepa e a ARPP arrolaram, dentre as razões para as homenagens prestadas a Dantas, o fato de a Agro Santa Bárbara ser "a maior criadora de bovinos do mundo", mantendo 523 mil cabeças em 500 mil hectares de pastos distribuídos em 15

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dos 143 municípios paraenses. No ano passado esse rebanho rendeu um abate de 110 mil bois.

Além disso, a empresa planta cana em áreas degradadas, maneja matas

nativas produz energia verde, faz reflorestamento e organiza loteamentos imobiliários, segundo o anúncio de página inteira das premiações. Para desenvolver projetos de alta tecnologia, é ela que mais faz inseminação

artificial no mundo, cobrindo 42 mil fêmeas. Já investiu 1,5 bilhão de reais nesses negócios, que criaram 12 mil empregos diretos e 60 mil indiretos.

Mantém 1,6 mil funcionários com carteira assinada, e possui relação com 493 fornecedores, todos da região.

Exibidos em anúncio destacado na imprensa, esses números devem ter surpreendido os que o leram nos jornais de Belém. Até então, a Santa

Bárbara era apenas motivo de murmúrios, embora eles viessem se intensificando. Os "bem informados" garantiam que era lavagem de dinheiro

para o grupo Opportunity, que gastava a rodo, ou que materializava a associação de Dantas com Lulinha, o filho em maior evidência do presidente

Lula.

Ninguém podia indicar onde estavam as fazendas que, somadas, resultavam em meio milhão de hectares de pastos e mais de meio milhão de cabeças de gado (além do mais, numa relação - de um animal para um hectare de pasto

- desaconselhável nos frágeis solos da terra-firme do Pará). Mesmo assim, passou a ser comum para um viajante pelas estradas do sul do Estado, ao

defrontar-se com uma propriedade, receber a informação de que ela era de Dantas ou de Lulinha. Provas do domínio, entretanto, ninguém tinha.

Agora não há mais dúvida sobre uma delas, somando quase 10 mil hectares, em Xinguara. Daniel Dantas comprou-a do fazendeiro Benedito Mutran Filho,

em 2005. Mas um dia depois que as duas associações de fazendeiros exaltavam as excelências dos imóveis e premiavam seu dono, o Estado e o Instituto de Terras do Pará ajuizavam na comarca de Redenção uma ação

civil pública para reaver essas áreas. Alegaram que houve fraude e ilegalidade na transferência do patrimônio estadual ao particular.

Segundo a ação, o ato de resgate dos três aforamentos, remembrados para formar um único imóvel, concedidos pelo governo, entre 1959 e 1960, foi ilegal. A dois dias do fim do mandato do governo de Simão Jatene, a então presidente do Iterpa assinou o termo de resgate da fazenda Espírito Santo, constituída com base em dois aforamentos concedidos a Alberto Moussalem e outro a Marcolina de Seixas Rodrigues, com área de quase 10 mil hectares

(sem incluir mais quatro mil hectares de excedentes de terra apurados durante a demarcação do terreno). Através desse ato, Benedito Mutran

Filho, que era apenas detentor do domínio útil do imóvel, passaria a ser seu proprietário pleno.

O que a ação do Estado questiona é o abuso de poder por parte da então presidente do Iterpa, Rosyan Caldas Brito. O decreto que Simão Jatene

assinou, em agosto de 2006, não lhe delegava a competência para promover o resgate: apenas lhe facultava a possibilidade de propor o resgate em lugar da mera transferência do domínio útil a um novo foreiro, que seria a Santa

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Bárbara. A consumação do resgate continuava a ser ato privativo do governador. O decreto de Jatene, baixado depois que o processo ficou

estacionado nos escaninhos oficiais durante dois anos, foi redigido de uma forma a possibilitar a interpretação de que autorizava Rosyan a emitir o

resgate em seu lugar.

Além do mais, Mutran teria modificado a destinação da área, concedida pelo Estado exclusivamente para a extração vegetal, com a exploração da

castanha, que era abundante do vale do Tocantins. Dessa forma, rompeu unilateralmente o contrato. E teria enganado o governo ao vender as terras para Dantas em 2005, sem comunicar o fato e obter a autorização devida, em pleno curso do processo de resgate administrativo, requerido em 2002.

Além de todos esses fatores, mesmo que fosse legal, a consumação do resgate só poderia ser consumada com autorização federal, por exceder o

limite de autonomia do Estado, de 2.500 hectares.

A ação civil pública requer liminarmente o bloqueio da matrícula dos imóveis e a proibição a qualquer ato de transferência, alienação ou oneração das

áreas. Pede também a anulação do resgate, que considera "eivado de vícios de legalidade", devolvendo-se as terras ao patrimônio público. Dantas e Mutran passariam então, como meros posseiros, a estarem sujeitos "aos

procedimentos legais de regularização fundiária das terras públicas", além de terem que indenizar o Estado pelos danos causados ao meio ambiente.

Aparentemente, a ação foi proposta sob a pressão dos acontecimentos que escandalizavam a opinião pública nacional. A referência à aquisição, por

Dantas, de áreas do poder público paraense para a formação de um gigantesco conglomerado de fazendas, ligaria o Estado à teia de negócios escusos do banqueiro. Como de regra em suas histórias, o investimento no

Pará poderia envolver tráfico de influência e corrupção.

Convinha ao governo do PT se dissociar de pronto desse presumível mar de lama e transferir eventual responsabilidade venal à administração anterior. As aparências sugeriam alguma coisa de escuso numa transação, consumada ao apagar das luzes do governo de Jatene, depois de 12 anos de hegemonia

política tucana no Estado. A ação investe diretamente sobre o abuso de poder da presidente do Iterpa e a leniência do governo com o desvio de finalidade do imóvel e a transferência do aforamento a terceiros sem a

autorização do senhorio direto, que é o Estado. Seria a prova da omissão ou conivência do poder público com a ilicitude, que favoreceu Dantas e

Benedito Mutran?

Pelos termos da ação civil pública, sem dúvida. Mas o Estado e o Iterpa, que a promoveram, não apuraram os fatos através de sindicância ou inquérito

administrativo. É prerrogativa da administração pública rever seus próprios atos, conforme admite a peça e recomendou o procurador autárquico do Iterpa, Raimundo Nonato Barros. Assim, seria possibilitada a defesa aos

acusados e o contraditório, para provarem a verdade do que afirmassem. Se assim procedesse, o Estado podia simplesmente cancelar o resgate e só litigar na justiça se quisesse cobrar os danos causados pelo foreiro ao

patrimônio público e outras faltas. Ignorando a via administrativa, o governo vai ter que se submeter ao devido processo legal, numa demanda

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desgastante e insólita.

Embora os demandados sejam Mutran e Dantas, provavelmente eles irão pedir o depoimento da presidente do Iterpa, que poderá chamar à lide tanto

o governador Simão Jatene, que lhe delegou os poderes, quanto o então diretor do departamento jurídico do instituto de terras, Carlos Lamarão

Corrêa. O governador terá que dizer se realmente autorizou Rosyan Brito a assinar o título de aforamento ou apenas a orientou a oferecer ao foreiro a possibilidade de resgate. Lamarão reafirmará os termos do seu parecer, que

fundamentou do ponto de vista legal o direito do particular ao resgate. E estará exaurida a possibilidade de provas quanto a esse ponto da ação, a não

ser que haja alguma demonstração de proveito pessoal de alguém na operação.

Um exame mais acurado, porém, revelará a complexidade da situação. O

instituto do aforamento não foi mais previsto ("recepcionado", na linguagem forense) pelo Código Civil de 2002. É por isso que a prefeitura de Belém

orientou a partir daí os cartórios de registro de imóveis a não promover mais nenhum ato em relação aos aforamentos da capital, muito mais abundantes

no meio urbano do que na área rural. O código apenas confirmou uma tendência da legislação. O Estatuto da Terra, de 1964, já recomendava aos

órgãos agrários a extinção gradativa dos aforamentos.

Essa extinção, contudo, não podia ser feita através de um ato fulminante do poder público. Ao foreiro foi concedido o gozo perpétuo da terra aforada. Por ser um direito vitalício, esse instituto começou a provocar reações dos

que o consideravam anacrônico, em contradição com os postulados de controle estatal sobre o uso da terra transferida a particulares sob

condicionantes (como a da exploração vegetal no "polígono das castanheiras" de Marabá). A extinção devia ser processada ou na transferência do domínio

útil a terceiros, que o Estado não autorizaria, exercendo o direito de preferência na compra (chamado de comisso), ou quando o foreiro

requeresse o resgate, prerrogativa exclusiva e irrenunciável do particular.

O resgate devia ser a forma de acabar com esse instituto arcaico, que ainda incide sobre 252 imóveis no Pará, jamais resgatados (o processo de Benedito

Mutran foi o primeiro em toda história). Ao invés disso, o Estado simplesmente permitiu as transferências, como se elas não entrassem em conflito com as normas do Estatuto da Terra, que ainda é o código agrário

brasileiro. O resgate, entretanto, não é um ato automático. O foreiro precisa demarcar o seu lote e comprovar que cumpriu os termos do acordo

assinado com o poder público, que é a prática do extrativismo e o respeito à floresta.

No caso dos seus três aforamentos, Benedito Mutran Filho está inadimplente. Em primeiro lugar por ter transferido o domínio útil das terras sem consultar o senhorio, o que caracteriza uma fraude. E também por ter modificado o

uso do imóvel, da extração de castanha para a pecuária. Na ação, o Estado e o Iterpa dizem que só tomaram conhecimento do desvio de finalidade quando da vistoria dos imóveis para o resgate, em 2003. A afirmativa é risonha e franca: é público e notório que, desde a colonização da região

através da Transamazônica, os castanhais do Tocantins vêm sendo

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destruídos. Em 1987 o então ministro da reforma agrária, Jader Barbalho, comprou 250 mil hectares de castanhais e converteu seu uso para

assentamentos rurais, com a aprovação do senhorio, na época, representado pelo governador Hélio Gueiros, que até dispensou o laudêmio.

Em grandes, médias e pequenas propriedades da região, uma característica comum nas últimas décadas é a derrubada das castanheiras, hoje reduzidas ao mínimo e com perspectivas comprometidas. É que as queimadas, mesmo quando não atingem diretamente a árvore, comprometem a polinização da

flor e a frutificação pela abelha, afastada pela fumaça. Já os desmatamentos expõem a castanheira às fragilidades do isolamento,

provocando a sua queda.

No caso dos dois aforamentos, a perícia não chegou a definir claramente se a iniciativa de derrubar as castanheiras foi do foreiro ou de invasores,

estabelecendo as parcelas de cada uma das responsabilidades. Mas como o perito do Iterpa não encontrou, em 2003, um único conflito de terra na

fazenda nem a presença de um só posseiro, tudo indica que a derrubada dos castanhais foi decidida pelo foreiro. Desde 1985 ele se dedica à pecuária de corte, praticada de forma tão intensiva (14 mil cabeças colocadas sobre 9

mil hectares de pasto) que a reserva legal obrigatória representa apenas 40% da área do imóvel, quando devia ser de 50%, pelo Código Florestal, ou 80%,

segundo sua modificação posterior. Do ponto de vista ambiental, portanto, o imóvel é ilegal.

Mesmo que a definição técnica seja possível agora e ainda que o Estado

vença a demanda judicial, haverá uma situação concreta: como indenizar as benfeitorias úteis e necessárias realizadas pelo foreiro? Se nos dois imóveis atacados pela ação civil pública estão sediados alguns dos investimentos

descritos pelas duas entidades patronais que premiaram a empresa de Daniel Dantas, o valor do ressarcimento será alto.

Ainda que o governo se disponha a assumi-lo, haveria ainda outro problema: o que fazer na área? Ela parece ser produtiva para a pecuária graças ao uso intensivo de tecnologia nos pastos e no rebanho. Mas poderá ter o mesmo uso em assentamentos de pequenos produtores rurais, especializados em cultivos alimentares? O Ministério do Meio Ambiente acaba de acusar os

assentamentos do Incra como os principais responsáveis pelo desmatamento recente na Amazônia, derrubando o mito da sua auto-sustentabilidade

(sequer adequados eles são para a região).

São muitas as perguntas que a iniciativa do Estado e do Iterpa podem suscitar, provavelmente mais do que seus promotores devem ter imaginado

ao investir contra um personagem tão estigmatizado no momento. Os protagonistas podem ter suposto criar uma cena de mocinho contra bandido,

mas a complicada estrutura fundiária do Pará não autoriza campos tão claramente distintos e separados, pelo menos enquanto houver uma ordem jurídica. Mesmo a Constituição de 1988, que se propôs inaugurar uma nova

era no Brasil, com o predomínio dos direitos civis, reconheceu o direito adquirido e o ato jurídico perfeito.

A extinção dos aforamentos, que devia ter sido promovida a partir da edição

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do Estatuto da Terra, há 44 anos, foi sendo protelada por sucessivas administrações estaduais desde então. Enquanto isso, as situações

mudavam. Só que a dinâmica social não foi acompanhada pelo poder público. Ele só costuma despertar da sua letargia provocado por conflitos sangrentos ou pressões poderosas. Costuma agir por impulso imediato, de

evitar sua ligação com fatos polêmicos e lançar culpa sobre o passado. Acaba por criar problemas para o sucessor, numa das regras do serviço

público: a protelação.

03/05/2001 - Brasil : sem terra 14 Juíza manda MST sair da fazenda de Jader

A juíza Andréa Lopes Miralha deferiu ontem à noite o pedido de reintegração de posse do presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), contra os sem-terra que invadiram, anteontem, a

fazenda Chão Preto, em Aurora do Pará (250 km ao sul de Belém). Com a decisão, o comando da Polícia Militar, em Belém, definirá a

data para retirar os sem-terra caso eles não deixem a fazenda. Ontem, o acampamento já tinha cerca de mil sem-terra, segundo os líderes do movimento. Cerca de 150 integrantes do MST iniciaram a

invasão anteontem. Há uma semana, a juíza já havia decidido a favor de uma ação do

advogado de Jader, que pedia prevenção a invasões. Ele apresentou laudo do Incra, de novembro de 1996, mostrando que a fazenda

Campo Maior, invadida na época e anexada depois à Chão Preto, era produtiva.

Jader já era proprietário da Chão Preto desde os anos 80 e incorporou a Campo Maior em 98. "Atualmente, as duas fazendas

juntas têm mais de 3.000 cabeças de gado", disse Dantas. Os sem-terra afirmam que a terra é grilada e "cheia de falcatruas"

da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).(©Folha de São Paulo)

Para líder do MST, área é "cheia de falcatruas da Sudam"

Sem-terra do Pará invadem fazenda de Jader Barbalho

Cerca de 150 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram ontem, às 17h30, a fazenda Chão Preto, do presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA). A

fazenda, de 16 mil hectares, fica em Aurora do Pará (250 km ao sul de Belém). Não houve conflitos. "Vamos ocupar esta terra grilada e

cheia de falcatruas da Sudam", disse o coordenador estadual do MST Raimundo Nonato de Souza, minutos antes de quebrar a cerca da

fazenda. A área já foi a sede da Agropecuária Campo Maior, sociedade de Jader com o empresário José Osmar Borges, acusado de desviar

mais de R$ 100 milhões da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).

Em janeiro de 98, Jader comprou a parte de Borges e a Campo Maior foi incorporada à Chão Preto, já que as duas eram vizinhas. A

propriedade tem mais de 70 quilômetros de estrada, três açudes e

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pasto cultivado. Jader não quis dar declarações. Ele deve entrar hoje na Justiça de

Belém com uma ação de reintegração de posse da fazenda. Ontem, antes da invasão, ele havia ajuizado uma medida -chamada interdito

proibitório- para tentar garantir a posse da área. O interdito proibitório é uma medida que o dono de um imóvel adota

quando há ameaça iminente à posse. Com ele, pode obter uma liminar para impedir uma invasão ou outro risco à posse.

Jader estava em Belém até ontem, recebendo informações de funcionários da fazenda. Segundo Luís Terra, assessor de imprensa do presidente do Senado, a ação foi comandada por um grupo de

"profissionais da invasão".

Reforço

Outros 350 integrantes do MST caminhavam pela rodovia BR-010 (Belém-Brasília) e pretendiam chegar ao local na noite de ontem. Jader foi informado que pessoas de outras invasões teriam sido

deslocadas para a Chão Preto. No início da manhã, as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal fizeram barreiras no município. Foram apreendidos facões com

passageiros dos ônibus que chegavam para a invasão. Dois coordenadores do MST, Souza e Luiz Gonzaga da Silva, foram

detidos por cerca de quatro horas por dirigir sem habilitação. A barreira policial foi desmobilizada por volta das 10h30 por ordem do Comando Geral da Polícia Militar. Em seguida, o tenente Paulo Renato, do 11º Batalhão da PM, tentou convencer parte do grupo

que esperava pela marcha a desistir da invasão. "Vocês não podem se deixar levar por outras pessoas", disse aos sem-terra.

A articulação para invadir a fazenda começou há cerca de um mês, quando o MST chegou à região para cadastrar trabalhadores.

"Estamos ouvindo essas histórias faz tempo, mas só agora a polícia resolveu agir", afirmou o fazendeiro Edson Freire, proprietário da

fazenda Poliana, que também já pertenceu a Jader. Freire mobilizou seus funcionários para destruir uma ponte que dá

acesso à sua fazenda, caso os sem-terra seguissem para lá. Na Chão Preto, ninguém quis falar sobre o assunto, mas a

movimentação foi intensa durante toda a manhã, com carros da Polícia Rodoviária Federal no local.

Sociedade

O MST diz que a fazenda é improdutiva. Segundo Jader, relatório do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), de 96,

mostraria o contrário. As duas fazendas, antes de se transformarem numa propriedade só,

haviam sido invadidas duas vezes. A primeira invasão ocorreu na Chão Preto, em 88. Na época, Jader negociou com os invasores e

conseguiu a liberação da área. A Campo Maior havia sido invadida em julho de 1996, dois meses

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depois da mulher de Jader, Márcia Cristina Zahluth Centeno, e o ex-sócio Borges terem adquirido a fazenda em sociedade. Na ocasião, Jader também negociou com os invasores e conseguiu liberar área

pagando cerca de R$ 300 por hectare invadido. O líder daquela invasão, Antonio Leopoldino, trabalha hoje para Jader.

A invasão foi usada como argumento pelo senador para justificar o pagamento de apenas R$ 600 mil por uma fazenda que Borges comprou por R$ 1,7 milhão.(02.05.01) (©Folha de São Paulo)

Pessoas assim roubaram a coletividade e deveriam ser perseguidas até devolverem tudo, cada centavo, mesmo assim sujeitas ao julgamento pelo ato marginal à lei. Deveriam viver isoladas, pensando em seus atos malignos de anti-devoção popular, de falta de consideração total.

Os governos do mundo devem eleger no seio das forças armadas e treinar como procuradores das repúblicas e reinos gente que vá ao encalço dos bandidos. Por um lado esses agentes treinados devem saber se defender como os melhores militares do mundo; por outro lado devem estar à altura de qualquer magistrado, além de ter amplo conhecimento dos meandros governamentais, de modo a não lhes faltar nada para a conjunção no sentido das operações mais competentes contra a imoralidade atuante hoje.

Pessoas que não trabalhem honestamente, não apenas dentro da lei mas também com correção, DEVEM SER BANIDAS, devem ir para o ostracismo, seus nomes publicados e enxovalhados em toda parte.

QUEM NÃO TRABALHA E NÃO ESTUDA NÃO COME (exceto os aposentados sob muito rigor ou em casos muito especiais, segundo avaliações continuadas; regras a serem ensinadas nas escolas)

investigações

investigações redobradas, triplicadas, centuplicadas, vigilância constante – nenhum centavo deve ser desperdiçado

TODOS OS LOTEAMENTOS DO ESTADO, LEGAIS OU NÃO, DEVEM SER ABOLIDOS 1. benefícios fiscais; 2. cotas universitárias; 3. favores em ônibus; 4. filas especiais em bancos; 5. tratamento especiais em cadeias para advogados e

outros com cursos superior; 6. isenções e outras patifarias, bem como o perdão de

dividas tributárias do tipo das anistias; 7. todo tipo de favorecimento que seja desvio das

leis, as quais devem ser super-simplificadas, de modo que o povo entenda mesmo o núcleo da legislação.

Os governos devem eleger grupos para analisar caso por caso na inicial e submeter a escrutínio TODOS os casos

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passados, investigando nas casas, nas contas bancárias, nos corpos e nas mentes beneficiadas sem qualquer contemplação para com qualquer classe.

Para realmente atender a todos e cada um precisamos de cada erg de energia, de cada grama de matéria, de todo centavo, de cada esforço humano.

Capítulo 7 Confronto

AS CARTILHAS DE CORREÇÃO (as 100 primeiras e as seguintes, e depois as escolhas mais significativas para este texto)

1. 100 Cavalos Puxando 1 2. A Beleza da Desigualdade

3. A Ciberprancheta na Infossala da Arquiengenharia 4. A Confecção da Humanidade

5. A Enésima Cópia da Autenticidade 6. À Espera de G

7. A Explosão Demográfica da Língua 8. A Falência da Fécomércio Ltda. 9. A Favor do Infanticídio 10. A Festa que Mamãe Preparou

11. A Gente-Umbigo e a Empurração 12. A Morte do Infinito

13. A Nação Templária e o Processo de Globalização 14. A Nova Grade que Irá nos Prender

15. A Pedra que Voa, o Ar que Canta, o Computador que Procria 16. A Penca de Miseráveis na minha Cola

17. A Valorização da Humanidade 18. Alta Integração

19. Alternativa de Governo 20. Animuseu das Atrocidades 21. As Doenças da Humanidade

22. As Guerras da Bandeira 23. As Marcas do Herói e/ou a Morte da Liberdade

24. As Mulheres das Cavernas 25. As Névoas Apertam as Mãos

26. As Quatro ou Mais Mortes de Didier 27. Atlas da Amplaviação 28. Bicho Papão

29. Cara Metade 30. Cidade Celestial

31. Clientes do Modelo Psicológico 32. Coexistência

33. Congresso dos Oito 34. Congresso Mundial de Saúde

35. Conhecimento da Lei 36. Convivendo com os Bilionários

37. Cristo, a Pedra, a Catedral e os Pedreiros 38. Desconstruindo o Tempo

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39. Desenhando nos Degraus das Pirâmides 40. Deus Não Dá GPS às Cobras

41. Dialógica de Primeiros Autoprogramáquinas e Seus Ambientes Elementares

42. Dimensões do Fim 43. Econdomínio

44. Efervescências da Realização dos Congressos Mundiais 45. Egologia

46. Em Fração de Segundos 47. Empresa Privada

48. Escola Elementar 49. Etiqueta de Produto Psicológico

50. Eu Tinha uma Bolinha 51. Exercício de Pensamento

52. Fala Jotacê 53. Feioso Arrumadinho 54. Gestão Elementar

55. Governatório Yin-Yang 56. i

57. identidade 58. Internetescola

59. Isso é Tudo Perda de Tempo 60. Mais de um Bilhão de Carros Apontados para a Humanidade

61. Mecânica Filosófica e a Supercomplexidade 62. Microbuda na Neve

63. Minha Especial Esperteza 64. Na Época em que Eu Andava no Meio dos Super-Heróis

65. Nascer Tantos Mil Dias Morrer 66. Negrarianos

67. Noveditoria ou A Psicologia do Livro 68. Novescrever

69. Novigreja O Congresso Cristão 70. Novo Ler

71. O Descendente das Estrelas que Apareceu no meu Quintal 72. O Dimorfismo Sexual no Desenho dos Bioinstrumentos

73. O Espaço Profundo em que a Humanidade Caiu e o Tempo Desesperadamente Longo que Demoramos em Compreender

74. O Grupo Econômico de 30 Milhões de Fábricas 75. O Homem que se Recusava a se Alimentar

76. O Mundo Faz Sentido 77. O Mundo Obeso e as Reduções do Futuro

78. O Ouro de Silas 79. O Partido da Vida e a Vida Partida 80. O Quadro Universal das Religiões

81. O Que Haveis de Vestir 82. O Que Não se Vê de Riquinho Rico

83. O Suspiro da Matéria 84. OPA & OPAL ou A Organização Produtiva das Américas

85. Os Pecados e os Vícios do Garotinho 86. OS Tesouros que Encontrei Quando Andava Buscando

87. Os Vários Fins da Humanidade 88. Papai e Mamãe Tornam a se Casar ou A Falsa Separação do Infinito

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89. Portal de Arquiengenharia 90. Preço Natural e Custo Social

91. Prisioneiros das Cidades 92. Programáquinas Urbanizadoras

93. Quadralimentar 94. Quanto Riso, ó Quanta Alegria – Piadas e Defesa Masculina

95. Quem me Mastiga 96. Rua Melhor quem Rua por Último

97. Sexolatria e as Guerras de Correção da Humanidade 98. Terrai

99. Todos que Morreram em Minhas Mãos e que Depois Pacientemente Enterrei

100. Uniões Universais 101. A Imensa Riqueza Nossa

102. A Inquestionável Inteligência de Dorotéia 103. A Nave Mundo se Levanta de Saturno

104. Com os Negros à Flor da Pele 105. Espaçotempo e Psicologia 106. Estamos Nós no Universo 107. Geo-História Psicológica

108. Mapas Dialógicos do ADRN 109. Novamérica

110. Os CROM e o Campo de Batalha ou A Limpeza Étnica da Terra 111. Passando desta para Melhor ou A Terra e a Porta do Céu

112. Psicologia da Libertação 113. Sereno Fundamento Religioso Universal da República

114. Tocando π e Dando Nota ao Show 1. A Gente-Umbigo e a Empurração 2. A Valorização da Humanidade

3. Cidade Celestial 4. Congresso Mundial de Saúde

5. Etiqueta de Produto Psicológico 6. Feioso Arrumadinho

7. O Mundo Obeso e as Reduções do Futuro 8. O Partido da Vida e a Vida Partida

9. Prisioneiros das Cidades 10. Quem me Mastiga

11. Rua Melhor quem Rua por Último 12. Sexolatria e as Guerras de Correção da

Humanidade OS CONFRONTISTAS (acredito que todos eles queriam a união da humanidade, todos pregando e praticando a violência; todos quiseram impor brutalmente suas vontades) - cronologicamente ESQUERDA DIREITA

Alexandre César

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Átila Gengis Kahn

Marx Tamerlão Lênin Napoleão Mao Hitler

outros Do outro lado estão os iluminados. Nenhum destes

pregou a violência e, portanto, foram mais longe na lenta e lentíssima construção.

A LENTA ILUMINAÇÃO 1. Jesus 2. Buda 3. Maomé 4. Abraão 5. Moisés 6. Lao Tse 7. Confúcio 8. Vardamana 9. Gandhi 10. Zoroastro ou Zaratustra 11. outros.

Pois a oposição não é à PESSOA (indivíduo, família, grupo, empresa) ou ao AMBIENTE (cidade-município, estado, nação, mundo), é AO ATO ERRADO. Não se ensina contra a pessoambiente e sim contra a ação desonesta, pervertida, desabonadora de si e dos outros.

A oposição não deve dirigir-se a você ou a mim, deve ser feita às nossas concepções erradas. Por mil motivos intencionais ou não pode a pessoa errar: queremos ensinar nas escolas as pessoas a evitar os erros em razão dos danos letais e outros que podem produzir.

Apesar de tudo que do cérebro dizem, de todos os seus poderes em teoria, na prática vemos através de repetidos exemplos históricos quantas vezes ele falhou miseravelmente em tantos lugares e tempos diferentes; de quão pouco pôde quando éramos poucos e o processo de raciocinar não estava metodicamente organizado.

A mente individual falha, falha estrondosamente. Não podemos entregar a oposição a qualquer mente

isolada e sim ao conjunto delas, ao detido raciocinar sobre o que e o que não é válido em termos lógicos e dialéticos.

Capítulo 8 Com-Frente

Como elaborar vencedora frente única eu tentarei

colocar numa cartilha denominada Maioria de Minorias. Só se pode usar esse mecanismo se as pessoas tiverem

pureza de coração, de criação, pois de outro modo será

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desastroso, se acabarmos caindo na manipulação dos antigos tiranos, agora submetidos aos novos tiranos.

Pode-se, com esse artifício MdM conseguir qualquer coisa, com bons ou maus propósitos, mas que sentido poderia ter usar tal artifício para produzir ou organizar? Por si mesmo a falsidade implícita no artifício já é algo de ruim e não pode fazer parte de um mundo correto.

Assim, estar-com-a-frente - com essa frente de lutas - já deve começar com bons propósitos.

A FIGURA DA LIBERDADE (ela é ideal, significando que não é você nem eu, nem as suas ou as minhas idéias, mas uma idéia geral, coletiva, a idéia do correto, do certo)

A Liberdade é uma idéia composta de uma quantidade de procedimentos humanos julgados os melhores dentre todos: uma coisa que você pensou, outra o João, outra a Marília, outra eu. O melhor da Liberdade é que ela vem em par polar oposto-complementar, pois se viesse sozinha se transformaria rapidamente em liberalidade e liberalismo, o excesso ou superafirmação da liberdade, a liberdade desbragada, sem qualquer freio.

É o livre-arbítrio, livre-querer que tem do outro lado os outros quereres, as outras liberdades que é preciso respeitar. A Gente 510 também deve ser respeitada: PRECISA SER RESPEITADA. E não como “gente baixa”, pois não existe isso, existe gente rebaixada. Todos são tão altos quanto i Natureza-Deus os fez. Não é só à Gente 510 que estamos (todos e cada um, inclusive eles pela inércia, a falta de reação) ofendendo, é a i Deus-Natureza, pois, como disse alguém de outro modo, a humanidade é uma colônia no corpomente de i Deus-Natureza. Quando afrontamos ou injuriamos a Gente 510, é a i Deus-Natureza que o fazemos; e quando diminuímos as pessoas a Gente 510 é a i Deus-Natureza que ferimos.

Tudo isso volta, como já coloquei. Toda destruição desse gênero volta, e multiplicada. A VOLTA (é chamada de “oscilação” e está nos pares polares oposto-complementares; faça as contas geo-históricas nas revoluções e nos quebra-quebras)

Capítulo 9 Organização a Oposição

Como somos e pretendemos continuar revolucionários,

os que pretendemos revolucionar, revolver, devemos ser cuidadosos, perguntando primeiro: o que é revolução? E depois, o que é organização? Ora, organização, o ato permanente de

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organizar, o verbo que se faz ordem. De quem provém a ordem que leva ao ordenamento? Que autoridade tem quem fala? Em nome de que e de quem fala?

A PSICOLOGIA QUE ORGANIZA 1. a fala provém da figura ou psicanálise e esta vem

do passado e suas limitações; 2. a fala sempre objetiva algo, ela quer um destino,

meta, objetivo, finalidade, alvo; o objetivo é psico-síntese, sintetiza algo que já foi análise, da qual podemos duvidar de mil modos;

3. a fala se expressa em favor de tais ou quais produtos ou economias: que razão têm eles e elas de pleitear precedência?

4. a fala é sempre a favor da ordem, porém essa ordem é melhor que qualquer outra, é melhor que cada uma e todas as outras?

5. faz sentido aquela geo-história ou particular espaçotempo firmar-se como preferencial?

Como você pode ver é tudo muito discutível, inclusive o direito que teríamos os sábios que somos de conduzir destinos. Devemos duvidar dos outros e de nós mesmos, seguindo a dúvida metódica de Descartes.

Quem organiza não o faz no melhor sentido da ordem, segue as trilhas de sua compreensão da geo-história e da psicologia mais vasta; segue SUA VISÃO de mundo. SUA, SUA, SUA.

CADA UM GUARDA MAIS O SEU SEGREDO BELCHIOR - NA HORA DO ALMOÇO

No centro da sala, diante da mesa No fundo do prato comida e tristeza

A gente se olha, se toca e se cala E se desentende no instante em que fala Medo, medo, medo, medo, medo, medo

Cada um guarda mais o seu segredo, A sua mão fechada, a sua boca aberta, O seu peito deserto, a sua mão parada,

Lacrada, selada, molhada de medo

Pai na cabeceira, é hora do almoço Minha mãe me chama, é hora do almoço Minha irmã mais nova, negra cabeleira Minha avó reclama, é hora do almoço

Que eu ainda sou bem moço prá tanta tristeza

Deixemos de coisa, cuidemos da vida Pois se não chega a morte ou coisa parecida

Que nos arrasta moço sem termos visto a vida Ou coisa parecida, ou coisa parecida,

Ou coisa parecida

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No centro da sala, diante da mesa No fundo do prato comida e tristeza

A gente se olha, se toca e se cala E se desentende no instante em que fala Medo, medo, medo, medo, medo, medo

Cada um guarda mais o seu segredo, A sua mão fechada, a sua boca aberta, O seu peito deserto, a sua mão parada,

Lacrada, selada, molhada de medo

Pai na cabeceira, é hora do almoço Minha mãe me chama, é hora do almoço Minha irmã mais nova, negra cabeleira Minha avó reclama, é hora do almoço

Que eu ainda sou bem moço prá tanta tristeza

Deixemos de coisa, cuidemos da vida Pois se não chega a morte ou coisa parecida

Que nos arrasta moço sem termos visto a vida Ou coisa parecida, ou coisa parecida,

Ou coisa parecida O UMBIGO DO MUNDO (é o umbigo de cada um, quer dizer, sua fome; veja a cartilha A Gente-Umbigo e a Empurração)

Em síntese: quem organiza o faz em seu nome e dos

seus, que afinal de contas não são muitos, resumindo-se muitas vezes a si mesmo e aos filhos.

Postas essas ressalvas, devemos organizar a oposição. Só que no modelo pirâmide a oposição NÃO É aos

outros, é oposição, é oposição a tudo que é errado; nós não sabemos perfeitamente o que é errado, pois só i Deus-Natureza tem tal capacidade implícita total. Entrementes, podemos nos aproximar se tentarmos com verdadeira desapego compreender e amar ao próximo. É difícil, é dificílimo, sei disso, pois muitas

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vezes já detestei as pessoas. Muitas vezes já lhes roguei praga por terem me atacado gratuitamente. Porém sei, sei mesmo que o certo, o correto é o amor, a caridade e as outras virtudes pregadas pelos iluminados.

Capítulo 10 Opondo a Organização

Não se trata de castigar A ou B, todos nós estamos

errados, todos nós cometemos sandices. Trata-se de SOMAR OS MELHORES CONHECIMENTOS (da Magia-Arte, da Teologia-Religião, da Filosofia-Ideologia, da Ciência-Técnica e da Matemática). Como disse Muammar al Kadhafi n’O Livro Verde, já por ser “partido” não é inteiro, não sendo inteiro não pode pleitear a inteireza de representar toda a humanidade. Para representar a humanidade tem de ser inteiro, integral, geral, de todos. Neste sentido tem de ser uma organização, porque desorganizadamente não vai; e ao mesmo tempo não pode ser ao modo antigo, pois de outra forma tentará concentrar o poder. Pela nossa experiência geo-histórica sabemos que nossos vícios e preferências levam à concentração do poder e à exclusão dos “outros”, de modo que outra organização deve existir em paralelo para vigiar a primeira (como em Fundação e Império, de Asimov; isto não é brincadeira). O mundo deve se consertar, mas deve também vigiar eternamente, sem esmorecer um só dia, para tal propósito realizando congressos anuais visando avaliar os próprios deslizes.

Congressos pequenos e grandes. Congressos locais, palestras, seminários, aulas, o que for, investigando mesmo o menor caso sem fazer terrorismo, sem ameaçar, sem punir desbragadamente, sempre medindo os atos.

Não pode a gente do mundo continuar a ser tratada assim. Na Escandinávia, nos países nórdicos a relação entre o maior e o menor salário é de 4/1 e mesmo assim metade de cada ordenado é tirada a título de tributos (metade de 4 é 2, metade de 1 é 0,5, de modo que quem ganha mais contribui com 4 vezes tanto quem ganha menos). A curva do sino nos diz que SEMPRE haverá pobres e miseráveis, assim como disse Cristo: “pobres sempre os tereis convosco”. Embora seja assim e vá continuar sendo, a condição-de-pobreza pode mudar, pode ser esfriada.

CINCO TIPOS DE POBRES EXEMPLO DISTRIBUIÇÃO CURVA DO SINO

(ou da distribuição estatística) nórdicos primeira

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EUA, Japão, Europa

segunda

Brasil terceira vários latino-

americanos

quarta

vários africanos

quinta

Uma organização dessas - na medida em que pleiteia

tanta coisa e o fim das escravidões (não só o fim da pobreza, mas de todo o sofrimento dos perseguidos políticos reais) -, tende a ser caçada e castigada barbaramente pelos tenentes. Quem vá fazer parte dela deve pensar no sofrimento por que passará e na morte por assassinato, pois é o estágio final de libertação da humanidade e seguramente não sairá barato.

Por outro lado, em virtude disso mesmo os descendentes espirituais dos sobreviventes seviciados, assim como os cristãos de Cristo antes, tenderão a fazer o que a Igreja fez quando assumiu o poder: ela mesma passou a perseguir os outros, até nos tristíssimos episódios da Inquisição. A Igreja atual mesma, na medida em que adira ao programa de reparação dos erros será perseguida novamente.

É preciso evitar esse caminho. É fundamental se despojar, sem perder a capacidade de

liderar e sem doá-la a outros menos responsáveis. As pessoas devem desconfiar da chamada “autoridade”, devem repudiar o culto à personalidade, devem constantemente se submeter a avaliação de motivos próprios, duvidando dos alheios. Devem se vigiar e vigiar os outros sem cair na deduragem.

Vitória, quinta-feira, 04 de março de 2010. José Augusto Gava.

ANEXO VEÍCULOS E USO DE ENERGIA NO BRASIL

FROTA E CONSUMO DE VEÍCULOS LEVES NO BRASIL Equipe e&e

Responsável: Carlos Feu Alvim feu@ecen.com

Resumo A frota de veículos no Brasil é um elemento fundamental para a avaliação do

consumo de combustíveis e sua emissão. A evolução da frota futura tem importância para o dinâmico setor automobilístico e grande repercussão a

montante e a jusante desse setor. Entre as repercussões a jusante estão o consumo de energia e,

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consequentemente, sua influência nas emissões geradoras do efeito estufa. Foi estimada a frota existente e futura, associada a um cenário econômico de

referência. Também foi estimado o consumo em energia equivalente à gasolina. O estudo faz parte de um projeto com o MCT e PNUD de avaliação

de emissões e está associado ao desenvolvimento pela e&e de uma metodologia para avaliação da Matriz Energética Nacional e de uma Matriz de

Emissões associada ao uso da energia.

1 - Comentários sobre a Metodologia

E e&e realizou estudo sobre o comportamento da frota para o MCT e PNUD. O objetivo desse trabalho é descrever a metodologia e os resultados de um

módulo relativo ao comportamento dos meios de transporte para ser usado na avaliação do consumo energético e emissões.

No futuro este módulo estará integrado aos outros: um módulo econômico e um setorial que possibilitarão associar o resultado de diferentes cenários ao

consumo de energia e emissões. Por ora, é possível estabelecer a relação entre os dados do crescimento econômico e o consumo de energia, usando seus resultados nas projeções do consumo de energia e emissões do efeito

estufa. Objetivamos, portanto, alcançar um modelo suficientemente flexível para estudar várias alternativas na área energética e sua repercussão sobre as emissões. Buscamos também encontrar, no decorrer do tempo, grandezas

conservativas ou de comportamento previsível que vinculem o uso da energia com a atividade econômica.

O presente trabalho se encaixa em um conjunto mais geral, em construção, que busca conectar cenários econômicos a cenários energéticos e deduzir suas conseqüências sobre as emissões. O uso da energia equivalente visa,

justamente, fornecer o instrumento para analisar essas alternativas. A introdução do conceito de energia equivalente torna as relações

energia/produto menos dependentes do grau de desenvolvimento do país, conforme mostramos em artigo anterior. Isto torna possível a comparação

com a situação de outros países para orientar as projeções.

2 – Projeção Baseada em Dados Globais.

Como estamos tratando, no momento, de setores individualizados embora abrangentes, torna-se impositiva a abordagem partindo do consumo global

para encontrar coerência com um cenário econômico. A abordagem permite, no entanto, (como esperamos demonstrar) avaliar repercussões de medidas

específicas sobre o comportamento global. A Figura 1 mostra a evolução do parâmetro Energia Equivalente / PIB entre

1970 e 1998 que se mostra adequada a extrapolações, acumulando uma variação inferior a 30% no período.

Para sua projeção, o programa fornece uma comparação entre os valores obtidos para outros países em diferentes estágios de crescimento. Os dados são os mencionados em artigo anterior e consideram os valores do PIB tendo em vista os dados sobre a paridade do poder de compra – PPC, geralmente, conhecida sob a sigla em inglês PPP (purchasing-power parity). Os valores avaliados para os outros países em energia equivalente foram calculados a partir de rendimentos de referência citados no BEU brasileiro, conforme

descritos neste trabalho. Os dados foram aplicados a setores econômicos de

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alto nível de agregação e para combustíveis também agrupados.

Figura 1 Resultados para o Brasil da razão Energia Equivalente / PIB,

mostrando que esta razão é "bem comportada" ao longo do período e propícia a extrapolação.

Figura 2 - Visão parcial de tela de opção do programa (em elaboração). A

comparação entre os vários países visa orientar a escolha do "Valor Limite," para o qual tenderia a razão energia equivalente/PIB. Este valor deve ser

introduzido, levando em consideração o valor para o Brasil no ano em estudo. No caso apresentado na tela, o valor sugerido é 1,15 e corresponde a 0,38

kep/US$94. A projeção deste parâmetro, já integrada com o módulo macro econômico, é feita com a ajuda de telas que orientam a escolha dos parâmetros a serem projetados com dados históricos. No caso, são exibidos, ainda na tela, os

dados da relação energia equivalente/ PIB para um conjunto de países, cujos níveis de renda foram os mais variados possíveis.

No Gráfico da Figura 2 os países estão orientados em ordem crescente do PIB (PPC) em US$90/hab. Para evitar problemas de conversão, os valores são

dados relativos ao valor deste parâmetro para o Brasil no ano da comparação (1996).

Pode-se notar para todos os valores que, ao contrário dos índices energia final/PIB, não existe um comportamento sistemático onde a intensidade

energética é justamente maior em países mais pobres. Isto se deve a sobrevalorização de energias tradicionais, como a lenha, já discutida

anteriormente. Permanece, por outro lado, uma diferença nítida entre países, como os EUA e Canadá, altamente intensivos no uso de energia e os países da Europa Ocidental e do Japão, que são menos intensivos no uso de

energia. O Brasil encontra-se, nesta análise em posição relativamente confortável.

Para a projeção global a mesma tela apresenta, como mostramos na Figura 3, os valores médios para o parâmetro a ser projetado de alguns grupos de

países. Eles servem de valores de referência para intensidades máximas de

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energia que atingiria o Brasil. No caso, escolhemos o valor médio para países da Europa e Japão (1,15 do Brasil em 1996)

Figura 3: Tela para projeção de energia equivalente/PIB (apresentada

juntamente com a da figura anterior). São indicados os valores de referência. O programa projeta então, com base nos valores do PIB calculados no módulo

macroeconômico, o consumo de energia nos próximos 20 anos como é mostrado na Figura 4. Também estão resumidas as taxas de crescimento para os períodos de referência. A projeção da demanda de energia equivalente e do PIB também é mostrada na Figura 4 juntamente com os valores históricos,

a partir de 1970. O programa indica, na planilha, as taxas de crescimento para períodos determinados.

Figura 4 - Projeção do consumo de energia e de PIB com as taxas de

crescimento indicadas. Os valores são referentes a 1998. 3 - Projeções para o Setor Transporte

As projeções do consumo de energia para o Setor Transportes devem se acoplar aos outros módulos. Nesse setor específico utilizamos,

especialmente, os dados macroeconômicos e os referentes à frota. Em nossa metodologia, tratamos de fazer uma projeção global para a energia

assim como o fizemos para a economia. No caso econômico, as atividades específicas estarão limitadas ao envoltório e, o crescimento de cada setor será tratado como participação no total. No caso da projeção energética, esta é só uma primeira aproximação, já que os parâmetros globais podem estar influenciados, por exemplo, por escolhas no crescimento relativo dos

setores envolvidos. Através de um processo interativo será considerado o novo cenário setorial

(ou regional, segundo a abordagem) e modificados os parâmetros de entrada no ajuste (por exemplo, intensidade energética futura). Com base neste novo

cenário geral e nas participações setoriais resultantes da primeira iteração serão recalculados os dados globais e setoriais. Nova iteração será realizada

se for julgada necessária. No presente estágio apenas dois setores estão sendo tratados: um

relacionado à oferta (termoelétricas) e outro, relacionado à demanda,

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(transportes rodoviário, objeto desse trabalho). A etapa iterativa deve esperar uma rodada global.

Por necessidades determinadas pelo comportamento passado, o tratamento será diferente para o setor transporte coletivo e de cargas e para o de transporte individual. No caso do primeiro, ele será tratado como uma

participação no consumo global e não seria necessária esta iteração. Para a maioria dos setores, como o do transporte individual, haveria necessidade de

uma iteração global que acabaria afetando o conjunto. Pode-se usar, por enquanto, como controle, a participação desse setor no conjunto. Isto

serviria para preencher a necessidade de iteração mencionada anteriormente.

4 - Projeção do Transporte Coletivo e de Cargas Na Figura 5 estamos considerando as participações dos transportes coletivo

de carga e a do individual no consumo global de energia, expressa em energia equivalente. A participação dos transportes no consumo global será tomada diretamente nas projeções. A dos transportes individuais será usada como

controle. Apenas de passagem é interessante marcar a participação importante do

transporte no uso da energia (cerca de 1/3 da energia equivalente). Por outro lado, cabe realçar a grande participação do transporte individual – que

atende cerca de 20% da população – e que é responsável por 2/3 do combustível consumido no transporte de cargas e passageiros em todas as

outras modalidades de transporte (aéreo, ferroviário, hidroviário e rodoviário).

Figura 5 - As participações do transporte coletivo e de carga são extrapoladas

segundo sua participação nos últimos 15 anos. As do transporte Individual serão usadas para controle.

Como primeira hipótese, estamos supondo que a participação predominante do transporte rodoviário não se modifique. Como foi visto anteriormente,

esta participação cresceu no passado e atingiu cerca de 91%. As conseqüências, em termos de consumo energético e emissão, de uma possível reestruturação do setor transportes é um dos objetivos desse trabalho e será

feita, no final, na comparação de alternativas. 5 - Participação dos Combustíveis em Outras Modalidades de Transporte

A participação de combustíveis nas outras modalidades é feita de uma forma preliminar. Sua análise completa e a de outros setores será feita no âmbito

do trabalho da Matriz Energética. Mesmo de uma forma preliminar e considerando que o transporte rodoviário corresponde a 90% do gasto de

combustíveis é interessante uma projeção que não esteja longe da realidade para as outras modalidades.

A variedade de combustíveis usados nas outras modalidades de transporte foi reduzida nos trinta anos acompanhados pelo Balanço Energético Nacional.

Como nos países desenvolvidos, não parece existir nenhuma mudança notável

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nestas modalidades, optamos, conseqüentemente, por uma continuação das tendências observadas quanto a participação dos energéticos nas outras

modalidades de transporte. A participação das diversas modalidades foi tomada como a média dos três últimos anos.O transporte ferroviário absorveu, nos anos de 1996 a 1998,

cerca de 2,1% do montante de energia equivalente do transporte de cargas e passageiros.

A participação histórica em energia equivalente dos diversos energéticos no Setor Ferroviário é mostrada na Figura 6 e a projeção correspondente a uma participação de 40% da eletricidade em 2020. A concorrência na projeção é

suposta entre a eletricidade e o óleo diesel. O valor da participação da eletricidade é introduzido de forma exógena.

Figura 6: Participação energética histórica e projetada para a modalidade

ferroviária. A manutenção da participação do transporte ferroviário no total pode

parecer muito conservativa, mas representaria uma inversão da tendência de decréscimo absoluto no consumo de energia que vinha se observando como pode ser visto no gráfico da Figura 7. A retomada pode ser coerente com

alguma revitalização proveniente da privatização do setor que se encontrava, absolutamente, abandonado nos últimos anos.

Figura 7: Uso de energia equivalente no transporte ferroviário, valores

históricos até 1998 e projetados nos anos seguintes.

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Figura 8: Participação de combustíveis no transporte aéreo. As Figuras 8 e 9 mostram a projeção histórica e a suposta para o uso de

energia equivalente no transporte hidroviário e aéreo

Figura 9: Participação de combustíveis no transporte hidroviário projetado

para uma participação de 25% do óleo diesel. Para se ter uma idéia da evolução do consumo no transporte rodoviário é necessário recorrer ao módulo físico, onde se estuda o comportamento da

frota de veículos que condiciona o consumo de combustíveis. 6-Transporte Rodoviário Coletivo e de Carga

O transporte coletivo e de carga, como comentamos anteriormente, sofreu forte influência da "dieselização" da frota, provocada pela diferenciação do

preço do diesel em relação ao da gasolina no primeiro choque de petróleo. O favorecimento do diesel foi mantido ainda com a implantação do

PROÁLCOOL. Esta diferenciação tem tornado inviável qualquer substituição do diesel. As

alternativas que surgiram – álcool e gás natural – em que pese alguns estímulos se dirigem para a gasolina. Devemos assinalar que o diesel é um

motor mais eficiente e, favoreceu, como veremos, a redução da emissão de CO2. Existem limitações na estrutura de refino que devem ser consideradas.

Este problema ameaçou chegar no ponto crítico, mas a redução da participação do álcool carburante, a partir de 1986, eliminou o problema no

horizonte próximo. No consumo assinalado como transporte de carga está alocado todo o diesel

rodoviário e a fração de consumo de gasolina e álcool anidro na mistura, usado em caminhões e ônibus. Foi considerado o efeito da frota

remanescente na avaliação da contribuição do ciclo Otto, no transporte de cargas.

A contribuição do álcool hidratado foi avaliada e é praticamente desprezível. O uso de gás natural carburante no futuro será considerado apenas para

veículos de passageiros.

Figura 10: Participação dos combustíveis no Transporte Coletivo e de Carga.

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Note-se a drástica redução da participação dos combustíveis do ciclo Otto. 7 - Frota X Consumo de Combustíveis

As estatísticas sobre o comportamento da frota são precárias e requerem avaliações baseadas na venda e sucatamento de veículos. O esforço anterior

ajuda quando se quer fazer projeções. Vimos que foi possível, a partir de informações sobre o total da frota por

categoria fornecidos pelo DENATRAN e da idade média dos veículos, propor curvas de sucatamento diferenciadas por tipo de veículo. Também foi

possível avaliar a evolução da frota, sua composição e idade. O uso dos dados de frota só são úteis para projeção de uso de energia e de

emissões, quando se consegue acoplar as projeções de frota com o consumo de energia. Os consumos médio por tipo de veículo são praticamente

desconhecidos no Brasil. Também existem poucas informações sobre a variação do consumo com o tempo.

Pode-se tirar vantagem das bruscas variações na composição da frota (diesel substituindo gasolina e álcool substituindo gasolina e vice-versa) para tentar

obter alguns desses parâmetros. Se classificarmos os veículos em pesados (caminhões e ônibus) e leves

(automóveis e comerciais leves) podemos, em primeira aproximação, tomar o consumo por veículo do ciclo diesel, como o do veículo pesado, e do ciclo

Otto, como dos veículos leves. A avaliação, entretanto, não é tão simples, porque existe um considerável

número de comerciais leves a diesel e alguns veículos de carga, remanescentes, a gasolina.

Além disso, o consumo por veículo sofre variações com a atividade econômica que não são imediatamente acompanhadas por variações correspondentes da

frota. Existe, ainda, uma variação dos veículos no tempo que influem no consumo específico.

Em princípio, trabalhar com energia equivalente introduz uma grande facilidade já que o consumo esperado (em kep de energia equivalente por quilômetro) de um veículo semelhante movido a diesel, gasolina, álcool ou

gás natural deve ser o mesmo.

Figura 11: Consumo em energia Equivalente e por veículo. As duas curvas dão uma falsa sensação de melhoria de eficiência já que o consumo por veículo

do ciclo diesel caiu pela introdução de um maior número de comerciais leves e, os do ciclo Otto, pela eliminação dos caminhões a gasolina.

Não obstante, com a introdução de veículos mais leves, o consumo de veículo diesel permanece ainda bastante superior, (da ordem de 20 tep / veículo ano

), ao dos veículos (predominante leves) do ciclo Otto 1,25 tep /ano. As mudanças de estrutura da frota do ciclo Otto é bem mostrada na Figura

12, e as do ciclo Diesel na Figura 13

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Figura 12: Os automóveis aumentaram consideravelmente a participação na frota Otto e na geral. Os caminhões a gasolina (ou álcool) praticamente não

existem mais.

Figura 13-Mudança no perfil da frota diesel com a introdução dos comerciais

leves Pode-se tentar estabelecer a correspondência entre o consumo de um

caminhão do ciclo Otto (de médio porte) em relação aos veículos leves. Podemos imaginar que um veículo pesado consuma, anualmente, um volume

de combustível x vezes maior que um veículo leve. Se na transição multiplicarmos o número de veículos pesados por x acharíamos a frota em " veículos leve equivalente". Isto foi feito para a frota Otto (gasolina nos anos

da transição). Usando um valor 9 obtém-se o resultado mostrado na Figura 14 que indica um consumo por "veículo leve equivalente," aproximadamente

constante. O valor de 1,25 tep/ano é representativo do consumo de um veículo leve. O consumo de um caminhão leve seria 9 vezes superior. Esses consumos podem ser considerados diretamente em gasolina (ou gás natural). Para os demais combustíveis deve-se usar as equivalências indicadas. (1 tep de óleo diesel

equivale a 1,517 tep de gasolina e 1 tep de álcool hidratado equivale a 1 tep de álcool hidratado que por sua vez, equivale a 1,37 tep de gasolina).

Figura 14.Fazendo-se um veículo pesado equivaler a 9 leves consegue-se uma

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curva de consumo por veículo que reproduz melhor as variações esperadas, devidas ao nível de atividade econômica.

Usando esta relação foi possível discriminar o consumo de veículos pesados do de veículos leves. Encontramos que o consumo, em energia equivalente,

com veículos de carga era cerca de 5% em 1970. Foi baseado nesta relação de consumo é que se pôde chegar aos resultados mostrados na Figura 11. Os

valores obtidos a partir dos dados da Figura 9 correspondem a uma superestimação do consumo com veículos leves já que não levam em conta a trajetória ascendente da frota leve na década de 70, retardada pela crise do

petróleo do início da década de oitenta. Também é possível extrair dos dados de consumo do álcool hidratado a

evolução do consumo com a idade média da frota. Este comportamento é mostrado na Figura 5. Naturalmente existem outros fatores que influenciam o

consumo, inclusive a composição da frota com o passar dos anos. O comportamento da variação do consumo com a idade nas extrapolações foi

considerado seguindo a reta ajustada para os dados do álcool. Admitiu-se um valor mínimo de 0,5 tep/ano por veículo.

Figura 15: Consumo por veículo em energia equivalente para veículos a

álcool, em função da idade média da frota.

Figura 16 - Consumo anual de veículo em função da idade média para

veículos leves a álcool e a gasolina. A relação pode ser testada com os veículos a gasolina cuja idade média

oscilou, nas mencionadas décadas, em virtude da renovação ou não da frota. Neste caso houve também mudanças na composição da frota. O resultado

pode ser visto na Figura 16 para os quase 30 anos da série. Pode-se observar, historicamente, a trajetória de encurtamento da idade e

aumento do consumo dos veículos a gasolina quando era grande a entrada de veículos na década de setenta. Na segunda metade dessa década, começou a

cair o consumo por veículo (aumento do preço da gasolina e deslocamento dos comerciais leves de maior tonelagem para o diesel) que prosseguiu com o

aumento da idade dos veículos que envelheceram devido à redução das

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vendas (substituição pelo álcool e queda global das vendas). Na década de noventa, recuperam-se as vendas de carro a gasolina e as globais, reduzindo-se a idade média e aumentando o consumo por veículo. Observa-se uma certa histerese no comportamento da curva. O valor mínimo de 0,5 tep/litro para

extrapolações surge do observado para os veículos a gasolina. 8 - Projeção da Frota

È de se esperar que o número de carros por habitante seja uma função da renda per capita. Outros fatores como distribuição de renda, preço do veículo em relação aos salários, condições de financiamento, preço de

combustíveis devem ser também relevantes. Frota por habitante e renda per capita tendem a crescer ao longo do tempo embora o PIB per capita no Brasil tenha passado por algumas oscilações no

período considerado. Tendo a frota uma inércia maior que o PIB, não se pode esperar uma correlação perfeita ao longo do tempo. Parece também

interessante observar, além da trajetória no tempo, a correlação destas duas grandezas em outros países para um mesmo ano.

Para isso, dadas as notórias diferenças entre o poder de compra e os valores do PIB per capita passando pelas taxas de câmbio, é necessário expressa-lo

em PPP. Os valores do PIB per capita para os diversos países são os publicados pelo

Banco Mundial e os valores da Frota para os diversos países os publicados pela ANFAVEA.

Os valores do PIB per capita estão em paridade de poder de compra (ou aquisitivo) em dólares americanos de 1995. O valor do PIB/hab para o Brasil em 1995 de 5400 US$/hab foi corrigido, para os demais anos, pelo deflator específico do PIB. Este deflator e a população são os fornecidos pelo IBGE .

Os valores para o Brasil e alguns países do mundo são mostrados na Figura 16, 17 e 18.

Figura: 16

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Figuras 16 a e b.As figuras mostram. para o Brasil e alguns países do mundo os dados de PIB/hab e frota/hab para diversos países do mundo. Uma reta foi ajustada aos dados da frota total brasileira e aos dos demais países e serviu

para projetar o crescimento futuro da frota. Deve-se notar o bom ajuste entre os dados de outros países e os brasileiros. No caso do Brasil o período da década de setenta (de maior crescimento per capita) o crescimento da

frota/hab apresentou algum retardo em função do PIB/hab. A participação dos veículos leves na frota brasileira cresceu

extraordinariamente no período. Para o futuro foi suposto que corresponderia a 93% do total.

Figura 17: A participação dos veículos leves - majoritariamente destinada ao

transporte individual de passageiros - aumentou significativamente nas décadas de sessenta e setenta.

9 - Projeção da Frota Leve e seu Consumo A Figura 18 mostra a evolução da Frota total e leve por habitante, verificada

e projetada . Os dados do ajuste correspondente à figura anterior são mostrados aplicando-se os coeficientes da reta aos dados verificados do

pib/hab. O crescimento percentual esperado para a frota total, em função dos crescimentos do PIB/hab deduzidos no módulo macroeconômico, foram extrapolados para o da frota leve, supondo-se constante sua participação na

total.

Figura 18: Evolução da frota total e leve, ajustada em função dos

coeficientes obtidos na figura anterior e usa projeção baseada na evolução projetada para o PIB/hab no módulo macroeconômico.

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Figura 19: Evolução do consumo dos veículos existentes até 1999 e sua

projeção baseada nos valores para a frota, mantido o consumo médio dos últimos anos.

Com a projeção da frota e admitindo-se o consumo por veículo de 1,25 tep de energia equivalente (em GN ou gasolina) por veículo e considerada a frota

remanescente após 1999 tendo em vista o sucatamento esperado. Obtém-se os valores mostrados no gráfico da Figura 19. Para a frota remanescente foi

considerado o efeito da idade média crescente dos veículos no consumo. 10- O Consumo de combustíveis no Transporte

O consumo da frota é considerado em energia equivalente e o consumo efetivo de combustíveis depende da distribuição da venda de veículos entre

os diversos tipos, além de fatores conjunturais. Não foram consideradas conversões para os veículos antigos embora possível em situações muito

vantajosas de preço de combustível ou de falta de disponibilidade do combustível.

Para uma situação inercial de venda de 10000 veículos a álcool/ano, participação crescente mas modesta do GN chegando a 1% do total e mantida

a taxa de mistura álcool anidro na gasolina de 1998. O consumo de combustíveis seria o indicado na Figura 20. Este é apenas um dos cenários

possíveis e será usado nas comparações.

Figura 20: Participação histórica e "inercial" projetada no consumo de

combustíveis nos veículos leves (prioritariamente destinado ao transporte individual) do ciclo Otto.

Acrescentando esses valores aos já avaliados a partir das hipóteses expostas no capítulo 4 do presente trabalho, obtém-se os dados da Figura 21. de

consumo combustíveis no Setor Transportes

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Figura 21: Evolução do consumo de combustíveis em todas as modalidades de

transporte, hipótese "inercial" de participação dos combustíveis e das modalidades de transporte.

Figura 22: Participação dos combustíveis no consumo para o Setor

Transportes. Os valores aqui obtidos correspondem a um cenário de venda de veículos e a

um cenário econômico determinado. A metodologia permite analisar com facilidade diferentes cenários econômicos e diferentes formas de atender a

energia equivalente.