A importância do CT em um município Profª. Cristina Pinho.

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A A importância importância

do CT em do CT em um um

municípiomunicípioProfª. Cristina Pinho

Para começo de Para começo de conversa...conversa...• É muito comum ouvir críticas ao

CT ou aos Conselheiros:

• É mais fácil dizer o que não se pode fazer do que o que se deve fazer.

• São muitos os desconhecimentos acerca deste órgão...

Eles nunca sabem o que

fazer: não têm preparo!

É mais fácil levar bronca dos

Conselheiros do que receber

apoio!

Quando eu mais preciso, o CT está

fechado!

Prefiro ir a uma

delegacia do que

procurar o CT!

O que um Conselheiro O que um Conselheiro Tutelar deve fazer, então?Tutelar deve fazer, então?

• Além das atribuições descritas no ECA, devemos considerar as ações dos Conselheiros como PRÁTICAS SOCIAIS.

• Por prática social entendemos “toda prática de interação entre sujeitos sociais, em que uns acabam produzindo efeitos em outros, planejada e conscientemente, ou não”.

• Por isso, “‘é impossível não agir’, pois mesmo a omissão ou a ação passiva (...) produz um efeito (...)”.

Toda ação dos Conselheiros deve

ser articulada, discutida, refletida e feita com base no

princípio fundamental do ECA:

garantia plena dos direitos da criança e

do adolescente.

Um CT quando atuante no Um CT quando atuante no municípiomunicípio

1. Discutiria as políticas de atendimento com as esferas municipais;

2. Conseguiria a mobilização e colaboração das escolas para entender a situação da criança e do adolescente do município;

3. Faria a articulação entre todos os serviços existentes no município;

4. Planejaria o Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente;

5. Garantiria todos os direitos desta população.

ISTO É POSSÍVEL?

COMO???COMO???

Vale lembrarVale lembrar

• O Conselho Tutelar é uma autoridade pública formal (é formal exatamente para garantir a seriedade de sua função).

• O Conselho não é uma ONG informal desvinculada do município.

• É uma autoridade administrativa que aplica medidas jurídicas administrativas.

• Tem jurisdição administrativa própria.

Vale lembrarVale lembrar

• O conselheiro não é uma autoridade em si mesmo.

• A autoridade é do conselho.• As decisões do CT são tomadas

por consenso ou por maioria.• Conselheiro que, em nome do

conselho, toma decisões próprias, pratica abuso de poder, até crime.

Vale lembrarVale lembrar

• O Conselho não presta serviços de assistência social, nem de psicologia, nem de pedagogia, nem de segurança pública, nem de pai, mãe, guardião, tutor de pessoas...

• O Conselho atende pessoas que foram ameaçadas ou violadas em seus direitos, estuda o problema e orienta as pessoas para que se aplique um programa.

Portanto...Portanto...

•O Conselheiro deve ser uma pessoa

– extraordinariamente bem preparada,

– conhecedora da complexa sociedade em que vive

– capaz de tomar decisões.

1. 1. Discutir as Discutir as políticas de políticas de atendimento atendimento com as esferas com as esferas

municipaismunicipais• A execução dos programas de que depende o Conselho Tutelar é feita pela Política de Atendimento dos Direitos da Criança e do Adolescente.

• A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente basicamente se preocupa com a maneira através da qual as várias políticas públicas contribuem políticas públicas contribuem para a progressiva transformação para a progressiva transformação das condiçõesdas condições que evitem ameaças e violações de direitos.

1. 1. Discutir as Discutir as políticas de políticas de atendimento atendimento com as esferas com as esferas

municipaismunicipais• Essa política é formulada pelo

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente que define como essa execução será distribuída entre as muitas políticas públicas; nelas, os programas governamentais e os não governamentais.

• Cabe ao Conselho Tutelar cobrar de cada esfera a parte que lhe cabe na execução dessa política.

1. 1. Discutir as Discutir as políticas de políticas de atendimento atendimento com as esferas com as esferas

municipaismunicipais• Por essas razões o Conselho

Tutelar deve promover a execução de suas decisões o que será feito no âmbito das entidades governamentais e não-governamentais de prestação de serviços previstos na Constituição e no Estatuto.

2. 2. Conseguir a Conseguir a mobilização e mobilização e colaboração das escolas colaboração das escolas para entender a situaçãopara entender a situação

• Muitas vezes, a escola recusa o pedido do CT de garantir vaga ou não entende a solicitação.

• Se o CT não trabalhar com a escola – ao invés de apenas usar seus poderes – pouco terá a contribuir para a mudança da mentalidade e para o cumprimento de suas medidas.

• Quanto mais próximos estiverem o CT e as escolas, mais garantias existirão para o cumprimento dos direitos.

2.2. Conseguir a Conseguir a mobilização e mobilização e colaboração das escolas colaboração das escolas para entender a situaçãopara entender a situação

• Por outro lado, por ser uma autoridade, a solicitação do CT deve ser atendida.

• Quando há descumprimento injustificado de suas deliberações, não cabe ao Conselho Tutelar “fazer justiça pelas próprias mãos”.

• O assunto deve ser levado ao Poder Judiciário, porque cabe a este julgar conflitos, como o que passa a existir com o Conselho requisitando algo em nome da Constituição e do Estatuto e alguém resistindo a essa requisição.

3.3. Fazer a Fazer a articulação entre articulação entre todos os serviçostodos os serviços existentes existentes

no municípiono município• O CT precisa, primeiramente,

conhecer os serviços disponíveis no município e requisitar aqueles necessários, mas inexistentes.

• Deve articulá-los para que se conheçam e integrem uma rede de proteção aos direitos infanto-juvenis.

• Fazer “cada um a sua parte” não é suficiente...

4.4. Planejar o Planejar o Sistema de Sistema de Garantia dos Direitos Garantia dos Direitos da da Criança e do AdolescenteCriança e do Adolescente

• O SGDCA é, como o nome diz, um SISTEMA.

• A integração das ações deve ser realizada, para benefício de todos.

• Caso outro órgão não o crie, cabe ao CT incentivar e exigir sua criação, bem como participar dele.

5.5. Garantir Garantir todos os direitos todos os direitos das crianças e adolescentesdas crianças e adolescentes• O mais básico, fundamental e

importante papel do CT: garantir o cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.

• Uma cidade que conseguir isso terá todas as crianças e adolescentes– Com sua família, em condições

adequadas para educá-la – Na escola– Livres de qualquer tipo de violência – Participando da vida social da cidade

É possível É possível transformtransformar o ECA ar o ECA

em em realidade?realidade?

É possível transformar o ECA em realidade?

• Não é tarefa fácil...

• Nem deve ser isolada...

• A boa vontade não é suficiente...

É possível transformar o ECA em realidade?

•A falta de conhecimento e/ou de estrutura torna o ECA uma utopia...

•O ECA exige uma mudança de paradigma, de valores, de cultura...

VOCÊ ESTÁ VOCÊ ESTÁ PREPARADO/A PREPARADO/A

PARA ENCARAR O PARA ENCARAR O DESAFIO?DESAFIO?

Será possível transformar o ECA em

realidade SE VOCÊ ESTIVER!

ONDE e ONDE e COMO COMO

podemos podemos fazer a fazer a

diferença? diferença? 

FAZER A DIFERENÇA: ESTA É A DIFERENÇA!

• Podemos fazer a diferença na influência no desenvolvimento da criança, no nível mais fundamental por meio – da promoção de relações nas da promoção de relações nas

famílias, famílias, – escolas escolas – vizinhança, vizinhança, – religiões e religiões e – organizações comunitáriasorganizações comunitárias

FAZER A DIFERENÇA: ESTA É A DIFERENÇA!

• Um corpo substancial e crescente de pesquisas em países em desenvolvimento e países desenvolvidos tem comprovado

12 elementos12 elementos • no ambiente das crianças

que têm positiva influência no seu desenvolvimento.

1- ESTEJA PRESENTE1- ESTEJA PRESENTE

• Fundamentalmente para que a criança e o adolescente se desenvolvam moral, intelectual, emocional e socialmente eles precisam ter adultos em sua vida ter adultos em sua vida

• ... mas estar presente não basta

2 - AFEIÇÃO2 - AFEIÇÃO

• O desenvolvimento é assegurado por meio da formação de vínculos afetivos fortesvínculos afetivos fortes entre as crianças e os adultos de sua vida

• ... mas amor não é suficiente nem pode ser produzido por encomenda! Para que o amor aconteça são precisos outros princípios...

3 - ATIVIDADE3 - ATIVIDADE

•Deve haver algum tipo de atividade assumida em em conjuntoconjunto pela criança com adultos de sua vida

• ... mas fazer coisas em conjunto não é suficiente...

4 - RECIPROCIDADE4 - RECIPROCIDADE

• Uma atividade realizada em conjunto deve ser significativa e recíprocasignificativa e recíproca com cada parte sendo responsável pela ação do outro.

• O processo unidirecional de realizar alguma coisa não promove o desenvolvimento...

5 - DESAFIO5 - DESAFIO

• Para promover o desenvolvimento, a atividade recíproca deve oferecer a possibilidade de se tornar, a cada tempo, mais complexa.

• Atividades puramente repetitivas podem ajudar a manter o desenvolvimento, mas não promovê-lo

6 – ESTABILIDADE E 6 – ESTABILIDADE E CONTINUIDADECONTINUIDADE• Para que o desenvolvimento ocorra, as

atividades recíprocas devem ocorrer com regularidaderegularidade durante um extenso um extenso período de tempoperíodo de tempo.

• Atividades que ocorrem somente ocasionalmente ou são freqüentemente interrompidas não permitem o processo de desenvolvimento.

• DEMORA TEMPO para que o estabelecimento de uma relação e atividades recíprocas opere suas mágicas!!!

7 – O PODER DOS PAIS7 – O PODER DOS PAIS• Durante a infância e adolescência as

atividades e o relacionamento mais fortes e mais poderosos para a promoção do desenvolvimento são aqueles mantidos com os pais.

• Este poder decorre dos laços afetivos fortes que se estabelecem em família, que devem procurar se conhecer o procurar se conhecer o máximo possívelmáximo possível...

• Somente desta forma serão capazes de entender as necessidades das crianças.

• Mas os pais não são os únicos agentes do desenvolvimento de crianças.

8 – O PODER DOS 8 – O PODER DOS ADULTOS FORA DA ADULTOS FORA DA

FAMÍLIAFAMÍLIA• Os adultos que interagem com

a criança fora do âmbito da família têm um importante papel no seu desenvolvimento na medida que complementam complementam os vínculos primáriosos vínculos primários firmados nas relações familiares.

• Mas somente adultos não são suficientes...

9 – O PODER DOS 9 – O PODER DOS PARESPARES

• O desenvolvimento da personalidade das crianças depende também do engajamento com crianças da mesma idade, mais velhas ou mais novas.

• Estas relações dependem, sobretudo nos anos formativos, de uma delicada combinação entre liberdade liberdade e e monitoramentomonitoramento com adultos.

• Somente este tipo de atividades também não parece suficiente...

10 - 10 - A IMPORTÂNCIA DE A IMPORTÂNCIA DE ATIVIDADES ATIVIDADES

ALTRUÍSTICASALTRUÍSTICAS• O desenvolvimento da

sensibilidade e a motivação pelas necessidades dos outros deve fazer parte das atividades cotidianas.

• Além de ver exemplos nos adultos que cercam suas vidas as crianças devem ser engajadas em atividades desta natureza.

11 – 11 – ATIVIDADES COM ATIVIDADES COM OBJETOS, SÍMBOLOS, OBJETOS, SÍMBOLOS,

IDÉIASIDÉIAS• Estas atividades nãonão

deveriam estar restritas ao ambiente escolar, mas principalmente na comunidade e em família...

arte, jogos, música, hobbies, esportes...

12 – IMPORTÂNCIA DE 12 – IMPORTÂNCIA DE RELAÇÕES ENTRE RELAÇÕES ENTRE

CONTEXTOSCONTEXTOS• Para que o desenvolvimento

ocorra é importante uma relação entre os contextosrelação entre os contextos onde a criança cresce, escola, família, lazer, saúde...

• Enfim a vida em comunidade!!!