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A influência do Otimismo/ Excesso de Confiança dos

Gestores na determinação da estrutura de capitais de

empresas portuguesas cotadas.

EEG- Research Day

Apresentação com base na Dissertação de Mestrado em Finanças.

Adélio Cruz e Sousa

Orientador

Professor Doutor Manuel José da Rocha Armada.

2 19-04-2013

A influencia do Otimismo/Excesso de Confiança na determinação da estrutura de capitais de empresas

portuguesas cotadas 2

Estrutura da Dissertação.

1.Pertinência e importância do tema .

2.Revisão da literatura.

3.Dados e metodologia.

4. Analise e discussão dos resultados obtidos.

5.Conclusões,Limitações e sugestões para investigação futura.

6. Bibliografia.

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A influencia do Otimismo/Excesso de Confiança na determinação da estrutura de capitais de empresas

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1.Pertinência e importância do tema.

Estrutura de capitais e Finanças Comportamentais: Porquê?

A estrutura de capitais das empresas continua a ser um assunto de

amplo debate em finanças empresariais , existindo diversas teorias, onde nenhuma delas prevalece sobre as outras (v.g: Vasiliou e Daskalakis, 2009 ;Malmendier et al, 2011).

A esmagadora maioria dos modelos, até então, assume racionalidade nos comportamentos dos agentes económicos, gestores e investidores ( v.g.: Baker et al,2007).

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A influencia do Optimismo/Excesso de Confiança na determinação da estrutura de capitais de empresas

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1.Pertinência e importância do tema.

Mais recentemente, tem vindo (embora muito pouco!) a analisar-se a

influência de comportamentos designados como “não racionais” dos

indivíduos (investidores, gestores) na definição da estrutura de capitais

das Empresas (Baker et al,2007; Hackbarth,2008).

É essencial, portanto e neste enquadramento, uma abordagem pela via

das finanças comportamentais. Esta vem tentar resolver questões que,

até agora, ainda não obtiveram resposta satisfatória.

Neste sentido, o que pretendemos Investigar,

concretamente?

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1.Pertinência e importância do tema.

a possível influência do otimismo / excesso de confiança dos

gestores na definição da estrutura de capitais de empresas

portuguesas cotadas, para um período decorrente entre 1998 e

2008, utilizando modelos de dados em painel.

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2.Revisão da Literatura: Teorias Tradicionais

Teorias Tradicionais

Tradeoff “Pecking Order( Myers e Majluf, 1984)

“Static Tradeoff”

(Myers, 1984)

Teoria da Agência,(Jensen

e Meckling, 1976)

Existe um nível ótimo de endividamento

que maximiza o valor da empresa

Existe uma hierarquia de preferências

pelas fontes de financiamento.

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2.Revisão da Literatura: Teorias Tradicionais

Teorias Tradicionais: Resultados empíricos

Apoiam Não apoiam

“Tradeoff” “Pecking Order”

Empresas com elevadas

oportunidades de

crescimento/ativos

intangíveis com baixos

níveis de endividamento

(Baker e Wrugler,2002;

Hovakimian, 2006 )

Empresas com

elevada rendibi-

lidade com bai-

xos níveis de

endividamento(

Brealey e

Myers, 2006 Hovakimian,

2006 ,)

Apoiam Não apoiam

Empresas com

elevadarendibilid

ade com baixos

níveis de

endividamento,

(Myers, 1984

Shyam-Sunder,

L., e Myers,

S.C(1999). )

Empresas que

recompram,

frequentemente,

ações,(Fama e

French,

2005;Frank and

Goyal,2009)

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2.Revisão da Literatura: Finanças

Comportamentais

Finanças Comportamentais e Estrutura de capitais ,

Baker et al, 2007)

Investidores não racionais

versus gestores racionais

Investidores racionais versus

gestores não racionais

“MarketTiming”(Baker et

Wrugler, 2002)

Otimismo/Excesso de Confiança(Heaton,2002

;Hackbarth,2008;Malmendier et al, 2011)

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2.Revisão da Literatura: Finanças

Comportamentais

“Market Timing” – Emissão de ações quando estas se

encontram sobreavaliadas e recompra quando se

encontram subavaliadas, devido ao comportamento “não

racional” dos Investidores, (Baker e Wrugler, 2002)

Pelo facto das empresas não ajustarem,

subsequentemente, o seu valor de endividamento, em torno

do valor ótimo, aquele efeito tende a ser persistente ao

longo do tempo, (Baker e Wrugler, 2002).

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2.Revisão da Literatura: Finanças

Comportamentais.

Otimismo / Excesso de Confiança (O que é?).

Os indivíduos acreditam que as suas estimativas são mais

precisas do que realmente são (vg: Alpert e Raifa, 1993;

Liechetenstein et al, 1993).

Os indivíduos “fantasiam” demais as suas capacidades e

possibilidades, acreditando que podem fazer melhor do que

realmente fazem, Westein, (1980).

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2.Revisão da Literatura: Finanças

Comportamentais.

Os gestores que detenham aquele “enviesamento”, perceberão

que a empresa apresenta menor risco de insolvência, podendo

adotar maiores níveis de endividamento ( Hackbarth, 2008

Malmendier et al. 2011).

Sendo assim, empresas em tudo semelhantes, adotarão

diferentes níveis de endividamento, conforme o otimismo/ excesso

de confiança do gestor.

Podemos também ter, na mesma empresa e se mudar o gestor,

diferentes escolhas das fontes de financiamento.

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2.Revisão da Literatura: Finanças

Comportamentais.

Medidas empíricas utilizadas para medir o otimismo e excesso de confiança:

Inquérito aos CFO`S sobre a suas estimativas acerca da evolução do índice

S&P500 (Ben-David et al, 2007).

Malmendier et al (2011), usaram como medida:

1. diferimento do exercício das opções que os CEO`S detêm, mesmo que elas

estejam, “suficientemente”, ”in the money, isto é, o preço ser pelo menos 67%

superior ao de exercício”;

2. Compra de ações da empresa. Pelas mesmas razões, acima referidas, os CEO’S,

com excesso de confiança, possuem mais ações da empresa do que o desejável;

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2.Revisão da Literatura: Finanças

Comportamentais.

3.Número de vezes que os CEO´s são classificados, na imprensa

especializada, como exibindo excesso de confiança.

Os trabalhos de Reuter (2009), Oliver et Metfteh (2010) utilizam os

inquéritos de confiança da EU (efetuado a uma amostra alargada

de empresas)*.

*Nesta investigação utilizaremos, á semelhança de Reuter (2009), Oliver et

Metfteh (2010) os inquéritos de confiança da EU.

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3.Dados e metodologia

Caracterização da Amostra:

Painel, não balanceado, composto por 41 empresas portuguesas

cotadas na “Euronext ou, anteriormente, na BVLP.

Dados de 1998 a 2008.

Base de dados utilizada:

Finbolsa

Critério de seleção:

Pelo menos, 4 anos de informação, relativamente a todas as

variáveis.

Excluíram-se: empresas do sector segurador, financeiro e as

SADS.

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3.Dados e metodologia.

Empresa EmpresaAltri M. engilBrisa NovabaseCimpor Orey CIN P. FernandesCires GlinttCofina PortucelCompta PTCorticeira Amorim ZonContinente ReditusEdp SAGEstoril Sol toyotaFisipe semapaGrão Pará Soares CostaIbersol SonaeImpresa Sonae indInapa sonae comJ. Martins sumolisLisgrafica teixeira duarteMedia Capital vista alegre-Atlantis

Efacec Tertir

Vodafone

Empresas que

constituem a

amostra

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3.Dados e metodologia.

confiança de ExcessoOptimismo/2008

1998

1,1,1 itt

T

ti

T

tiit dXY

é o nível de endividamento da empresa i no ano t;

é a medida de otimismo/ Excesso

de confiança da empresa i no momento t-1;

representa as variáveis de controlo definidas

(“Market to Book”, rendibilidade, tangibilidade, dimensão,

dividendos da empresa i no momento t-1;

representa as dummies relativas ao ano.

;

Modelo (Linear) de dados em painel.

itY

td

1-ti,Confiança de ExcessoOptimismo/

1, tiX

17

3.Dados e metodologia.

Relação esperada entre as variaveis utilizadas no modelo linear

definido anteriormente e o nivel de endividamento.

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4.Análise e discussão dos resultados:

Modelo Linear – Endividamento contabilístico

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4.Análise e discussão dos resultados:

Modelo Linear- Endividamento de mercado.

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4.Análise e discussão dos resultados:

Principais Conclusões:

As empresas geridas por um gestor, que apresente otimismo/ excesso de confiança são, relativamente, mais endividadas do que aquelas em que o gestor não apresenta aquele “enviesamento”.

A evidência de uma relação negativa, e estatisticamente significativa, em ambos os modelos, entre a rendibilidade e o endividamento, permite-nos suportar outras evidencias em que a teoria da “Pecking Order” também é relevante na explicação da estrutura de capitais.

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5.Conclusões, Limitações e sugestões para

investigação futura.

Problemática complexa, e até em evolução, onde ainda não

existem conclusões definitivas;

Investigação empírica, utilizando os modelos tradicionais

com resultados contraditórios, que não se enquadram

totalmente em nenhuma das teorias tradicionais;

As empresas geridas por gestores, com otimismo/excesso

de confiança, tendem a ser mais alavancadas, segundo os

“modelos comportamentais”;

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5.Conclusões, Limitações e sugestões para

investigação futura.

Os resultados da Investigação empírica (vg: Ben-David, et al

(2007), Reuters (2009), Oliver et Mefteh, (2010) e Malmendier et

al, (2011)), no âmbito das finanças comportamentais, tem ido de

encontro aquelas hipóteses.

Na presente investigação obteve-se, também, evidência neste

sentido!

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5.Conclusões, Limitações e sugestões para

investigação futura.

Principais Limitações

Utilização de fontes de dados secundários;

A proxy utilizada é uma medida agregada;

Não inclusão de controlos adicionais, nomeadamente relacionados

com a governação.

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5.Conclusões, Limitações e sugestões para

investigação futura.

Sugestões para Investigação futura.

Desenvolver novas proxies para o optimismo/excesso de

confiança.

Incluir controlos adicionais nomeadamente os relacionados com a

governação.

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Obrigado pela atenção!

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Bibliografia.

Alpert, M; e Raifa, H (1993). A Progress report on the training of probability assessors. In Kahneman, D; Slovic, P; e Tversky, A (1993).Judgment under uncertainty: Heuristics and biases. New York: Cambridge University Press, pg: 294-305.

Baker, M; e Wrugler, J. (2002). Market Timing and Capital Structure. Journal of Finance , Vol 57, n. º1, February, 2002, pg: 1-32.

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Bibliografia.

Fama, E.F; e French, K.R. (2005).Financing Decisions: Who Issues Stock? Journal of Financial Economics 76, pg: 549-582.

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Hovakimian, A (2006).Are Observed Capital Structures Determined by Equity Market Timing. Journal of Financial and Quantitative Analysis, Vol 41 n. º1, March 2006, pg: 221-243.

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Jensen, M.; e Meckling, W.H (1976). Theory of the Firm: Managerial Behavior, Agency Costs and Ownership Structure. Journal of Financial

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Reuter, C.H.J (2009). European Capital Structures: Managerial Insight and Governance Regimes. Documento de Trabalho. Disponível em SSRN: http://ssrn.com/abstract=1538152

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Bibliografia.

Shyam-Sunder, L., e Myers, S.C(1999). Testing Static Tradeoff against Pecking Order Models of Capital Structure. Journal of Financial Economics, vol 51 ,pg: 219-244.

Vasiliou, D; e Daskalakis, N (2009).Behavioral Capital Structure: Is the Neoclassic Paradigm Threatened? Evidence from the Field. Journal of Behavioral Finance, Vol 10 nº 1, pg: 19-32.

Weisten,N.(1980).Unrealistic Optimism about future life events.Journal of Personality ans Social Psychology vol 39nº 5, pg:806-820