A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do ...

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A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

DanielaNevesAguiar

Orientadores

ProfessorEspecialistaPedroMiguelReixaLadeira

RelatóriodeEstágioapresentadoàEscolaSuperiordeArtesAplicadasdoInstitutoPolitécnicodeCasteloBrancoparacumprimentodosrequisitosnecessáriosàobtençãodograudeMestreemEnsinodeMúsica–InstrumentoeClassedeConjunto,realizadasobaorientaçãocientíficaProfessorEspecialistaPedroMiguelReixaLadeira,daEscolaSuperiordeArtesAplicadasdoInstitutoPolitécnicodeCasteloBranco.

Outubro 2019

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Provided by Repositório do Instituto Politécnico de Castelo Branco

II

III

Composição do júri

Presidentedojúri

Especialista,NatáliaRiabova

ProfessorAdjuntodaEscolaSuperiordeArtesAplicadasdoInstitutoPolitécnicodeCasteloBranco

Vogais

Especialista,PedroMiguelReixaLadeira(Orientador)

ProfessorAdjuntodaEscolaSuperiordeArtesAplicadasdoInstitutoPolitécnicodeCasteloBranco

Especialista,CarlosManuelDinisPiçarraAlves(Arguente)

ProfessorAdjuntodaEscolaSuperiordeArtesAplicadasdoInstitutoPolitécnicodeCasteloBranco

IV

V

Dedicatória

Aosmeusavós,quenãoestandopresentes,estãocomigotodososdias.

VI

VII

Agradecimentos

Aosmeuspais,umobrigadonãochegaparaagradecertudooquefizeramefazempormim,oquesouhojedevo-osaeleseàminhafamília.Deram-metodooapoioeincentivoparaconcluiresteprojeto.

Ao professor, orientador e amigo Pedro Ladeira, por todos os ensinamentos aolongode5anoseporestarsempreaomeuladoparameajudaremtudo.

Ao João Craveiro, obrigada por estar sempre ao meu lado, nos bons e mausmomentosdestafaseenavida.

Aosmeusamigosmaispróximos,porseremosmelhoresdomundoeporseremaminhafamíliaquandoestoulongedecasa.

VIII

IX

Resumo OMétodoSuzukiéconhecidomundialmenteporpraticamentetodososmúsicos.

Ficou famosopelométodo criadopara violino edesde aí outrosmúsicosdeoutrosinstrumentosadaptaramoseumétodoeasuametodologiaaoseuinstrumento.

Paraoclarineteaindanãofoicriado,atéàdatadesterelatório,ummétodoparaaaprendizagem,maséimportanteoestudodassuasmetodologiasparaainiciaçãodoinstrumento.Eoobjetivodesteestudoéavaliarassuasmetodologiaseaveriguarseseadequamaoensinodoclarinete.

Oclarinéoétambémabordado,umavezqueéumaopçãoàscriançasnainiciação.Éuminstrumentomaisleveedefácilutilizaçãoporpartedascrianças.

Palavras chave Método Suzuki, pedagogia musical, ensino de música, iniciação do clarinete,

clarinéo.

X

XI

Abstract TheSuzukiMethod isknownworldwidebyvirtuallyeverymusician.Hebecame

famousforthemethodhecreatedforviolinandsincethenothermusiciansfromotherinstrumentshaveadaptedhismethodandmethodologytohisinstrument.

Fortheclarinetamethodforlearninghasnotyetbeencreatedasofthisreport,butitisimportanttostudyitsmethodologiesfortheinitiationoftheinstrument.Andthepurposeof this study is to evaluate theirmethodologies and findout if they fit theclarinetteaching.

Clarinéoisalsoaddressedasitisanoptionforchildrenininitiation.Itisalighteranduser-friendlyinstrumentforchildren.

Keywords SuzukiMethod,musicalpedagogy,musicteaching,clarinetinitiation,clarinéo.

XII

XIII

Índice geral

ParteI–PráticadeEnsinoSupervisionada

1.Introdução............................................................................................................3

2.Caraterizaçãodaescolaedomeioambiente.........................................................42.1ContextualizaçãoGeográfica,SocioeconómicaeHistóricadaCidadedeCasteloBranco

..............................................................................................................................................42.2ConservatórioRegionaldeCasteloBranco..................................................................4

3.OensinodeClarineteeClassedeConjuntonoConservatórioRegionaldeCasteloBranco 5

3.1CaraterizaçãodosAlunosdeEstágio...........................................................................53.1.1 Identificação e caraterização do Aluno de Clarinete.......................................53.1.2 Identificação e Caraterização dos Alunos de Classe de Conjunto..................5

3.2SíntesedaPráticaPedagógicadeClarinete.................................................................53.2.1 Plano de Estágio.....................................................................................................63.2.2 Objetivos Gerais e Específicos para o 2º Grau de Clarinete...........................73.2.3 Repertório................................................................................................................83.2.4 Metodologias de Avaliação....................................................................................93.2.5 Planificação Anual de Clarinete.........................................................................103.2.6 Planificações e relatórios das Aulas de Clarinete...........................................12

3.3SíntesedaPráticaPedagógicadeClassedeConjunto................................................203.3.1 Plano de Estágio...................................................................................................203.2.1 Objetivos Gerais e Específicos de Classe de Conjunto...................................213.3.3 Reportório..............................................................................................................233.3.4 Metodologias de Avaliação..................................................................................243.3.5 Planificação Anual de Classe de Conjunto.......................................................253.3.6 Planificações e Relatórios das Aulas de Classe de Conjunto (Orquestra de

Sopros)....................................................................................................................................26

4.ReflexãoCríticasobreoTrabalhoDesenvolvidonaPráticadeEnsinoSupervisionada.............................................................................................................33

ParteII-AviabilidadedoMétodoSuzukiaplicadoàiniciaçãodoclarinete

1. Introdução....................................................................................................37

2. EnsinodoclarineteemPortugal....................................................................382.1ContextualizaçãoHistórica........................................................................................382.2 Iniciaçãodoclarinete...........................................................................................382.3ClarinéocomoFerramentadeiniciaçãodoclarinete.................................................382.4RepertórioExistenteparaClarinéo...........................................................................40

3.OMétodoSuzuki.................................................................................................403.1Biografia...................................................................................................................403.2OrigemeConceitodeMétodo..................................................................................42

XIV

3.3Metodologia.............................................................................................................443.4MétodoSuzukiadaptadoparaInstrumentosdeSopro..............................................49

4.AnálisedosQuestionários...................................................................................504.1OQuestionário.........................................................................................................504.2MetodologiadaInvestigação....................................................................................514.3AnálisedosResultados.............................................................................................524.4SínteseGeral.............................................................................................................73

5.ConclusõesGerais...............................................................................................75

6.Bibliografia..........................................................................................................76

7.Anexos–Questionários.......................................................................................79

XV

Índice de figuras

Figura1–GráficodosResultadosdapergunta1“Género”....................................................52

Figura2-GráficodosResultadosdapergunta2"Idade"........................................................53

Figura3-GráficodosResultadosdapergunta3"Habilitações"...........................................54

Figura4-GráficosdosResultadosdapergunta4"Localizaçãogeográficaondeleciona"..................................................................................................................................................................55

Figura5-GráficodosResultadosdapergunta5"Háquantosanosleciona?"................56

Figura6-GráficodeResultadosdapergunta6"Temalunosdeiniciação?"...................57

Figura7-GráficodeResultadosdapergunta7"Serespondeu"sim"àquestãoanterior,quantosalunosdeiniciaçãotêm?"...........................................................................................58

Figura 8 - Gráfico de Resultados da pergunta 8 "Quantos alunos de iniciação têminstrumentopróprio?"...................................................................................................................58

Figura9-GráficodeResultadosdapergunta9"Aescolaondelecionatemclarinéo?"..................................................................................................................................................................59

Figura10 -GráficodeResultadosdapergunta10 "Se respondeu"sim"naperguntaanterior,quantosclarinéospossuiaescola?"......................................................................60

Figura11-GráficodeResultadosdapergunta13"Qualametodologiamaisadequadaàiniciaçãodoclarinete?"..............................................................................................................63

Figura 12 - Gráfico de Resultados da pergunta 14 "Qual a opinião relativamente àaprendizagemdaleituradapauta?"........................................................................................64

Figura13-GráficodeRespostadapergunta15"Concordacomapresençadospaisdosalunosnasaulasdeinstrumento?"...........................................................................................65

Figura14-GráficodeResultadosdapergunta17"Concordaqueserealizemaulasdegrupo,comtodososalunosdeiniciação,frequentemente?"........................................68

Figura 15 - Gráfico de Resultados da pergunta 19 "Concorda com a realização,frequente,deaudiçõesdosalunosdeiniciação?"..............................................................70

XVI

XVII

Lista de abreviaturas, Siglas e Acrónimos

PES–PráticadeEnsinoSupervisionada

CRCB–ConservatórioRegionaldeCasteloBranco

ESART–EscolaSuperiordeArtesAplicadas

IPCB–InstitutoPolitécnicodeCasteloBranco

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

1

Parte I – Prática de Ensino Supervisionada

Daniela Neves Aguiar

2

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

3

1. Introdução

Este dossier pedagógico, é o culminar de um estágio supervisionado noConservatório Regional de Castelo Branco (CRCB). O estágio está inteiramenterelacionado com a unidade curricular de Prática de Ensino Supervisionada (PES),referente aoMestrado emEnsinodeMúsica, realizadonaEscola Superior deArtesAplicadasdoInstitutoPolitécnicodeCasteloBranco(ESART-IPCB).

Durante a realização deste estágio, estamos inseridos no quotidiano da escola,passandoporexperiênciasanívelpessoaleprofissional,quenospermitemelaborarcríticaepormenorizadamenteumareflexãodoanoletivodestainstituição.

Dividindoestedossieremtrêspartes,encontramosnaprimeiraumacaraterizaçãodomeioemqueseinsereoconservatório,bemcomoacaraterizaçãodamesmaeoseuprojetoeducativoparaoanoletivocorrente.

Na segunda parte, consta a descrição pormenorizada da prática pedagógica declarineteeclassedeconjunto(orquestradesopros).Passandopelacaraterizaçãodosaspetosprincipaisreferentesaestasdisciplinas,desdeosalunos,aoplanodeestágio,metodologias, culminando nas planificações e relatórios das aulas assistidas eministradas.

Aterceiraparte,consistenaapresentaçãodareflexãocríticaàpráticapedagógicavivenciada.

Daniela Neves Aguiar

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2. Caraterização da escola e do meio ambiente 2.1 Contextualização Geográfica, Socioeconómica e Histórica da Cidade de Castelo Branco

Castelo Branco é uma cidade portuguesa, capital de distrito e situada na regiãoestatísticadoCentro,nasub-regiãodaBeiraBaixa,comcercade34000habitantes.

Ao contráriodeoutras cidadesda região,que cresceramnotavelmentedevidoàindústriatêxtil,CasteloBrancosempreteveumaimportânciageoestratégicaepolíticaem Portugal. Não está, por esse motivo, sujeita às flutuações económicas quedeslocalizaram empresas têxteis - mormente de laboraçãomanual desqualificada -como sucedeu na região norte e na Cova da Beira. A composição sociológicapredominanteéporessemotivotambémmuitodiferentedeoutrascidadesdeculturadooperariado.

CasteloBrancoterátidoasuaorigemnolocaldeumcastropré-romano.NoiníciodoséculoXIIexistiaumapovoaçãonocimodaColinadaCardosa,emcujaencostasedesenrolouopovoamentodavila.

(https://www.cm-castelobranco.pt/municipe/castelo-branco/historia-da-fundacao-de-castelo-branco/-Consultado2018)

2.2 Conservatório Regional de Castelo Branco

Associaçao Cultural de utilidade publica e sem fins lucrativos, o ConservatorioRegionaldeCasteloBranco,comsedenoLargodaSe,nacidade,freguesiaeconcelhode Castelo Branco, iniciou as suas atividades em outubro de 1974 como escola demusica.

Tendoporobjetivoexpressooensinodamusicaedadança, visava sobretudoaformaçao de professores e instrumentistas bem como a promoçao cultural dapopulaçaodeCasteloBrancoerespetivaareadeinfluencia.

Jaem1986,comumcorpodiscentedecercadeseiscentosalunosecomumaofertaalargada de cursos de música, da iniciaçao, passando pelos cursos Basicos,complementares ate ao Superiores de Instrumento, Piano e Composiçao, oConservatoriodeCasteloBrancofoiopromotordascomemoraçoesnacionaisdoDiaMundialdaMusica.

AtualmenteoConservatorioabarcaquasetodososCursosdeInstrumento,Canto,ComposiçaoeFormaçaoMusical,desdeonıvelde iniciaçaoateaonıvelsecundario.ContacomumcorpodocenteformadonasuamaioriaporprofessoresqueiniciaramasuaformaçaonestaEscolaequedetem,hoje,habilitaçaodegrausuperior,bemcomoaprofissionalizaçaonoensinoespecializadodamusica.

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

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Desdeentao,todososanosoConservatorioformaalunosqueintegramosatuaisCursosSuperioresdeMusica,noambitodoensinouniversitarioepolitecnico.

(https://conservatoriocb.wordpress.com/historia/-Consultado2018)

3. O ensino de Clarinete e Classe de Conjunto no Conservatório Regional de Castelo Branco 3.1 Caraterização dos Alunos de Estágio 3.1.1 Identificação e caraterização do Aluno de Clarinete

Oalunodeclarineteescolhidoparaoestágiotem12anosdeidadefrequentao2º

grau e é natural de Castelo Branco. É um aluno inteligente, mas com algumasdificuldadesdeconcentração.

Este aluno tem necessidades educativas especiais, uma vez que sofre dehiperatividadeetemapoioàsdisciplinasdeformaçãomusicaleaclarinete.

3.1.2 Identificação e Caraterização dos Alunos de Classe de Conjunto

Aturmaéconstituídapor27alunos,sendoque14sãoraparigase13sãorapazeseaidadevariaentreos12eos17anos.

Aturmaécompostaporalunosdo3ºao5ºgraudoensinonoconservatórioeháalunos de quase todos os instrumentos de sopro e percussão, são eles: flautatransversal, clarinete, saxofone, trompete, trompa, tuba e percussão. É importantereferir que, além destes alunos inscritos na disciplina existem outros alunos queparticipamtambémnasaulas.

3.2 Síntese da Prática Pedagógica de Clarinete

Neste ponto é feita toda a síntese da Prática pedagógica e das aulas assistidasduranteostrêsperíodos.Todasastabelasforamelaboradaspeloautor.

Daniela Neves Aguiar

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3.2.1 Plano de Estágio

Aaulasdeinstrumentorealizaram-seàquarta–feiranohoráriodas18horase30minutosàs19horase15minutos.ComeçaramnomêsdeSetembroeterminaramemJunhocomototaldetrintaeumaaulas.

Horáriodaaula:18h30–19h15

Diadasemana:Quarta–feira

Mês (2015/2016) Dias do mês Total de aulas

Setembro - - - - 27 1 Outubro 04 11 18 25 - 4

Novembro 8 15 22 29 - 4 Dezembro 6 13 - - - 2

Janeiro 03 10 17 24 31 5 Fevereiro 07 21 28 - - 3

Março 07 14 21 - - 3 Abril 11 18 - - - 2 Maio 02 09 16 23 30 5 Junho 06 13 - - - 2

Total de aulas 31

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

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3.2.2 Objetivos Gerais e Específicos para o 2º Grau de Clarinete

ParaosegundograudeclarineteexistemobjetivosgeraiseespecíficosconstantesnoprogramaadotadopeloCRCBempropostadegrupodisciplinar.

Noqueconcerneaosobjetivosgerais,constamosseguintes:

NoçõesteóricassobreascaracterísticasdoInstrumento.

SabercuidardoInstrumento.

Posturaecolocaçãodoinstrumento.

Técnica da dedilhação. Colocação de ambas as mãos. Respiração. Funções dosdedos,pulsoebraço.

Articulações.Comosedeveatacarosomcomalíngua.

Embocadura.Comosedevecolocarabocanaboquilhaequepressãousar.

Sonoridade

Fraseado

Emrelaçãoaosobjetivosespecíficosparaodomíniodoconhecimentoparticulardoclarinetesão:

Conhecerdeformabásicaegeneralistaahistóriadoinstrumento.

Conhecerosnomesdaspartesconstituintesdoclarinete.

Compreenderofuncionamentoeamecânicadoclarinete.

Conseguirmontaroclarinetedeformacorreta,incluindoacolocaçãodapalhetaeabraçadeira.

Compreender a manutenção necessária do instrumento e adquirir cuidadosregularesdelimpeza.

Conseguirumaboaposturadepéesentado,tónicaeflexível.

Encontrarumaposiçãoequilibradaeconfortávelparaqueoinstrumentofaçaumângulodecercade45ºcomotronco.

Conseguirseguraroinstrumentoomaisnaturalpossível,comospulsosafastadosdotronco,asmãosdescontraídaseosdedosemposiçãocurva.

Daniela Neves Aguiar

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3.2.3 Repertório

O repertório específico para o aluno, durante este ano letivo, é composto porescalas, até duas alterações, escalas menores naturais e harmónicas e arpejos dasmesmas.Doislivrosdeestudosetrêspeças.

Escalas

Escalasaté2alterações(DóMaior,FáMaior,SolMaior,SibMaior,RéMaiorerelativasmenores) escalas menores naturais e harmónicas. Escala executada em duas oitavassemprequepossível,ascendenteedescendentemente,comexercíciosdelegatoestaccatosobre a escala. Começa na tónica, desenvolve ascendentemente até ao Dó5, percorredescendentementeatéaoMi2evoltaaterminarnatónica.Semprequepossível,tambémseexecutaoarpejorelativoàescalapreparada.

Autor Nome

Castelain,Jean Lire,Ecouter&jouer2

Lancelot,Jacques 20ÉtudesFaciles

Peças

Compositor Nome

Tchaikovsky,Piotr ChansonTriste

Mozart,Wolfgang Trio

Mozart,Wolfgang Excertosda39asinfonia

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

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3.2.4 Metodologias de Avaliação

Domínio

da Avaliaç

ão

Critérios gerais Critérios Específicos Instrumentos Indicadores de Avaliação

%

total

Cog

nitiv

o C

apac

idad

es e

Com

petê

ncia

s

Aquisição de competências essenciais e específicas

Domínio dos conteúdos programáticos

Aplicação de conhecimentos a novas situações

Evolução na aprendizagem

Hábitos de estudo

• Postura e embocadura • Coordenação motora • Saber ler a partitura, leitura • Sentido rítmico e melódico • Consciência de afinação • Realização de diferentes articulações

e dinâmicas • Agilidade e segurança na execução • Noção de fraseado • Sentido de construção da obra • Aproximação aos andamentos que

as obras determinam • Interpretação adequada ao estilo da

obra • Capacidades trabalhar diferentes

repertórios • Capacidade de concentração e

memorização • Capacidade crítica e diagnóstico de

problemas, assim como a sua resolução

• Capacidade de se ouvir • Métodos e hábitos de estudo • Relacionar conhecimentos

• Aulas (avaliação contínua)

• Audições

• Concertos

65%

95%

• Provas Semestrais

30%

Atitu

des

e Va

lore

s

Desenvolvimento do sentido de responsabilidade e autonomia

Desenvolvimento do espírito de tolerância, de seriedade, de cooperação e de solidariedade

Manifestação de hábitos de trabalho

• Assiduidade e pontualidade • Cumprimento das regras • Apresentação do material necessário

à aula • Interesse e empenho • Cumprimento das tarefas propostas • Participação nas atividades da

escola, dentro e fora da sala de aula • Respeito pelos outros, pelos

materiais e pelos equipamentos • Postura e atitude em apresentações

públicas, seja como participante seja como ouvinte

• Observação Direta 5% 5%

Daniela Neves Aguiar

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3.2.5 Planificação Anual de Clarinete

Competências / Objetivos

Conteúdos Programáticos

Avaliação Cognitiva,

Capacidades e Competências

• Coordenação motora

• Sentido rítmico e melódico

• Postura

• Saber ler a partitura leitura

• Emitir som com qualidade

• Capacidade de fazer diferentes articulações e dinâmicas

• Consciência de afinação

• Segurança e destreza técnica

• Capacidade de concentração e memorização

• Capacidade critica e diagnóstico de problemas assim como a sua resolução

• Método e hábito de estudo

• Capacidade de trabalhar diferentes repertórios

• Relacionar conhecimentos

Atitudes • Respeito pelo professor, colegas, assim como todos os intervenientes no meio escolar e restantes instrumentos

• Assiduidade e pontualidade

• Interesse e empenho

• Cumprimento de tarefas diárias

• Participação nas atividades da escola

• Postura em apresentações públicas quer como ouvinte quer como participante.

• Atitude em grupo

O instrumento • Manuseamento

• Cuidados

• Postura

• Embocadura

• Emissão de som

• Respiração

Aspetos técnicos e de domínio do instrumento

• Saber posicionar a embocadura

• Saber emitir som

• Posicionar o clarinete em relação ao corpo e mãos

• Noção de respiração diafragmática

• Emitir som

• Saber articular

• Noções básicas de afinação

Expressão musical • Sensibilização á qualidade de som, afinação e timbre do instrumento

• Noção de pulsação e dinâmica

Programa Anual

(mínimo)

• Escalas maiores e arpejos até duas alterações

• Exercícios de iniciação ao clarinete

• 5 Estudos

• 3 Peças de Autores e/ou Estilos diferentes 1º Período 2º Período 3º Período

• Exercícios e estudos de iniciação ao clarinete.

• 1 Estudo

• 1 Peça

• 2 Escalas em duas oitavas

• 2 Estudos

• 1 Peça

• 3 Escalas em duas oitavas

• 3 Estudos

• 1 Peça

Estratégias / Atividades Instrumentos de Avaliação • Explicação e exemplificação de procedimentos e conceitos

• Imitação e assimilação de tarefas

• Participar, quando possível, em atividades fora do conservatório para enriquecimento curricular

• Audição de gravações

• O aluno deverá fazer pelo menos uma apresentação pública onde aplicará os conceitos dados e trabalhados nas aulas, como a postura, pulsação, ritmo e agógica.

• Reflexão

• Assiduidade/Pontualidade

• Material

• Atitude

• Desenvolvimento técnico-musical

• Aquisição e aplicação de conceitos e conhecimentos

• TPC

• Audições

• Provas e testes de Avaliação

• Controlo técnico-artístico

• Responsabilidade

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

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• Responsabilidade e autonomia

• Espírito de solidariedade, cooperação e tolerância

Daniela Neves Aguiar

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3.2.6 Planificações e relatórios das Aulas de Clarinete As planificações e relatórios de aula de instrumento foram selecionados

aleatoriamente,apartirdoDossierdeEstágiodaPráticaSupervisionada,numtotaldeseisplanificaçõeserelatórios,duasparacadaperíodo.

AULANº3

Dia:11deOutubrode2017Tempo:45minutosGrau:2º

Peça/Itematrabalhar

Objetivos/Competências

Metodologias/Estratégias

Temáticadeaprendizagem

RecursosMateriais

EscaladeRéMaioremduasoitavas,comexercíciosdelegatoestaccatoearpejo.

Ritmo,articulação,sonoridadee

técnica

Imitativo–Professorexemplificaaoaluno

Assimilaçãodetarefas

Execução Clarineteemsib

Osdós#-unidade1dolivroLire,

Ecouter&jouer2.

Leitura,interpretação,sonoridadeeexecução

Indutivo–acumulardecomponentesnapartitura,paralevaroalunoàcompreensão

natotalidadedoestudo

Execuçãoeinterpretação

Clarineteemsib,

metrónomoemétodo

Sumário:

Escala:SolMaioremduasoitavas,comterceirasdobradaseexercíciosdelegatoestaccato.ArpejoMaior.

Estudos:Osdós#-Lire,ecouter&jouer2

RelatóriodeAula:

A aula teve início com o exercício da escala de SolMaior habitual, legatto estacatto,terceirasdobradasearpejocominversãode3notas.

Oalunorelembrouaindaoestudodaaulaanterioreperseguiuparaumnovoestudo(osdós#).Neste estudo teve algumadificuldade emmanter o arnodiafragmae aprofessora exemplificou exercícios de notas longas até gastar todo o ar e o alunorepetiu.

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

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Parafinalizaraaula,aprofessoraexplicouumanovaescalaaoaluno,aescaladeRéMaior,agoracomduasalteraçõeseocomodó#,notaqueeleesteeatrabalharmetodooestudo.

AULANº8

Dia:22deNovembrode2017Tempo:45minutosGrau:2º

Peça/Itematrabalhar

Objetivos/Competências

Metodologias/Estratégias

Temáticadeaprendizagem

RecursosMateriais

EscaladeRéMaioremduasoitavas,comexercíciosde

legatoestaccatoearpejos.

Ritmo,articulação,sonoridadee

técnica

Imitativo–Professorexemplificaaoaluno

Assimilaçãodetarefas

Execução Clarineteemsib

Reverie-Lire,Ecouter&jouer2

ChansonTriste–P.Tchaikovsky

Leitura,interpretação,sonoridadeeexecução

Indutivo–acumulardecomponentesnapartitura,paralevaroalunoàcompreensão

natotalidadedoestudo

Execuçãoeinterpretação

Clarineteemsib,

metrónomoemétodo

Daniela Neves Aguiar

14

Sumário:

Escala:RéMaioremduasoitavas,comterceirasdobradaseexercíciosdelegatoestaccato.ArpejoMaior.

Estudos:Unidade2–Lire,Ecouter&jouer2

Peça:ChansonTriste–P.Tchaikovsky

RelatóriodeAula:

AaulainicioucomosexercícioshabituaisdaescaladeRéMaior,legatto,stacattoe3ªsdobradas.DeseguidaoarpejoMaiorcominversãode3notas.

Aprofessorapediuaoalunoparatocararelativamenor(simenor)harmónicaeoaluno já não sabia como se fazia, foram feitas várias explicações da mesma e aprofessora exemplificou várias vezes. O aluno conseguiu tocar a escalamenor bemapesarde algumadificuldade e fez as 3ªsdobradas.Aprofessorapediu esta escalaporque a prova estava próxima e o aluno tinha-se esquecido de como a tocar, istodemonstraodéficedeatençãodoaluno,mastambémopoucoestudoemcasa.

Seguidamente,oalunoexecutouoestudodaúltimaaula,lasyncopeeaindaapeça.

O estudo estava bem no geral mas na peça o aluno ainda apresentou algumasdificuldades,principalmentenoslegatosdasnotasagudas.

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

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AULANº13

Dia:10deJaneirode2018Tempo:45minutosGrau:2º

Peça/Itematrabalhar

Objetivos/Competências

Metodologias/Estratégias

Temáticadeaprendizagem

RecursosMateriais

EscaladeSibMaioremduasoitavas,comexercíciosdelegatoestaccatoearpejo.

Ritmo,articulação,sonoridadee

técnica

Imitativo–Professorexemplificaaoaluno

Assimilaçãodetarefas

Execução Clarineteemsib

Trio–Mozart

(excertosda39asinfonia)

Leitura,interpretação,sonoridadeeexecução

Indutivo–acumulardecomponentesnapartitura,paralevaroalunoàcompreensão

natotalidadedoestudo

Execuçãoeinterpretação

Clarineteemsib,

metrónomoemétodo

Sumário:

Escala:EscaladeSibMaioremduasoitavas,comexercíciosdelegatoestaccatoearpejo.Escalacromática.

Peça:Trio(excertosdasinfonia39a)-Mozart

RelatóriodeAula:

Aaulafoiiniciadacomaescalacromática.Oalunoexecutouaescalacommuitoserros,devidoaestaescalaestaraindaaseraprendida.Nageneralidade,oalunosaltouporcimademuitoscromatismosoqueéperfeitamentenormalnumafaseinicialdaaprendizagem. O aluno, mostrou também mais facilidade a realizar a escalaascendente,doquedescendentemente.

De seguida, executou a escala maior, com todos os exercícios anteriormenteestudados.Noarpejo,foiondeoalunotevemaisdificuldadee,porisso,aprofessoratocoumuitodevagarepediuconcentraçãoaoalunoparaassimilartodaainformação.

Porúltimo,tocouapeça,umapeçabastantedifícil,comparandocomosestudosqueoalunotemestudadoeaprofessoraficoubastanteimpressionadacomasensibilidadequeoalunodemonstrounoslegatosdasnotasmaisagudas.Aindaassim,apresentoualgumasdificuldadesrítmicas.

Daniela Neves Aguiar

16

AULANº18

Sumário:Escala:EscaladeSibMaioresolmenoremduasoitavas,comexercíciosdelegatto

estaccatoearpejos.

Estudos:BerceusedeBrahms–Lire,ecouter&jouer2.

RelatóriodeAula:

A aula começou com a escala e arpejo de Sib Maior em duas oitavas com asarticulações legato e staccato, sequencialmente. A escala foi bem executada e semerros,apenasumerrodearticulaçãonoarpejo.

Os estudos foram ambos bem tocados, apenas necessita um pouco mais deconcentraçãoemcertasfigurasrítmicasenotasqueaindanãoestátãofamiliarizado.Surgempontualmente correçõesde articulaçãoporpartedo aluno, o que se vemarevelarumproblemaconstante.

Dia:21deFevereirode2018Tempo:45minutosGrau:2º

Peça/Itematrabalhar

Objetivos/Competências

Metodologias/Estratégias

Temáticadeaprendizagem

RecursosMateriais

EscaladeSibMaioremduasoitavas,comexercíciosdelegatoestaccatoearpejo.

Ritmo,articulação,sonoridadee

técnica

Imitativo–Professorexemplificaaoaluno

Assimilaçãodetarefas

Execução Clarineteemsib

BercausedeBrahms–Lire,Ecouter&Jouer

2

Leitura,interpretação,sonoridadeeexecução

Indutivo–acumulardecomponentesna

partitura,paralevaroalunoàcompreensão

natotalidadedoestudo

Execuçãoeinterpretação

Clarineteemsib,

metrónomoemétodo

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

17

AULANº23

Sumário:

Escalas:LáMaiorefá#menorcomexercíciosdelegattoestacattoearpejo.

Estudos:Revolution–Lire,ecouter&jouer2

RelatóriodeAula:

Hojeéoiníciodo3ºperíodoecomestetraznovorepertório.

AaulainicioucomaescalaearpejodeLáMaioremduasoitavas,comasarticulaçõeslegatoestaccatoe3ªsdobradas.Deseguidaaprofessorapediuparaexecutaraescalamenormasoalunonão faziaamínima ideiadecomoa tocar (menorharmónica)eentãoaprofessoraexplicouquenaescalamenorharmónicao7ºgrauéaumentadomeiotomascendentementeedescendentemente.

Deseguida,oalunotrazumnovoestudosparaapresentar.Sãoestudosfáceiseoaluno demostra capacidade para o poder tocarmuito bem,masmais uma vez estádistraídoenãoconsegueatingiroobjetivo,queétocá-lominimamentebem,comnotaseritmoscertos.

Dia:11deAbrilde2018Tempo:45minutosGrau:2º

Peça/Itematrabalhar

Objetivos/Competências

Metodologias/Estratégias

Temáticadeaprendizagem

RecursosMateriais

EscaladeLáMaioreFá#

menoremduasoitavas,comexercíciosdelegatoestaccatoearpejo.

Ritmo,articulação,sonoridadee

técnica

Imitativo–Professorexemplificaaoaluno

Assimilaçãodetarefas

Execução Clarineteemsib

Revolution–Lire,ecouter&

jouer2

Leitura,interpretação,sonoridadeeexecução

Indutivo–acumulardecomponentesnapartitura,paralevar

oalunoàcompreensãona

totalidadedoestudo

Execuçãoeinterpretação

Clarineteemsib,

metrónomoemétodo

Daniela Neves Aguiar

18

AULANº29

Sumário:

Escalas:LáMaiorefá#menorcomexercíciosdelegattoestaccatoearpejo.

Estudos:Revolution–Lire,ecouter&jouer2

EstudoNº5–Lancelot

Peça:BarceusedeSchumman

RelatóriodeAula:

Aaulacomeçounormalmente,comaescalaMaioremenoretodososexercíciospedidosparaaprovaglobal.Oalunomostrouqueassimiloutudooquelhefoipedidoaolongodoperíodo,aindaassim,comalgumasfalhasnasalteraçõesdasnotaseemalgunslegattos.

Dia:30deMaiode2018Tempo:45minutosGrau:2º

Peça/Itematrabalhar

Objetivos/Competências

Metodologias/Estratégias

Temáticadeaprendizagem

RecursosMateriais

EscaladeLáMaioreFá#menoremduasoitavas,comexercíciosde

legatoestaccatoearpejo.

Ritmo,articulação,sonoridadee

técnica

Imitativo–Professorexemplificaaoaluno

Assimilaçãodetarefas

Execução Clarineteemsib

Revolution–Lire,ecouter&jouer2

EstunoNº5–Lancelot

BerceusedeSchumman

Leitura,interpretação,sonoridadeeexecução

Indutivo–acumulardecomponentesnapartitura,paralevaroalunoàcompreensão

natotalidadedoestudo

Execuçãoeinterpretação

Clarineteemsib,

metrónomoemétodo

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

19

Deseguida,executouoestudo,queémaisdifícilquetodososqueoalunoestudouduranteoanoletivo,oquenosmostraquehouveumaevolução.Oalunotocouoestudono geral bem, esquecendo-se por vezes das dinâmicas e alterando o ritmopontualmente.

Apeçaéoqueestámelhorpreparadoparaaprova,éumapeçasimples,masoalunodemonstracapacidadedeatocarcomexpressividadeecomocaracterpedido.

Daniela Neves Aguiar

20

3.3 Síntese da Prática Pedagógica de Classe de Conjunto 3.3.1 Plano de Estágio

AauladeClassedeConjunto,foiumaturmadeOrquestradeSoproserealizou-seás quintas – feiras no horário das 18 horas e 30 minutos às 20 horas. As aulascomeçaramemSetembroeterminaramemJunho,fazendoumtotalde32aulas.

ClassedeConjunto:OrquestradeSopros

Horáriodaaula:18h30–20h

Diadasemana:quintafeira

Mês (2015/2016) Dias do mês Total de aulas Setembro - - - - 29 1 Outubro 12 19 26 - - 3 Novembro 02 09 16 23 30 5 Dezembro 07 14 - - - 2 Janeiro 04 11 18 25 - 4 Fevereiro 01 08 15 22 - 4 Março 01 08 15 22 - 4 Abril 12 19 26 - - 3 Maio 03 10 17 24 - 4 Junho 7 16 - - - 2

Total de aulas 32

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

21

3.2.1 Objetivos Gerais e Específicos de Classe de Conjunto

Para a disciplina de classe de conjunto existem objetivos gerais e específicosconstantesnoprogramaadotadopeloCRCBempropostadegrupodisciplinar.

Noqueconcerneaosobjetivosgerais,constamosseguintes:

Aquisiçãodecompetênciasessenciaiseespecíficas;

Domíniodosconteúdosprogramáticos;

Aplicaçãodeconhecimentosanovassituações;

Evoluçãonaaprendizagem

Hábitosdeestudo;

Responsabilidade;

Desenvolvimento do sentido de responsabilidade, autonomia, autoconfiança eautoestima;

Desenvolvimento do espírito de tolerância, de seriedade, de cooperação, desolidariedade,socializaçãoecivismo;

Manifestaçãodehábitosdetrabalho;

Emrelaçãoaosobjetivosespecíficosparaodomíniodoconhecimentoparticulardadisciplinadeclassedeconjuntosãoeles:

CoordenaçãoPsicomotora;

Sentidodepulsação,rítmico,melódica;

Agilidadeesegurançanaexecução;

Capacidadedeconcentraçãoememorização;

Capacidadedediagnosticarproblemaseresolvê-los;

TrabalhosdeCasa/Métodosdeestudo;

CapacidadedeAfinação;

PosturaFísica;

Respiração;

Assiduidadeepontualidade;

Cumprimentodasregras;

Apresentaçãodomaterialnecessárioàaula;

Interesseeempenho;

Cumprimentodastarefaspropostas;

Daniela Neves Aguiar

22

Participaçãonasatividadesdaescola,dentroeforadasaladeaula;

Respeitopelosoutros,pelosmateriaisepelosequipamentos;

Posturaeatitudeemapresentaçõespúblicas;

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

23

3.3.3 Reportório

O repertório escolhido para todo o ano letivo foram seis peças e escalas paraaquecimentodosalunos.

Exercícios

EscalasMaiores,notaslongas,staccatoelegatto.

Peças

Compositor Nome

Pusceddu,Lorenzo Overture Solenne

Broege,Timothy SinfoniaXIX

Ford,Ralph DarkAdventure

Arr.Bernaerts,Franck TheGladiator

Hedien,Mark SuiteforWindOrchestra

Barrett,Roland ArabianDances

Daniela Neves Aguiar

24

3.3.4 Metodologias de Avaliação

DomínioAfetivo(30%)

Assiduidade/

Pontualidade

Responsabilidade:material/

cumprimentodeprazos

Participação(AulaseConcertos),Interesse,Concentração.

5% 8% 17%

DomínioCognitivo/Psicomotor(30%) ProvadeAvaliação(40%)

TOTAL

TrabalhodeCasa/Métodode

Estudo

Afinação

SentidoRítmico

Leitura PosturaFísica

Respiração Memória

2% 5% 5% 4% 4% 4% 6% 40% 100%

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

25

3.3.5 Planificação Anual de Classe de Conjunto

DOMINIO DA AVALIAÇÃO

CRITÉRIOS GERAIS CRITÉRIOS ESPECIFICOS

RECURSOS AVALIAÇÃO

CO

GN

ITIV

OS:

A

PTID

ÕES

C

APA

CID

AD

ES

CO

MPE

TÊN

CIA

S

Coordenac ão psico-motora;Sentido depulsação/ritmo/harmonia/fraseado;Qualidade do som trabalhado;Realizac ãodediferentesarticulaçõesedinâmicas; Fluência da leitura;Agilidade e segurança na execução;Respeitopelo andamentoque as obrasdeterminam; Capacidade deconcentração e memorização;Capacidade de abordar a ambiência eestilo da obra; Capacidade deformulac ão e apreciação crítica;Capacidade de abordar e explorarrepertório novo; Capacidade dediagnosticarproblemaseresolvê-los;

Aquisic ão decompete ncias essenciaiseespecíficas;

Domınio dos conteudosprogramaticos;

Aplicac ão deconhecimentos a novassituações

Evoluc ão naaprendizagem;-Hábitosdeestudo;

Quadro Pautado e Liso

Teclado

Leitor de Cd’s Cd’s de Apoio

Partituras Instrumentos

Orff Fichas de

Apoio

Observação direta

Intervenções Orais e Escritas

Atitudes e Valores

ATI

TUD

ES E

VA

LOR

ES

Assiduidade e pontualidade;Apresentac ão do material necessáriopara a aula;Interesse e empenho na disciplina;Metodos de estudo;Atitude na sala de aula;Cumprimento das tarefas propostas;Cumprimento dos trabalhos de casa;Regularidade e qualidade do estudo;Participac ão nas atividades da escola(dentroeforadaescola);Respeitopelosoutros,pelosmateriaiseequipamentosescolares;

Postura em apresentac ões públicas,comoparticipanteecomoouvinte;

Desenvolvimento dosentido deresponsabilidade eautonomia

Desenvolvimento doespırito de: tolera ncia;seriedade; cooperação;equipa; turma;solidariedade

Manifestac ãodehábitosdetrabalho

Motivac ão; Postura;Civismo;

Daniela Neves Aguiar

26

3.3.6 Planificações e Relatórios das Aulas de Classe de Conjunto (Orquestra de Sopros)

As planificações e relatórios de aula de Classe de Conjunto foram selecionadosaleatoriamente,apartirdoDossiêdeEstágiodaPráticaSupervisionada,numtotaldeseisplanificaçõeserelatórios,doisparacadaperíodo.

AULANº1

Dia:28desetembrode2017 Tempos:90minutos Graus:3ºao5º

Conceitos Conteúdos Objetivos Atividades Recursos Avaliação

Som;

Melodia;

Afinação;

Tocaremconjunto.

Timbre;

Respiração;

Intensidade;

Postura.

Afinação;

Tocaremconjunto;

Estimularogostopelo

instrumento;

Escaladeaquecimento;

Afinação;

“OvertureSolenne”

Partituras;

Instrumento;

Estante;

Cadeira;

Lápis;

Observaçãodireta;

Intervençõesindividuais;

Atividadespráticas.

Atitudesevalores;

Sumário:

EscaladeSibMaiorcomexercíciosdeafinação.

Peça:OvertureSolenne

RelatóriodeAula:

A aula de hoje foi a primeira aula enquanto professor estagiário da turma daorquestradeSoprosC.

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

27

Paracomeçarfoiexecutadapelosalunosemconjunto,aescaladeSibMaior,efeitoreal.Deseguidafoifeitaaafinaçãoindividualcomafinador.

Foifeitaumaprimeirapassagempelaobra,enotou-sebastantedistraçãoporparteda maioria da orquestra. O professor chamou à atenção e os alunos mudaram deatitude.

Foitrabalhadaaobraporsecçõesepornaipes,derealçarqueonaipedepercussãotevebastantesdificuldadesem fazeros ritmoseoprofessorpediuqueestudassemindividualmenteemcasa.

AULANº7

Dia:16deNovembrode2017 Tempos:90minutos Graus:3ºao5º

Conceitos Conteúdos Objetivos Atividades Recursos Avaliação

Som;

Melodia;

Afinação;

Tocaremconjunto.

Timbre;

Respiração;

Intensidade;

Postura.

Afinação;

Tocaremconjunto;

Estimularogostopelo

instrumento;

Escaladeaquecimento;

Afinação;

“OvertureSolenne”

“DarkAdventure”

Partituras;

Instrumento;

Estante;

Cadeira;

Lápis;

Observaçãodireta;

Intervençõesindividuais;

Atividadespráticas.

Atitudesevalores;

Sumário:

EscaladeSibMaiorcomexercíciosdeafinação.

Peça:DarkAdventure

OvertureSolenne

RelatóriodeAula:

Hojeaaulafoiumpoucodiferente,poisfoilecionadapormim.Oprofessorpediu-mequedesseaaulaenquantoiaparaumareunião.

Daniela Neves Aguiar

28

Começamos por tocar a escala em uníssono e de seguida por naipes. Depois deafinar a orquestra individualmente, pedi que se dividissem em 3 grupos, grupo 1clarineteseflautas,grupo2,saxofonesetrompetesegrupos3,tubasetrompa.

O exercício era com a escala de sib M efeito real e o grupo 1 começava nafundamental e quando chegasse à 3ª nota da escala começava o grupo 2 econsequentementeogrupo3.

DeseguidatrabalhámosapenasaDarkAdventure,porqueeraaobraqueeutinhamaisdominada,comeceiaverporsecçõesepornaipes.Ondehouvemaisdificuldadefoinastransiçõesdeandamentoslentospararápidosevice-versa.

AULANº12

Dia:11deJaneirode2018 Tempos:90minutos Graus:3ºao5º

Conceitos Conteúdos Objetivos Atividades Recursos Avaliação

Som;

Melodia;

Afinação;

Tocaremconjunto.

Timbre;

Respiração;

Intensidade;

Postura.

Afinação;

Tocaremconjunto;

Estimularogostopelo

instrumento;

Escaladeaquecimento;

Afinação;

“TheGladiator”

Partituras;

Instrumento;

Estante;

Cadeira;

Lápis;

Observaçãodireta;

Intervençõesindividuais;

Atividadespráticas.

Atitudesevalores;

Sumário:

EscalaSibMaior,staccato,legattoeafinação.

Peça:TheGladiator

RelatóriodeAula:

Aaulainiciou-secomaescalahabitualeexercíciosdestaccatoelegatto,começandocom4temposacadanotaedepois1tempoacadanotaemstacattoaumentandoavelocidadeprogressivamente.Seguindo-seaafinaçãoindividualepornaipes.

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

29

Paratrabalharanovapeça,oprofessordividiuporsecçõesecadasecçãotrabalhoupornaipes.Começandonasmadeirasemetaiseterminandonapercussão.

Os ritmosdacaixaestavamaindamuito inseguros,oqueeranormalvisto serasegundaleituradaobra.

AULANº18

Dia:1deMarçode2018 Tempos:90minutos Graus:3ºao5º

Conceitos Conteúdos Objetivos Atividades Recursos Avaliação

Som;

Melodia;

Afinação;

Tocaremconjunto.

Timbre;

Respiração;

Intensidade;

Postura.

Afinação;

Tocaremconjunto;

Estimularogostopelo

instrumento;

Escaladeaquecimento;

Afinação;

“ArabianDances”

Partituras;

Instrumento;

Estante;

Cadeira;

Lápis;

Observaçãodireta;

Intervençõesindividuais;

Atividadespráticas.

Atitudesevalores;

Daniela Neves Aguiar

30

Sumário:

EscalaSibM,staccato,legattoeafinação.

Peça:ArabianDances

RelatóriodeAula:

Aaulainiciou-secomaescalahabitualeexercíciosdestaccatoelegatto,começandocom4temposacadanotaedepois1tempoacadanotaemstacattoaumentandoavelocidadeprogressivamente.Seguindo-seaafinaçãoindividualepornaipes.

Hoje foi entregue uma nova peça aos alunos e foi feita uma primeira leitura damesma.Éumaobracomumcaracterdiferenteaoqueosalunosestãohabituadosumavezquefazalusãoásmelodiasorientais.

Para primeira leitura, pode-se dizer que os alunos responderam bastante bemapesar de haver ainda muitas notas trocadas devido á tonalidade estar sempre amudar.

AULANº25

Dia:3deMaiode2018 Tempos:90minutos Graus:3ºao5º

Conceitos Conteúdos Objetivos Atividades Recursos Avaliação

Som;

Melodia;

Afinação;

Tocaremconjunto.

Timbre;

Respiração;

Intensidade;

Postura.

Afinação;

Tocaremconjunto;

Estimularogostopelo

instrumento;

Escaladeaquecimento;

Afinação;

“Overturesolenne”

“ArabianDances”

Partituras;

Instrumento;

Estante;

Cadeira;

Lápis;

Observaçãodireta;

Intervençõesindividuais;

Atividadespráticas.

Atitudesevalores;

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

31

Sumário:

EscalaSibM,staccato,legattoeafinação.

Peça:ArabianDances

OvertureSolenne

RelatóriodeAula:

Aaulainiciou-secomaescalahabitualeexercíciosdestaccatoelegatto,começandocom4temposacadanotaedepois1tempoacadanotaemstacattoaumentandoavelocidadeprogressivamente.Seguindo-seaafinaçãoindividualepornaipes.

Nestaaula,oprofessorcomeçouasermaisexigentecompormenores,umavezqueoconcertoestavapróximo.Trabalhouasdinâmicasmuitoexaustivamenteparaqueosalunosconseguissempassardeum fortíssimo(ff)paraumpianíssimo(pp)duranteuma mínima. Este é um trabalho cansativo e exaustivo, mas que é preciso paramelhorarmusicalmente.

Deseguida,passouapeça,arabiandances,eosalunos,nogeral,responderammuitobem.

AULANº27

Dia:17deMaiode2018 Tempos:90minutos Graus:3ºao5º

Conceitos Conteúdos Objetivos Atividades Recursos Avaliação

Som;

Melodia;

Afinação;

Tocaremconjunto.

Timbre;

Respiração;

Intensidade;

Postura.

Afinação;

Tocaremconjunto;

Estimularogostopelo

instrumento;

Escaladeaquecimento;

Afinação;

“Overturesolenne”

“ArabianDances”

“SuiteforWindBand”

Partituras;

Instrumento;

Estante;

Cadeira;

Lápis;

Observaçãodireta;

Intervençõesindividuais;

Atividadespráticas.

Atitudesevalores;

Daniela Neves Aguiar

32

Sumário:

EscalaSibM,staccato,legattoeafinação.

Peça:ArabianDances

OvertureSolenne

SuiteforWindBand

RelatóriodeAula:

Aaulainiciou-secomaescalahabitualeexercíciosdestaccatoelegatto,começandocom4temposacadanotaedepois1tempoacadanotaemstacattoaumentandoavelocidadeprogressivamente.Seguindo-seaafinaçãoindividualepornaipes.

Foimaisumaauladepreparaçãoparaoconcertoeoprofessorexigeaosalunosamáxima concentração possível, porque existem erros que só acontecem devido adistração.

Asuiteéaobramaisfrágileissonota-seenquantoosalunostocam,apercussãofalhamuitosritmosequandooandamentomudanãoconseguemfazeratransiçãocomprecisão.

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

33

4. Reflexão Crítica sobre o Trabalho Desenvolvido na Prática de Ensino Supervisionada

Como términodaPráticadeEnsinoSupervisionada, encaroo futuro comoutroolhar,dopontodevistapessoaleprofissional.Foiumlongocaminho,ondeapliqueimuitoempenho,trabalhoeamizadeacimadetudo.

Este dossier, veio tornar-se numa ferramenta importantíssima, pois nele estãoinseridas diversas componentes pedagógicas que me permitem encarar o futuroprofissionalcomoutroolhar.

Ao nível da prática letiva, foi uma experiência bastante enriquecedora, pois fuiconfrontado com diversas situações, sempre distintas, onde temos que aplicar osconhecimentospré-adquiridosparaconseguirultrapassá-las.Sónasaladeaula,temosaverdadeiraperspetivadecomoajudar,comoensinarequaisasmelhoresestratégiaspedagógicas a utilizar, perante a diversidade da turma ou alunos que temos. Comoexemplo,fuidesafiadaadirigirumajovemorquestradesoprosquandonuncaotinhafeitoefoimuitodesafiadoreenriquecedor.

Duranteesteano letivo,deparei-mecomváriasrealidadesnoensino.Aprimeiratrata-sedapreparaçãodorepertório,tendosempreemvistaasaudiçõesouconcertosdefinaldoperíodo/anoletivo.Outrarealidade,éaevoluçãocombasenoreforçodascompetênciasjáadquiridas(apenasorepertóriosuficiente,masbempreparado)enãoevolução pressionada com competências novas, que dá um conforto, preparação econsolidaçãodorepertóriomuitomaior.

Amaiordificuldadeduranteestepercurso,foioconfrontocomumaturmabastantegrande, que foi a turmadeorquestrade sopros.Nãoque tenha sidodifícil lidaroutrabalharcomosalunos,masainexperiênciaenquantoprofessorestagiário/maestrinanuma turma tão grande, trouxe algumas dificuldades iniciais de comunicação etrabalho. Ao nível do clarinete, foi mais fácil trabalhar com o aluno, devido à suacooperaçãoeentregasejacomoprofessortitularouoprofessorestagiário.

Paraterminarestareflexão,tenhoquereferirqueoconservatórioestárepletodecrianças fantásticase commuito talento, foiparamimumprazerpuderpartilharaminhapoucaexperienciacomestas fantásticascrianças.Assimcomoosprofessorestitularesqueforamincríveis.

Daniela Neves Aguiar

34

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

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Parte II – A viabilidade do Método Suzuki aplicado à Iniciação do clarinete

Daniela Neves Aguiar

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A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

37

1. Introdução

OensinodoclarineteemPortugal temvindoaevoluirmuitoao longodosanos,contudo, na iniciação ainda existem algumas lacunas a nível de repertório paraclarinete.

A escolha deste tema teve como base a aplicação das metodologias do MétodoSuzukiparaoensinoda iniciaçãodoclarinete,umavezqueaindanão foi feitaumaadaptaçãodosmétodosparao instrumento.Ofactodeosalunosdeiniciaçãoterementrecincoadezanos,dificultaasuaadaptaçãoaoclarinete,anívelfísico,umavezqueoinstrumentoégrandeepesado.Oclarinéovemcolmatarestafalhaeéinseridonestapesquisacomoumaótimaopçãoparaosalunosnainiciação.

DelineandooesquemadoProjetodoEnsinoArtístico,dopontodevistaformal,estedivide-seemquatrocapítulos:EnsinodoclarineteemPortugal,MétodoSuzuki,AnálisedosQuestionárioseConclusão.

Depois da introdução, segue-se o capítulo onde se faz uma contextualizaçãohistóricadoensinodoclarineteemPortugal,umaabordagemàiniciaçãodoclarinete,oclarinéocomoferramentadeiniciaçãodoclarineteeorepertórioexistenteparaomesmo.

Como fundamentação teórica, no capítulo seguinte, explora-se oMétodo Suzuki,começandoporabordarabiografiadomentorSinichiSuzuki,aorigemeoconceitodométodo,ametodologiadomesmoeoMétodoSuzukiadaptadoparainstrumentosdesopro.

Noúltimocapítuloéfeitaaanálisedosquestionários,éapresentadooquestionárioeasuametodologia,aanálisedosresultadoseporfim,asíntesegeraleasrespetivasreflexõeseconclusões.

Daniela Neves Aguiar

38

2. Ensino do clarinete em Portugal 2.1 Contextualização Histórica

Oclarinetetornou-seuminstrumentomuitopopularemPortugal,principalmentenoSéculoXXdevidoaoseuusonasbandasfilarmónicasquesãoabundantesnonossopaís.Aindaantes,noséculoXIXexistiunonossopaísumclarinetistavirtuosochamadoJoséAvelinoCanongia(1784–1842),filhodeumclarinetistaespanholqueviveuemPortugal.

AlémdefazerdigressõesportodaaEuropa,comosolista,foitambémprofessornoConservatório Nacional de Lisboa, inicialmente chamado de Seminário Patriarchal,tendocomoprincipalobjetivooensinodemúsicareligiosaparaformaçãodemúsicosparaoserviçolitúrgico.

AofalardoensinodeclarineteemPortugaléimportantefalardeAntónioSaiote,elecriouumaescoladeclarinetequeperduraatéhojeemudouaperspetivaquehaviado instrumento. Estudou no conservatório Nacional de Lisboa, em França e naAlemanha e em 1982 regressou a Portugal e começou a lecionar na Academia deAmadores de Música. Da Europa trouxe muitos ensinamentos e novas perspetivasmusicaiseem1991foiconvidadoaabrirocursodeclarinetenaEscolaSuperiordeMúsicadoPorto,ondelecionaatéhoje.

Nosúltimosanos,oensinodoclarineteemPortugaltemvindoamostrarfrutosportodo omundo.Muitos alunos alcançam prémiosmundiais e são reconhecidos. IstodemonstraadimensãonoensinoquePortugalestáaalcançar,aníveldeclarinete.

2.2 Iniciação do clarinete 2.3 Clarinéo como Ferramenta de iniciação do clarinete

Aopensarsobreautilizaçaodoclarineteemclassesinfantis,questoesrelacionadascomaergonomiadoinstrumentodevemsertidasemconta,poissaoosaspetosligadosa mecanica do instrumento que levantam maiores cuidados aos executantes eprofessores, uma vez que sao a forma, o peso, o comprimento e diametro do tubo,conjuntamente com o sistema de chaves e orifıcios que determinam a carga fısicanecessaria para a execuçao. As reaçoes dos clarinetistas a elevada carga fısica doinstrumentoprendem-secomafadigadobraço,antebraço,pulso,polegardireitoecomaspetosposturaisestaticos,adotadosduranteaexecuçao,queculminam,emdiversasocasioes, num elevado esforço da embocadura, sendo, muitas vezes, necessaria autilizaçao de proteçoes nos dentes, em funçao da dor labial resultante do esforço(SIlVEIRA,2006).

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

39

Opesodoinstrumento,cercade850gramasnocasoconcretodoclarinetesopranoemSib,devemerecerespecialatençaoquandoutilizadonaaprendizageminicialdoinstrumentocomcrianças,umavezqueasqueixasmaiscomunssaoas jareferidas,doresdolabioinferioredopolegardireito,devidoadificuldadefısicadesuportaroinstrumento, levando a desmotivaçao e dificuldades de aprendizagem e, em ultimainstancia,aoabandonodapraticainstrumental.Oprofessordeclarinetetemumpapelde extrema importancia na escolha adequada do material para os seus alunosprincipiantes,nosentidodeosajudar,tantonaemissaodesomeexecuçaomusical,comonaergonomiadoinstrumentoemrelaçaoaocorpodoaluno(SILVEIRA,2006).

OclarinéofoidesenvolvidoporGrahamLyons,reconhecidoclarinetistaepedagogoinglesnascidoem1936.Dedicougrandeparteda suavidaaoensinodoclarineteacrianças, deparando-se comasdificuldades referidas anteriormente, colocadaspeloclarineteamaioriadascriançasqueopraticam.Assim,Lyonsemconjuntocomumaequipadeengenheirosedealgunsmusicosdesenharameregistaramoclarinéo,deformaacombaterestascomplexidadesencontradasporprofessoresealunosnoensinoe na aprendizagem do clarinete. E� um instrumento mais pequeno que o clarinetestandard, construıdoemplastico, incluindoaschavesquenoclarineteconvencionalsao fabricadas emmetal, tornando-o, assim,muitomais leve, comumpeso de 250gramas(menos600gramasqueoclarinetesopranoemSib)etecnicamentemaisfacildeexecutar(LYONS,2013).

O clarinéo está em dó e é ideal para crianças dos 4 aos 12 anos de idade. Esteinstrumentoaliviaacargafísicadascriançasaomesmotempoqueincentivaapráticaeodesenvolvimentodashabilidadesassimcomo,oentusiasmodequeprecisamparaquandoestiveremprontasparaavançar.DáàcriançaumatransiçãomaisfácilparaoclarineteemSibemol,umavezqueadedilhaçãoéamesma.

Daniela Neves Aguiar

40

2.4 Repertório Existente para Clarinéo

Os recursos didático–pedagógicos são muito importantes para a iniciação dascrianças a qualquer instrumento musical. Devem assim ter em conta odesenvolvimento dos conteúdos programáticos, de acordo com os objetivospedagógicospropostospelosprofessores.Porém,devemtambémserinteressantesevariadosparaqueconsigamcaptaraatençãodascriançasduranteomáximodetempopossível e mantê-las motivadas e estimuladas na aprendizagem de novascompetências.

O repertório existente para a iniciação do clarinéo não émuito abundante,masexistehojeemdiaumamarcaqueapostanafabricaçãodeclarinéoseaomesmotemporeportórioparaomesmo.Amarcachama-seNuvoealémdeterinstrumentosfeitosporeles,têmummétododirecionadoexclusivamenteparaoclarinéochamadoPlayItToday!Quealémdeexplicardesdeoiniciocomoéofuncionamentodoinstrumento,têm pequenas “canções” acompanhada de áudio para motivar os alunos e para oshabituaratocaracompanhados.

3. O Método Suzuki 3.1 Biografia

Como fundamentação teórica será importante elaborar referência a uma brevebiografiadoautor.

ShinichiSuzukinasceuemNagoya,Japão,a17deOutubro1898efaleceua26deJaneirode1998,emMatsumoto.MasakichiSuzuki,seupai,eradonodeumafábricadeSamisen(instrumentodecordastradicionaljaponês),masquandoviuumviolinopelaprimeiravez, ficoufascinadopeloinstrumento.Construiuoseuprimeiroviolinoem1888, e em 1900 já detinha a primeira fábrica de violinos do Japão, onde Shinichitrabalhavaduranteasférias(SUZUKI,2008).

ComoseupaitinhaaintençãoqueShinichigerisseonegóciodefamília,incentivou-oaestudargestãonaescolacomercialdeNagoya,cursoqueconcluiuem1915.Comoprendadeconclusãodecurso,oseupaiofereceu-lheumagrafonola,ondeouviuumagravaçãodaAveMariadeSchubertinterpretadaporMischaElman.Influenciadopelabelezaeinspiraçãoqueouviracomeçouaestudarviolinocomoautodidata,tentandoimitarosomqueouvia.

Comapenas21anosdeidade,foiestudarcomaprofessoraKoAndoparaTóquio,porinfluênciadoMarquêsTokugawa,quesetornouseupatrono.Maistarde,em1921oseupatronolevou-oparaestudarnaAlemanha,emBerlim,ondesetornoualunodeKarlKlingler.

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

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DuranteasuaestadiaemBerlim,tornou-seamigodeAlbertEinstein,enumadasmuitasnoitesmusicaisconheceuasuafuturaesposa,WaltraudPrange,umacantoraalemã, casando-se em1928.Noano seguintevoltouparao Japão, onde formouumquarteto de cordas comos seus irmãos, realizando concertos por todo o país, e aomesmotempolecionavanoConservatórioImperial(COLLINS,2002).

Em1946,no finaldaSegundaGrandeGuerraMundial,viajaparaMatsumoto,naprovínciadeNagano,ondeem1950criaasuaescola,denominadaTalentEducation

Institute,ondeteveapossibilidadededesenvolvereaprimoraroseu“métododalínguamaterna”(HERMANN,1981).

Em1964,fezasuaprimeiraapresentaçãonoestrangeiro,viajandocomalgunsdosseus alunos aos Estados Unidos da América. Apresentou-se pela primeira vez naEuropaem1973,nomeadamenteemBerlim,LondreseLisboa,onderealizoutambémconferências(SUZUKI,1998).

As suasmetodologias expandiram-se a inúmeros países domundo, abrangendotambémoutros instrumentos tais como viola d’arco, violoncelo, contrabaixo, piano,órgão, guitarra, harpa, bandolim, flauta transversal, flauta de bisel, canto, e maisrecentemente, trompete. Hoje, alguns concertinos e membros de orquestrasinternacionais, tiveram o seu primeiro contacto com a música através do métodoSuzuki.

OProfessorSuzukimanteve-seativoenquantoprofessoratéaos90anosdeidade,sendogratificadoao longodasuavidacom inúmerosprémiose títuloshonoríficos,sendo nomeado Tesouro Nacional Vivo (Living National Treasure) pelo ImperadorJaponês,bemcomoparaoPrémioNobeldaPaz(WICKES,1982).

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3.2 Origem e Conceito de Método

OmétodoteveorigemquandoSuzukiregressouaoJapão,depoisdeestaravivernaAlemanha,foi-lhepropostodaraulasdeviolinoaummeninodequatroanos.Suzukiquestionou-se,comoconseguiriadaraulasdemúsicaaumacriançatãopequena.Foiapartir daí, que ao pensar sobre o assunto chegou à conclusão que as criançasaprendiamasualínguamaternaporouvirosseusfamiliaresafalar,imitando-os.

Assim, percebeu que este seria omelhormétodo para a aprendizagemmusical,intitulando-odeMétododaLínguaMaterna.

Segundo Suzuki, o Método da Língua Materna pode desenvolver capacidadessurpreendentes,partindodopressupostoqueascriançasdesdemuitocedocaptameabsorvem tudo o que lhe é transmitido. Ao ouvir diariamente a voz da suamãe, acriançatemtendênciaamoldarasuapronúnciaeentoação(SUZUKI,1998:2).

Cadaserhumanoéúnico,nãoexistindoduaspessoasiguais.Cadaindivíduonascecomdiferençasanívelfisiológico,mastodasascriançaspossuemcapacidades,quepodemserdesenvolvidaseaprimoradasatravésdeumambienteestimulante(SUZUKI,1981:9).

Brofenbrenner1 tambémdefendequeoambienteemqueacriançaestá inseridacondiciona o seu desenvolvimento. Segundo o seu pensamento, a ecologia dodesenvolvimentohumanoenvolveoestudocientíficodainteraçãomútuaeprogressivaentreumsujeitoemdesenvolvimentoeaspropriedadesemconstantemudançadosmeiosimediatosondeviveoindivíduo,sendoesteprocessoinfluenciadotambémpelasrelaçõesestabelecidasentreoscontextosmaisimediatoseosmaisvastosemqueseintegram.

Suzukiacreditavaquenãohaviamcriançascomtalentoousemtalento,assimcomoEdwin Gordon2 dizia que as crianças têm maior grau de potencial à nascença,diminuindo gradualmente a partir dessemomento, assim como a aprendizagemdalínguamaternacomoamaisnatural:

Emboraamúsicasejaumaliteraturaenãoumalinguagem,ascriançasaprendemmúsicadeumaformamuitosemelhanteàqueaprendemalíngua.Paraqueascriançasdesenvolvam a sua compreensão musical é necessário que tenham em casa umaorientação estruturada ou não-estruturada, semelhante à proporcionada para asencorajareiniciarem-senobalbuciodalínguaecontinuaremoprocessosequencialdeaprendizagemdalínguamaterna(GORDON,2000b:8).

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Desta forma, Suzuki nãodesenvolveu apenas oMétododa LínguaMaterna,mastambém todo um sistema pedagógico, a que deu o nome de Educação do Talento,atravésdoqualpretendiadesenvolvertodoopotencialdascrianças.

1Psicólogoamericano,desenvolveuateoriaecológicadodesenvolvimentohumano.

2Pedagogoemúsico,criadordeobrascomo,Learning Sequences in Music, Skill, Content, and Patterns, A Music Learning Theory

for Newborn and Young Children and Preparatory Audiation, Audiation and Music Learning Theory.

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3.3 Metodologia

AestruturametodológicadeSuzukiécompostaporumasériedepremissas,sãoelas:.Começaromaiscedopossível;Envolvimentoparental;Aimportânciadeouvirmúsica;Aprenderatocarantesdeaprenderaler;Umambienteestimulante;Umbompadrãodeensino;Repertóriobaseigualparatodos;Aimportânciadarepetiçãoedamemorização;Oincentivo;Aulasdegrupo.CadaumadestaspremissaséessencialparaametodologiadeSuzukietêmumarazãodeser.

Começaromaiscedopossível

Paraatingiremplenoopotencialmusicaléimportantecomeçaraaprendizagemmusicalaindanainfância.ParaKodály3,ascriançasdevemaprendermúsicaaomesmotempoque aprendema ler porque é entre os 3 e os 7 anos de idadeque sãomaissensíveisàmusicaeétambémnessaidadequeconseguemumbomdesenvolvimentodo“ouvidomusical”.

Océrebrodeumacriançapassaporumprocessodedesenvolvimentoematuração.Noserhumano,osórgãosresponsáveispelaaudiçãocomeçamadesenvolver-senoperíododegestaçãoe,duranteoprimeiroanodevida,desenvolvem-seassinapses(zonasdecomunicação)entreosneurónios, conferindoaocérebroacapacidadedeaprender.Aolongodostrêsprimeirosanosdevida,océrebroarmazenainformaçãoememóriasqueformamabasedaaprendizagemfutura.Seestasbases iniciais foremsuprimidasou insuficientes,podemafetar todaavidada criança,daí a estimulaçãoauditivanainfânciasertãoimportante(PINTO,2009:4-5).

3PedagogoecompositorHúngaro.

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Envolvimentoparental

Asprimeirasaulasdeinstrumentoenvolvemsempreumasériedeaspetosbásicosessenciais para a prática do instrumento, nomeadamente aspetos da coordenaçãofísicataiscomoseguraroinstrumento,sentar-secorretamente,comorespirar,comoposicionar os dedos, como adquirir uma embocadura correta e por aí fora. Écompreensívelqueumacriançadequatrooucincoanosnãosaibacomoestudare,aoterapenasumaaulaporsemana,sóassimilaessainformaçãonaaula.Apresençadospaisnasaulaséessencial,pelomenosnosprimeirostempos,paraquepossamtomarnotas, de forma a poder ajudar os filhos em casa no estudo, certificando-se que acriançasabenoquesedeveconcentrar,criandoumarotinadiáriaemantendooseuentusiasmonaaprendizagem.

Todasascriançasaprendemmelhorde forma lúdica,quandoseestãoadivertir.Desenvolverascapacidadesdacriançadeformaprazerosa,promoveafelicidadeeavontadedeaprendermais.Destaforma,oprogressoéilimitado,quandoacriançaeospaissedivertememconjunto,aomesmotempoquesedesenvolvemascompetênciasnecessáriasàexecuçãodoinstrumentomusical(SUZUKI,1981:20-21).

Aimportânciadeouvirmúsica

Todas as crianças aprendem a falar ao ouvirem os familiares. A mãe ou o pairepetemaspalavrasmuitasvezese,aoouviremessaspalavrasmemorizamoseusomecomeçamarepeti-las, imitandoospais.Damesmaforma,aaprendizagemmusicaldeve passar por um processo de imersão musical, memorização, repetição emodelação. As crianças aprendemmúsicamais facilmente através da audição e daoralidade,queéaformacomoadquirimosasaptidõeslinguísticas.Aoaprendermúsicadestemodo,ascriançasfazemmaisdoquememorizá-la,interiorizam-natambém,bemcomodesenvolvemoouvido(CREASE,2008:52).

Aprenderatocarantesdeaprenderaler

Aalturacertaparaumacriançaaprenderalermúsicadependedeváriosfatores,taiscomoasua idade,asua facilidadeedomíniodo instrumento(incluindomanteruma boa postura, afinação e som), a sua capacidade para ler símbolos, a suanecessidade (por tocar em ensembles, por exemplo), e o seu interesse e desejo naleituramusical (WICKES, 1982: 26). Este é um passo importante na aprendizagemmusicaldacriança,umavezqueacriançavaiaprenderavereaouviremsimultâneo.Éprecisochegaraopontoemqueacriançaestátotalmentefocadanasnotasqueestáatocar,semperderassuascapacidadesperformativas.

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Umambienteestimulante

Comoreferianteriormente,ascriançasaprendemmelhorcomatividadeslúdicaseem ambiente estimulante. “Any child, every child will surely grow wonderfully. Itdependsuponhowtheyareraised.Thefateofachildisinthehandsofhisparents.Please, prepare the best environment for your child. Parent and child should growtogetherlookingtowardsthefuture.”(ShinichiSuzuki)

Umbompadrãodeensino

As instruçõesverbaisnãosão tãoúteiscomoademonstração.Oqueseaprendeatravésdafalanemsemprepodesertraduzidoemações,nemasaçõesaprendidasempalavras. Relativamente à aprendizagem por imitação, Piaget4 defende que: “In abehaviorpatternofsensori-motorimitationthechildbeginsbyimitatinginthepresenceofthemodel(forexemple,amovementofthehand),afterwhichhemaycontinueintheabsenceofthemodel[...]”.(Cit.porWICKES,1982:25)

Um bom professor tem que estar preparado para ajudar o aluno a analisar ereconheceros seuspontosmais fracos, orientando-ona abordagemàmúsica enosproblemastécnicosinerentes,deformacriativa.Amúsicaécompostaporinúmeroselementos, daí o professor orientar a concentração e o estudo do aluno em áreasespecíficasquenecessitamsertrabalhadas(WICKES,1982:35-36).

4PsicólogoSuíço,importanteestudiosodapedagogiainfantil.

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Repertóriobaseigualparatodos

Durante dez anos, Suzuki juntou partituras para violino e organizou-as em dezvolumes,começandodasmaissimplesparaasmaiscomplexas.Asprimeiraspeçastêmumcaratermaislúdico,umavezqueédestinadoaoiniciodaaprendizagemeacriançasmaisnovas,progredindoparaaspeçasmaiscomplexas.Suzukiorganizouestaspeçasdemaneiraaqueoníveldepeçaparapeçafosseaumentando.Asprimeiraspeçassãode menor nível de dificuldade, estando escritas na mesma tonalidade, assim, ascriançasassimilamaafinaçãomaisfacilmente.Comooprópriodiz:

”Allowing,evenencouraging,achildtotakeaslongasheneedstomasterconceptsandskillsrequiresparentsandteacherstoadaptthemselvestotherhythmofthechild.Onesmallsteptowardaskill,welldoneandwellappreciated,ismoremeaningfulthanpromisesofconcertosandconcertmastershipsinthedimfuture”(WICKES,1982:22).

ÉimportantetambémparaSuzukiqueascriançasassimqueterminamumapeçanãoadescartedeimediato,umavezqueéimportantequeacriançacontinueatocarumapeçaqueconheceeaperfeiçoarcadavezmaisamesma.

Esta aprendizagem por etapas também é ótima para trabalhar a memória. Secomeçar com uma peça fácil e progredir para obrasmais difíceis, a capacidade dememorizaçãoaumenta,namedidaemquecadapeçasetornamaisfácildememorizar.Esteprocessofazcomqueacriançasesintacadavezmaisconfiante,aumentandoasuavontadeemaprender(HERMANN,1981:138).

Aimportânciadarepetiçãoedamemorização

Como referi anteriormente, as crianças desenvolvem as suas competênciaslinguísticas desde muito cedo, ao repetirem as palavras que ouvem dos pais. Aoouviremváriasvezesasmesmaspalavrasvãomemorizando-aseaomesmotempovãorepeti-lasatéasconseguiremdizercorretamente.

Suzuki aplicou este mesmo conceito na sua pedagogia, defendendo que semrepetiçãonãoháaprendizagem.Arepetiçãoéachavedamemorização,mentalefísica.Quantomaissepratica,menostempoénecessárioparamemorizaralgo(HERMANN,1981:146).

Oincentivo

Quando uma criança fala corretamente pela primeira vez ou faz algo bem feitotambémpelaprimeiravez,recebeelogiosdospais,eassiméincentivadaacontinuarafalar ou a fazer algo bem. Na aprendizagem do instrumento, deve funcionar de

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semelhanteforma.Todososesforçosdacriançadevemserelogiadoseencorajados,pelospaisetambémpeloprofessor.

Oentusiasmoeacuriosidadeemaprendersãoinerentesàscrianças,mascadaumatemoseupróprioritmodeaprendizagem.Destaforma,Suzukidefendiaqueospaiseprofessores deviam de notar e louvar cada coisa que a criança faça corretamente,mesmoquesejamuitopoucocomparadoaoque fezde formamenoscorreta.Destaformaacriançavaidesejarvoltaratentarfazê-labem.Nuncasedeveralhar,nemficarzangadocomacriançapornãoconseguirdesempenharalgumatarefacorretamente,poisvaidesmotivareperderointeresseemaprender.Deve-sesimdescobrirqualamelhorformadeaajudaredeamotivar(HERMANN,1981:136-138).

Aulasdegrupo

Suzukichegouàconclusãoqueseascriançasparticiparemregularmenteemaulasdegrupo,aprendemumascomasoutrasemotivam-seentresi.Nodecursodaaula,ascriançascomunicamumascomasoutrasetocamaspeçascomalegria,deformaqueosalunosmaisnovosaprendammuitocomosmaisvelhos(SUZUKI,1998:13).

Asaulasemgruposãopossíveisgraçasao repertório comuma todososalunos,realçando-sequeestasaulasdeconjuntonãosãoconsideradasaulasdeorquestra,umavezqueSuzukinãoapoiavaatitudescompetitivasnemumambiente tensoentreosalunos.Oseumétodopedagógicodefende,sim,acolaboraçãoeincentivomútuoentreosalunos,independentementedasuacapacidadeouníveldeensino(WICKES,1982:29).

Audições

Outraformademotivarascriançasnaaprendizagemdoinstrumentoáatravésdarealizaçãodeaudições,paraopúblicoemgeraletambémparaosfamiliares.

Suzuki defende que a realização de audições regularmente dá aos alunos aoportunidadedemostrarasuaevoluçãoaosseuscolegas,bemcomodeaprendercomasperformancesdosseuscolegas.Osaplausoselouvoresdosseusparesmotivam-nosapraticarmaisemcasaeadesenvolverassuascapacidades(SUZUKI,1998:12).

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3.4 Método Suzuki adaptado para Instrumentos de Sopro

Suzukicriouummétodoespecíficoparaviolino,masassuasmetodologiasficaramrapidamentefamosaseganharamadeptosportodaapartedomundo.FoiopróprioSuzukiquecomeçouaadaptaçãodoseumétodoparaoutrosinstrumentos,começandopelo piano. Assim, com a ajudar de Shizuko Suzuki, sua cunhada pianista, fez umMétodoSuzukiparapiano.

Mais tarde, um violoncelista chamado Yashio Sato, compilou asmúsicas para oMétodoSuzukiparaVioloncelo.

A primeira adaptação doMétodo Suzuki para sopros acontece em 1970, com olançamentodoprimeiro livrodoMétodoSuzukiparaFlautaTransversal,compiladopor Toshio Takahashi. Após ter regressado ao Japão, Suzuki encorajou-o a fazer ométodoparaflauta,estandooprimeirolivrocompletoaofimdedoisanos(HERMANN,1981:75).

Após estas primeiras adaptações, surgiram muitas outras, principalmente parainstrumentosdecordas,mas tambémparaaeducaçãode infância, instrumentosdetecla,evoz.AsadaptaçõesdoMétodoSuzukiparainstrumentosdesoproaindatêmumlongo caminho a percorrer, sendo omais recente oMétodo Suzuki para Trompete,desenvolvido pela Sueca Ann-Marie Sundberg, com o primeiro livro publicado em2011.

Para além destas adaptações e segundo a Eurpean Suzuki Association foramdesenvolvidos para outros instrumentos o Método Suzuki: Educação de Infância,Contrabaixo de cordas, Viola, Guitarra, Harpa, Orgão, Bandolim, Flauta de Bísel,Trompa,Trombone,TubaeVoz.

Emrelaçãoaoclarineteouclarinéo, aindanão foiadaptadoatéàdataoMétodoSuzuki.

Apesardetodasestasadaptações,éimportanteressalvarquequerasmetodologiasdeensino,querasfilosofiascriadasporSuzuki,nãoestãoimpressasemnenhumlivro,mastêmquesertransmitidaspeloprofessor.OMétodoSuzukidábastanteênfaseàmemorizaçãoeà imitação, tendooprofessora responsabilidadede serummodeloparaoaluno..Nesteexercício,oprofessortocafragmentosmelódicoseoalunorepete-os,tentandoreproduzirfielmenteoqueoprofessortocou(SCHWALJE,2008:8-13).

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4. Análise dos Questionários 4.1 O Questionário

Estequestionáriotemcomoobjetivoaveriguaraperspetivadosprofissionaisdoensinodoclarinete,relativamenteàiniciaçãodomesmo.

ComeçandocomaCaraterizaçãopessoaldosujeitoépossívelapuraroGénero,aIdade, as Habilitações, a Localização onde leciona e a Experiência profissional doinquirido.

Seguidamente, a Situação do ensino da iniciação do clarinete em Portugalprocurando saber os alunos de iniciação, a quantidade de alunos a frequentar ainiciação, a quantidade de alunos co instrumento próprio e se as escolas possuemclarinéo.

Porúltimo,aopiniãodosdocentesrelativamenteaospontosbasedoMétodoSuzukiprocurandosaberaidadedeiniciaroestudodoclarinete,oreportórioparaclarinéo,aMetodologiamaisadequadoàiniciaçãodoclarinete(imitaçãodoprofessor,leituradepautas,gravaçãodeáudio),aprendizagemdaleiturademúsica(pautas),presençadospais nas aulas de instrumento, realização frequente de aulas de grupo e realizaçãofrequentedeaudições.

ComestasquestõespretendopercebercomoestáasituaçãodoensinodeiniciaçãodoclarineteemPortugal.

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4.2 Metodologia da Investigação

Para a realizaçãodo estudoempírico recorreu-se ao inquéritoporquestionário,como instrumento metodológico de recolha de dados. O tratamento dos dados foielaboradonosoftwaredeprogramaçãodaMicrosoftOfficecomoprogramaExcelnoqualforamelaboradososgráficoscomosresultadosobtidos.

ParaaelaboraçãodosquestionáriosfoiutilizadaaescaladeLikertparaasrespostasdeescolhamúltipla.Estaescalaéumtipodeescalapsicométrica(medidaquantitativadaforçaeduraçãodosfenómenosmentais)eéhabitualmenteusadaemquestionários.

Oquestionário,contendoperguntasabertas,fechadasemistas,foiescolhidocomomeio de inquirição porque permite a expressão objetiva de realidades e opiniões,recolhidas de uma amostra, que pode ser extensa. É um instrumento útil nacontextualização social das práticas culturais e das representações simbólicas, poispermiteaveriguaratitudes,opiniõese crenças, e relacioná-las comasvariáveisquetraduzemrelaçõese condiçõesobjetivasnoespaço socialqueum indivíduo integra(CARMO&FERREIRA,2008:196).

Este questionário foi divido em duas secções, a primeira com uma avaliaçãoquantitativa,permitiasaberacaraterizaçãopessoaldosujeitoeasituaçãodoensinoda iniciação do clarinete em Portugal. A segunda, com uma avaliação qualitativa, aopiniãodosdocentesrelativamenteaospontosbasedoMétodoSuzuki.

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4.3 Análise dos Resultados

Neste ponto, elaborou-se a análise dos resultados obtidos e a descrição dosmesmos.

Pergunta1-Género

Aprimeiraperguntaaveriguasaberogénerodosinquiridos.Comopodemosvernográficoapresentado,75%sãodosexomasculinoe25%dosexofeminino.

Figura1–GráficodosResultadosdapergunta1“Género”

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Pergunta2-Idade

Nestaquestãooobjetivoésaberasidadesdosinquiridos,mascomoexistemmuitasidadespossíveisforasagrupadas:dosvinteaosvinteequatroanos,dosvintecincoaostrintaequatroanos,dostrintaecincoaosquarentaequatroanos,dosquarentaecincoaos cinquenta e quatro anos e dos cinquenta e cinco aos sessenta e cinco anos.Analisando o gráfico percebe-se que cerca de 65% dos inquiridos têm idadescompreendidasentreosvinteecincoseostrintaequatroanos.Segue-seafaixaetáriadostrintaecincoaosquarentaequatroanoscom20%eporúltimo,com15%afaixaetáriadosvinteaosvinteequatroanos.Nasfaixasetáriasdosquarentaecincoaoscinquenta e quatro anos e dos cinquenta e cinco aos sessenta e cinco anos não severificounenhumarespostadosinquiridos.

Figura2-GráficodosResultadosdapergunta2"Idade"

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Pergunta3-Habilitações

Na terceira questão pretende-se averiguar qual a habilitação literária de cadainquirido, licenciatura, mestrado ou doutoramento. Através do presente gráficoconcluímosque75%sãodetentoresdemestrado,20%sãodetentoresdelicenciaturae5%sãodetentoresdedoutoramento.

Figura3-GráficodosResultadosdapergunta3"Habilitações"

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Pergunta4–LocalizaçãoGeográficaondeleciona

Na quarta questão pretende-se averiguar qual a localização geográfica ondelecionamosinquiridos.Destaforma,dividiu-seopaísporregiões:Norte(distritosdeViana do Castelo, Braga, Porto, VilaReal e Bragança), Centro – Litoral (distritos deAveiro e Coimbra), Centro – Interior (distritos de Viseu, Guarda e Castelo Branco),Lisboa e Vale do Tejo (distritos de Leiria, Lisboa, Santarém e Setúbal), Alentejo(distritosdePortalegre,ÉvoraeBeja),Algarve(distritodeFaro),AçoreseMadeira.

Depoisdeobservarográficoconclui-seque40%dosinquiridoslecionamnaregiãoNorte,30%emLisboaeValedoTejo,25%noCentro–Interiore5%noCentro–Litoral.NenhumdosinquiridoslecionanasregiõesdoAlentejo,Algarve,MadeiraeAçores.

Figura4-GráficosdosResultadosdapergunta4"Localizaçãogeográficaondeleciona"

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Pergunta5–Háquantosanosleciona?

Estaquestãotemopropósitodeapuraraexperiênciaprofissionaldosinquiridos.Como se pode observar no gráfico, cerca de 35% leciona à dez oumais anos. 25%lecionaentrequatroaseisanos,20%lecionadosseteaosnoveanose20%lecionaatéàtrêsanos.

Figura5-GráficodosResultadosdapergunta5"Háquantosanosleciona?"

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Pergunta6–TemalunosdeIniciação?

Comquestãonúmero6,pretende-sesaberseosinquiridostêmounãoalunosdeiniciação.Cercade95%dosinquiridostêmalunosdeiniciaçãoaoclarineteeapenas5%nãotêmalunosdeiniciação.

Pergunta 7 – Se respondeu “Sim” à questão anterior, quantos alunos de

iniciaçãotem?

Aestaquestãosórespondeuosinquiridosquenaquestãoanteriorafirmaramteralunosde iniciação,ouseja,95%.Cercade36,8%dos inquiridostêmcincooumaisalunosdeiniciação,21,1%têmdoisalunos,15,8%têmquatroalunos,15,8%têmumalunoe10,5%têm3alunos.

Figura6-GráficodeResultadosdapergunta6"Temalunosdeiniciação?"

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Pergunta8–Quantosalunosdeiniciaçãotêminstrumentopróprio?

Naquestãonúmero8pretende-sesaberdosinquiridosquetêmalunosdeiniciaçãoquantosdessesalunostêminstrumentopróprio.Dos16inquiridosqueresponderam,seisnãotêmnenhumalunocominstrumentopróprio,trêstêmapenasumalunocominstrumentopróprio,quatrotêmdoisalunoscominstrumentopróprio,doistêmtrêsalunoscominstrumentopróprioeumtemquatroalunoscominstrumentopróprio.

Figura7-GráficodeResultadosdapergunta7"Serespondeu"sim"àquestãoanterior,quantosalunosdeiniciaçãotêm?"

Figura8-GráficodeResultadosdapergunta8"Quantosalunosdeiniciaçãotêminstrumentopróprio?"

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Pergunta9–Aescolaondelecionatemclarinéo?

A questão nove pretende saber se a escola onde os inquiridos lecionam temclarinéo.Cercade36,8%responderamquesim,aescolaondelecionatemclarinéoe63,2%respondeuquenão.

Pergunta10– Se respondeu “Sim”naperguntaanterior,quantosclarinéos

possuiaescola?

Aestaquestãosórespondeuosinquiridosquenaquestãoanteriorafirmaramquea escola onde leciona possui clarinéo. Foram obtidas cinco respostas, três dosinquiridosresponderamqueaescolaondelecionatemumclarinéo,umrespondeuqueaescolaondelecionatemdoisclarinéoseumrespondeuqueaescolaondelecionatemquatroclarinéos.

Figura9 -GráficodeResultadosdapergunta9"Aescolaondelecionatemclarinéo?"

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Pergunta11–Qualamelhoridadeparacomeçaroestudodoclarinete?

Estaquestãofoiderespostaqualitativa,osinquiridosresponderamqualachamseramelhoridadeparainiciaroestudodoclarinete.Amaioriadosinquiridosrespondeuqueosseisanosdeidadesãoamelhoralturaparainiciaroestudodoclarinete.Algunsinquiridosconcordamqueaidadecertasãoosoitoanos,outrosachamquesãooscincoouosseteanoseuminquiridoachaquesãoostrêsouquatroanos.Houveaindaumarespostadeuminquiridoqueafirmaquenãoháidadedefinidaparainiciaroestudodoclarinete.

“6anos”“6”“6anos”

Figura 10 - Gráfico de Resultados da pergunta 10 "Se respondeu "sim" na pergunta anterior, quantosclarinéospossuiaescola?"

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“Nãoachoquehajaumaidadedefinidaparainiciaroestudodoclarinete,massimafisionomiadocorpodacriança.”“3/4anos”“6anos,comrequinta.”“Depoisdadentiçãoficarquasedefinida.9-10anos”“6ou7anosemmédia”“5”“4-5anosdeidade.”“Apartirdos5anos.”“8anos”“7anos”“6-9”“8anos”“6a8anosdeidade”“6anos”“8”“8anos”“6anos.”

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Pergunta 12 - Qual a sua opinião a cerca do repertório (estudos e peças)

existentesparaclarinéo?

Estaquestão,derespostaabertapretendeapuraroconhecimentodosinquiridossobreorepertórioexistenteparaclarinéo.Osinquiridosresponderam,namaioriaquedesconhecem ou não têm opinião sobre o mesmo. Alguns inquiridos conhecemrepertóriomasachamescassoeoutrosconhecemrepertório.

“Éadaptadoàscaraterísicasdoinstrumento”

“Nãoconheço”“Nuncautilizeioclarinéonainiciação”

“Nãotenhoopinião.”

“Nãosei”“Nãoseiseexiste,usorequinta.”

“Excelentematerial”

“Escaço”“Existemalgunslivrospossíveisdeadaptarcontudo,nãoépossívelutilizaraparte

áudio.““Nãotenhoconhecimento.”

“Nãoconheçoessematerialdiferenciado”

“Conheçopouco.Geralmentecostumofazerexercíciosdesoproeensinarmúsicasconhecidas.”

“Nãoexistematerialespecíficoparaoinstrumentoemquestão.Noentanto,julgoqueomaterialdeclarineteéperfeitamenteadaptávelparaaexecuçãonoclarinéo.”

“Aindanãosuficiente”

“Existememquantidaderazoável.”“EspecíficoparaClarineo,sóconheçoolivroqueacompanhaoinstrumento.Éuma

boaferramentaparainiciaçãoaoinstrumento,masumpoucolimitadoamédio/longoprazo.”

“Pensoquesãoadequados.”

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Pergunta13–Qualametodologiamaisadequadaàiniciaçãodoclarinete?

Nesta questão os inquiridos teriam que escolher de entre 3 opções, aprenderatravés de leitura da pauta (peças,métodos, etc), aprender através da imitação doprofessor, aprender através da audição (gravações áudio), qual acham ser ametodologiamaisadequadaàiniciaçãodoclarinete.Cercade35%respondeuquesedeveiniciaraaprendizagemcomeçandoalerapauta,30%respondeuqueamelhorforma de iniciação é a imitação do professor, 5% dos inquiridos respondeu queconcorda com todas as opçõesdemetodologia, 5% respondeu aprender atravésdeaudição. Dois dos inquiridos responderam ainda em resposta aberta, dando a suaopiniãosobreoassunto.”áváriostiposdemetodologia...visual,cinestésicoeauditivo.

Cadaalunotemasuaformadeaprender.Umalunocomaprendizagematravésdametodologia auditiva nunca vai perceber um ensinamento visual e etc. Cabe aoprofessordetetar a "linguagem"adequadaa cadaaluno,deoutra formapoderá sertempoperdido”e“Paraalémdaimitaçãodoprofessorénecessárioqueoalunotenhaasensaçãofísicadosprocedimentoscorretosparadepoisconseguirreproduzi-lossemasuapresença.”

Figura11-GráficodeResultadosdapergunta13"Qualametodologiamaisadequadaàiniciaçãodoclarinete?"

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Pergunta14–Qualasuaopiniãorelativamenteàaprendizagemdaleituradapauta?

Esta questão completa a questão anterior, uma vez que refere uma dasmetodologiasquestionadas.Cercadequinze inquiridos responderamqueos alunosdevemaprenderalermúsicaaomesmotempoqueaprendematocaroinstrumento,trêsinquiridosresponderamqueosalunosdevemaprenderprimeiroalermúsicaesódepoisaprenderatocaroinstrumentoeuminquiridorespondeuqueosalunosdevemprimeiroaprenderadominaroinstrumentoedepoisaprenderalermúsica.

Figura12-GráficodeResultadosdapergunta14"Qualaopiniãorelativamenteàaprendizagemdaleituradapauta?"

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Pergunta 15 – Concorda com a presença dos pais dos alunos nas aulas deinstrumento?

Nestaquestãoosinquiridosteriamqueresponderseconcorramcomapresençadospaisnasaulasdeinstrumento.Cercade75%respondeuquesimecercade25%respondeuquenãoconcorda.

Figura13-GráficodeRespostadapergunta15"Concordacomapresençadospaisdosalunosnasaulasdeinstrumento?"

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Pergunta16–Justifiqueasuarespostaanterior.

Aquestãodezasseiséumajustificaçãoàquestãoanterior“Concordacomapresençadospaisdosalunosnasaulasdeinstrumento?”Aestaquestãoderespostaaberta,osinquiridosresponderamdevariadasformas.Numaopiniãogeneralizada,osinquiridosconcordamqueospaisdevamestarpresentesemalgumasaulasparapoderemajudarascriançasemcasaaestudaroinstrumento.Noentanto,algunsinquiridosdiscordamenãoachamqueapresençadospaistenhobenefícios.

“1/2vezporperíodo”“Ofactodeoalunoserumacriançaaindanãoautónoma,numafaseinicialconcordo

que os pais estejam presentes afim de também eles aprenderem as bases doinstrumentoparaquepossamajudarosfilhosaestudaremcasa.Porexemplo,noiníciooalunonãoécapazdemontaredesmontaroinstrumentosozinho,pedeajudaaospaisemuitosdestestambémnãosabem.”

“Complicamegostamdeopinarsobreoquenãotêmconhecimento”

“Ainteraçãocomospaisajudanodesenvolvimentodacriança.”

“Na idadedos3/4pode fazer comqueospaisosajudememcasa, emboranemsempreaconteça”

“Comoosestudantessãomuitonovos,éimportanteospaisestarempresentes,parapuderemajudaremcasa.Normalmente,assistemàsminhasaulasnoprimeiroano.”

“Fundamentalnainiciaçãoparasuportedeajudaemcasa.Pelomenos2aulaspormêscomospais”

“Apresençapodeserpedagogicamentesaudávelemalgumassessõesdetemposatemposdeformaaqueospaisemcasa,percebamseosfilhosestãoaestudaroqueésupostoounão.”

“Sintoqueoalunonãoseexpressacompletamentequandoestánapresençadospais.Eupróprionãomesinto tãoàvontadequandoestouaserobservado;nãomepareceumasituaçãonatural.”

“Ajudao/aaluno/aaestarmaisfocadoeconcentradonaaula.Paraalgunsatéficammaissoltos,ganhammaisàvontade.“

“Apresençadospaisajudanaaprendizagemporque,paraalémdasegurançaquelhesé transmitidasócomasuapresença tambémospaisaprendemalgoquepodeauxiliarnoestudoemcasa.”

“Dependedoscasos.Hácasosespeciaisemqueapresençadospaispodeajudaremcertosaspetos.PONTUALMENTE”

“Ospaissãoresponsáveispeloestudonestafase.”

“Nãohánecessidade.Osalunostêmcapacidadessuficientesparaestaremporelesnumasalacomoprofessor.Ospaistêmqueconfiarnotrabalhodesaladeaula.(Noensinoregulartambémnãovãoassistiràsaulas...)”

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

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“É uma mais valia no processo de estudo que o aluno realize em casa. OsEncarregadospodemsupervisionaroestudodosalunosemaspetosmaisbásicos.”

“Aaulaéummomentoentreoprofessoreoaluno”“Podemsermotivodedistração.”

“Assistindoàsaulas,ospaisconseguemacompanhardeformamaiseficaz.”“Concordo com a presença dos pais na aula, pois estes podem ser também

ensinadosdeformaoraleassimseremumamaisvalianoapoioaoestudoindividualdoaluno.”

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Pergunta17–Concordaqueserealizemaulasdegrupo,comtodososalunos

deiniciação,frequentemente?

Comesta questão pretende-se apurar se os inquiridos concordam comaulas degrupode iniciação frequentemente.Cercade45%dos inquiridos responderamqueconcordame55%dosinquiridosnãoconcordam.

Figura14-GráficodeResultadosdapergunta17"Concordaqueserealizemaulasdegrupo,comtodososalunosdeiniciação,frequentemente?"

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Pergunta18–Justifiqueasuarespostaanterior.

Naquestãoanteriorosinquiridosresponderamseconcordamounãocomasaulasdegrupofrequentesnainiciação.Amaiorianãoconcorda,dandoprioridadeásaulasindividuais. Alguns inquiridos concordam como uma forma de entreajuda entre osalunosecomgrandepossibilidadedeevolução.

“Éprodutivootrabalhoconjunto”“Cada aluno tem especificidades diferentes e precisa de exercícios especificos.

Precisadeatençãonestafasetãodébil.SódepoisdesteganharalgumaautonomiajáconcordocomaulasdeConjunto.”

“Aaulaindividualémaiseficiente”

“Comoformadeseentreajudarem.”

“Osmiúdostemdemasiadospassatemposeamúsicapodeserconsideradamaisum. Ao ter mais colegas ao mesmo tempo pode ser uma motivação para queremcontinuar.”

“Pontualmente,nãovejoproblema.Semanalmente,entendoquenãoéadequado.Comooalunoestánoiníciodoprocessodeaprendizagem,convémoprofessorestarmuitoatentoeconcentradoatudooquefaz.”

“Cada aluno tem o seu ritmo. Sempre em conjunto pode ser frustrante. Aula degrupopodeajudareestimularacriatividade.2-4aulasdegrupoporperíodo.”

“Asaulasindividuaisdevemserprivilegiadas.”“Cada aluno tem o seu ritmo e prefiro dar um acompanhamento individual,

personalizado.”“Porqueo“‘método”queadaptamosnainiciaçãomusicalemparticularasbaseseo

queseensinaserveparapraticamentetodoselesenosprofessoresganhamostempopoiselessentemmaismotivadosecuriososaprendereaolharunsparaosoutros.”

“Raramente,achoqueosalunosdeiniciaçãodevemteraulasdegrupo,massetodosestiverem no mesmo nível de aprendizagem para que nenhum aluno fiquedesmotivadocomalgumadificuldadequeapareça.”

“Qualquermotivoparapassarmaistempocomoinstrumentoserásemprebom.”

“Nãotenhoessaexperiência.Nãodiscordo”“Émotivadorparaosalunosiniciantessentiremquetêmoutrosmeninosnomesmo

patamar.Criamafinidadecomeleseinicia-seoprocessodeaprendizagemconjunta.”

“Nãopermiterealizarumtrabalhodetalhado.”“Otrabalhoemconjuntoéfundamentalparaodesenvolvimentodoaluno”

“Asocializaçãoéimportanteparaamotivação”“Dependedoconceitode"todososalunos".Emaulascommaisde2/3alunos,é

impossíveloprofessorprestaraatençãonecessáriaacadaaluno.”

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“Nãoconcordo,porquenestafasedainiciaçãoosalunosnãotêmaindamaturidadesuficienteparaseabstraíremeconcentrarem-senaaula.Poisocomportamentodosalunosmudacompletamentequandotêmaulasemgrupo.”

Pergunta19–ConcordacomarealizaçãofrequentedeAudiçõesdosalunosdeiniciação?

Estaquestãopretendeapuraraopiniãodosinquiridosemrelaçãoàrealizaçãofrequentedeaudiçõesdosalunosdeiniciação.Cercade95%concordacomarealizaçãodeaudiçõese5%nãoconcorda.

Figura15-GráficodeResultadosdapergunta19"Concordacomarealização,frequente,deaudiçõesdosalunosdeiniciação?"

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

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Pergunta20–Justifiqueasuarespostaanterior.

Estaquestãopretendejustificararespostaàquestãoanterior,ondeosinquiridosresponderamseconcordamcomarealizaçãodeaudiçõesdosalunosdeiniciação.Nummodogeral(95%),concordaquesedevamfazeraudições,pelosbenefíciosquepodedaraosalunos.

“Aumentaasuamotivaçãoegostopeloinstrumento”“Aaudiçãotorna-seumobjetivodeestudoparaoaluno,oseumomentoaugede

aprendizagem(estudarparaapresentar).Nestafaseparamim,sãomaisimportantesasAudiçõesdoqueasprovasdeavaliação.”

“Potenciaoàvontadeecombateomedodopalco”

“Habituam-seaestudareaprepararumapeçaparaopúblico.”

“Quantomaiscedoaintroduçãoaopalco,mascedoresolvemalgunsproblemasdeansiedade.”

“Paraoshabituaratocarparaopúblicoedesenvolveremà-vontadenopalco.”“O aluno desde cedo deve criar hábitos de palco e assim poder mostrar o seu

trabalhoetalento.”

“Concordo,masasmesmasdevemprivilegiarestimulaçãodaautomotivaçãoedaautoconfiança. Para isto, devem ser as obras devem ser adequadas a um nível deexigênciaconfortávelquepermitaqueoalunoaprecieomomentoempalcosemestardemasiadopreocupadocomadificuldadedapeça.Omomentoperformativodeveserconstruídoparaserummomentopositivoaníveldaconfiançadoaluno.Esteéopontochaveparaamotivaçãoeconstruçãodaautoconfiançanofuturo.”

“Épositivo tocaremempúbliconemque seja poucasnotas, para se habituaremdesdecedoa situaçõesde stress,perdendoassimomedodopalco.É tambémumaformadesesentiremmotivados.”

“Nãosóparaosalunosdeiniciação,masparatodos,poisfazcomqueelesdeixemmuitasvezestermedo,serempresosedecertaformaganhammaisàvontade,sentemmaisgostoemtocarnosentidodesequereremmostrar.”

“Aaudiçãoserveparamostrarosconhecimentosquealunojáadquiriueparaqueesteganhe,jádesdepequeno,algumtraquejoaotocarempúblico.”

“Frequente?Oquantobaste.Muitoémuito.Poucoépouco.”

“Asaudiçõessãoimportantesparatodososalunos.”

“Todosmerecemtocarnaaudição.Cadaummostraotrabalhoquedesenvolveu.”“Concordocomaparticipaçãodosalunosemaudiçãomascasoosmesmosestejam

àvontadeoutoquemacompanhados.Deoutraformapodenãoserumaatividadequeosmotivenapráticadoinstrumento.”

“Asaudiçõessãomuitoimportantes,porqueprovocamdesafiosdiferentes”

“Pelosentidoderesponsabilidadeefamiliarizaçãoaopalco.”

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“Asaudiçõessãomomentosimportantesnaformaçãodeummúsico.Éimportanteque os alunos sejam defrontados com esses momentos desde logo para nãodesenvolveremnenhumafobiaqueprejudiqueaaprendizagem.”

“Osalunosnesta idadenãovêmasaudiçõescomouma“coisa”muitoséria.Vêmcomo uma oportunidade para mostrar o que conseguem com o instrumento,nomeadamente à família. Por isso é “saudável” fazer audições nesta fase daaprendizagem.”

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

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4.4 Síntese Geral Fazendoumaanálisegeraldasrespostasaosquestionários,verifica-sequeexistem

mais inquiridos do sexo masculino (75%) e apenas 25% do sexo feminino.Relativamenteàfaixeetáriaaidadeemqueexistemmaisinquiridoséentreosvinteecincoeostrintaequatroanoseamaiorpercentagemdeinquiridospossuemmestrado.

Emrelaçãoàzonaonde lecionam,oNorte foiarespostamaisexpressiva(40%),seguindo-sedeLisboaeValedoTejo(30%),Centro–Interior(25%)eCentro–Litoral(5%).NenhuminquiridorespondeuquelecionanoAlgarve,MadeiraouAçores.

Relativamenteàexperiênciaprofissionaldos inquiridos,35%dáaulashádezoumaisanos,25%dáaulasentrequatroaseisanos,20%hátrêsanosoumenose20%entreseteanoveanos.

Analisandooensinodeiniciaçãodoclarinete,95%dosinquiridostêmalunosdeiniciaçãoeapenas5%nãotêmalunosdeiniciação.Destesinquiridosquetêmalunosde iniciação Cerca de 36,8%dos inquiridos têm cinco oumais alunos de iniciação,21,1%têmdoisalunos,15,8%têmquatroalunos,15,8%têmumalunoe10,5%têm3alunos. Á questão “Quantos alunos de iniciação têm instrumento próprio?” dos 16inquiridosqueresponderam,seisnãotêmnenhumalunocominstrumentopróprio,três têm apenas um aluno com instrumento próprio, quatro têm dois alunos cominstrumentopróprio,doistêmtrêsalunoscominstrumentopróprioeumtemquatroalunoscominstrumentopróprio.Jáasescolas,63,2%nãopossuemclarinéoe36,8%possuempelomenosumclarinéo.Existeapenasumaescolaemqueexistemquatroclarinéos.

TendoemcontaaopiniãodosinquiridosrelativamenteaospontosbasedoMétodoSuzuki,todossãodaopiniãoqueainiciaçãodoestudodeclarinetesedeveiniciarentreoscincoeosdezanos,sendomaisinquiridosdeacordocomainiciaçãoentreosseteeosoito anosde idade.Quantoao repertórioparaclarinéo, amaioriados inquiridosdesconhece repertório, mas os inquiridos que conhecem acham adequado, masescasso. Há um inquirido que utiliza a requinta em substituição do clarinete. Emrelaçãoàmetodologiamaisadequadaparaainiciaçãodoclarinete,osinquiridosestãomaisdeacordocomaaprendizagematravésdaleituradepautas.

Járelativamenteàaprendizagemdaleiturademúsica,amaiorpartedosinquiridosé da opinião que os alunos devem aprender a ler música ao mesmo tempo queaprendemoinstrumento.

UmdospontosessenciaisparaSuzuki,éoapoiodospaiseasuapresençanasaulasdeinstrumento.Quantoaesteassunto,amaioriadosinquiridosapoiaapresençadospaisnasaulasdeinstrumento,referindoquedestaforma,podemauxiliarosfilhosemcasa no estudo, pois na aula apontam as indicações que o professor vai dando. Osinquiridosquenãosãoafavordeospaisestarempresentesnasaulasdeinstrumento,argumentamqueasuapresençaprejudicaosalunos,distraindo-oseinterrompendoas

Daniela Neves Aguiar

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aulas.Tambémreferemqueosalunosapresentamumaatitudediferentenapresençadospais.

Asaulasemgruposão importantesparaodesenvolvimentosocialemusicaldosalunos.Amaiorpartedosinquiridosconcordaquesedevamrealizaraulasdegrupo,masnãocommuitafrequência.Outrosinquiridosnãoconcordamporquecadaalunotem o seu ritmo de aprendizagem e as aulas em grupo podem ser um entrave àevolução.

Quanto à realização frequente de audições, todos os inquiridos são de acordo,referindoquesãoimportantesparafomentaraconfiançaeoàvontadeemfrenteaopúblico,bemcomoparaperderomedodopalco.Expõemtambémqueasaudiçõessãomotivantes para a criança, dando-lhes a possibilidade demostrar ao público o queaprendeunasaulas,incentivando-aaestudar.

Depois de analisadas as respostas ao questionário, verificam-se implicaçõesintrínsecaseextrínsecas.Asimplicaçõesintrínsecassãoafaltadeliteraturaeemlínguaportuguesa.Asimplicaçõesextrínsecassãoqueteriaquehavermaisalunosnafaixaetárianestapropostadeestudo.

ExistemtambémMotivações intrínsecaseextrínsecas.Asmotivações intrínsecassãoopropósitodeconstruiromanualparaa iniciaçãodeclarineteeasmotivaçõesextrínsecassãoamaiorafluênciaparaoinstrumento.

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

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5. Conclusões Gerais O ensino da iniciação do clarinete em Portugal levanta algumas questões

relativamenteàmetodologiautilizadapelosprofessores,aoinstrumentoutilizadoeaidade que deve ser iniciada a aprendizagem do instrumento. Não existindo umaverdade absoluta, com esta pesquisa e com estes questionários aos professoresconseguichegaraalgumasconclusões.

Oclarinéoéuminstrumentorelativamenterecentequefoicriadoparafacilitaraaprendizagemaosalunosdeiniciação,umavezqueestestêmentrecincoadezanos.Sendouminstrumentomuitomaislevequeoclarineteemsibédefáciladaptaçãoepermitemaisagilidadeemargemdeevoluçãoaosalunos.

Relativamente ao repertório para o instrumento e concordando com algumasrespostasdosquestionários,sãomuitoescassos,contudoexisteummétododaNuvomuitoútilparaosalunos.

OMétodoSuzuki,criadopelomúsicoepedagogoShinichiSuzuki,alémdeserumacompilação de peças com crescente grau de dificuldade é também uma forma deensinamento.ExistemumasériedepremissasdefendidasporSuzukiparaosucessodo aluno, tanto a nívelmusical como pessoal. Suzuki não pretendia formar apenasmúsicos,mas sim pessoas com bom carácter, através da disciplina, sensibilidade eperseverançaqueoestudodamúsicaexige.

Assim,consegue-seresponderàquestãoseométodoSuzukiéaplicávelàiniciaçãodoclarinete.Sendoestemétodoprogressivoecomvistaaosucessodosalunos.

Concluindo, o Método Suzuki tem aplicabilidade na iniciação do clarinete e oclarinéoéuminstrumentodeiniciaçãoviável.Esteestudoteóricotemtambémumaconclusãoteórica,umavezqueaindanãoexisteumMétodoadaptadoparaoclarineteatéàdatadesterelatório.Comesteestudopretendoquefiqueumcaminhoabertoparaumafuturaadaptaçãoemformatopapel.

“Amúsicaéumalínguaepodeseraprendidacomoascriançasaprendemqualquerlíngua:ouvindoeimitanto”.

-ShinichiSuzuki

Daniela Neves Aguiar

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6. Bibliografia

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Daniela Neves Aguiar

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https://www.nuvoinstrumental.com/products/clarineo/

[Outubro2019]

https://europeansuzuki.org

[Outubro2019]

A viabilidade do Método Suzuki aplicado à iniciação do clarinete

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7. Anexos – Questionários

Inquéritosobreoensinodainiciaçãodoclarinete

-Opresente inquérito realiza-seno âmbitodaunidade curriculardeProjetodoEnsinoArtísticodo2ºanodoMestradoemEnsinodaMúsicadaEscolaSuperiordeArtes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco.-Temcomofinalidade,averiguaraperspetivadosprofissionaisdoensinodoclarinete,relativamente à iniciação do mesmo.-Asuacontribuiçãoéessencialparaomeuprojeto,agradeçoimensooseucontributo.

1-Género

Marcarapenasumaoval.

§ Feminino§ Masculino

2-IdadeMarcarapenasumaoval.

§ Entre20-24§ Entre25-34§ Entre35-44§ Entre45-54§ Entre55-65

3-Habilitações

Marcarapenasumaoval.

§ Licenciatura§ Mestrado§ Doutoramento

4-LocalizaçãogeográficaondelecionaMarcarapenasumaoval.

§ Norte§ Centro-Litoral§ Centro-Interior§ LisboaeValedoTejo§ Alentejo§ Algarve

Daniela Neves Aguiar

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§ Açores§ Madeira

5-Háquantosanosleciona?

Marcarapenasumaoval.

§ 0-3anos§ 4-6anos§ 7-9anos§ 10oumaisanos

6-Temalunosdeiniciação?Marcarapenasumaoval.

§ Sim§ Não

7 - Se respondeu "sim"àquestãoanterior, quantosalunosde iniciaçãotem?

Marcarapenasumaoval.

§ 1aluno§ 2alunos§ 3alunos§ 4alunos§ 5oumaisalunos

8-Quantosalunosdeiniciaçãotêminstrumentopróprio?Marcarapenasumaoval.

• 0• 1• 2• 3• 4• 5oumais

9-Aescolaondelecionatemclarinéo?

Marcarapenasumaoval.

o Simo Não

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10-Serespondeu"sim"naperguntaanterior,quantosclarinéospossuiaescola?

Marcarapenasumaoval.

§ 1§ 2§ 3§ 4§ 5oumais

Opinião do docente relativamente aos pontos base do Método Suzuki

11-Qualpensaseramelhoridadeparainiciaroestudodoclarinete?

12-Qualasuaopiniãoacercadorepertório(estudosepeças)existentesparaclarinéo?

13-Qualametodologiamaisadequadaàiniciaçãodoclarinete?

Marcarapenasumaoval.

§ Aprenderatravésdaimitaçãodoprofessor§ Aprenderatravésdeleituradapauta(peças,métodos,etc)§ Aprenderatravésdaaudição(gravaçõesaudio)§ Outra:

14-Qualasuaopiniãorelativamenteàaprendizagemdaleituradapauta?Marcarapenasumaoval.

§ Osalunosdevemaprenderprimeiroalermúsicaesódepoisaprenderatocaroinstrumento

§ Osalunosdevemaprenderalermúsicaaomesmotempoqueaprendematocaroinstrumento

§ Osalunosdevemprimeiroaprenderadominaroinstrumentoedepoisaprenderalermúsica

15 - Concorda com a presença dos pais dos alunos nas aulas deinstrumento?

Marcarapenasumaoval.

§ Sim

Daniela Neves Aguiar

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§ Não16-Justifiqueasuarespostaanterior.

17 - concorda que se realizem aulas de grupo, com todos os alunos deiniciação,frequentemente?

Marcarapenasumaoval.

§ Sim§ Não

18-Justifiqueasuarespostaanterior.

19-Concordacomarealização,frequente,deaudiçõesdosalunosdeiniciação?

Marcarapenasumaoval.

§ Sim§ Não

20-Justifiqueasuarespostaanterior.