A viagem de 1929

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2005

A viagem de 1929Oeste de Santa

Catarina

Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Realeza

Alceni Elias LangnerJezebel Batista Lopes

Willian Henrique Cândido Moura

Escritos do início do século XX, que relatam a viagem do governador (denominado de Presidente de Estado na época) Adolfo Konder ao Oeste de Santa Catarina em 1929;

O adentramento de representantes do poder público estadual num espaço territorial para eles desconhecido foi um ato político e público, realizado no afã de “tomar” posse;

A partir do século XIX a crescente preocupação governamental com um conhecimento mais amplo do interior do país, ocasionou viagens com o intuito, que passam de mera descrição do espaço para um interesse ampliado de suas configurações, tais como: a localização das fronteiras, a descrição da superfície, o clima e sua intensidade em diferentes estações, a qualidade do solo e da água, as condições da população, entre outros;

Visão do viajante para com a viagem

“A visão pessoal do presidente permitiu uma série de medidas conducentes á implantação da ordem, ao respeito ás leis, ao fomento economico, á civilização, emfim, de uma região assolada pelos movimentos revolucionarios pelo banditismo.” (p. 24)

A Viagem e seus trajetos

Foi assinado em Irahy ,no dia 26 de abril de 1929, um convenio policial, entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com o objetivo de reprimir o banditismo, pois, cada força policial destes estados, poderia adentrar ao território do outro para realizar perseguições e prisões;

Chapecó (SC) x Palmeira (RS)

O Convenio policial de Irahy

O rio Uruguay

“São Carlos tem apenas onze meses e já possue lavoura que quasi basta á alimentação de sua população, escola e uma grande igreja em construção” (p. 33).

“Itapiranga, com dois annos apenas de existencia, é nossa sentinella avançada de civilização, a nove kilometros da fronteira argentina.

Tem ruas bem alinhadas, iluminação electrica, escola, bons predios.” (p. 34)

As Thermas

“As thermas do Chapecó representam uma das immensas riquezas daquella região privilegiada que ainda há de ser , senão a capital politica, pelo menos e seguramente, a capital economica de Santa Catharina.” (p. 36)

A picada de Mondahy ao Pepery

O Chapeco’

Dionysio Cerqueira

Escolas Argentinas em comparação com as escolas Brasileiras:

Filhos de brasileiros estudam na escola Argentina de Barracon;

Alunos aprendem o hino nacional da Argentina;Filhos de brasileiros serviam a Armada Argentina;As pareder da Escola de Barracon, com um farto

aparelhamento didático tinha suas paredes repletas de quadros com imagens da Argentina;

Casamentos eram realizados na Argentina;Não chega jornais na fronteira;Entre outros aspectos.

“ O exemplo argentino é de seguir-se” (p. 51).

Barracão - Barracon

“A estação catharinense deve ser denominada Dionysio Cerqueira.

A paranaense, aonde existe um radio, esta sim, seja Barracão.

Na parte paranaense não há commercio. No povoado catharinense o commercio

é muito pobre.A riqueza daquella região é o mate, que

nas cercanias avulta prodigiosamente.” (. 57)

No Oeste Catarinense o grande problema é o banditismo no sertão;

“As estradas que se estão abrindo de Mondahy e de São João para Dionysio Cerqueira, vehicularão para ali o progresso e os elementos de ordem e justiça.

Os colonos demandarão aquellas regiões privilegiadas para a compreensão do trabalho.

Com elles fugará o banditismo.” (p. 64)

O banditismo no sertão

“Em Flores e Capitinga passamos o peior trecho da jornada” (p. 65)

“[...] barbaquá, que é o seccador do ilex [...]” (p. 66)

O “Barbaquá” de Flores

CAPITINGA

“E’ o antro dos tigres.Ahi chegamos já noite.Pessimo tempo.Alguns companheiros retardatarios ouviram uivos de féra.”

- Luta com o tigre.

“Indagavamos dessa gente porque moravam tão afastados da picada. Explicaram-nos.Os que moravam na visinhança do caminho foram grandemente prejudicadas pela passagem de forças durante os ultimos movimentos revolucinarios.”

- Casa de baile atacada pelas forças;- Causa mortis: Mandado ou Pontada.

AS FAZENDAS E OS FAZENDEIROS

“Depois de dez horas de marcha pela picada, abriu-se diante de nós a estrada de rodagem paranaense que vem de Clevelandia e vae além de Pato Branco. E’ uma estrada regular e, para o nosso conceito da hora, optima, pois vinhamos de caminhos penosos.”

“Entramos em territórios que o Accordo de 1917 attribuiu ao visinho Estado do Paraná.”

“E’ uma zona apropriada para a criação do gado vaccum e ovelhum.”

- Acumulo de Milhões;- Educação fina;- Ovelhas e gado;- “Entramos em territorias que o Accordo

de 1917 attribuiu ao visinho Estado do Paraná”.

ULTIMA ETAPA – A ESTRADA DE SÃO JOÃO AO PEPERY

“O sr. presidente Washington Luis, com justiça cognominado de estradeiro, tem aberto novos e largos surtos á economia nacional. [...] Fazer estradas é fomentar a riqueza.”

“A estrada de São João-Pepery vae abrir extraordinarias possibilidades naquela região vastissima e riquissima. [...] Não somente o Oeste catharinense, como também grande parte do paranaense, serão beneficiados.

- Ponto negativo: Estrada construída distante das vias fluviais.

- Ponto positivo: “De qualquer maneira, entretanto, a obra é de notável interesse para aquella rica zona brasileira, até agora fora do convivio da nossa civilização e abandonada, por bem dizer.”

- Acidente envolvendo os bandeirantes na estrada.

“A ‘bandeira’ que o presidente Konder realizou aos confins do Estado e do país também passará, mas deixará nos que a empreenderam um sentimento de alegria, uma especie de orgulho de haver collaborado em obra de tamanho merito; e será registada na consciencia nacional como um exemplo de dedicação e zelo pela causa publica a ser seguido pelos guardas dos interesses da patria.”

OESTE CATHARINENSE

(De Florianópolis a Dionísio Cerqueira)José Arthur Boiteux

OESTE CATHARINENSE

“Para melhor conhecer e com mais efficacia attender às necessidades do nosso extremo oeste, comprehendido propriamente no vasto e futuroso municipio de Chapecó, cujas terras uberrimas se estendem desde o Irany, Ponte Serrada e outros grandes cursos d’agua até a fronteira banhada pelo Pepery-guassú, que separa Santa Catharina do territorio argentino de Misiones, resolveu o dr. Adolpho Konder, presidente desse Estado , realizar, no mez de abril, uma excursão áquella longinqua região.”

- Saída por Biguassú, Tijucas, Nova Trento para a cidade de Blumenau. Varios trechos foram registrados: S. José, Tijucas, Porto Belo, Camboriú e Itajaí.

- No dia seguinte a viagem foi para Jaraguá do Sul, após para Porto União, onde pegam a estrada de ferro para o Município de Mafra.

- Seguindo, foram para Herval, Canoínhas, Vallões, Porto União, Rio Caçador e Rio Bonito;

- Chegaram a Catanduvas, de lá partiram para Coração, Irany e Ponte Serrada do Município de Cruzeiro.