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ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS COMO UM FATOR DE
MINIMIZAÇÃO DE CUSTO DE ESTOQUE NA EMPRESA PERSIL CATALISADORES
Área temática: Logística
Guilherme Luiz Silva
coordenalg@fasfsul.com.br
Ricardo Pereira Rocha
ricardo.pereira@mrs.com.br
Marcus Vinícius Barbosa
marcus.barbosa1979@gmail.com
Salete Leone Ferreira
salete_leone@yahoo.com.br
Resumo: A Globalização da Economia e Os Movimentos Constantes do Mercado TEM imputado Às Organizações
uma necessidade de Uma Rápida RESPOSTA Às Mudanças, soluçar Risco de Serem surpreendidas POR SEUS
concorrentes. Essa necessidade de ajuste COM A Economia Passa diretamente PELO CONTROLE DOS custódio, O
Que Tornou parágrafo fundamental uma sustentação do Negócio e Manutenção Desta. Desse modo, objetiva-se
nenhum material Presente destacar a importancia da Administração de Materiais NAS Organizações, Bem Como SUA
importancia para à Gestão de Estoque Eficaz. Pauta-se O Trabalho cabelo Seguinte questionamento: a ESCOLHA de
hum Sistema de Armazenagem PODE Influenciar o Custo de Manutenção de Estoque? Parte-se do pressuposto that um
ESCOLHA de hum Sistema Adequado de Armazenagem exerce Influência Direta na Rentabilidade da
Organização. Analisando uma peculiaridade da Empresa E Possível adotar hum Sistema that, Não Só reduza o Custo
de armazenamento Como also agilize a Produtividade do Setor. Metodologicamente, utilizou-se um REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA e Estudo de caso na Empresa Mastra Catalisadores, localizada na Cidade do Rio de
Janeiro. Acredita-se Que a ESCOLHA de hum bom Sistema de Armazenagem PODE contribuir decisivamente PARA O
Sucesso de Uma Empresa não that tange a Redução de Custos EO manuseio de materiais. O Eficiente atendimento ao
Cliente TEM Sido o Objetivo da maioria das Empresas. Concluiu-se, Assim Que uma presteza na Distribuição das
Mercadorias assumem Cada Vez Mais Um papel predominante na obtenção de Vantagem Competitiva Uma, Onde,
Além de Habilidades em administrar uma Cadeia de Suprimentos, Torna-se senhor hum Elevado nivel de Treinamento
em Aspectos Financeiros EO Dominio de SUAS Diversas Técnicas de Gestão dos estoques
Palavras-chaves: Administração; Armazenagem; Materiais; Redução de Custos
ISSN 1984-9354
XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015
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1. INTRODUÇÃO
Devido à globalização e a mercados altamente competitivos, as empresas vêm procurando
obter ganhos em produtividade e redução de custos, neste sentido a administração de materiais
constitui-se em uma das atividades de gestão mais importante para as organizações. A maneira com
que estes recursos são geridos influencia direta e indiretamente nas receitas e despesas. Essas
atividades são desenvolvidas dentro da organização de forma centralizada ou não, visando o
resuprimento de materiais ou matérias-primas necessárias para o desempenho e atuação das suas
respectivas atribuições.
Tais atividades abrangem desde as necessidades de reaprovisionamento, inclusive compras,
planejamento de controle de materiais, planejamento de materiais, recebimento, armazenagem dos
materiais, operações gerais de controles de estoques e entrega dos mesmos aos usuários, requisitantes
ou clientes.
Têm-se como objetivos específicos: destacar a importância da Administração de Materiais nas
organizações; demonstrar a importância de uma gestão de estoque eficaz; apresentar os objetivos de se
ter estoques; analisar a estrutura dos custos de estoque e estudar a influência do sistema ERP de
armazenamento de materiais na produtividade.
Pretende-se responder até que ponto a escolha de um sistema de armazenagem pode influenciar o custo
de manutenção de estoque? Acredita-se que a escolha de um sistema adequado de armazenagem
exerce influência direta na rentabilidade da organização. Analisando a peculiaridade da empresa é
possível adotar um sistema que, não só reduza o custo de armazenamento como também agilize a
produtividade do setor.
Metodologicamente será utilizado pesquisa bibliográfica e estudo de caso abordando a administração
de materiais na empresa Mastra Catalisadores, localizada na cidade do Rio de Janeiro.
2 – Administração de Materiais como fator de Minimização de Custos de Estoque
2.1 Administração de Materiais Segundo Dias (2010), o objetivo da administração de estoques é otimizar o retorno dos investimentos
em estoques. Por ter grande interação com outras áreas da empresa, a área de controle de estoques,
compras e armazenamento necessitam de perfeita sintonia para obter resultados satisfatórios, e,
externamente, produção e compras necessitam do apoio logístico da área para executarem suas
atividades de maneira eficaz. Segundo Moreira (2011, p. 447): [...] entende-se por estoques quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de
forma improdutiva, por algum intervalo de tempo; constituem estoques tanto os produtos
acabados que aguardam venda ou despacho, como matérias-primas e componentes que
aguardam utilização na produção.
São duas as razões para se manter estoques: primeiro, para proteger a empresa de mudanças
inesperadas na demanda; segundo, pela presença de incertezas na quantidade, qualidade, prazos de
entrega e por questões relacionadas à economia de escala na produção e no transporte de produto
(SIMCHI-LEVI, 2000).
Para Dias (2010), o principal motivo de se manter estoque esta ligado diretamente a previsão de sua
aplicação futura. Porém, devido à impossibilidade de prever a demanda futura, é necessário manter
determinado nível de estoque para garantir a disponibilidade de produtos, para que, o processo
produtivo e de manutenção ocorra sempre de maneira contínua, evitando assim as incertezas que
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dizem respeito ao momento em que se necessita de determinado material. No entanto garantir, esta
disponibilidade custa caro. Conforme Lambert (1998, p: 72):
Pode-se definir armazenagem como a parte do sistema logístico da empresa
que estoca produtos (matérias-primas, peças, produtos semi-acabados e
acabados) entre o ponto de origem e o ponto de consumo e proporcionam
informações à diretoria sobre a situação, condição e disposição dos itens
estocados.
Os custos com armazenamento de materiais também exercem grande influência no aumento do
resuprimento de materiais de demanda dependente, devendo estar alinhado com a Política de Materiais
da empresa, a qual deve possuir níveis compatíveis com suas demandas internas. Tornar-se a
realização de compras cada vez mais ágeis, para que possam atender às necessidades de aumento da
velocidade da renovação dos estoques.
2.2 Redução de Custos
Devido à globalização e ao mercado altamente competitivo, as empresas vêm procurando obter ganhos
em produtividade e em redução de custos.
Dessa forma, Alt, Martins (2005, p: 59), enfatizam que:
[...] atualmente, todas as empresas procuram obter vantagem competitiva frente
a seus concorrentes e a melhor forma de atendê-los no momento certo e na
quantidade desejada, é tendo uma administração eficaz dos estoques.
O custo de armazenagem constitui todo gasto necessário para receber, inspecionar, armazenar,
movimentar, separar, retirar e distribuir materiais de estoques. Estes custos correspondem aos gastos
com empilhadeiras, mão de obra, estantes, prateleiras, mobiliário, espaço físico, outros equipamentos,
depreciação, seguros, insumos (água, energia, telefone, conservação, limpeza e segurança),
obsolescência e perdas em geral. (LOPES et al, 2006)
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2.3 Objetivos do Estoque
Os estoques consistem em materiais que uma organização utiliza para a produção de seu produto ou
suprimir a necessidade da própria empresa. Pode-se encontrar matérias-primas, suprimentos,
componentes, materiais em processo ou produtos acabados. Sendo assim, o objetivo básico de se ter
estoque refere-se a realizar ligação dos vários fluxos entre si e também proporcionar determinadas
economias na produção. De maneira mais detalhada, essas funções podem ser dividas nos seguintes
objetivos parciais:
Segundo Dias (2010, p: 23):
[...] o objetivo de se ter estoques é otimizar o investimento em estoques,
aumentando o uso eficiente dos meios internos da empresa, minimizando as
necessidades de capital investido.
Para Moreira (2011), há uma grande variedade de mudanças que podem ser consideradas, como por
exemplo, a empresa realizar o resuprimento de quantidade maiores de mercadorias baseando-se em um
estudo de aumento de preço ou dificuldade de rápido abastecimento.
Estoque de segurança ou estoque de reserva possui função de proteção a quaisquer mudanças não
previstas, seja no suprimento, seja na demanda ou no lead time (tempo de entrega). O estoque de
segurança garante a continuidade da produção no caso de faltas temporárias ou variações bruscas de
demanda que podem ocorrer a qualquer momento. (MOREIRA, 2011)
2.4 Custo de Armazenagem
No tocante ao custo de armazenagem, Costa (2004 p:109), aborda o tema da seguinte forma:
[...] ao armazenar produtos, a empresa necessita de uma estrutura capaz de
absorver estes materiais, logicamente este estrutura acarretará alguns custos
diretamente relacionados ao tipo de material estocado, seu volume, área por ele
ocupada, mão de obra empregada, manutenção da estrutura física do prédio,
custo unitário, etc. Ao somatório dessas despesas chamamos de custos de
armazenamento.
Assim, representa o custo que existe simplesmente por estocar o material, sendo proporcional ao
investimento em estoque realizado pela organização. Estão incluídos os custos com a estrutura
ocupada com as mercadorias, seguros, taxas, perdas, obsolescência do material
Para determinar o custo de armazenagem de um item, utiliza-se a seguinte expressão:
Onde:
Q representa a quantidade do item em estoque;
T representa o tempo considerado de armazenagem;
P representa o preço unitário do item;
I representa a taxa de armazenagem, geralmente expressa em termos de percentual ou em moeda (R$)
do custo unitário do item. (MOREIRA, 2011, p. 114).
Para Moreira (2011), é o custo que existe apenas porque o material foi estocado, sendo proporcional ao
investimento em estoque realizado pela organização. Estão incluídos os custos com a estrutura
ocupada com as mercadorias, seguros, taxas, perdas, obsolescência do material.
IPTQ
CA 2
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2.5 Manuseio ou Movimentação de Materiais
Para Ballou (1993), manuseio ou movimentação interna de produtos e materiais significa transportar
pequenas quantidades de bens por distâncias relativamente pequenas quando comparadas com as
distâncias na movimentação de longo curso executadas pelas companhias transportadoras. Esta
atividade é executada em depósitos, fábricas e lojas, assim como no transbordo entre modais de
transporte. Como a atividade de manuseio pode ser repetida inúmeras vezes, pequenas ineficiências em
algumas das viagens podem significar grandes perdas quando aplicadas sistematicamente a muitos
produtos, por um longo período.
Os sistemas semi-automatizados complementam os sistemas mecanizados, automatizando atividades
específicas de manuseio. Os sistemas mais comuns são: os veículos guiados por automação, a
separação computadorizada de pedidos, a robótica e os vários tipos de estantes inclinadas.
(BOWERSOX; CLOSS, 2001).
Os sistemas de manuseio automatizados são aqueles em que não existe a presença humana. Os
primeiros sistemas deste tipo foram os de separação de pedidos de produtos embalados em caixas.
Mais recentemente vieram os sistemas automatizados de armazenagem e recuperação para uso em
instalações de depósitos verticais. (BOWERSOX; CLOSS, 2001)
O sistema baseado em informação usa equipamentos de manuseio mecanizado (o mais comum é a
empilhadeira a garfo). A diferença é que este equipamento passa a ser integralmente dirigido,
controlado, monitorado e comandado por um microprocessador. Toda a movimentação necessária ao
manuseio é informada ao computador, que analisa e determina qual o equipamento que deverá ser
utilizado (BOWERSOX; CLOSS, 2001).
2.6 Métodos de Organização do Trabalho na Atividade de Picking
Segundo Lima (2002), com o intuito de melhorar a produtividade foram desenvolvidos alguns métodos
de organização do trabalho (picking) que possuem o objetivo de minimizar os tempos não úteis, gastos
com os deslocamentos dos operadores e com a busca por produtos. Estes métodos consideram o
número de operadores responsáveis pela separação de cada pedido e o número de pedidos coletados
simultaneamente por um mesmo operador. Panitz (2006, p: 33) diz que:
[...] Picking list é uma listagem dos ítens a serem retirados do estoque para o atendimento de
uma demanda, seja esta para fins de fabricação ou para fins de expedição de ordens de clientes.
Uma lista de separação normalmente relaciona o código do item, sua descrição e a quantidade a
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ser separada. Dependendo do sistema utilizado, a lista de separação pode também indicar a
localização, o nome dos colaboradores designado para tarefa, o número do pedido e o roteiro
de separação dentro do armazém. (PANITZ , 2006, p. 33).
A atividade de picking pode ser definida como a atividade responsável pela coleta do mix correto de
produtos, em suas quantidades corretas da área de armazenagem para satisfazer as necessidades dos
clientes.
Figura 1 - Métodos de organização do trabalho na atividade de picking
Fonte: Lima (2011)
O objetivo consiste em priorizar a minimização da distância entre o operador que efetua a coleta e os
produtos a serem coletados. Dessa forma, os produtos de maior giro devem ser colocados na região
mais próxima da atividade de separação
2.7 Identificação de Material
A classificação ou codificação de materiais visa catalogar, simplificar, especificar, normatizar e
padronizar os materiais componentes do estoque da empresa. A necessidade de um sistema de
classificação consiste em elemento primordial para qualquer departamento da organização, pois, sem
ela, não pode existir um controle eficiente dos estoques, procedimentos de armazenagem adequados,
localização rápida dos materiais em estoque e uma operacionalização do almoxarifado de maneira
correta (DIAS, 2010). Costa (2004, p: 180) salienta que:
[...] Durante toda a permanência dos produtos nas instalações da
organização deverá haver registros documentados de todas as operações
com eles executadas; para isso eles precisam ser identificados a partir do
recebimento, durante o processo produtivo, de armazenagem, de entrega e
de instalação.
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Para Bowersox e Closs (2001), o código de barras consiste em uma tecnologia de colocação de
códigos legíveis por computador em itens, caixas, contêineres e até em vagões ferroviários, que
atribuem um número exclusivo a cada fabricante e a cada produto. Podem ser lidos através de leitores
óticos (scanners) fixos ou portáteis. Quando padronizados reduzem erros de recebimento, manuseio e
expedição de produtos, sendo capaz de diferenciar, por exemplo, o tamanho da embalagem e até o
sabor do produto. Existem diversos tipos de códigos de barra.
No Brasil o sistema adotado para o comércio na Codificação Nacional de Produtos é o Código EAN,
desenvolvido pela EAN BRASIL - Associação Brasileira de Automação. Este é um código numérico
composto por treze dígitos na versão EAN-13 e oito, na versão EAN-8, para embalagens pequenas.
(SILVA, 1989). A figura abaixo exemplifica a estrutura do código EAN adotado no Brasil.
Figura 2 - Estrutura do Código ENA
Fonte: Silva (1989, p. 253)
2.8 Métodos de Endereçamento ou Localização na Área de Armazenagem
A localização implica em se utilizar uma codificação, normalmente alfanumérica, representativa do
local da armazenagem. A definição do sistema de localização está intimamente ligada à disposição do
arranjo físico dos materiais armazenados, sendo imprescindível à fixação e determinação do layout.
Destaca Viana que:
[...] Um esquema de localização tem por finalidade estabelecer os meios necessários e
proporcionar facilidades em identificar imediatamente o endereço da guarda do material dentro
de um armazém ou centro de distribuição. Desta forma não pode haver dúvidas na
identificação das localizações (VIANA, 2002, p. 88).
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Um exemplo clássico de endereçamento num centro de distribuição trata da identificação da
localização através da construção de “ruas”, onde cada uma tem os níveis de armazenagem numerados
e porta pallets. A numeração é ímpar no lado esquerdo destas “ruas” e par no lado direito, e de acordo
com a “altura” ou andar recebe a codificação 101, 201 e assim por diante, conforme os apartamentos
num edifício. Essas três coordenadas (rua, número e altura) constituem o “sistema de referência”. Com
os três dados, qualquer operário do armazém ou centro de distribuição tem sempre a posição correta
onde buscar ou colocar o pallet (FRANKLIN, 2003). A Figura 4 a seguir ilustra
esse tipo de endereçamento.
Figura 3 - Planta Baixa com ruas identificadas
Fonte: Empresa Mastra Catalisadores
Independentemente do tipo de sistema de endereçamento a ser utilizado, outros fatores devem ser
levados em consideração na determinação dos endereços dos produtos no interior de um armazém. São
eles:
Intensidade do uso – os produtos de maior rotatividade devem estar
localizados em locais de fácil acesso;
Semelhança ou Complementaridade – os itens que com frequência são
solicitados juntos devem ser armazenados próximos para evitar deslocamentos
excessivos durante o picking;
Tamanho – os produtos pesados, volumosos e de difícil movimentação devem
estar armazenados próximos à expedição;
Características dos materiais – o layout do armazém ou centro de distribuição
deve proporcionar locais de armazenagem para produtos com características
particulares, como por exemplo, os produtos que necessitam de refrigeração
ou produtos perigosos. (MOURA, 1997, p. 67).
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O planejamento dos estoques consiste em etapa fundamental no gerenciamento dos estoques. Os
esforços para melhorar a organização física de nada adiantaria sem o devido senso de uso em função
de sua regularidade de uso, bem como o respeito às suas características.
3- Relato de Caso - Mastra Catalisadores.
3.1 Caminho Metodológico
O direcionamento deste estudo, pautou-se em Cervo (et al, 2007, p. 27) que define um caminho
metodológico como sendo “[...] a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para
atingir um certo fim ou um resultado desejado.”
A metodologia utilizada nesse trabalho teórico foi dividida em duas etapas, na qual a primeira consiste
em uma pesquisa qualitativa a partir de uma revisão bibliográfica realizada com objetivo de
fundamentar o conteúdo proposto abordando assuntos essenciais para o esclarecimento do papel da
Administração de Materiais como fator de redução de custo de estoque dentro das empresas. Em
seguida realizou-se um Estudo de Caso em empresa do setor de transporte, cujo critério de seleção
consiste na afinidade do estudo com a problemática abordada neste trabalho. Para Tachiazawa (2000,
p. 102) no estudo de caso:
[...] Devem constar o instrumental, os métodos e as técnicas aplicadas para a elaboração de
todas as etapas do trabalho. Em geral referem-se às entrevistas, questionários, pesquisas
bibliográficas, pesquisa documental, observações, e experiências práticas, tudo no tempo
pretérito
Para isso, utilizamos (o texto científico tem de ser escrito de forma impessoal, por favor verifique se
em outra parte do texto isso também aconteceu, assim sugiro que substitua utilizamos por utiliza-se
como estudo a empresa Mastra Catalisadores, que se demonstrou um campo amplo para realizarmos
nossas análises e referências em relação à Administração de Materiais.
Aplicaremos a técnica de pesquisa exploratória com um levantamento bibliográfico, entrevistas com
pessoas com experiências práticas no problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a
compreensão. Isso com a finalidade de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias para a
formulação de abordagens posteriores. Dessa forma, este estudo visa proporcionar um maior
conhecimento para o pesquisador acerca do assunto.
As pesquisas exploratórias, segundo Gil (2002), visam proporcionar uma visão geral de um
determinado fato, do tipo aproximativo. A pesquisa bibliográfica foi realizada através da teoria e
pesquisas em analises exploratórias de artigos e livros, voltadas especificamente para o assunto e tema
escolhido.
Definimos como nosso público alvo, os colaboradores responsáveis pelo setor de Controle de
Suprimentos, na qual poderão esclarecer dúvidas e apontar pontos fortes e fracos deste assunto dentro
da empresa.
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3.2 Histórico
Mastra Catalisadores é uma empresa de tecnologia de ponta que cria, produz e entrega soluções em
catalisadores e aditivos para a indústria de refino de petróleo. A empresa foi fundada em 1989, no Rio
de Janeiro, próximo ao Distrito Industrial de Santa Cruz / RJ. Tecnologia de ponta é a marca
constante das soluções apresentadas aos clientes, sempre com foco estratégico no desenvolvimento de
produtos e serviços sob medida para as necessidades das refinarias. A excelência dos processos
também é um destaque da Fábrica X Catalisadores S.A. que detém certificação nos três principais
sistemas da qualidade: ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001, reconhecidos internacionalmente.
A proximidade com o cliente é outro diferencial da empresa Mastra Catalisadores, que busca
continuamente reduzir distâncias e estreitar relacionamentos. Atua lado a lado com o cliente,
acompanhando o desempenho das unidades, promovendo cursos e treinamentos, gerenciando estoques,
identificando e resolvendo antecipadamente problemas, promovendo melhorias de performance e
trabalhando, ao máximo, para gerar ganhos para os clientes.
Para atingir a excelência em SMS (saúde, meio ambiente e segurança), é necessário o compromisso
comum e um cuidadoso processo de gerenciamento, que enfatize a responsabilidade de cada pessoa em
uma regra básica: "Nenhum trabalho é tão urgente ou importante que não possa ser planejado e
executado com segurança". É por este motivo que a empresa adota o Programa de Segurança (OS) que
alia as iniciativas de sucesso dos acionistas (Albemarle Catalisadores e Petrobras) à experiência da
própria fábrica. O PS está presente em todas as áreas da empresa e é fundamentado nos seguintes
princípios:
• Compromisso visível – todos os níveis de liderança devem demonstrar que Saúde, Meio Ambiente e
Segurança (SMS) são VALORES por meio de atitudes, decisões e palavras.
• Responsabilidade de linha – todos os níveis de liderança são responsáveis pelas questões de SMS em
suas áreas.
• Administração de desvios – toda perda é SEMPRE precedida por um ou mais DESVIOS. A
identificação do significado dos desvios de forma preventiva permitirá o bloqueio da perda.
• Aprendizado contínuo – o aprendizado contínuo das pessoas e da organização é vital para atingir a
excelência em SMS.
• Foco no comportamento humano – a excelência em SMS depende do comportamento e da atitude das
pessoas em todos os níveis e áreas de atuação.
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3.2.1 Missão
Fornecer catalisadores, aditivos e soluções para as indústrias de petróleo, química e petroquímica.
3.2.2 Visão
Ser uma empresa de alta tecnologia, líder nos mercados de catalisadores e aditivos onde atua de forma
rentável, competitiva, ambientalmente correta e socialmente responsável.
3.2.3 Valores
Os comportamentos aqui estabelecidos devem refletir, acima de tudo, os valores consolidados pelo
Jeito de Ser FXC S.A., inteiramente construído pelas pessoas que compõem nossa força de trabalho. A
coletânea desses valores reúne os princípios éticos que orientam a prática de nossos ideais. Ao todo,
nove valores fundamentais resumem o Jeito de Ser FXC S.A.:
1. Nosso Jeito de Ser Responsável pelo Bem Comum
2. Nosso Jeito de Ser Responsável pelo Todo
3. Nosso Jeito de Ser Comprometido
4. Nosso Jeito de Ser Disciplinado
5. Nosso Jeito de Ser para Gerar Confiança
6. Nosso Jeito de Ser para Trabalhar em Equipe
7. Nosso Jeito de Ser para Fazer Acontecer
8. Nosso Jeito de Ser para Inovar
9. Nosso Jeito de Ser para Alcançar a Excelência
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3.3 Questionário
Para melhor entendimento da empresa em estudo foi elaborado um questionário para maiores
esclarecimentos de como a administração de materiais é importante em grandes empresas como a
Mastra Catalisadores.
Este questionário foi elaborado pelos autores com apoio dos colaboradores da Mastra Catalisadores
que responderam as questões, desta forma foram aplicados 5 questionários, sendo 3 analistas de
suprimentos, 1 coordenador de compras e 1 gerente de planejamento de suprimentos.
As questões comuns a todos os entrevistados geraram gráficos e as apresentadas somente ao gerente
geraram análises. Todas foram aplicadas durante visita técnica na empresa.
3.4 Análise dos Resultados
QUESTÕES 1 A 7 – Relacionadas à Estrutura de Custo de Estoque.
Gráfico 1 - Custo do Item
Os resultados evidenciaram que em 90% das questões analisadas, a empresa procura minimizar o custo
do item, realizando compras através de cotações com diversos fornecedores e realizando
periodicamente auditorias a fim de garantir a integridade do processo.
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Gráfico 2 - Custo do Pedido
Nos resultados, evidenciou-se que, em 60% das 03 últimas cotações de compra, a empresa procura
minimizar o custo do pedido, realizando reuniões e visita à fornecedores com finalidade de
desenvolver parcerias, e ainda itens do mesmo fornecedor são agrupados em um único lote de entrega
reduzindo assim o custo do pedido.
Gráfico 3 - Custo da Falta de Estoque
Nos resultados, a empresa não teve parada de produção ou perda de vendas por não ter um item em
estoque nos últimos 03 anos, assim obtive-se um percentual de 100%.
Gráfico 4 - Custo de Manutenção de Estoque
Os resultados, evidenciam que, em 90% das questões analisadas, a empresa procura agilizar o
recebimento e entrega de itens estocados. Por isso, utiliza identificação com código de barras, o que
facilita obter informações sobre os itens, que são agrupados através de endereços fixos conforme
layout previamente definido. E, para garantir a integridade do processo, são realizadas inspeções
periódicas a fim de se manter a acurácia do estoque. E possuem controle de despesas incorridas no
custo de manutenção de estoque a fim de reduzi-las.
QUESTÕES 8 A 22 – Relacionadas à Redução de Custo de Estoque.
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Gráfico 5 - Ações de Redução de Custo
Os resultados demonstram que em 67% das questões analisadas, a empresa realiza ações que visam
mitigar os custos de manutenção de estoques.
As questões que se seguem não possuem gráficos, pois foram respondidas unicamente, pelo gerente da
área de suprimento:
QUESTÕES 23 A 25 – Relacionadas à Obsolescência e Receitas Alternativas
Nos resultados das questões analisadas, verificou-se que, dentro da Política de Materiais da empresa,
há tópicos relacionados à obsolescência de materiais e receitas alternativas. O ponto de melhoria é que
muitos materiais são descartados sem gerar receita para empresa.
QUESTÕES 26 A 32 – Relacionadas ao Planejamento e Controle de Estoque
Em relação a essas questões, observou-se que a empresa não trabalha com estoque de segurança, que
visa manter níveis suficientes para evitar que ocorra a falta de produtos diante da variabilidade da
demanda e a incerteza do ressuprimento dos itens faltosos, sendo utilizado na gestão, ponto máximo e
mínimo de estoque. Quanto à Política de Materiais, observou-se que é revisada bi anualmente, e seu
objetivo é reduzir custos, mas seu principal foco é no produto. Para isso, são utilizadas diversas
ferramentas que possibilitam melhor gestão da cadeia de suprimentos, como contratos em consignação,
just in time, curva ABC, MRP, entre outros.
QUESTÕES 33 A 35 – Relacionadas ao Ambiente Organizacional (condições de trabalho)
Nos resultados das questões, verificou-se que na empresa há uma preocupação em manter o ambiente
de trabalho limpo e ordenado, e em manter um plano de manutenção dos equipamentos sempre
atualizados e ainda a realização periódica de estudos ergonômicos a fim de melhorar as condições de
trabalho da equipe.
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QUESTÕES 35 E 36 – Relacionadas à Tecnologia da Informação
Verificou-se que a empresa utiliza dois ERPs para realizar uma gestão eficaz da cadeia de suprimentos.
Porém, os dois sistemas não possuem interfaces ao banco de dados um do outro. Sendo que um dos
sistemas realiza o controle de estoque e o outro sistema controla informações da produção. Algumas
vezes, é necessário que seja realizada update (atualização de sistema) processo manual realizado por
algum colaborador, o que pode gerar erro de informações.
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4. Conclusão
Esse trabalho procurou demonstrar a importância da gestão dos custos de manutenção de estoques
como uma ferramenta que agregue mais valor ao produto e à rentabilidade da organização.
O pressuposto do trabalho é corroborado pelo estudo de caso, pois uma empresa não poderá trabalhar
sem estoque, devendo administrá-lo, pois sua função amortecedora, entre vários estágios de produção,
vai até a venda final do produto. A gestão do fluxo de materiais, serviços e informações, desde o
fornecedor inicial até o consumidor final, constituem a essência da logística e da administração de
materiais.
Na definição da política de estoques a ser seguida pela empresa, a escolha do modelo de armazenagem
adequado é muito importante, tanto para um eficiente atendimento ao cliente, como também na
minimização de custos de sua manutenção, interferindo diretamente no aumento do custo final da
organização.
A estrutura dos custos de manutenção de estoques, quando geridas de forma eficaz, exercem influência
muito grande na rentabilidade da empresa. Uma gestão de estoques deve estabelecer modelos de
controle de cada custo e este deve ser detalhado para que possibilite uma gestão sustentável à
organização.
O controle de custo de estoque vem a ser de suma importância para a empresa, visto que, controlam-se
os desperdícios, desvios, apuram-se valores para fins de análise, bem como, apura-se o demasiado
investimento, o qual prejudica o capital de giro. Quanto maior é o investimento, também maior é a
capacidade e a responsabilidade de cada setor da empresa.
O eficiente atendimento ao cliente tem sido o objetivo da maioria das empresas. Assim, a rapidez e
presteza na distribuição das mercadorias assumem cada vez mais um papel predominante na obtenção
de uma vantagem competitiva.
Para tanto, além de habilidades em administrar a cadeia de suprimentos, torna-se mister um elevado
nível de treinamento em aspectos financeiros e o domínio de suas diversas técnicas de gestão dos
estoques.
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Referências
ALT, P. G.; MARTINS, P.R.C. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. São Paulo:
Saraiva, 2005.
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e
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