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ADOÇÃO DA TI VERDE NA ADMINISTRAÇÃO
DAS REDES DE COMPUTADORES
ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL ADERICO ALVES DE
VASCONCELOS
TÉCNICO EM REDES DE COMPUTADORES
ADOÇÃO DA TI VERDE NA ADMINISTRAÇÃO
DAS REDES DE COMPUTADORES
Fagner Silva de Lima
Goiana / 2013
Fagner Silva de Lima
ADOÇÃO DA TI VERDE NA ADMINISTRAÇÃO
DAS REDES DE COMPUTADORES
Projeto apresentado na disciplina de Projeto Estruturado de Redes como
requisito para a apresentação do Trabalho de Conclusão da disciplina.
Orientador: Luiz Carlos Mendes.
Goiana / 2013
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5
2. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 7
3. OBJETIVOS ............................................................................................................ 8
4. METODOLOGIA DE PESQUISA ............................................................................ 9
5. TI VERDE (GREEN TI).......................................................................................... 10
5.1. A Revolução Industrial e o Sistema Capitalista .............................................. 10
5.2. Meio Ambiente ................................................................................................ 11
5.3. Tecnologia da Informação .............................................................................. 13
5.4. Impactos da Tecnologia no Meio Ambiente .................................................... 14
5.5. Consumo de Energia ...................................................................................... 15
5.6. Lixo Eletrônico (e-Trash) ................................................................................. 19
5.7. Sustentabilidade ............................................................................................. 22
5.8. Tecnologia Sustentável ................................................................................... 24
5.8.1. Estratégias ............................................................................................... 24
5.8.2. Benefícios ................................................................................................ 29
5.8.3. Conscientização ....................................................................................... 30
6. TI VERDE NAS REDES DE COMPUTADORES ................................................... 31
6.1. Virtualização ................................................................................................... 33
6.1.1. Tipos de Virtualização .............................................................................. 35
6.1.2. Benefícios ................................................................................................ 35
6.2. Cloud Computing ............................................................................................ 38
6.2.1. Infrastructure as a Service (IaaS) ............................................................. 39
6.2.2. Gestão de Energia e a Computação em Nuvem ...................................... 39
6.3. Grid Computing ............................................................................................... 40
6.4. Data Centers ................................................................................................... 41
6.5. Software .......................................................................................................... 42
7. ISO 14401 ............................................................................................................. 44
7.1. Política Ambiental........................................................................................ 45
7.2. Aspectos Ambientais ................................................................................... 45
7.3. Requisitos Legais e Outros Requisitos ........................................................ 45
7.4. Objetivos e Metas........................................................................................ 46
7.5. Programas de Gestão Ambiental ................................................................ 46
7.6. Estrutura e Responsabilidade ..................................................................... 47
7.7. Treinamento, Consciência e Competência .................................................. 47
7.8. Comunicação (Divulgação) ......................................................................... 47
7.9. Documentação da Gestão Ambiental .......................................................... 48
7.10. Controle Operacional ................................................................................ 48
7.11 Preparação para Casos Emergenciais e Resposta .................................... 49
7.12 Monitoramento e Medição .......................................................................... 50
7.13 Não-Conformidade e Ação Corretiva e Preventiva .................................... 50
7.14 Registros .................................................................................................... 51
7.15. Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental ............................................... 51
8. EMPRESAS TECNO(ECO)LÓGICAS ................................................................... 52
8.1. Wipro .............................................................................................................. 52
8.2. HP ................................................................................................................... 53
8.3. Nokia ............................................................................................................... 53
8.4. Acer ................................................................................................................ 54
8.5. Dell.................................................................................................................. 54
9. CRONOGRAMA .................................................................................................... 55
10. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 56
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57
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1. INTRODUÇÃO
Atualmente o mundo encontra-se preocupado com um dos temas mais
abordados nos últimos anos: sustentabilidade. Tal conceito nos remete ao ato de
“manter algo em seu devido estado”, ou seja, sustenta-lo perante a uma realidade
que vai de encontro ao ideal de preservação.
A ideia de sustentabilidade ganhou cada vez mais destaque pelo fato de que
o meio ambiente, nas últimas décadas, vem sofrendo rápidas e consideráveis
mudanças em seu estado natural. E a maior parte disso se dá por causa do próprio
ser humano, que acaba acelerando este processo ao exercer certas práticas, como
geração de um alto nível de poluição e o uso irracional de recursos naturais, que
degradam de forma não natural o meio em que vivemos.
Não estão sendo discutidos apenas os impactos causados por tais
acontecimentos, mas também formas de lidar com toda essa situação. A
conscientização das pessoas é a ideia central para que o quadro atual seja
positivamente alterado, porém a total explanação desse ideal ainda está longe de
ser uma realidade, pois boa parte das pessoas acaba não se importando com os
malefícios que está cometendo com suas práticas contra o meio ambiente.
No âmbito da Tecnologia da Informação a visão de contribuir para a
preservação do ambiente também está presente com a chamada “TI Verde”, onde TI
significa Tecnologia da Informação, e o termo Verde faz alusão à sustentabilidade.
Eitel (2008) diz que TI Verde é “O uso consciente da tecnologia.”
Segundo Pablo Hess (2009), “TI Verde é um conjunto de práticas para tornar
mais sustentável e menos prejudicial o nosso uso da computação”.
O principal expoente de discussão da sustentabilidade na tecnologia é
justamente a questão do consumo eficiente de energia. Porém, não há apenas esta
preocupação, já que o meio ambiente também sofre com outras situações, como por
exemplo, o descarte acelerado e indevido de aparelhos eletrônicos.
Murugesan (2008) descreve que:
“O setor de tecnologia vem buscando formas e iniciativas para controlar o uso desenfreado de matérias-primas, conter o gasto de energia e conservar o meio ambiente, diminuindo a emissão de poluentes, seja no solo, na água ou no ar.”
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As Redes de Computadores trazem consigo um importante referencial na TI
Verde, pois onde há tecnologia há conexões diversas (redes). É válido conhecer
desde o impacto da tecnologia no ambiente até as formas que podem ser adotadas
para reduzir este impacto. As Redes possuem cada vez mais técnicas que auxiliam
o Administrador de Rede a proporcionar um “ambiente verde” ao seu ambiente.
A metodologia verde para as Redes de Computadores pode ser considerada
a principal inserção deste pensamento na computação, pois partindo do princípio do
consumo excessivo de energia, as redes devem ser a prioridade do “pensamento
verde”, já que compõem a principal estrutura de comunicação entre dispositivos
eletrônicos. A maioria das Redes de Computadores é implantada com a ideia de que
seu funcionamento não pode ser interrompido (salvo certas exceções), ou seja, com
o princípio de disponibilidade contínua.
Também é válido ressaltar que os ganhos da TI Verde não dizem respeito
apenas à preservação do ambiente, mesmo que esse fator por si só seja
extremamente importante. Há ainda um pensamento de que a adoção da ideia verde
custa caro, porém isso não é uma realidade. As empresas que aderem a esta
metodologia de sustentabilidade conquistam muito mais, pois passam a economizar
principalmente em energia, e também ganham como benefício a imagem de uma
empresa sustentável, angariando um maior interesse de investidores do mercado
financeiro.
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2. JUSTIFICATIVA
É inegável que o planeta necessita de uma resposta de nossa parte, pois
apenas dessa forma o quadro atual poderá ser mudado. A tecnologia trouxe e vem
trazendo benefícios extraordinários a toda sociedade, mas também vem trazendo
muitos malefícios ao meio ambiente.
Felizmente essa realidade pode ser trabalhada, tendo como visão a
sustentabilidade, que traria benefícios para todos os lados. Não é algo mágico, que
acontece da noite para o dia, mas é algo que se bem elaborado proporciona bons
frutos de forma gradativa. O mais importante é levar em consideração a ideia de que
preservar o ambiente é algo que agrega muito aos valores de uma empresa/pessoa.
Não há um “jeito certo” para que se façam as coisas, pois a TI Verde
proporciona não apenas um “passo a passo” de como as coisas devem ser feitas,
mas também a possibilidade de criatividade por parte de seus manipuladores. Sendo
assim a TI Verde trata-se de uma metodologia, que deverá antes de tudo ser
compreendida por aqueles que necessitam de sua utilização.
É imprescindível que se criem formas de conscientização, que sejam
divulgadas tanto quanto são as novas tecnologias. A contribuição desse tipo de
medida é essencial, tendo em vista que esse tema é desconhecido pela maioria das
pessoas que usam a tecnologia diariamente. Ensinar é preciso, mas mostrar os
benefícios dessa ideia é ainda mais importante.
De acordo com o Greenpeace Brasil (2006):
Quando o aquecimento global foi detectado, alguns cientistas ainda acreditavam que o fenômeno poderia ser causado por eventos naturais, como a erupção de vulcões, aumento ou diminuição da atividade solar e movimento dos continentes. Porém, com o avanço da ciência, ficou provado que as atividades humanas são as principais responsáveis pelas mudanças climáticas que já vêm deixando vítimas por todo o planeta.
Como em qualquer âmbito da vida, se o ambiente não estiver organizado e
harmonioso, os seus integrantes terão problemas. É assim também que funciona o
meio ambiente, pois é a partir dele que nós retiramos tudo o que precisamos para
vivermos da melhor forma possível, e a tecnologia deve ser usada para cumprir seu
papel em ajudar a tornar as coisas melhores, preservando nosso grande patrimônio.
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3. OBJETIVOS
3.1 GERAL
Identificar e analisar as características e as práticas da TI Verde
diretamente relacionada com as Redes de Computadores e apontar
metodologias que visem a conscientização dos usuários de tecnologia para
a sustentabilidade.
3.2 ESPECÍFICOS
• Analisar o cenário atual do planeta e como a utilização indevida da
tecnologia o afeta.
• Identificar as vantagens e possíveis desvantagens da aplicabilidade
da TI Verde nas áreas de tecnologia.
• Detalhar as principais aplicações da TI Verde no âmbito específico
das Redes de Computadores.
• Referenciar o papel do Administrador de Rede com a
sustentabilidade.
• Expor formas de conscientização para que os usuários de tecnologia
conheçam melhor a ideologia da TI Verde.
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4. METODOLOGIA DE PESQUISA
As formas adotadas para a elaboração e desenvolvimento deste projeto
englobam tanto experiências do cotidiano quanto a análise de outras diversas
situações. A pesquisa feita teve como visão a prática de metodologias que objetivam
a sustentabilidade no ramo de tecnologia.
Para se entender o termo TI Verde, e tudo o que ele engloba, deve-se
primeiramente ter uma base quanto ao conceito de sustentabilidade de uma forma
geral, e os danos causados pela degradação da natureza. Por este fato também é
feita uma explanação sobre a preservação não diretamente ligada à tecnologia.
Entretanto, o foco principal desta pesquisa é a aplicabilidade da TI Verde no
âmbito das Redes de Computadores, e com isso teremos um foco especial neste
sentido. Ideologias, práticas, experiências, normas, e tudo o que possa ser
acrescentado ao tema foi abordado ao longo da coleta de informações.
O principal meio de pesquisa adotado foi a Internet, porém houve importantes
análises para constatar o valor das informações coletadas. No decorrer da pesquisa
foi dada preferências a artigos acadêmicos desenvolvidos com o tema de
sustentabilidade na tecnologia, principalmente no âmbito das Redes de
Computadores, pois eles oferecem uma visão mais dinâmica da realidade, além de
trazer por vezes experiências práticas envolvendo o tema.
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5. TI VERDE (GREEN TI)
TI Verde (em inglês: Green TI), também chamada de “Computação Verde”, é
a metodologia que visa a utilização de modelos sustentáveis para utilização mais
eficiente dos recursos, estando presente tanto na criação, fabricação uso e descarte.
Diferente do que a maioria pensa, a TI Verde não tenta apenas minimizar o
impacto do aquecimento global, mas sim aplicar métodos que proporcionem um
melhor aproveitamento dos equipamentos (no caso, hardware), para que possam
ser reutilizados mais facilmente no futuro, fato que por si só já mostra quão benéfica
pode ser a adoção da “metodologia verde” na tecnologia.
5.1. A Revolução Industrial e o Sistema Capitalista A preocupação com a situação do meio ambiente nos dias atuais é clara e
evidente, mas vale ressaltar que este quadro não se desenhou da noite para o dia.
Ao longo dos tempos foi-se provocando tudo isso, e vários acontecimentos
colaboraram para que isso se tornasse uma realidade.
A Revolução Industrial é apontada por muitos como sendo o pontapé inicial
para esta situação, pois marcou o surgimento de uma nova era onde houve a
substituição da mão-de-obra artesanal pela utilização de novas máquinas criadas
pelo homem, desde a utilização de teares manuais até as máquinas a vapor.
Como apresentado no site SO História:
A Revolução Industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa nos séculos XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas. Até o final do século XVIII a maioria da população europeia vivia no campo e produzia o que consumia. De maneira artesanal o produtor dominava todo o processo produtivo. (http://www.brasilescola.com/historiag/revolucao-industrial.htm)
Não há muitas dificuldades em perceber o quanto essa transição afetou a
relação entre homem e ambiente, pois a adoção das novas máquinas trazia o início
de um significativo momento de degradação ambiental. Passou-se, por exemplo, a
haver uma maior liberação de CO (entre outros gases nocivos) na atmosfera,
consequência da queima de combustíveis fósseis.
A mudança de práticas foi bastante drástica, pois não existia uma afronta tão
significativa ao meio ambiente. Pereira (2002) diz que:
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As primeiras indústrias surgiram numa época em que os problemas ambientais eram de pequena expressão, principalmente pelas reduzidas escalas de produção. As exigências ambientais eram pequenas e a fumaça liberada pelas chaminés das fábricas era vista como um sinal de progresso e desenvolvimento, tornando inevitável o aparecimento de problemas ambientais amplamente difundidos.
A Revolução Industrial não foi o único fator preponderante para o aumento da
degradação ao ambiente. Outro ponto importante foi a consolidação do sistema
capitalista em nível global. Com isso, houve um grande incentivo à urbanização, já
que a principal atividade econômica do capitalista é justamente a indústria.
Em consequência do aumento da população nas cidades e do aumento da
produção industrial, veio o aumento do nível de poluição como um todo, ou seja, ar,
solo, água, etc., como comentado por Souza, no site Brasil Escola.
5.2. Meio Ambiente De acordo com a Lei 6.938, de 31/08/1981, “entende-se por meio ambiente, o
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Encontra-se
na ISO 14001:2004 a seguinte definição sobre meio ambiente: “circunvizinhança em
que uma organização opera, incluindo-se ar, água, solo, recursos naturais, flora
fauna, seres humanos e suas inter-relações.”.
O meio ambiente agrega tudo aquilo que é natural ao nosso redor, tudo o que
nos remete à natureza, ecologia, fauna, flora. Porém, toda essa naturalidade vem
sendo modificada/destruída ao longo dos anos, e nosso maior desafio é justamente
discutir e implantar meios que possibilitem a preservação da natureza.
Conforme a Lei 9.795, de 27/04/1999, “entendem-se por educação ambiental
os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade.”.
Ainda na Lei 9.795, de 27/04/1999, “a educação ambiental é um componente
essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma
articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter
formal e não formal.”.
Infelizmente as consequências causadas pelo descaso com o meio ambiente
estão se tornando cada vez mais catastróficas. A ocorrência de violentos fenômenos
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naturais como tsunamis, furações, erupções vulcânicas, entre outros, estão
aumentando cada vez mais. Além disso, as ondas de calor estão ainda mais
constantes e acentuadas.
Atualmente um dos principais pontos discutidos entre as nações é sobre a
adoção de métodos para combater a atual situação. Trabalha-se constantemente na
criação de soluções que visem diminuir os danos causados ao meio ambiente, pois
é inegável que se houver continuidade na atual situação, os riscos tornam-se cada
vez mais assustadores.
A proteção ambiental é hoje prioridade na agenda política de qualquer país, o que tem deixado empresas industriais e até agências de governo na defensiva, diante da grande atratividade política de bandeiras de proteção ao meio ambiente. (WANDERLEY; FERRAZ; RUSH, 1994, p. 37).
A seguir, alguns pontos que destacam a degradação que vem acontecendo
no meio ambiente, segundo Adriano A. Barros.
• A Terra ficou 0,7°C mais quente nos últimos 100 anos;
• Se as emissões de gases fossem congeladas até o ano 2200 a temperatura
aumentaria entre 0,4 e 0,8°C;
• Projeção de aumento de 5,4°C na temperatura mundial até o final do século;
• Algumas espécies de animais definidas como “criticamente ameaçadas” serão
extintas nas próximas décadas e “as ameaçadas ou vulneráveis” se tornarão
muito raras.
• A massa de gelo que vem derretendo ao longo dos últimos anos vai aumentar
o nível do mar entre 30 cm e 80 cm nos próximos 50 a 80 anos;
• Em 12 anos foram perdidos 14 mil Km²;
• Com o ritmo atual de desmatamento e emissões, 6 milhões de Km² de floresta
podem se transformar em Savanas nos próximos 100 anos;
• O Brasil é o 4° emissor de gases causadores do efeito estufa;
• O aquecimento global vai aumentar as temperaturas na Amazônia entre 2°C e
3°C, e pode deixar o clima mais seco e com redução de chuva entre 10% a
20%;
• Um cerrado mais pobre em biodiversidade vai avançar sobre a floresta. Esta
savanização é acelerada pelos desmatamentos e queimadas;
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• A vazão das Cataratas do Iguaçu chegou a 225 m³ por segundo um volume
13% do normal em Julho de 2006 o pior índice dos últimos 18 anos;
• Grandes Cidades nas regiões metropolitanas ficarão ainda mais quentes, com
mais inundações, enchentes e desmoronamentos em áreas de risco,
principalmente nas encostas de morro.
• Nosso planeta reflete 30% e absorve 70% da radiação solar;
• Gases do Efeito Estufa (GEE) absorvem mais calor que a média da
atmosfera;
• CO₂ e vapor de água (produtos de combustão e uso de água) estão nessa
categoria;
• Há outros GEE como metano, óxido nitroso, fluorcarbonetos (FCs e CFCs);
• “Tonelada de CO₂” é usada como unidade de medida de aquecimento global;
• Produzir energia gera CO₂ e vapor. Mais pela queima de combustíveis
fósseis, menos se a fonte for hídrica, solar ou nuclear;
5.3. Tecnologia da Informação Alecrim (2011) diz que:
A Tecnologia da Informação (TI) pode ser definida como o conjunto de todas as atividades e soluções providas por recursos computacionais que visam permitir a obtenção, o armazenamento, o acesso, o gerenciamento e o uso das informações. Na verdade, as aplicações para TI são tantas - estão ligadas às mais diversas áreas - que há várias definições para a expressão e nenhuma delas consegue determiná-la por completo.
O conceito de Tecnologia da Informação é muito amplo, e não se pode
apontar uma descrição exata de seu significado. Reis (2003, p. 2) diz que:
O conceito de Tecnologia da Informação é mais abrangente do que os de processamento de dados, sistemas de informação, engenharia de software, informática ou o conjunto de hardware e software, pois também envolve aspectos humanos, administrativos e organizacionais.
A Tecnologia da Informação, como sendo uma criação humana, surgiu com o
intuito de auxiliar o homem, contribuindo para o seu desempenho nas mais diversas
funções. Suas aplicabilidades são muitas, e nos últimos anos essa diversidade vem
se tornando ainda maior, pois a tecnologia como um todo avança de forma muito
rápida, fazendo com que inúmeras inovações sejam desenvolvidas constantemente.
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Um dos bens mais preciosos de uma empresa/organização é a informação, e
sendo assim torna-se necessária a utilização dos meios de TI para geri-la de forma
apropriada. Com o auxilio de sistemas, equipamentos e outros meios, a informação
deve ser transformada num diferencial competitivo.
É verdade que ainda existe certa “estranheza” em relação à TI por parte de
muitas pessoas, que geralmente fazem uso de suas tradições ao invés da
modernidade. Porém, é inegável que a presença de tal tecnologia vem crescendo de
forma muito acelerada, e se torna uma obrigação para toda e qualquer empresa
fazer uso da TI por uma questão simples de visão estratégica.
5.4. Impactos da Tecnologia no Meio Ambiente Infelizmente nem tudo o que é feito para o bem gera 100% de benefícios. A
TI, juntamente com todas as suas vantagens, vem trazendo alguns pontos
negativos.
A tecnologia tem tirado o emprego de muitas pessoas, pois como foi
observado no surgimento da Revolução Industrial, as máquinas passaram a
substituir diversos trabalhos que antes eram feitos de forma manual. As inovações
tecnológicas também são apontadas como responsáveis pelo aumento do
sedentarismo. Além disso, há sempre a questão da criminalidade virtual, fato que
não se diferencia muito da “criminalidade real” presente no cotidiano.
O meio ambiente também é prejudicado pelo mau uso da tecnologia. A TI
gera inúmeros fatores que ajudam a degradar a natureza, como por exemplo, o alto
consumo de energia, o aumento no consumo de papel (por incrível que pareça), o
descarte incorreto de equipamentos, etc.
A situação parece se agravar a cada dia, e com isso o espaço natural se
modifica de uma forma bastante preocupante, tanto que se discute o pensamento de
ser possível ou não parar todo esse processo, já que se chegou a um ponto em que
o descontrole parece ser total.
Assunto geral hoje é o meio ambiente e sua preservação, nada de poluir, de sujar, de estragar, de queimar. Nada disso! É preciso tomar a consciência de que dependemos do meio ambiente para viver. Esse tem sido o apelo da mídia para as pessoas, mas de forma geral não tem sido ouvido por uma única razão: tecnologia. Tudo o que o homem quer é se expandir em tecnologia e criar cada vez mais coisas que sejam para facilitar a vida em geral. Então consomem energia em excesso, exploram o que a natureza oferece se esquecendo de que tudo um dia acaba, principalmente por mau uso. (http://www.guiadasdicas.com/2010/05/impacto-da-tecnologia-no-meio-ambiente.html)
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A indústria da Informática é uma das que mais colaboram com a degradação
do meio ambiente. Na fabricação de um computador, por exemplo, são gastos
utilizados, em média, 1800 kg de materiais. Segundo Rosa (2007), “são, por
exemplo, 240 quilos de combustíveis fósseis, 22 quilos de produtos químicos e -
talvez o dado mais impressionante - 1500 quilos de água”. Para a obtenção da
pureza necessária na produção de pasta de silício (usado na fabricação de circuitos
e placas de computadores), o material deve ser banhado em grande quantidade de
água pura. Além disso, pode-se considerar também o material utilizado nas
embalagens, que muitas vezes são grandes para os equipamentos aos quais se
destinam.
“Os equipamentos de TI já são responsáveis por 2% das emissões de CO2
em todo o mundo, correspondendo à quantidade emitida por todos os aviões que
existem no mundo.” (LUCAS).
5.5. Consumo de Energia Em entrevista à UnB Agência, o cientista alemão Reiner Hartenstein (um dos
pais da computação reconfigurável) revelou que somente os servidores da Google
consomem 2% de toda a energia usada no planeta. “A reconfiguração dos
computadores traria resultados maiores do que todas as demais propostas
relacionadas à mudança climática.”.
Ainda na entrevista, Hartenstein é perguntado sobre como a computação
verde poderia reduzir o consumo de energia:
Desde 15 anos atrás, os cientistas passaram a pesquisar os ganhos de produtividade com FPGA (dispositivo que pode ser programado pelo usuário, diferentemente da grande maioria dos chips encontrados no dia a dia, que já vêm pré-programados, isto é, com as suas funcionalidades definidas na fabricação). Há muitas publicações mostrando que o desempenho é espetacular em algumas tarefas. No caso da quebra de códigos criptografados, os ganhos são de 28 mil por cento. E gastando 3 mil vezes menos energia para a mesma tarefa. Com resultados assim, pode-se dispensar até o uso de ar condicionado nas máquinas.
É evidente que um dos maiores danos ao ambiente causado pela tecnologia
seja o consumo elevado de energia. Todos os equipamentos eletrônicos utilizados
pela pessoa consomem energia de diversas formas, desde celulares, notebooks,
tablets, até os grandes servidores espalhados pelo mundo. Uns consomem menos,
outros mais, mas se considerarmos o que todos eles consomem juntos, o resultado
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é impressionante. E ainda há de se ressaltar que o número de dispositivos
eletrônicos cresce a cada instante, fazendo com que tal consumo seja ainda maior.
A Redução do consumo de energia é, sem dúvida, uma ação prioritária do
movimento da TI Verde. Algumas soluções para a redução de consumo de energia
são a virtualização de servidores, configurações de economia de energia nos
dispositivos, aquisições de equipamentos com certificados, etc.
A verdade é que os servidores e Data Centers são os grandes consumistas
de energia. O fato de que estes grandes computadores necessitam de um alto poder
de processamento explica isso, e sendo assim, o nível e refrigeração de suas
localizações precisa ser extremamente alto e eficiente, o que torna o consumo de
energia bastante elevado. A solução encontrada (pelo menos por hora) é a redução
do consumo por parte dos clientes (estações de trabalho individuais), pois estes não
necessitam de potência em suas máquinas para trabalhar, e podem usufruir de
computadores de baixo custo, com monitores que consumam pouca energia e sejam
menos espaçosos.
As áreas de TI, em geral, nas empresas costumam utilizar cerca de 10% da
energia total. Scott, da Living Green, diz que a melhor opção é que a TI ajuda a
empresa a cuidar dos outros 90%. Para isso, a área de TI precisa criar uma parceria
íntima com a equipe de gestão de produção, para implementação de sensores e
softwares de gerenciamento de produção automática que podem ir desde o
monitoramento e controle de todas as luzes até o controle remoto do ar
condicionado.
A Universidade Ave Maria, na Florida, tem feito exatamente isso. A escola
com mais de 600 alunos usa hardware e software de prateleira da Johnson Controls
e Eaton para monitorar e gerenciar água, energia, luzes e ar condicionado por todo o
campus. Cada sistema no campus é acessível via Web browser, assim as equipes
podem monitorar esses sistemas e controlar remotamente as áreas que podem
render mais gasto. Os gerentes de TI, como Brian Mehaffey, VP de sistemas de
tecnologia e engenharia da Universidade, podem fazer coisas como desligar a
ventilação da igreja do campus se for ineficiente.
Por exemplo, Mehaffey percebeu que as contas de energia elétrica só da
igreja chegavam a U$ 22 mil por mês, então ele usou o sistema para rever a
ventilação, a qualidade, a temperatura, a umidade e o uso de energia. Ele descobriu
que o ar condicionado estava funcionando na capacidade máxima mesmo que a
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igreja estivesse vazia a maior parte do tempo. Durante os períodos sem atividade da
igreja, Mehaffey e sua equipe desligaram todos os sistemas, um por um, observando
em tempo real as mudanças na temperatura, umidade, qualidade do ar e uso de
energia a cada novo ajuste a desligando o próximo sistema caso o ambiente
estivesse em confortável equilíbrio. Agora a igreja gasta aproximadamente U$ 5 mil
por mês em energia, e ainda é um lugar confortável.
“Estamos falando em uma economia de U$ 150.000 por ano só em energia
elétrica.” (MEHAFFEY, 2009).
Em algumas áreas dos Estados Unidos, as empresas podem escolher energia
alternativa. Em Maryland, os clientes da Baltimore Gás & Eletric, por exemplo,
podem escolher ter a energia gerada por fontes “verdes” se pagarem um pouquinho
a mais. A Monsanto participa de uma parceria com sua distribuidora de energia,
Ameren U E, chamada Pure Power que leva a Monsanto 10% de sua energia de
fontes renováveis.
Os líderes de TI acham que o impacto das iniciativas de TI verde será um
número difícil de definir com precisão. “Uma das coisas mais difíceis é chegar ao
ponto que mostra que esses esforços valem a pena”, disse Buckholtz, da Sony
Pictures.
Existem diversas ferramentas que podem ajudar empresas como a Johnson
Controls a medir o uso de energia por circuito ou por dispositivo, assim como por
airflow. A Bryant usa o Tivoli Monitoring Power Management, da IBM, para avaliar
fatores como o consumo individual de um servidor, para que durante os períodos de
pouca utilização, a energia que alimenta o sistema seja cortada, desligando
estrategicamente CPUs individuais.
Muitos computadores ficam ligados por muito tempo, mesmo sem estarem sendo
utilizados. Este é um problema que a área de TI pode resolver tanto com mudanças na
tecnologia, quanto com campanhas de conscientização. Independentemente da
abordagem, este é o momento certo para promover esforços que ultrapassem a área de
TI, já que os funcionários estão mais receptivos a tais mudanças. “Existe um fator
interessante nisto tudo, e queremos tirar vantagem”, disse David Buckholtz, vice-
presidente de arquitetura e planejamento coorporativo da Sony Pictures Entertainment,
que tem planejado uma estratégia de TI verde.
As empresas que optam por software como serviço, normalmente, o fazem para
economizar. Mas esse também pode ser visto como um investimento verde. Microsoft e
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Google vêm gastando bilhões de dólares na construção de novos data centers,
geralmente perto de suas fontes de energia, e ao mesmo tempo investindo pesado em
novas tecnologias e processos que os façam mais eficientes em termos de energia. O
Data Center da Microsoft em San Antonio (EUA) tem sensores que medem quase todo o
consumo de energia, usa um software de gerenciamento de energia desenvolvido
internamente, chamado Scry, tem virtualização em escala de massa e recicla a água
usada no sistema de refrigeração. “Software como serviço é uma atitude mais verde que
as pessoas podem ter”, disse Dave Ohara, consultor e fundador da GreenM3.
A utilização otimizada dos equipamentos físicos fornece a manutenção da ocupação física na empresa somada à expansão do desempenho, reduzindo assim as "pegadas ecológicas" que poderiam ser causadas pela aquisição de novos equipamentos como o aumento do espaço necessário e a energia correspondente para a sua refrigeração. Em termos de descarte de equipamentos, a virtualização auxilia na redução da contaminação ambiental ao substituir os equipamentos físicos com máquinas lógicas. (CARDOSO, 2009)
Analisar quando se pode desligar ou quando se pode colocar o computador
num estado que ele economize energia é uma tarefa para os administradores de
infraestrutura de TI que normalmente são auxiliados pelos softwares de gestão e
gerenciamento de energia. Existem softwares que analisam o estado do PC e o
coloca no modo de menor consumo de energia diminuindo a potência do
processador, colocando o computador em modo de espera, modo de hibernação ou
até mesmo programando um desligamento. Isso também ocorre com os monitores e
outros periféricos como as impressoras. Esses softwares obtêm as informações de
medidas de grandezas como tensão e corrente, através do software de
gerenciamento da placa mãe do PC.
Os softwares de energia apresentam relatórios do consumo de cada
equipamento, fornecendo assim aos administradores, informações valiosas que
servem de base para tomadas de decisão e procedimentos para reduzir o consumo
de energia. Dentre elas destacam-se:
• Função Dormir (Espera): O Environmental Protection Agency (EPA) estimou
que os computadores com essas funções habilitadas, utilizam de 60 a 70% da
energia de um computador em funcionamento. Muitas pessoas acreditam de
maneira equivocada que o desligamento total do computador possa diminuir o
tempo de vida do equipamento. Com as novas tecnologias, a vida de um
equipamento eletrônico depende do seu tempo acumulado de funcionamento
19
e sua temperatura e desligando-o estes dois fatores são eliminados. Os picos
de tensão e corrente que podem ocorrer ao ligar/desligar o equipamento são
amenizados pelos fabricantes através de novos modelos de projetos. Para
resolver isso as áreas de TI podem implantar os recursos já existentes no
sistema operacional do computador, como também campanhas de
conscientização fazendo com que isso se expanda fora dos limites da
instituição.
• Protetores de Tela (Screensavers): O objetivo principal de um protetor de tela
quando foi concebido, era de evitar que o monitor fosse danificado. Os
modelos CRT, principalmente os mais antigos, possuíam um grave problema
chamado de burn-in, que consistia na perda de imagem do monitor depois de
certo tempo. Os monitores LCD trabalham de maneira diferente, não
possuindo, portanto, os problemas dos antigos monitores CRT. Nesses
modelos, o uso de screensavers pode não ser necessário caso seja habilitada
a função de ―desligar o monitorǁ após certo tempo de inatividade. O uso do
screensaver pode se tornar um problema se o usuário aplicar um tipo com
imagens e fotos que mudam de maneira dinâmica, isso faz até que se
aumente o consumo de energia em relação ao trabalho convencional.
• Modo de Hibernação: Para reduzir o consumo de energia são empregadas
técnicas de hibernação de recursos, isso pode ser aplicado para
computadores, monitores, impressoras, equipamentos de rede, entre muitos.
A hibernação “desliga” o dispositivo em períodos ociosos e essa ociosidade, é
baseada em regras estabelecidas pelo sistema de gerenciamento de
hibernação. O “desligamento” é temporário, e ao ser “acordado”, o
equipamento volta a seu estado de funcionamento como estava ao ser
hibernado, e essa é a vantagem em relação ao desligamento total.
Eletricamente falando, a hibernação é semelhante ao desligamento, inibindo a
passagem de corrente pelo circuito do dispositivo. Esta técnica pode ser uma
excelente solução em laboratórios com vários computadores que de tempos
em tempos ficam ociosos.
5.6. Lixo Eletrônico (e-Trash) As consequências oriundas da disposição incorreta do lixo eletrônica são
muitas, e bastante preocupantes. Algumas delas são:
20
• Aumento da geração de lixo;
• Criação do mercado informal de reciclagem;
• Riscos à saúde devido à reciclagem inadequada;
• Riscos à saúde devido à contaminação do ambiente (solo, água, etc.);
• Poluição do ar.
Uma das principais preocupações da TI Verde é o descarte dos
equipamentos. Sua metodologia defende a prática do “descarte inteligente”, que visa
à maneira correta de se desfazer de equipamentos, para que não sejam
simplesmente lançados em aterros sanitários, por exemplo, onde, em consequência
de suas substâncias químicas, ocorra a contaminação do meio. O ideal é que sejam
encaminhados para reciclagem (correta) ou doados assim que sua vida útil esteja
encerrada.
Computadores se tornam obsoletos dentro da lógica comercial a cada dois
anos, máquinas são substituídas, celulares, equipamentos de impressão,
cabeamento, infraestrutura de redes, entre outros materiais, são descartados
constantemente.
Um exemplo de grande desperdício é na questão de celulares. No mundo, a
cada ano 1,5 bilhão de celulares são substituídos, o que resulta num aumento de 50
milhões de toneladas na montanha de lixo eletrônico.
Os subprodutos gerados por esses equipamentos poderiam ser
implementados novamente no ciclo produtivo, reduzindo assim custos e tempo de
produção, proporcionando benefício econômico e ambiental.
Fleischmann (2001) diz que:
A reciclagem térmica ou material dos eletroeletrônicos reduz a necessidade global pela extração de materiais virgens, como ferro, alumínio, combustíveis ou metais preciosos (ouro ou prata, por exemplo), assim como a busca por ingredientes tóxicos (cádmio, mercúrio, chumbo, bismuto, etc.), indispensáveis para a produção da maioria dos componentes elétricos presentes nesses produtos. Além da reciclagem, o reuso e a remanufatura de produtos ou componentes podem ser uma opção ecológica e econômica ainda melhor, desde que a oferta e a demanda estejam em equilíbrio. Eletroeletrônicos como computadores, telefones celulares, cartuchos de toner ou câmeras fotográficas descartáveis já estão sendo remanufaturados com sucesso.
Sobre os danos causados pelo lixo eletrônico, Moreira (2004) afirma:
São muitos os efeitos gerados pelo contato direto ou indireto com os metais pesados, que podem causar danos a toda e qualquer atividade biológica.
21
Algumas respostas são predominantes, às vezes agudas, outras crônicas. Muitas vezes as respostas são tardias, o que dificulta o diagnóstico da patogênese por perder a relação direta.
O lixo eletrônico é composto por vários metais pesados, e abaixo estão
listados todos aqueles que são encontrados em computadores (também
encontrados em outros produtos eletroeletrônicos, em diferentes proporções).
Metal Pesado Parte do Computador % no Computador % Reciclável
Alumínio Estrutura, conexões 14,1723% 80%
Bário Válvula eletrônica 0,0315% 0%
Berílio Condutivo térmico, conectores 0,0157% 0%
Cádmio Bateria, chip, semicondutor, estabilizadores
0,0094% 0%
Chumbo Circuito integrado, soldas, bateria 6,2988% 5%
Cobalto Estrutura 0,0157% 85%
Cobre Condutivo 6,9287% 90%
Cromo Decoração, proteção contra corrosão 0,0063% 0%
Estanho Circuito integrado 1,0078% 70%
Ferro Estruturas, encaixe 20,4712% 80%
Gálio Semicondutor 0,0013% 0%
Germânio Semicondutor 0,0016% 60%
Índio Transistor, retificador 0,0016% 60%
Manganês Estrutura, encaixes 0,0315% 0%
Mercúrio Bateria, ligamentos, termostatos, sensores
0,0022% 0%
Níquel Estrutura, encaixes 0,8503% 80%
Ouro Conexão, condutivo 0,0016% 99%
Prata Condutivo 0,0189% 98%
Sílica Vidro 24,8803% 0%
Tântalo Condensador 0,0157% 0%
Titânio Pigmentos 0,0157% 0%
Vanádio Emissor de fósforo vermelho 0,0002% 0%
Zinco Bateria 2,2046% 60%
Fonte: MCC (Microelectronics and Computer Technology Corporation), 2007.
A seguir, estão listados alguns dos principais danos causados à saúde
humana por conta do descarte incorreto dos equipamentos eletrônicos.
Metal Pesado Principais danos causado s à saúde do homem
Alumínio Solos ricos em alumínio são ácidos e as plantas adaptadas nestes solos armazenam certa quantidade deste metal, como no Ecossistema do Cerrado; algumas plantas podem ter suas funções vitais afetadas (absorção pela raiz).
22
Alguns autores sugerem existir relação da contaminação crônica do alumínio como um dos fatores ambientais da ocorrência de Mal de Alzheimer.
Arsênio Pode ser acumulado no fígado, rins, trato gastrointestinal, baço, pulmões, ossos, unhas; dentre os efeitos crônicos: câncer de pele e dos pulmões, anormalidades cromossômicas e efeitos teratogênicos.
Cádmio
Acumula-se nos rins, fígado, pulmões, pâncreas, testículos e coração; possui meia-vida de 30 anos nos rins; em intoxicação crônica pode gerar descalcificação óssea, lesão renal, enfisema pulmonar, além de efeitos teratogênicos (deformação fetal) e carcinogênicos (câncer).
Bário Não possui efeito cumulativo, provoca efeitos no coração, constrição dos vasos sanguíneos, elevação da pressão arterial e efeitos no sistema nervoso central.
Cobre Intoxicações como lesões no fígado.
Chumbo
É o mais tóxico dos elementos; acumula-se nos ossos, cabelos, unhas, cérebro, fígado e rins, em baixas concentrações causa dores de cabeça e anemia. Exerce ação tóxica na biossíntese do sangue, no sistema nervoso, no sistema renal e no fígado. constitui-se veneno cumulativo de intoxicações crônicas que provocam alterações gastrintestinais, neuromusculares, hematológicas podendo levar à morte.
Mercúrio
Atravessa facilmente as membranas celulares, sendo prontamente absorvido pelos pulmões, possui propriedades de precipitação de proteínas (modifica as configurações das proteínas) sendo grave suficiente para causar um colapso circulatório no paciente, levando à morte. É altamente tóxico ao homem, sendo que doses de 3g a 30g são fatais, apresentando efeito acumulativo e provocando lesões cerebrais, além de efeitos de envenenamento no sistema nervoso central e teratogênicos.
Cromo Armazena-se nos pulmões, pele, músculos e tecido adiposo, pode provocar anemia, alterações hepáticas e renais, além de câncer do pulmão.
Níquel Carcinogênico (atua diretamente na mutação genética).
Zinco Efeito mais tóxico é sobre os peixes e algas (conhecido); experiências com outros organismos são escassas.
Prata 10g como Nitrato de Prata é letal ao homem.
Fontes: Ambiente Brasil, 2007, Greenpeace, 2007.
5.7. Sustentabilidade O Relatório de Brundtland (1987) define desenvolvimento sustentável como:
"(...) desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações vindouras satisfazerem as suas próprias necessidades". Em outras palavras, sustentabilidade é a prática que visa à preservação dos bens naturais de hoje, para que as futuras gerações tenham as mesmas possibilidades em relação ao meio ambiente.
Segundo o Dicionário Aurélio:
Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade
23
e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais.
O tema sustentabilidade ganha cada vez mais destaque à medida que o
retrato do planeta revela uma situação nada animadora, já que a natureza está
perdendo cada vez mais espaço por intervenções humanas. A discussão quanto ao
que se pode fazer em relação a isso vem perdurando há algum tempo, só que os
resultados ainda estão muito longe daquilo que se deseja.
A busca pelo desenvolvimento sustentável é global, ou seja, todas as nações
buscam isso, e podemos verificar tal realidade através dos objetivos da ONU
(Organização das Nações Unidas), que tem como um de seus objetivos gerais (o 7º
de oito) “garantir a sustentabilidade ambiental”.
A sustentabilidade ambiental foi apontada pelo Grupo de Trabalho da ONU
como uma das principais dimensões que devem influenciar as políticas de
desenvolvimento pós-2015 (em conjunto com o desenvolvimento social, economia
inclusiva, paz e segurança).
Uma das medidas recentes (2013) adotadas pelo Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) foi o debate virtual “Sustentabilidade Ambiental para o
Mundo que Queremos”, que tem o propósito de consultar a população mundial
visando melhorias que possam ser adotadas para auxiliar o desenvolvimento nos
próximos anos.
O objetivo da consulta é facilitar um diálogo aberto que reúne uma multidão de vozes para estimular o pensamento criativo e começar a gerar consenso em torno de qual a melhor forma para refletir a sustentabilidade ambiental na agenda pós-2015.
É também uma oportunidade para fazer um balanço dos avanços e deficiências do ODM 7, sobre Sustentabilidade Ambiental e avaliando as oportunidades de caminhos alternativos de desenvolvimento.
Todos são convidados a participar neste processo aberto, transparente em que reunir as partes interessadas da sociedade civil, universidades, meios de comunicação, nacionais e organizações internacionais não governamentais (ONGs), o setor privado, os governos, o sistema das Nações Unidas, etc. (Consulta Global sobre Sustentabilidade - http://www.worldwewant2015.org/node/280726)
24
5.8. Tecnologia Sustentável A TI Verde visa à prática sustentável no campo da Tecnologia da Informação.
Em outras palavras, é o conjunto de práticas que torna mais sustentável e menos
prejudicial o uso da computação, estando relacionada aos processos de fabricação
dos componentes, administração, utilização dos equipamentos e descarte do lixo
eletrônico. Assim como o termo sustentabilidade, o conceito de TI Verde é
extremamente amplo, e vários pensamentos sobre isso podem ser considerados.
Segundo Murugesan (2008), “TI Verde é a soma da economia de energia com
gestão de recursos desde as cadeias produtivas, e todo o ciclo que vai da extração
de matéria prima até o fim da vida útil do equipamento, incluindo o seu descarte.”.
O setor de tecnologia vem buscando formas e iniciativas para o controle do
uso desenfreado de matérias-primas, diminuir o gasto de energia e a emissão de
poluentes (no solo, na água ou no ar), para a conservação do meio ambiente.
Portugal (1993) afirma que:
A vasta gama de tipos de agressões ao meio ambiente nas atividades industriais obriga a necessidade de especializações diversificadas para seus controles, pois, até dentro de um mesmo tipo, os controles dos poluentes se diferenciarão pela espécie, pela quantidade e até mesmo, pela periodicidade da agressão.
Cazella (2009) explica:
A computação verde seria mais uma expressão aplicada a uma preocupação das empresas referente ao meio ambiente e à sustentabilidade da própria empresa, tendo um caráter mais econômico. Computação verde não é só aquela ideia que alguns têm de tentar minimizar somente o impacto do aquecimento global. Esse conceito tem uma conotação de como trabalhar o que produzimos na computação em questão de dispositivos, hardwares, de modo que eles consigam ser reaproveitados, remanejados e reciclados facilmente. É uma preocupação bem ampla com esse tipo de material para que, dentro do possível, seja o menos tóxico quanto ao material utilizado para a construção de dispositivos, como o hardware.
5.8.1. Estratégias
As estratégias para a aplicação da metodologia verde na tecnologia são
diversas, e assim como as inovações tecnológicas surgem a todo o momento, as
ideias para o desenvolvimento sustentável também aparecem graças à tecnologia.
Muito já se faz, só que é fato que muito mais poderia e pode ser feito.
25
Em uma entrevista, indagado sobre que tipo de mudança é necessário para
que a computação fique mais verde, Cazella (2009) afirma:
As mudanças já estão ocorrendo, tanto com a conscientização de quem produz como de quem consome e até da legislação. Existem movimentos já tentando fazer com que a empresa que produz um produto que consuma mais energia, responsabilize-se pela coleta desse produto, quando ele já não tiver mais em uso. Do próprio lado do consumidor, hoje, até por movimentos de mídia, observa-se uma preocupação no mesmo sentido. Tentam procurar empresas que tenham uma preocupação maior com esta questão da computação verde, produzir coisas com material menos tóxico, dizer que têm um processo de reciclagem e assim por diante. Já há um movimento muito forte neste sentido. Para a própria empresa que produz a questão de retomar esse material que produz quando não tem mais uso junto ao cliente, é também algo interessante. Ela pode fazer um outro uso desse material, uma reciclagem com um custo mínimo para produzir algo ou complementar sua produção.
Para se adotar uma estratégia de TI verde, devem ser definidos os objetivos,
as metas, os planos de ação e os cronogramas. É necessário também que se adote
um indivíduo ou grupo responsável de sustentabilidade ambiental, para implementar
políticas e para monitorar o progresso dessas realizações. (STHEPEN, 2009).
As táticas de abordagem sugeridas para a adoção da TI Verde são:
a) Abordagem Incremental: Preserva a infraestrutura atual de TI, incorporando
políticas e medidas simples, para atingir objetivos pequenos. Essas medidas
geralmente são de fácil implantação e sem muito custo. O retorno é quase
imediato e pode ser observado, analisando a redução no consumo de energia
elétrica.
b) Abordagem Estratégica: É realizada uma auditoria na infraestrutura de TI.
Todos os equipamentos são analisados de maneira individual ou em grupos
que podem ser formados por tipo de equipamentos ou divididos por aplicação.
Comparam-se as tecnologias atuais com novas tecnologias, assim servindo
como base para se optar por remanejamento de recursos, reutilização através
de upgrades, descarte desses equipamentos ou até a substituição por novas
tecnologias. Observa-se que embora o motivo principal ainda seja a relação
custo-benefício, a diminuição de geração de CO2 é considerada como um
benefício de marketing.
c) Abordagem Radical Verde: Essa abordagem agrega as medidas da
abordagem estratégica, como a implementação de uma política de
compensação de carbono por neutralizar a emissão de gases que geram o
26
efeito estufa, incluindo o plantio de árvores, a compra de créditos de carbono,
geração de energia limpa, reutilização de recursos naturais como água das
chuvas por meio de cisternas, e criação de programas de incentivo para que
os funcionários, alunos e comunidade comprem essas ideias e as torne parte
do seu dia a dia na medida do possível.
Um exemplo efetivo de práticas de TI Verde Estratégica foi implementado
pelo Banco Real no Projeto Blade PC, aplicado em 2007. O Banco substituiu 180
computadores convencionais por 160 Blade PCs, equipamentos que possibilitam
ficar na mesa do usuário apenas o teclado, o mouse, o monitor e uma pequena
caixa responsável pela conexão destes periféricos com o Blade PC. Como resultado,
houve redução estimada de 62% da energia elétrica consumida pelos computadores
e 50% da energia consumida pelo ar condicionado utilizado na Mesa de Operações;
a economia estimada foi de US$ 355 mil em 4 anos pela redução do número de
micros; a manutenção mais barata dos mesmos, o gerenciamento centralizado e a
facilidade de mudança de layout representam uma estimativa de economia de US$
300 mil em 4 anos.
Jack Lesley Jr. (2009) cita 10 etapas chaves para a TI Verde:
1. Proclamar seu Green TI Intentions: Para as empresas que ainda estão
confusas quanto ao local para iniciar a aplicação de TI verde, é sempre
melhor começar por comunicar a intenção de adotar um ambiente de
infraestrutura de TI. O impulso para a eficiência energética deve ser em
cascata para baixo, para todos os membros de sua equipe, preparando o
cenário para a colaboração entre os vários departamentos. Quando eles
aprendem sobre as suas iniciativas, eles vão saber que todos precisam estar
envolvidos.
2. Nomear um grupo de trabalho para garantir o cumprimento de Green TI:
Depois que as intenções estiverem definidas, é necessário haver uma
comissão que irá acompanhar e garantir que os planos da empresa são
cumpridos por todos os membros da organização. A este respeito, será muito
vantajoso fazer desta equipe uma parte do conselho executivo, para dar
musculatura ao realizar seu trabalho. Uma das tarefas mais importantes que a
sua equipe de TI verde deve focar é a aquisição de energia eficiente da
27
infraestrutura de TI. Essa equipe deve se certificar de que o seu terreno de TI
satisfaz todos os critérios que estão definidos para a proteção do ambiente.
3. Medir a corrente de carbono produzida pelos componentes: É preciso saber
onde está a empresa em termos de emissão de carbono provocada por seus
serviços de Tecnologia da Informação. Estabelecer rapidamente um ponto de
referência. Verificar o uso de energia em seu centro de TI e compará-lo com
os padrões de eficiência de energia existentes e métricas para sua indústria.
4. Plano mais centralizado de operações de TI: Pode ser relativamente fácil para
uma organização centralizar o seu sistema de tecnologia da informação, isso
porque a virtualização tornou-se amplamente disponível. Com a virtualização
de servidores, a emissão de carbono pode ser significativamente reduzida.
5. Uso de aplicações mais eficientes no computador: O software utilizado pode
afetar significativamente as iniciativas de computação verde. Por exemplo, um
empregado precisa gerar um relatório que abrange cinco anos fiscais. Horas
podem ser desperdiçadas apenas concluir este relatório simples. No entanto,
usando o software de banco de dados que permite que o usuário
efetivamente personalize os parâmetros do relatório e remova qualquer
detalhe sem importância, seus funcionários podem terminar qualquer relatório
em meros minutos.
6. Uso de energia mais eficiente em sistemas de arrefecimento: Os centros de
dados e departamentos de TI são conhecidos por serem grandes
consumidores de energia em sistemas de condicionamento de ar. Servidores
precisam ser mantidos em níveis de temperatura baixa em todos os
momentos. Para reduzir o consumo de energia para computação verde, pode-
se investir em sistemas de refrigeração suplementar que podem ser
colocados entre as linhas de servidores do Data Center. Tais sistemas de
refrigeração podem diretamente evitar um aquecimento excessivo em linhas
específicas de servidores. Assim, podem minimizar o número de vezes em
um dia que as maiores unidades de arrefecimento são obrigadas a trabalhar
na potência máxima. Aplicar dados de um novo centro de tecnologia que
minimiza zonas quentes.
7. Pesar cuidadosamente o ciclo de vida de dispositivos e acessórios: Agora que
o mundo inteiro está clamando por produtos mais ecológicos, é fácil para
qualquer empresa para encontrar dispositivos e acessórios que são
28
adequados para a computação verde. Mas antes de saltar e investir no mais
recente dos produtos de TI verde, primeiro deve-se levar em consideração o
ciclo de vida projetado do hardware de TI existente.
8. Certificar-se de que as políticas de Green TI melhorem o desempenho dos
negócios: Através da implementação de iniciativas de computação verde,
você vai se tornar um contribuinte para o maior objetivo de salvar o planeta.
Mas também se devem considerar as necessidades de seu negócio ao
colocar iniciativas ambientalmente amigáveis em ação. Certificar-se de que a
unidade de TI verde se encaixa na operação global de negócios. Melhor
ainda, assegurar que o ambiente amigável de TI e seus objetivos de negócio
sejam complementares entre si. Ao fazer isso, você será capaz de atingir
tanto as políticas verdes quanto seus objetivos de fundo.
9. Trabalho com todos os envolvidos no processo de vida útil de TI: Agora que
você já tomou as medidas para garantir que sua empresa usa a TI verde,
você precisa para todos os envolvidos na sua iniciativa. Para seus
funcionários, certifique-se que todos eles sejam obrigados a responder por
sua aderência às políticas de computação verde. Seu departamento de
recursos humanos pode apoiar as suas iniciativas, postando regularmente
comunicados e avisos onde se toque no assunto de meio ambiente da
computação. Que todos saibam sobre seus objetivos e os passos que
precisavam ser tomados para garantir que sua organização mantenha
maneiras verdes de utilização de sistemas informatizados.
10. Monitorar os resultados e continuar otimizando a TI: Por fim, você deve
sempre verificar os resultados de suas iniciativas de TI verde. Comparar estes
dados com os indicadores e métricas que você definiu para sua empresa. Um
bom exemplo é verificar o seu consumo total de energia para cada mês. Se
ele baixou consideravelmente, então você pode dizer que tenha efetivamente
reduzido pegada de carbono de sua organização. Se você ver que você tem
alcançado seus objetivos, verificar o seu sistema de TI para encontrar áreas
onde mais você pode melhorar a sustentabilidade ambiental. Nunca
descansar em seus louros, continuar a aperfeiçoar seus sistemas de TI.
“No final, lembre-se sempre que o caminho para uma computação mais
eficiente e verde não tem de implicar elevados custos de investimento de sua parte.
29
Muitas medidas do ambiente são fáceis de implementar e que nem sequer têm que
esperar por anos para colher os benefícios.” (LESLEY, 2009).
5.8.2. Benefícios
A aplicação da TI Verde é capaz de proporcionar inúmeras vantagens, não se
limitando apenas à questão de preservação do meio ambiente. Na verdade não
existe um modelo onde se aponte todos os benefícios que qualquer empresa/pessoa
poderá ter, pois essa questão dependerá muito de como a metodologia verde está
sendo trabalhada na situação.
Um dos pontos mais discutidos em relação à adoção do desenvolvimento
sustentável na Tecnologia da Informação ainda é o custo para a mudança de
paradigma. Muitas pessoas ainda têm a mentalidade de que esta migração custa
caro, e que não vale a pena colaborar desta forma.
Mesmo com este pensamento ainda presente, ele não passa de um equívoco
por parte dos que acreditam, pois o custo desta metodologia é uma de suas grandes
vantagens. Geralmente não se paga caro quanto a isso, só que, mesmo quando o
custo inicial parece ser superior, deve-se levar em consideração o desenvolvimento
posterior daquele projeto. O custo de “ciclo de vida” em um projeto “comum” quando
comparado a um projeto “verde”, é muito maior por conta de vários aspectos.
Além disso, a TI Verde ajuda qualquer empresa a criar uma boa imagem no
mercado, pois hoje empresas/pessoas estão buscando instituições que valorizem o
meio ambiente, que tenham o pensamento de preservação do mesmo. Como a
sustentabilidade é um dos grandes desafios mundiais do momento, se valoriza
muitos aqueles que contribuem para este processo.
A seguir, alguns dos principais benefícios da TI Verde:
• Capacidade de gerenciamento e mobilidade;
• Economia de dinheiro por conta da redução dos custos de energia;
• Cumprimento de regulamentações governamentais;
• Apelo aos consumidores e parceiros que desejam ter sua imagem associada
a uma empresa verde (responsabilidade social);
• Reaproveitamento de equipamentos (ou partes deles), ocasionando ganho
em tempo e dinheiro.
30
5.8.3. Conscientização
Infelizmente a prática verde de sustentabilidade ainda está longe do número
ideal de adesões. Muitas empresas/pessoas não tem a noção do quanto ajudariam
se adotassem medidas sustentáveis.
É verdade que muitas ideias já foram desenvolvidas para colaborar com a
preservação do meio ambiente, porém não basta apenas ter as ideias e nem saber
como implantar essas ideias. Também é preciso que a população saiba de tudo isso,
entenda o porquê de tudo isso. E neste ponto que entra uma das grandes
dificuldades da sustentabilidade em geral, que é a conscientização das pessoas.
“De certa forma, é um desafio carregado de políticas.” (SIEDZIK, 2008).
Quando uma empresa resolve aderir à metodologia verde, ela deve prover
treinamento aos funcionários da empresa, com atribuições na área ambiental, para
que estes estejam conscientes da importância do cumprimento das políticas e
objetivos do meio ambiente, das exigências legais e de outras exigências definidas
pela empresa. O treinamento também deve levar em consideração os impactos
ambientais ou potenciais associados às suas atividades de trabalho.
31
6. TI VERDE NAS REDES DE COMPUTADORES
As Redes de Computadores são as responsáveis por conectar os dispositivos
uns aos outros, através da Internet ou de redes locais. Consequentemente são
constituídas de, no mínimo, dois equipamentos para que seja tratada como rede.
Com o passar dos anos, as redes foram se multiplicando por todos os
lugares, e não apenas em quantidade, mas principalmente em capacidade. Na
medida em que novos computadores, notebooks, e até mesmo dispositivos móveis
foram sendo lançados, todos com novas tecnologias de conexão, as redes também
foram sendo modernizadas.
O estudo Cisco Visual Networking Index afirma que em 2017, metade das
pessoas do mundo estará “conectada”. É dito também que o Brasil estará acima da
média mundial, com 52% de pessoas conectadas à Internet no mesmo ano. E
tráfego IP global deve triplicar em relação ao ano de 2012.
Mais alguns detalhes sobre o Cisco Visual Networking Index:
• Em 2017 haverá cerca de 3,6 bilhões de usuários de Internet - mais de 48%
da projeção demográfica mundial (estimativa de 7,6 bilhões). Em 2012 havia
2,3 bilhões de usuários de Internet - cerca de 32% da população mundial (7,2
bilhões).
• Em 2017, haverá mais de 19 bilhões de conexões de rede (dispositivos fixos,
móveis, etc.), em comparação com os 12 bilhões registrados em 2012.
• Espera-se que a média global de velocidade de banda larga fixa aumente
cerca de 3,5 vezes entre 2012 e 2017, passando de 11,3 Mbps para 39
Mbps. A média global de velocidade de banda larga fixa aumentou 30% entre
2011 e 2012, de 8,7 Mbps para 11,3 Mbps;
• Usuários globais da rede irão gerar 3 trilhões de minutos de vídeo de Internet
por mês, ou seja, 6 milhões de anos de vídeo por mês, ou 1,2 milhão de
minutos de vídeo a cada segundo, o que equivale a dois anos de vídeo por
segundo. Até 2017, haverá quase 2 bilhões de usuários de vídeo pela
Internet no mundo (excluindo os exclusivamente móveis), comparado a 1
bilhão de usuários de vídeo da Internet em 2012;
• O tráfego IP corporativo global, que inclui Internet, backup, VoIP, etc., quase
triplicará entre 2012 e 2017. Em 2012 representava 20% do tráfego IP global
total mensal, e em 2017 representará 18%.
32
• O tráfego de conexões fixas Wi-Fi vai crescer três vezes entre 2012 e 2017,
alcançando 1.7 Exabytes por mês em 2017;
• No Brasil, haverá 611 milhões de dispositivos de rede em 2017, um aumento
em relação aos 412 milhões em 2012. Serão 2,9 dispositivos em rede por
habitante em 2017, um aumento em relação á taxa de 2 por pessoa em
2012. Os PCs representaram 90% do tráfego IP no Brasil em 2012 e serão
80% do tráfego IP em 2017. Já os dispositivos portáteis (smartphones,
tablets, etc.) representaram 1% do tráfego IP em 2012, com projeção de
aumento para 10% em 2017.
Os dados apresentados são realmente impressionantes, e comprovam que a
tecnologia realmente avança numa velocidade espantosa, e que as pessoas têm
acesso a ela cada vez mais depressa. Mas como nem tudo é positivo vem à tona a
questão da degradação ao meio ambiente.
Atualmente, os danos ao meio ambiente são muito grandes, e se
considerarmos que o “número de tecnologia é pequeno”, o que podemos pensar
num futuro onde toda essa tecnologia irá crescer tão rapidamente?
Paralelamente a isso, existe a preocupação clara e evidente de que não se
pode descuidar das metas de sustentabilidade. As Redes de Computadores
(considerando os mais diversos dispositivos) são realmente o foco central da TI
Verde, pois caracterizam a infraestrutura da tecnologia. A base da TI é a informação,
e sendo assim o compartilhamento das informações é possibilitado pela conexão
dos equipamentos em rede.
Se o número de equipamentos aumenta, consequentemente os danos à
natureza irão aumentar. Por essa razão devem ser considerados métodos que ao
mesmo tempo em que possibilitem a escalabilidade das redes, proporcionem uma
tecnologia mais sustentável.
Também é válido ressaltar que o principal agente degradador do meio
ambiente nas Redes de Computadores são os servidores. Essas máquinas robustas
localizadas na “nuvem” (Internet) são dotadas de um alto poder de processamento
para que possam responder as solicitações de um número extremamente elevado
de “clientes” (dispositivos que se conectam ao servidor pela Internet) em tempo
hábil. Estas poderosas máquinas ficam em locais especiais, chamados de Data
Center (ou CPD - Centro de Processamento de Dados). Como eles processam muito
33
dados a todo o momento, é necessário que se aplique um sistema eficaz de
resfriamento, além de um sistema que garanta sua disponibilidade em qualquer
situação. Por essa razão, características como um elevado consumo de energia são
detectadas facilmente.
Várias ideias são elaboradas, muitas já colocadas em prática e que realmente
apresentam melhorias sustentáveis. Porém, os resultados ainda estão longe daquilo
que se deseja.
Vamos acompanhar alguns detalhes sobre algumas técnicas adotadas por
empresas para a sustentabilidade nas Redes de Computadores.
6.1. Virtualização
A virtualização não se trata de uma novidade, é uma maneira inteligente e diferenciada de aplicar o conceito que existe há mais de 40 anos, que consistia na recriação de ambiente de usuário final em um único mainframe. (COMPUTERWORLD, 2008).
A virtualização foi praticamente abandonada nos anos 80 e no começo dos
anos 90 devido a dois fatores: o hardware - com o surgimento do PC x86 a aquisição
se tornou de menor custo; e o software - o surgimento e a ampla adoção dos
sistemas operacionais Windows e Linux fez com que servidores e desktops x86 se
tornassem “amigáveis”, facilitando a utilização do PC, e levando a computação ao
sistema distribuído que temos atualmente.
Em 1999, a virtualização passou a ser possível em plataformas x86,
trabalhando com processadores Intel e AMD graças a um software, desenvolvido
pela VMWare, que permitiu desvincular o sistema operacional e os aplicativos dos
recursos físicos. Essa evolução, de acordo com a IDC, foi a esteira para toda a
movimentação atual em torno da tecnologia de virtualização (VMWARE, 2009).
A utilização de ferramentas e técnicas de virtualização para a consolidação de
cargas ociosas de trabalho dos servidores tem sido bastante requisitada por
empresas e profissionais de TI para solucionar problemas que demandam esforços
e redução de custos. Alguns destes problemas são: aquisições de hardware,
consumo de energia e administração da infraestrutura.
Os servidores normalmente são configurados para atender muito acima da
sua capacidade, e isso gera uma subutilização de recursos, causando perda de
energia. Um servidor x86 padrão, consome de 30% a 40% de potência máxima,
34
mesmo estando ocioso. Esse mesmo servidor virtualizado melhora em 60% esse
desempenho.
A virtualização pode ser compreendida com a seguinte analogia: Imaginemos
um edifício (que seria o servidor) e seus apartamentos (que seriam as VMs - Virtual
Machines). A família presente no apartamento seria o sistema operacional
convidado com seus aplicativos, e o síndico seria o VMM (Virtual Machine Manager).
Ideia de Virtualização
Pensando agora nos sistemas computacionais, é adicionada uma camada de
abstração acima da camada de hardware, o que esta fina camada de software irá
nos permitir reduzir o complexo gerenciamento dos elementos tais como: a
construção de novos ambientes virtuais e programar novos sistemas e aplicações.
Funcionamento da Máquina Virtual
35
6.1.1. Tipos de Virtualização
Podem-se destacar como principais tipos:
a) Virtualização de Rede: Reúne os recursos de computação de rede e divide a
largura de banda disponível em canais independentes, que podem ser
designados para um servidor ou dispositivo em tempo real. Um exemplo desta
tecnologia são as VPNs.
b) Virtualização de Servidores: A mais popular, oculta a natureza física dos
recursos de servidores, incluindo processadores, sistemas operacionais e o
software que estão neles.
c) Virtualização de Aplicativos: Isola os programas do hardware e do sistema
operacional, encapsulando-os como objetos móveis independentes que
podem ser deslocados sem afetar os outros sistemas. As tecnologias de
virtualização de aplicativos reduzem as alterações relacionadas a aplicativos
no sistema operacional, fazendo com que a administração seja em muito
simplificada. Essa modalidade pode ser implantada, por exemplo, em Call
Centers e em laboratórios de Informática, onde os softwares que os usuários
utilizam já estão predefinidos e o comportamento pode ser alterado a
qualquer momento pelos administradores, de forma que essas alterações
sejam propagadas imediatamente para os usuários. Outra vantagem da
virtualização de aplicativos é a possibilidade de se montar uma infraestrutura
para os usuários com terminais do tipo Thin Client. Esses terminais são
compostos por uma arquitetura semelhante à de um computador padrão, mas
sua principal característica é de não ter o disco rígido e de não necessitar de
tecnologias de processamento e memória avançadas, pois essa função é
executada pelo servidor. Em média, um Thin Client consome apenas 20% da
energia de um PC, e consequentemente gera menos calor, têm um ciclo de
vida mais longo e não necessita de upgrade, proporcionando uma redução de
custos e menor impacto ambiental.
6.1.2. Benefícios
A eliminação de apenas um servidor apresenta uma redução aproximada de
200 a 400 watts, dependendo da tecnologia.
A demanda por virtualização é explicada de forma simples pelo seu baixo
custo e pelo ROI (Return on Investment - Retorno sobre o Investimento) que as
36
empresas tanto buscam. Os benefícios proporcionados ao adotar a virtualização em
Data Centers irão da “simples” consolidação de cargas ociosas de trabalho dos
servidores ao corte substancial do consumo de energia elétrica do setor tecnológico
das organizações, garantindo um bom retorno para qualquer corporação.
Existem muitos Data Centers operando de forma obsoleta, e andam sobrecarregados, superaquecidos e superlotados, onde qualquer pane pode comprometer os dados e as aplicações, complicando seu avanço com segurança e maturidade. (CAPPUCCIO, 2008).
A redução do consumo de energia é uma das principais práticas da TI Verde,
assim como a redução de resfriamento artificial e a diminuição de dissipação de
calor causado pelas máquinas, que possuem um nível de processamento muito
maior atualmente.
Uma das grandes preocupações está associada à redução do consumo de energia elétrica na manutenção dos servidores, pois em pouco tempo não haverá energia suficiente para suportar o grande número de equipamentos de alta densidade que hospedam. (CAPPUCCIO, 2008).
A prática de virtualização e consolidação de servidores é uma forte aliada
para o sucesso e sustentabilidade da organização, e a TI Verde acaba sendo uma
consequência da adoção de virtualização no ambiente computacional.
Os benefícios com a utilização da virtualização e consolidação de servidores
são tanto diretos quanto indiretos.
Consolidar o número de servidores físicos também reduz o hardware necessário para operar um serviço ou conjunto de aplicações. Este, por sua vez, reduz os custos operacionais da manutenção deste equipamento, que pode contribuir para melhorar a qualidade global do serviço. A organização como um todo se beneficia na padronização dos sistemas operacionais, melhor utilização dos sistemas e recursos, uma redução no espaço físico necessário para conter os servidores, gerenciamento mais fácil, e um aumento na segurança. O resultado é um ambiente mais proativo, e mais tempo disponível para se concentrar no fornecimento de valor para o negócio. (MULLER, AL & MULLER, AL (EDT), WILSON, SEBURN, HAPPE, DON, HUMP, 2005).
6.1.2.1. Rapidez na Recuperação de Desastres
Desastres em TI podem ser tanto de natureza física quanto lógica. E para
recuperar desastres em sistemas virtualizados, basta em média 15 a 45 minutos,
enquanto que no modo tradicional, levariam em média 45 minutos a 2 horas,
dependendo da gravidade do desastre para ambos os casos, como por exemplo,
37
ataques externos, arquivos e serviços danificados do sistema, defeito físico de
hardware, falta de alimentação do equipamento, entre outros.
6.1.2.2. Consolidação de Servidores
A consolidação dos servidores traz flexibilidade, permitindo operar múltiplos
sistemas operativos em um mesmo hardware físico e o isolamento de aplicações e
melhor uso dos recursos de hardware, isolamento de sistemas legados (sistemas
antigos, porém essenciais a uma organização; geralmente utilizando bancos de
dados obsoletos), aproveitamento otimizado da CPU.
Para cada funcionalidade ou serviço no ambiente de TI, precisa-se de um
servidor dedicado para a tarefa específica. A consolidação de servidores ajuda a
otimizar o ambiente.
6.1.2.3. Uso Eficiente de Recursos Energéticos
Com a consolidação de servidores, pode-se ter alguns servidores rodando
dentro de um servidor virtualizado, tendo menor consumo de energia elétrica, menos
servidores físicos, menor dissipação de calor, menor demanda no condicionamento
por parte dos equipamentos de ar-condicionado.
6.1.2.4. Redução de Custos com Espaço Físico
Com a técnica de virtualização e consolidação de servidores, reduz-se o
espaço físico alocado aos servidores, fazendo o mesmo trabalho, ajudando o meio
ambiente no reaproveitamento do espaço.
6.1.2.5. Flexibilidade no Gerenciamento
Traz um melhor planejamento para a equipe de TI, tendo mais tempo para as
atividades que precisam ser feitas e planejadas com menos tempo para ficar
“apagando incêndios”.
Proporciona um ambiente para testes, proporcionando possibilidades para
realização de testes em ambiente idêntico ao original do qual terá que fazer, por
exemplo, uma atualização ou troca de hardware, livrando qualquer erro inesperado e
possível causa do sistema principal ficar inoperante por questões de
incompatibilidade ou vírus de computador.
38
Compreender os benefícios que a virtualização traz para a TI é muito
importante, pois sua utilização proporciona diversos tipos de melhoramento nos
processos e corte de custos diretos e indiretos, além e melhorar o gerenciamento
das atividades.
A flexibilidade alcançada com a virtualização também é muito destacada, pois
se pode criar/manipular serviços específicos de um modo bastante rápido, contando
ainda com ganhos significativos em questões importantes como disponibilidade,
integridade e segurança.
Sem dúvida alguma a virtualização é uma técnica que acrescenta e muito
“valores verdes” a qualquer organização.
6.2. Cloud Computing
A computação em nuvem é um novo paradigma, uma nova maneira de pensar a programação, ou seja, não se tem uma visão de onde estão sendo processados os dados, como dizemos, é computação das nuvens. Mas, no caso, a preocupação da computação verde continua porque temos da outra ponta, seja onde estiverem sendo processados esses dados, existe a preocupação de como essas máquinas consomem energia, com que material essas máquinas foram produzidas, como elas estão dispostas para a questão de diminuição desse consumo de energia, e assim por diante. A preocupação é a mesma: como estas máquinas estão localizadas e como o ambiente onde elas estão processando está construído, na questão de refrigeração, do próprio tipo de processamento das máquinas, de como elas usam a energia. Isso não se enxerga, não se sabem como estão colocadas as máquinas da Google para lidar com a questão da computação verde. Só se sabe que eles trabalham com a ideia de computação em nuvens, usando o ambiente Google Docs, onde você coloca seu material e ele está em algum lugar, só não se sabe exatamente onde. (CAZELLA, 2009).
A Computação em Nuvem (Cloud Computing) é uma das grandes tendências
mundiais na área de TI. A ideia onde os recursos estarão disponíveis a qualquer
momento e em qualquer lugar, com alta disponibilidade, agrada a todos, desde
ambientes corporativos até usuários comuns.
Uma ideia precipitada a respeito da Computação em Nuvem é a
disponibilidade de recursos infinitos, eliminando a necessidade de adquirir produtos
de forma antecipada e oferecendo elasticidade, permitindo a expansão ou
escalabilidade gradativa, por demanda.
São estabelecidos alguns conceitos que formam a base da utilização da
computação em nuvem, apresentados a seguir.
39
6.2.1. Infrastructure as a Service (IaaS)
A Infraestrutura como um Serviço é uma nova ideia que está se espalhando
rapidamente, principalmente em pequenas e médias empresas.
Pode ser entendida da seguinte maneira: Uma empresa precisa alocar um
banco de dados de um sistema de intranet, mas, para não adquirir um hardware
novo somente para este fim, a empresa contrata, por um valor mensal, um servidor
de outra empresa para alocar o seu banco de dados enquanto o contrato estiver em
vigor.
O sistema de manutenção de hardware fica a cargo da prestadora de serviço.
Se forem necessárias outras modificações do ambiente, como por exemplo, upgrade
de hardware, haverá uma alteração de contrato e o serviço continua funcionando
normalmente.
Do lado do fornecedor, o servidor físico que mantém o sistema cliente
funciona em uma máquina virtual (conceito de Virtualização), dividindo o hardware
com outras máquinas virtuais de outros clientes. Da mesma forma funcionam os
outros serviços em nuvem.
6.2.2. Gestão de Energia e a Computação em Nuvem
A Computação em Nuvem, sem dúvida alguma, ajuda a TI a se tornar mais
verde e sua implantação pode ser gradativa de acordo com a disponibilidade de
grandes empresas no oferecimento dos serviços.
Atualmente, podem ser destacados alguns serviços famosos de disco virtual,
fornecidos por grandes empresas de tecnologia:
a) Google Drive, da Google;
b) SkyDrive, da Microsoft;
c) Dropbox;
d) Box;
e) Ubuntu One, da Canonical (desenvolvedora do Ubuntu);
f) iCloud, da Apple;
g) SugarSync.
Tais serviços oferecem diversas possibilidades de armazenamento, até
mesmo com planos gratuitos. É claro que pagando uma taxa (variável) pelo serviço,
o espaço de armazenamento aumenta consideravelmente, além de outras opções
de funcionalidades que podem vir a ser úteis.
40
Desta forma é possível a alocação de recursos na internet, os quais muitas
vezes ficam subutilizados e provocam grande desperdício de energia e de espaço
no ambiente do cliente.
A ideia da Computação em Nuvem é que daqui a alguns anos, além de
arquivos, também tenhamos via web softwares disponíveis, de forma a prover a
utilização total dos recursos via rede, maximizando os recursos energéticos.
6.3. Grid Computing “Computação em Grade usa computadores interconectados distribuídos e
recursos coletivos para atingir alto desempenho de computação compartilhando
recursos.” (WILKINSON, 2008).
A Computação em Grade (Grid Computing) vem obtendo destaque há alguns
anos, porém, sua implementação ainda é um impasse devido a sua complexidade.
Existem poucos meios de informação para esclarecer dúvidas sobre o assunto.
Muitos dizem que a Computação em Grade poderá ser o futuro das Redes de
Computadores.
O Grid Computing é um novo conceito que explora as potencialidades das redes de computadores, com o objetivos específico de disponibilizar camadas virtuais que permitem a um usuário ter acesso a aplicações altamente exigentes, bem como aderir a comunidades virtuais de grande escala, com uma grande diversidade de recursos de computação e de repositórios de informações. (PITANGA)
Seu conceito surgiu em meados nos anos 90, junto com o crescimento
acelerado das Redes de Computadores e principalmente da Internet. Surgiu a
necessidade de distribuição dos sistemas computacionais para que os mesmos
estivessem prontamente interconectados. O que era justamente a ideia da
Computação em Grade: compartilhamento de recursos para prover a solução de
problemas de estrutura e de desempenho de forma colaborativa.
41
Funcionamento da Computação em Grade
A computação distribuída é a base do conceito de Grid. No momento em que
existe uma infraestrutura física e uma infraestrutura lógica que permita coordenar os
trabalhos que serão processados e garantir a sua qualidade de serviço, temos a
Computação em Grade.
A Grid Computing é um caso particular da computação distribuída, uma vez
que os Grids são orientados essencialmente para aplicações que precisam de uma
grande capacidade de cálculos, ou enormes quantidades de dados transmitidos de
um lado para o outro, ou as duas.
Possui um nome baseado nas malhas de interligação dos sistemas de
energia elétrica, em que um usuário utiliza a eletricidade sem ao menos saber em
que local ela foi gerada, sendo totalmente transparente aos seus usuários.
6.4. Data Centers Os equipamentos que mais consomem energia em um Data Center (ou CPD)
são os servidores. Atualmente em um Data Center com 24 servidores o consumo
dos mesmos chega a 12403,24 KW/h por mês e isso acaba sendo um gasto muito
grande, além de que o espaço que os servidores ocupam no Data Center é mais da
metade de sua área total, já que o tamanho do local é equivalente a uma sala
comercial.
A TI Verde proporciona as empresas uma ampla quantidade de equipamentos
para que elas possam se adequar às políticas verdes. Equipamentos com melhores
desempenhos e que também proporcionam uma melhor capacidade de gestão, além
de contribuição com a preservação do meio ambiente.
42
Em um Data Center que utiliza servidores de Rack, por exemplo, os mesmos
poderiam ser trocados por servidores Blade, que se ajustam a um único chassi,
como livros em prateleiras. Cada Blade é um servidor independente, com
processadores próprios, memória, armazenamento, controladores de rede, sistema
operacional e aplicativos.
Servidores Blade
Com refrigeração própria, os Blades não tem necessidade de muitos ar-
condicionado, sendo necessário apenas um direcionado para cada Blade. Com isso,
a energia consumida irá diminuir bastante. Segundo a HP, com a troca de servidores
em Racks por Blades, haverá um consumo de energia até 40% menor.
Se os 24 servidores em Rack no Data Center fossem substituídos por 24
Blades, haveria um consumo de 7441,971 KW/h.
O custo de 24 servidores em Rack é de aproximadamente R$ 306.000,00, já
a aquisição dos Blades custaria cerca de R$ 698.000,00. Considerando a redução
do consumo de energia elétrica, o ROI (Return on Investment - Retorno sobre o
Investimento) será de 5 anos, ou seja, nesse tempo a empresa irá recuperar tudo
aquilo que foi investido. Além do retorno, é sempre bom lembrar que a preservação
do meio ambiente proporciona uma imagem positiva da empresa junto ao mercado,
o que poderá fazer com que o ROI seja ainda mais rápido.
6.5. Software O software também é considerado um ponto crucial a ser analisado para que
ocorra um desenvolvimento mais sustentável. Aplicações que executem tarefas com
a utilização do menor número possível de instruções são valorizadas quanto a isso,
43
ou seja, o código dos programas deve ser otimizado sempre que possível, atentando
sempre para as boas técnicas de programação.
Outro ponto a ser considerado é o software livre. Ele pode ser utilizado,
copiado, estudado, modificado e distribuído livremente, sem qualquer restrição. A
forma usual de um software ser distribuído livremente é sendo acompanhado por
uma licença de software livre (como a GPL ou a BSD), e com a disponibilização do
seu código-fonte. O maior benefício do software livre é sem dúvida alguma o custo
zero.
Uma combinação muito interessante é o Software Livre e a TI Verde. O custo-
benefício é dificilmente combatido por outros projetos. É só pensar um pouco: um
projeto sem software livre e sem políticas verdes acarreta num elevado custo com
licenças e com energia, além de prejudicar a imagem da empresas frente ao
mercado e aos clientes, que acabam deixando de apreciar e comprar seus produtos.
Os benefícios desta junção são diversos, mas é inegável que o principal deles
é o custo. A redução deste fator é exorbitante, e essa é a primeira razão para as
empresas aderirem a projetos verdes e software livre. Junto com a imagem da
empresa, o custo é o principal fator desta aderência.
44
7. ISO 14401
A ISO 14001 é uma das normas internacionais de caráter voluntário, desenvolvida para auxiliar a gestão das organizações a equilibrar seus interesses econômico-financeiros com os impactos gerados por suas atividades, sejam impactos ao meio ambiente ou consequências diretas para a segurança e a saúde de seus colaboradores (Cerqueira, 2005).
A ISO (International Standardization Organization) fornece o certificado ISO
14401 para as empresas que implantam processos que seguem as suas normas.
Como a ISO é renomada mundialmente, este certificado comprova que a
organização possui responsabilidade ambiental, valorizando assim a sua marca.
A certificação ISO 14401 permite à organização:
• Demonstrar, para reguladores e governo, um comprometimento em obter
conformidade legal e regulatória;
• Demonstrar seu comprometimento ambiental para as partes interessadas;
• Demonstrar uma abordagem inovadora e voltada para o futuro para clientes e
futuros colaboradores;
• Aumentar seu acesso a novos clientes e parceiros de negócios;
• Gerenciar melhor seus riscos ambientais, agora e no futuro;
• Reduzir potencialmente seus custos de seguros por responsabilidade pública;
• Melhorar a sua reputação.
Ela especifica requisitos para que um sistema de gestão ambiental capacite uma organização a desenvolver e implementar política e objetivos que levem em consideração requisitos legais e informações sobre aspectos ambientais significativos. Pode ser aplicada a todos os tipos e portes de organizações, adequando-se a diferentes condições geográficas, culturais e sociais. A finalidade geral da norma é equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição com as necessidades socioeconômicas. (ABNT, 2004).
Impactos ambientais estão se tornando um tema cada vez mais importante no
mundo, com pressão de todos os lados para minimizar esse impacto. As pressões
sociais também aumentam em função da crescente gama de partes interessadas
(consumidores, organizações ambientais, ONGs, universidades, etc.). Por essa
razão, a ISO 14401 é relevante para toda e qualquer organização.
Em geral, o certificado é válido por três anos, e um auditor selecionado pela
equipe de planejamento especializada irá fazer visitas regularmente para assegurar
45
que o sistema de gestão permanece em conformidade com os requisitos da norma
de referência e que demonstra melhoria contínua.
Para a obtenção do certificado ISO 14401, é necessário que se atenda aos
seguintes requisitos.
7.1. Política Ambiental
A política ambiental de uma empresa deve ser clara e única a ponto de
identificar a organização, sua localização e as questões ambientais relacionadas às
suas atividades, produtos e/ou serviços. O conteúdo deverá refletir seus aspectos
ambientais e conduzir a organização de forma natural aos seus objetivos e metas.
Deverá ser tratada tanto como uma estratégia quanto como uma ferramenta
de comunicação, e como tal a mesma deverá ser divulgada dentro da organização e
estar disponível ao público externo.
7.2. Aspectos Ambientais
A organização deverá definir tanto o processo que vem sendo usado como
aquele que será usado no futuro para identificar os aspectos ambientais que possam
vir a afetar o meio ambiente de maneira significativa.
Os aspectos ambientais serão relacionados a suas atividades, produtos ou
serviços sobre os quais estes possuam controle direto e onde possam indiretamente
influenciá-los.
O procedimento deve incluir de que maneira os aspectos serão avaliados e os
critérios utilizados para que se possa definir se são suficientemente significativos e,
por esta razão, se necessitam de controle operacional.
7.3. Requisitos Legais e Outros Requisitos
Os requisitos legais e outros requisitos estão relacionados (novamente) aos
aspectos ambientais. Como isso faz parte do planejamento, faz-se necessário que a
organização defina como ela irá estabelecer os requisitos legais e outros requisitos
relacionados às suas atividades, aos seus produtos ou serviços.
É válido ressaltar que os requisitos legais e outros relacionados ao produto
necessitam de identificação, incluindo armazenagem, embalagem, transporte, uso e
disposição final.
46
Internamente, a organização poderá querer estabelecer normas de
desempenho que vão além da conformidade legal ou ser submetida a requisitos de
uma iniciativa ambiental pertencente a uma corporação maior.
7.4. Objetivos e Metas
Os objetivos estabelecidos podem ser globais (que atendem ao compromisso
de prevenção de poluição e conformidade legal) ou específicos. A organização deve
reconhecer tantos os impulsionadores quando as restrições que influenciam suas
decisões.
Como suporte para os objetivos documentados, a organização deverá
estabelecer metas em um nível e função relevantes, sendo novamente uma questão
de planejamento para que se possa estabelecer o que, quem e até quando as
mesmas devem ser atingidas, sendo também fundamental documentar e divulgar.
7.5. Programas de Gestão Ambiental
Nesta cláusula, a atividade de planejamento está centrada em gerenciar o
cumprimento dos objetivos e metas e, ao mesmo tempo, lembrar as organizações de
que as questões ambientais devem fazer parte de todas as suas atividades
comerciais.
Os programas criados devem ser passíveis de rastreamento para que suas
conquistas possam ser gerenciadas, por isso a existência do requisito para designar
responsabilidade e os meios pelos quais eles serão alcançados.
A inclusão de escalas de tempo não serve somente para definir o início e o
fim do programa, mas também para que seja possível revisar pontos do mesmo. O
não cumprimento das escalas de tempo deve desencadear ações corretivas e
revisões para que os programas sejam realizados a tempo ou para retificá-los em
resposta a restrições ou mudanças de direcionamento.
O último parágrafo desta cláusula tem por objetivo promover a inclusão de
considerações ambientais em todos os ramos de negócios. Para tanto não são
necessários procedimentos em separado, apenas a inclusão/retificação dos que já
existem, podendo ser incluídos procedimentos de projeto, licenças para trabalho e
serviços contratados.
47
7.6. Estrutura e Responsabilidade
Esta cláusula enfatiza que para se atingir uma gestão efetiva, as funções,
responsabilidades e autoridades devem ser definidas, documentadas e
comunicadas. Será de responsabilidade da organização a decisão de quais funções
e indivíduos devem ser definidos.
A exceção seriam os representantes de gestão, pois estes possuem um papel
e responsabilidade específicos, sendo o mais importante disso seu relato de
desempenho para a alta gerência.
7.7. Treinamento, Consciência e Competência
Esta cláusula possui três elementos que apresentam uma leve diferença de
intenção.
O mais importante quando se trata de gestão é ter indivíduos capacitado, e
para que isso seja possível é necessário que eles tenham experiência, boa formação
ou treinamento.
A organização deve determinar qual a capacitação necessária na forma de
treinamento para aqueles que possuam um trabalho que possa gerar um impacto
significativo. Esses são os indivíduos que devem estar capacitados a realizar
atividades de controle operacional. Indivíduos engajados na operação de caldeiras,
no tratamento de água ou controle de emissão de ar são candidatos típicos.
Deve-se fornecer treinamento àqueles que não estiverem devidamente
capacitados para a realização de tais atividades.
Uma grande parte da cláusula diz respeito à consciência
(conhecimento/percepção), que pretende garantir que indivíduos saibam exatamente
o que está sendo exigido deles, o porquê de estarem realizando tais tarefas e as
consequências para o caso de não serem seguidas as instruções dadas.
É importante salientar que há um requisito na cláusula que exige que os
indivíduos tenham uma maior consciência dos impactos ambientais de suas
atividades de trabalho, não sendo suficiente que apenas conheçam os aspectos.
7.8. Comunicação (Divulgação)
A mensagem desta cláusula é de que as comunicações devem ser
gerenciadas. O requisito nesta cláusula relacionado à comunicação interna é
bastante simples e o Sistema de Gestão Ambiental deve definir como será o
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procedimento adotado. Isto inclui comunicação verbal, escrita e eletrônica e a
utilização de ferramentas como quadros de avisos, boletins informativos e televisão.
Com relação à comunicação externa, a organização deve ser reativa e
proativa. Ela deve responder a comunicações de partes externas interessadas
através de um procedimento que, primeiramente, deve ser para receber e
documentar tais contatos. Isso implica na revisão da comunicação e quer dizer que
as decisões tomadas com relação às respostas mais adequadas a cada caso devem
ser registradas.
As comunicações referidas na cláusula não devem ficar restritas a
reclamações, mas devem sim, abranger uma variedade de assuntos e questões de
exigência para informações e comunicação de exigências de clientes e outras partes
interessadas. Isso pode significar que o requisito desta cláusula está distribuído por
toda a organização embora tais comunicações devessem ser revisadas
centralmente para serem usadas no estabelecimento dos objetivos.
A parte final desta cláusula faz com que as organizações passem a
reconhecer o poder da comunicação na hora de se influenciar os outros e também
na hora de aliviar suas preocupações.
Isso faz com que a organização pense mais sobre o que ela quer comunicar,
o que ela espera alcançar com isso e a melhor forma de fazê-lo. Não há uma
fórmula específica para que uma empresa se comunique de maneira proativa, mas,
se essa for sua intenção, elas devem gerenciar sua comunicação.
Para este fim, a norma exige que elas registrem suas decisões no que diz
respeito aos métodos que as mesmas utilizarão, não interessando se as
comunicarão ou não.
7.9. Documentação da Gestão Ambiental
Os requisitos destas cláusulas são basicamente de gestão de qualidade.
Muitas organizações podem achar que os requisitos da norma estão sendo
alcançados dentro de outros sistemas de gestão e a ISO 14001 não incentiva a
duplicação e a integração de suportes. Por isso a referência à provisão de direção,
ambas dentro da documentação da SGA, mas também para outros sistemas.
7.10. Controle Operacional
É nesta cláusula que o compromisso para com a prevenção da poluição e o
cumprimento dos requisitos legais são gerenciados. Os meios pelos quais esses
49
compromissos serão atingidos são os procedimentos e instruções de trabalho que
previnem os aspectos ambientais identificados de gerar um impacto.
Os procedimentos e as instruções de trabalho devem ser projetados não
apenas para estabelecer o controle e como este será alcançado, mas também para
definir o resultado pretendido daquele controle. Este critério de desempenho pode
incluir parâmetros de equipamentos ou fatores organizacionais. O resultado do
desempenho serão os requisitos legais e outros requisitos definidos na atividade de
planejamento.
Procedimentos e instruções de trabalho devem apresentar a possibilidade de,
através de critérios de operação definidos, serem monitorados, o que quer dizer que
registros são mantidos para demonstrar conformidade para com a instrução e para
que o controle seja realizado com sucesso.
A cláusula também trata dos aspectos ambientais que a organização venha a
ter apenas controle limitado sobre e também aqueles a que ela possa ter apenas
influência.
Esses aspectos são aqueles associados com as matérias-primas usadas no
negócio, não restritas a aquelas que geram o produto, e os serviços contratados os
quais a organização faz uso.
Deve-se salientar que a cláusula exige que a organização faça uma conexão
entre o controle dos aspectos e os procedimentos, e que também comunique os
requisitos desses procedimentos aos fornecedores e distribuidores.
Os procedimentos podem não ser criados pela própria organização, mas
podem ser o processo pelo qual ela deseje que seus fornecedores e distribuidores
atinjam o controle. Está implícito que a conformidade a esses requisitos deverá ser
monitorada.
7.11 Preparação para Casos Emergenciais e Resposta
Nesta cláusula há tanto requisitos de planejamento quanto de controle. A
norma exige que os procedimentos sejam definidos para que se possa identificar
onde podem ocorrer acidentes e emergências.
Casos emergenciais relacionados a fogo, enchentes e terremotos têm grande
potencial para gerar impactos ambientais e, por esta razão, a organização deve
prestar muita atenção neles.
50
Procedimentos, incluindo a metodologia para se identificar aspectos, devem
estabelecer o potencial para transbordamento e emissão acidental proveniente de
quaisquer atividades que a organização realize ou que seja realizada por um de
seus fornecedores e/ou distribuidores.
Os procedimentos devem, então, estabelecer primeiramente a maneira como
tal potencial será prevenido e em segundo lugar a resposta ou atitude que será
tomada no caso de ocorrer um acidente ou emergência. Isso pode tanto fazer parte
dos procedimentos como de planos específicos.
A norma reconhece a prática de se testar tais planos a fim de se demonstrar
que a capacidade está de acordo com as necessidades do caso e que os indivíduos
são devidamente treinados para este tipo de situação.
7.12 Monitoramento e Medição
Esta cláusula é uma das poucas oportunidades em que a norma especifica
que o procedimento precisa ser documentado.
O requisito para monitorar a eficácia do controle operacional é lógico e serve
para medir e comparar o controle alcançado com os requisitos legais e outros
requisitos, demonstrando a realização dos compromissos de acordo com a política
da empresa.
Através da trajetória da qualificação de desempenho da conquista de melhoria
contínua é possível definir os objetivos e metas da organização.
As organizações são novamente lembradas da importância da conformidade
legal, que deve ser avaliada periodicamente.
A norma não define a frequência de monitoramento e medição e, a menos
que seja especificada por um requisito legal, ela seria determinada pela eficácia do
controle operacional implementado.
7.13 Não-Conformidade e Ação Corretiva e Preventiva
O termo não-conformidade carrega a inferência infeliz de identificação de
culpa. É na verdade o reconhecimento de que o controle foi perdido ou de que não
foi eficaz.
A identificação da não-conformidade pode surgir do monitoramento e medição
ou da auditoria e identifica os pontos fracos que devem ser analisados e tratados no
sistema.
51
A norma enfatiza a importância de se identificar, através da investigação, a
causa da não-conformidade para que se possam tomar medidas corretivas e
preventivas.
7.14 Registros
A importância de se criar registros e mantê-los não pode ser subestimada
uma vez que os registros são a base de demonstração da eficácia do sistema para
que se possa atingir a política e os objetivos da organização e a conformidade com a
norma.
7.15. Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental
A auditoria é uma das fontes de informação disponíveis para que o alto
escalão da gerência da organização possa determinar a eficácia do Sistema de
Gestão Ambiental.
A norma reconhece que a auditoria deve ser usada como um facilitador de
controle e melhoria, considerando-se que qualquer atividade de auditoria deve ser
baseada na importância ambiental da atividade e nos resultados de auditorias
anteriores, o que explica o porquê do sistema muitas vezes ser auditado com pouca
frequência, justificado pelos resultados de auditorias anteriores.
Como mencionado na seção sobre registros, a qualidade e a abrangência do
registro da auditoria e relatórios permite que decisões sejam tomadas com base na
adequação e eficácia do sistema.
52
8. EMPRESAS TECNO(ECO)LÓGICAS
Algumas grandes empresas de Informática de nível mundial vêm
apresentando propostas que colaboram com a sustentabilidade. Muitas dessas
propostas são realmente importantes, e servem como modelo para outras.
O Greenpeace elaborou um ranking de sustentabilidade para empresas de
tecnologia. O Guide to Greener Electronics é um relatório anual feito pela ONG, que
classifica as 16 empresas de tecnologia que adotaram as melhores práticas de
gestão sustentável.
Abaixo a tabela do relatório feito no ano de 2012.
Posição Empresa Nota
1º Wipro 7.1 / 10
2º HP 5.7 / 10
3º Nokia 5.4 / 10
4º Acer 5.1 / 10
5º Dell 4.6 / 10
6º Apple 4.5 / 10
7º Samsung 4.2 / 10
8º Sony 4.1 / 10
9º Lenovo 3.9 / 10
10º Philips 3.8 / 10
11º Panasonic 3.6 / 10
12º LGE 3.5 / 10
13º HCL Infosystems 3.1 / 10
14º Sharp 3.1 / 10
15º Toshiba 2.3 / 10
16º Rim 2.0 / 10
Fonte: Greenpeace International (2012)
E a seguir, algumas informações sobre as primeiras colocadas no ranking.
8.1. Wipro A Wipro é uma empresa indiana de eletrônicos que aparece pela primeira vez
no Guia do Greenpeace, ocupando até de forma surpreendente o primeiro lugar no
ranking.
Ela estabeleceu a meta de reduzir 85% das suas emissões de poluentes.
Atualmente, é líder em utilização de energia renovável e em redução de gases de
efeito estufa.
53
A empresa indiana também ganhou pontos por seu programa de coleta de lixo
eletrônico, pela reciclagem dos materiais e pela limpeza de resíduos contaminantes
utilizados na fabricação dos produtos.
8.2. HP A HP (Hewllett-Packard) era a líder na edição anterior do guia, e agora ocupa
a 2ª posição. A empresa oferece produtos com boa eficiência energética, além de
fazer uma gestão criteriosa de sua cadeia de fornecedores.
É também considerada líder em operações sustentáveis devido a seu
programa de emissões de carbono.
A HP Brasil afirmou que, por meio do seu programa de sustentabilidade
ambiental, 1,4 bilhão de quilowatts de energia foram economizados por meio de
estratégias de design de desktops e notebooks, 50% de redução na quantidade de
papel e plástico utilizados nas embalagens de impressoras, 100 mil toneladas de
plásticos reciclados na fabricação de novos produtos de impressão, 10 mil
servidores reciclados e 151 mil toneladas de hardware e suprimentos recuperados
para reciclagem e recomercialização.
8.3. Nokia A tradicional marca finlandesa, maior fabricante de celulares do mundo,
investe em projetos de carregamento fotovoltaico para celulares, mas, segundo o
Greenpeace, ainda precisa desenvolver novas estratégias de redução de consumo
de energia, seja em eficiência energética ou no aumento do uso de fontes
renováveis.
Ela reconhece que algumas medidas parecem pequenas, mas afirma que
mais de 900 milhões de pessoas em todo o mundo têm um celular da empresa, o
que amplia o alcance de qualquer medida adotada.
A companhia adicionou um recurso aos modelos que avisa o usuário quando
a bateria já está totalmente carregada. Assim, ele pode tirar o celular da tomada e
evitar o gasto que acontece mesmo quando o aparelho está em modo de espera.
Este modelo foi seguido por praticamente todas as fabricantes de celulares no
mundo.
A empresa também investiu na redução das embalagens de seus aparelhos
feitos em Manaus (Amazonas). De fevereiro de 2006 a dezembro de 2007, isso
54
representou 5.000 caminhões a menos na estrutura de logística da companhia. Além
disso, só em 2007 ela economizou 15 mil toneladas de material.
A previsão é de que a Nokia deverá definir novas metas de redução de gases
de efeito estufa em 30% nos próximos três anos.
8.4. Acer A empresa do Taiwan foi uma das empresas que mais avançou no quesito
sustentabilidade. Em comparação com a edição anterior do ranking do Greenpeace,
ela avançou nove posições, ocupando agora o 4º lugar.
Suas ações sustentáveis são cada vez mais amplas - como os esforços para
reduzir a emissão dos gases de efeito estufa e diminuir o uso de contaminantes e
substâncias tóxicas na fabricação de computadores.
Além disso, a Acer ganhou destaque por evitar a extração de minerais em
áreas de conflito e por monitorar a cadeia produtiva.
8.5. Dell A empresa americana foi a segunda colocada no ranking anterior, e agora
figura na 5ª colocação do ranking de 2012.
O principal motivo apontado pela ONG para a queda foi a elaboração dos
produtos Dell: a fabricante não cumpriu com o compromisso de eliminar o uso de
PVC e de BFR nos processos de produção, mesmo após assinar o acordo.
55
9. CRONOGRAMA
Atividades Mai Jun Jul Ago Set Out
Pesquisa do tema
X
Definição do tema X
Pesquisa bibliográfica
X X
Coleta de dados
X X
Apresentação e discussão dos dados
X
Elaboração do projeto
X
Entrega do projeto X
56
10. CONCLUSÃO
Sem dúvida alguma todos precisam colaborar com a sustentabilidade, não
apenas todas as pessoas, mas principalmente as diversas áreas de trabalho. E com
a Tecnologia da Informação não é diferente, a visão verde deve estar presente no
desenvolvimento tecnológico.
Compreender os benefícios para a natureza que as empresas poderiam
propiciar parecia insuficiente há um tempo, tanto que agora a conscientização utiliza
a amostra dos benefícios que as empresas também podem ter, e ao que parece a
ideia vem dando certo. Os resultados ainda não satisfazem aquilo que se deseja
alcançar, mas é inegável que melhorias contínuas estão sendo implantadas
principalmente pelas grandes empresas de tecnologia, tendo em vista que são essas
que realmente comandam o mercado mundial de tecnologia.
A contribuição das Redes de Computadores para a TI Verde é muito especial,
pois as redes formam a chamada “espinha dorsal” da Informática. E a adoção da TI
Verde nas Redes de Computadores proporciona benefícios tão bons quanto. As
novas ideias, como a Computação em Nuvem, mostram grandes vantagens para
ambos os lados, e isso anima os profissionais de TI, os usuários da tecnologia e os
amantes da natureza. Entender como cada componente trabalha numa rede ajuda
significativamente a compreender como pode haver uma otimização de recursos
visando políticas verdes. É realmente um grande conjunto de fatores (dispositivos e
pessoas), todos se ajudando em busca de desenvolvimento sustentável.
A evolução da tecnologia também contribui muito para a TI Verde, pois as
tecnologias também podem ser desenvolvidas com o intuito da sustentabilidade.
Além disso, a maioria das empresas/pessoas parece estar compreendendo bem que
valorizar aqueles que adotam políticas verdes ajuda a fortalecer ainda mais a ideia.
Ainda falta muita coisa, mas pelo menos as coisas parecem estar andando
pelo caminho certo.
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REFERÊNCIAS
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Verde . 2011. 58 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós Graduação em Redes de
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2010. 47 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnólogo em Informática com Ênfase
em Gestão de Negócios) - Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo,
2010. [Orientador: Prof. Ms. Angelo Lotierzo Filho].
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ambiente . 2009. 63 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnólogo em Informática
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Paulo, 2009. [Orientador: Prof. M. Sc. Leandro Colevati dos Santos].
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