Post on 02-Aug-2015
Afecções do Sistema Respiratório Inferior e Superior em Cães e Gatos
Pneumologia e Cardiologia em Cães e Gatos- CMCPA
Instituto Qualittas de Pós-Graduação
Danielle Graziani Prada, MV, MSc.
PetHeart Serviço de Cardiologia Veterinária
www.petheart.com.br
Relembrando...
Crepitação? Doença respiratória: bronquite, pneumonia, fibrose
Doença cardíaca: ± edema pulmonar
Sibilos? Respiratório: bronquite, asma ou compressão brônquio- aumento do AE
Colapso de traquéia tosse sonora, estridente
Relembrando...
�Roncos: alterações na faringe, laringe e traquéia (paralisia de laringe, colapso de traquéia, gatos jovens com pólipo retro-faríngeo e gatos idosos com fungos ou massas na região de laringe/faringe)
Relembrando...
�Quando tenho algum problema nas vias aéreas...
�Superiores: ocorre colabamento das narinas e da traquéia cervical
�Inferiores: ocorre colabamento da traquéia torácica e brônquios
É por isso que...
�A dispnéia inspiratória reflete problemas no trato respiratório superior
�A dispnéia expiratória reflete problemas no trato respiratório inferior
Lembre-se
�Os receptores da tosse estão, em sua maioria, na traquéia
�Parênquima pulmonar (alvéolos e brônquios) não tem receptores de tosse...
... por isso, se o animal tiver somente alteração em parênquima pulmonar (fibrose pulmonar, por exemplo) ele não terá tosse, terá somente dispnéia.
Colapso de Traquéia
�A traquéia é um “tubo” que permite a passagem de ar da laringe até os pulmões
�Dividida em traquéia cervical e torácica�É composta por anéis de cartilagem com o
formato da letra “C” e o ligamento dorsal da traquéia que conecta os anéis formando um tubo
Colapso de Traquéia
�A laringe é a porta de entrada da traquéia e nessa região existem dois nervos, um de cada lado da traquéia, chamado de nervo laringeano recorrente
�Quando ocorre uma lesão nervosa, desenvolve-se o que chamamos de paralisia de laringe
Colapso de Traquéia
�É causa comum de tosse aguda ou crônica e de estresse respiratório no cão
�Comum em raças pequenas de cães e raro em raças grandes e gatos
�Faixa etária: 1-15 anos�Sem predisposição sexual
Colapso de Traquéia
�Etiologia desconhecida: defeitos genéticos (deficiência na condrogênese-deficiênciade sulfato de condroitina) e doenças adquiridas como trauma, degeneração da cartilagem, perda da invervação do músculo traqueal dorsal
�HAC: excesso de cortisona promove “flacidez” da cartilagem
Colapso de Traquéia
�Sintomas mais graves podem estar associados à obesidade
�O colapso pode ocorrer tanto na porção cervical quanto na porção torácica e depende da fase da respiração
�A maioria dos cães tem colapso das duas porções
Colapso de Traquéia
Fonte: www.vetsurgerycentral.com
O colapso ocorre na direção dorso-ventral, com prolapso dinâmico da membrana dorsal para dentro do lumen traqueal durante a respiração.
Colapso de Taquéia
�O colapso dinâmico promove irritação mecânica da mucosa que aumenta a produção de muco, edema e inflamação.
�A disfunção do sistema mucociliarperpetua a tosse
Sintomas
�Tosse seca e sonora�Piora associada ao exercício, ao comer,
compressão cervical (coleiras)�Vômito e engasgos na tentativa de
remover as secreções da laringe�Sintomas podem ser agravados por
doenças do trato respiratório inferior e obstrução da laringe (paralisia da laringe, nódulos, edema)
Sintomas
�Cianose�Síncope�Auscultação: sons musicais e chiados
devido ao fluxo turbulento na traquéia�30% dos cães com colapso de traquéia
tem paralisia de laringe concomitante�Colapso grave da traquéia cervical pode
ser palpado
Sintomas
�Dispnéia�Taquipnéia�Pressão abdominal na expiração�Sons pulmonares de difícil auscultação
devido ao ruído laringo-traquealpropagado (vibração)
Diagnóstico
� Hemograma
� Perfil Bioquímico� Teste para HAC (suspeita clínica)
� Exame de Urina� Fluoroscopia – radiografia em tempo real que
permite a avaliação durante a inspiração e expiração
� Traqueo-Broscoscopia
� Radiografias torácicas simples
Terapia
�Estresse respiratório:�O2�Butorfanol (0,05 mg/kg-0,1 mg/kg SC) +
Acepromazina (0,01-0,1 mg/kg SC)�Morfina (0,1-0,25 mg/kg SC ou IM)�Glicocorticóides de curta duração
(dexametasona 1 mg/kg ou Solu-Cortef® 50 mg/kg IV)
Terapia Medicamentosa
� Supressores de tosse (codeína 0,2-0,5 mg/kg vo bid-tid; butorfanol 0,55-1,1 mg/kg vo qdo necessário; hidrocodona (0,22 mg/kg bid-quid)
� Corticosteróides de curta duração� Broncodilatadores (teofilina ou aminofilina 10 mg/kg bid;
terbulatina (ß-agonista) 1,25-5 mg/cão)� Perda de peso� Manejo (coleiras peitorais)� Evitar excitação� Evitar superaquecimento� Atb (doxiciclina 3-5 mg/kg vo bid 10-14 d)
Terapia Cirúrgica
� Indicado para casos graves�Cervical (maior sucesso)�Métodos
�Anel plástico
Fonte: www.vetsurgerycentral.com
Prognóstico
�Reservado a ruim em casos graves�Complicações pós-operatórias (falha da
eficácia do stent em região de muita movimentação- entrada do tórax)
Paralisia de laringe
�Cirurgias da tireóide ou trauma podem ser fatores de risco
� Idosos são mais acometidos e raças de grande porte
�Sintomatologia: ruído inspiratório (estridor), vibração da região da laringe, dispnéia inspiratória, roncos
Diagnóstico
�Visualização do movimento da laringe sob sedação leve
�Radiografias torácica e cervical para excluir massas na região da oro-faringe e doenças pulmonares
Paralisia de laringe
�Terapia cirúrgica em casos graves�Prognóstico reservado e risco de
pneumonia por aspiração
Pneumonia por aspiração
�É normal aspirar pequenas quantidades de material da oro-faringe para dentro das vias aéreas, mas mecanismos de defesa (reflexo faringeano, limpeza mucociliar, tosse) previnem o desenvolvimento da pneumonia
Pneumonia por aspiração
�Megaesôfago, Miastenia gravis, esofagite por refluxo, anomalias da orofaringe (fenda palatina, prolongamento do pálato, paralisia da laringe ou mesmo o pós-operatório da mesma, síndrome do braquicefálico), êmese, doenças metabólicas etc.
Microorganismos encontrados
�Bactérias aeróbicas gram-positivas e negativas
�Bordetella sp, Sterptococcus sp, Staphylococcus sp, E.coli, Pasteurella sp(gatos), Klebsiella sp, Proteus sp, anaeróbicos e Mycoplasma sp
�Cultivo de lavado traqueal ou broncoalveolar
Terapia
�Cães (estável)�Sulfa-trimetoprim 15-30 mg/kg BID VO-SC�Cefalexina 20-40 mg/kg VO TID�Amoxi-Clavulanato 22 mg/kg BID-TID VO
�Cães (instável)�Cefazolina 15-25 mg/kg IV TID-QUID�Ampicilina 20-40 mg/kg IV-SC + Enrofloxacina
2,5 mg/kg IV-IM BID (lento!)
Terapia
�Felinos (instável)�Cefazolina 33 mg/kg BID-TID IV-IM�Ampicilina 20-40 mg/kg TID IV-SC +
Enrofloxacina 2,5 mg/kg BID IV (dose não deve exceder 5 mg/kg/dia - cegueira!)
�Felinos (estável)�Amoxi-clavulanato 10-20 mg/kg VO TID�Sulfa-trimetoprim 15-30 mg/kg VO-SC BID�Cefalexina 22-44 mg/kg TID VO
Terapia complementar
�Nebulização (humidificação das vias aéreas) por 15 min, 3-4 x/dia
�Broncodilatadores�Percussão torácica (tapotagem)�Fluidoterapia
�Lembre-se: associando-se enro e teofilina, deve-se diminuir a dose da teofilina em 30%
Bronquite Crônica
�Processo inflamatório dos brônquios nem sempre associada à processo infeccioso
�Bordetella bronchiseptica pode estar associada
�Muitas vezes a infecção, se ela existe, éde origem de bactérias da cavidade oral e do trato respiratório superior
Felinos
� Sinônimos: asma, doença brônquica felina
� Muitas vezes a causa da doença brônquica não é descoberta
� A terapia se baseia no uso de corticóides e broncodilatadores
� Os sintomas são tosse, dispnéia, intolerância ao exercício
Asma Felina- Terapia (Padrid)
� Sintomas brandos: 220 ug de propionato de fluticasonaBID e albuterol sempre que necessário, via espaçador. Efeito máximo da fluticasona leva de 7-10 d.
� Moderado: idem acima + prednisona 1 mg/kg BID 5 d e SID 5 d
� Grave: dexametasona 2 mg/kg IV e albuterol, via espaçador, 30-30 min por 4 h + O2. Qdo melhor, fluticasona 220 ug BID e albuterol QUID, qdonecessário.
� Risco de vida ou sintomas freqüentes: terbutalina inj ou albuterol via espaçador em casa
Edema Pulmonar não cardiogênico
�Qualquer obstrução das vias aéreas pode levar ao desenvolvimento de edema pulmonar (neste caso, não cardiogênico)
�Termação, pneumonite urêmica, paralisia de laringe, colapso de traquéia, neoplasia da orofaringe etc.
�Ocorre por processo inflamatório e extravasamento de fluido para o interstício