Álbum de fotografias comentadas O Cabeço Santo e sua vizinhança entre 18 de Setembro e o...

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Álbum de fotografias comentadas

O Cabeço Santo e sua vizinhança entre 18 de Setembro e o

princípio de Outubro de 2005

Depois de, durante a noite e a madrugada de 18 de Setembro, o fogo ter queimado milhares de hectares de tudo o que encontrou pela frente, entre Linhar de Pala, no Concelho de Mortágua, e as freguesias de Agadão, Belazaima e Aguada de Cima, no Concelho de Águeda, e ainda em localidades do Concelho de

Anadia, o eucaliptal fumega ainda na tarde desse Domingo.

Algo difícil de descrever por uma foto, mais ainda que o cheiro a fumo que tudo permeia, é o silêncio, não um silêncio vivo, como o de uma orquestra que se cala por um instante, mas que deixa no ar uma vibração que se sente, mas um silêncio sepulcral, definitivo, tornado ainda mais pesado por uma brisa

triste que se levanta.

Um pequeno e jovem carvalhal, cercado pela voracidade das chamas, que progrediram através das copas dos eucaliptos, não pode resistir à hecatombe.

Eucaliptal jovem vergado pelas vigorosas correntes de ar, fumo e chamas que se geraram.

Dois dias depois, uma nuvem de fumo ainda encobria o céu, entre o Cabeço do Meio (à direita) e o Cabeço Santo (à esquerda).

Pequeno vale no dia 1 de Outubro, já junto a Belazaima, onde o incêndio se deteve.

Outro vale, situado num eucaliptal que havia sido cortado antes do incêndio. Como caracterizar esta paisagem?

Medronhal com alguns pinheiros dispersos, no Cabeço Santo, a 7 de Outubro.

Outra zona de medronhal mais disperso, onde o matagal era dominante.

Aqui, onde o medronhal era mais denso, a densidade do negro era ainda mais opressiva.

Outra perspectiva de uma densa zona de medronhal.

Medronheiro de troncos múltiplos. Visão de uma estranha beleza, apesar de tudo.

A 7 de Outubro já era contudo possível observar sinais do renascimento. Aqui, uma planta do matagal lenhoso.

Mais notável ainda, diria mesmo, comovente, já era possível observar flores. Aqui, campainhas de Outono. De notar ainda que, entre 18 de Setembro e 7 de Outubro, praticamente não tinha chovido.

Embora desfocada, outra flor a 7 de Outubro, testemunhando a tenacidade da vida.

Aldeia desabitada de Belazaima-a-Velha, ainda a 7 de Outubro.

A 15 de Outubro, e mesmo depois de alguma chuva já ter caído, ainda era possível encontrar fontes de fumo, onde a combustão se manteve, lentamente, no solo.

Ribeiro de Belazaima, junto a Belazaima-a-Velha, ainda a 15 de Outubro.

Estas mimosas, quebradas pela força da tempestade de fogo, mostram bem a violência que ele atingiu nas áreas de eucaliptal, onde foi alimentado pela elevada combustibilidade da sua folhagem.