Álcool e Outras Drogas: Uma Questão de Todos Nós · – Haxixe (a partir do óleo que envolve os...

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Paulo Mittelman

Psicólogo Clínico

Professor do Curso de Pós – Graduação em Prevenção e Tratamento de Abuso de

Drogas da PUC / RJ

Álcool e Outras Drogas: Uma Questão de Todos Nós

2

O que as pessoas buscam quando

usam substâncias psicoativas e se

engajam em comportamentos

adictivos.

O que é Droga? Origem da palavra:

Drowa (árabe): bala de trigo.

Drooge Vate (holandês): tonéis de folhas secas. Antigamente quase todos os medicamentos eram feitos à base de vegetais.

Definição (OMS, 1981):

Qualquer substância natural ou sintética, que não seja um nutriente e que administrada a um organismo afeta sua estrutura ou função.

De Quais Drogas Nós Estamos Falando?(I)

Use Linimento Mustang : Você vai ficar bem em um ou dois dias e seu cavalo também.

De Quais Drogas Nós Estamos Falando? (II)

Pastilhas Poncelet: Contra a tosse, constipações e bronquites.

Bem, eu declaro que

apenas uma dose do

Extrato do Eilert pára

a minha tosse

imediatamente.

De Quais Drogas Nós Estamos Falando? (II)

Pastilhas Poncelet: Contra a tosse, constipações e bronquites.

Bem, eu declaro que

apenas uma dose do

Extrato do Eilert pára

a minha tosse

imediatamente.

De Quais Drogas Nós Estamos Falando? (III)

Eu só bebo para

tornar você

mais

interessante!

Guinness para

a Força!

De Quais Drogas Nós Estamos Falando? (IV)

Evite essa

futura

sombra.

Para manter uma

figura delgada.

Ninguém pode

negar...

Para sempre...

(Procure por um LUCKY,

no lugar de um doce)

De que momento da relação com a Droga nós

estamos falando? (I)

A cerveja vai mudar o Mundo. Eu não sei

como, mas vai!

Sem Destino Autor: Paulo Mittelman

De que momento da relação com a Droga nós

estamos falando? (II)

Tromboangeite

Obliterante:

Doença quase

exclusiva de

fumantes.

Antes: Depois:

Ele pediu para ser

fotografado

como exemplo

aos fumantes.

De que momento da relação com a Droga nós

estamos falando? (III)

Witney Houston: Uma da maiores cantoras americanas, antes e depois de seu envolvimento

com o Crack.

Esta estudante norte americana foi presa, a 1ª vez em 1983, com 14 anos, por porte e uso

drogas. A última, em 97 com 28 anos. Morreu de overdose aos 30 anos.

O Que é Droga Psicoativa?

Substância que pode modificar sensações, humor, consciência

ou outras funções psicológicas ou comportamentais.

A sua proteção contra irritação da garganta e contra a tosse

Classificação das Drogas Psicoativas

• Drogas Depressoras do S.N.C.

• Drogas Estimulantes do S.N.C.

• Drogas Perturbadoras do S.N.C. (ou Alucinógenas).

• Club Drugs ou Designer Drugs.

• Outras.

Drogas Depressoras do S.N.C. • Álcool.

• Tranqüilizantes ou Ansiolíticos (benzodiazepínicos): Frontal, Psicosedin,

Rivotril, Olcadil, Valium, Lorax, Rohipnol, Dalmadorm, Dormonid.

• Inalantes (sedação, tontura, desinibição, relaxamento): lança-perfume, cola de

sapateiro, cheirinho da loló, thinner, acetona, esmalte de unha, gás de

isqueiro.

• Opiáceos ou Opióides:

– Naturais: Morfina, Codeína → Dimorf, Setux, Tylex.

– Semi-sintéticos: Heroína, Metadona.

– Sintéticos: Dolantina, Demerol, Meperidina.

Drogas Estimulantes • Cocaína:

– Cloridrato de cocaína → pó (aspirado) – 10 a 15 min. p/ efeito.

(injetado) – 3 a 5 min. p/ efeito.

– Crack → pedra (fumado) – 10 a 15 seg. p/ efeito.

– Merla → pasta (fumado) – 10 a 15 seg. p/ efeito.

• Anfetaminas (bolas ou rebite):

– Dualid, Hipofagin, Inibex, Desobesil, Ritalina.

– Metanfetaminas Ice (inalado)

Ecstasy (metilenodioximetanfetamina - MDMA)

O Brasil é o líder mundial no consumo de anfetaminas – 30 toneladas de medicamento por ano (Carlini – diretor do CEBRID).

• Nicotina: 200.000 mortes por ano no Brasil. 4,9 milhões de mortes por ano no mundo.

• Cafeína

Drogas Alucinógenas ou Perturbadoras

• THC

– Maconha (brotos e folhas da Cannabis sativa) – 3 a 5% de THC.

– Haxixe (a partir do óleo que envolve os brotos) – 15% de THC.

– Skunk (modificação genética da Cannabis ) – 30% de THC.

– Letargia, bem-estar, aumento da percepção de cores, texturas e paladar.

– Prejuízo da concentração e memória.

• Daime (ou Ayahuasca)

– Bebida preparada com duas plantas: caapi e chacrona.

• Psilocibina

– Alcalóide encontrado em cogumelos do tipo Psilocibe. Alterações na percepção, no pensamento e humor lábil.

• Anticolinérgicos

– Naturais: Trombeta de Anjo ou Lírio, Datura ou saia branca, beladona.

– Sintéticos: Artane (aranha), Bentyl (bentinho), Akneton. Ilusões visuais e auditivas, euforia e pânico.

• LSD (Ácido, Doce)

• MDMA (Ecstasy)

Club Drugs ou Designer Drugs

• MDMA (Ecstasy)

Derivado da anfetamina, com propriedades estimulantes e

alucinógenas.

Os usuários relatam bem-estar, empatia e conexão com os

outros.

• GHB (também chamado Ecstasy líquido)

Depressor do S.N.C., foi utilizado como anestésico nos anos

60, como anabolizante nos anos 80 e como club drug desde

os anos 90.

• Quetamina (também chamada Special K, K, Vitamina K)

Sintetizada nos anos 60 como anestésico, seus efeitos

alucinógenos a contra-indicaram em seres humanos.

• Metanfetaminas (também chamadas Ice, Meth e Cristal)

Anfetaminas modificadas, fabricadas em laboratórios

clandestinos. Alto grau de dependência.

• Rohipnol (flunitrazepan)

Benzodiazepínico usado no golpe “boa noite cinderela”.

Drogas modificadas em laboratórios com a finalidade de potencializar ou criar

efeitos psicoativos. Predominantemente usadas em “raves” por “clubbers”.

Outras Dependências

• Jogo Patológico

• Comportamento Sexual Compulsivo

• Comer Compulsivo

• Comprar Compulsivo

• Dependência de Internet

Padrões de Consumo e Problemas Relacionados (I) • Não existe um consumo absolutamente isento de riscos:

• Quando o consumo é comedido e com precauções preventivas, é denominado consumo de baixo risco.

• Quando o consumo gera problemas sociais, físicos e psicológicos relacionados estritamente àquele episódio de consumo, diz-se que houve uso nocivo ou abuso.

• Quando o consumo se mostra compulsivo e destinado a evitação de sintomas de abstinência, fala-se em dependência.

Padrões de Consumo e Problemas Relacionados(II)

Existem padrões individuais de consumo que variam de

intensidade e gravidade ao longo de uma linha contínua.

(CREMESP / AMB)

Padrões de Uso e Problemas Relacionados (III) A OMS estabelece no seu Manual de Intervenção Breve para o Consumo de Risco

de Álcool, uma correlação entre a pontuação no teste AUDIT (Alcohol Use

Disorders Test), diferentes padrões de consumo de álcool e diferentes níveis de

prejuízo e comprometimento.

Pontuação do AUDIT Tipos de Bebedores

0 -7

8 - 15

16 - 19

20 ou + Provável dependência de álcool

Bebedores de alto risco

Bebedores de risco

Abstêmios e bebedores

de baixo risco.

22

Exemplos de

Problemas

Relacionados ao

Padrão de Abuso ou

Uso Nocivo

23

Uso de Drogas por Crianças e

Adolescentes em Situação de Rua (Levantamento Nacional realizado em 2003)

24

Comparação com os levantamentos anteriores

(1993 e 1997)

5249

7,3

20

11,8

0,9 0,9

55,1

42,7

10,1

39,3

16,8

1,1 0

80,7

37,8

51,1

59,3

45,2

0 0,70

20

40

60

80

100

Tabaco Álcool Solventes Maconha Cocaína e

derivados

Artane Rophyol

1993 (n=110)

1997 (n=89)

2003 (n=135)

52

7,3

20

11,8

80,7

51,1

59,3

45,2

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Tabaco Solvente Maconha Cocaína

1993

2003

Diminuiu apenas o consumo de bebida alcoólica:

49% em 1993 X 37,8% em 2003

A comparação com os levantamentos anteriores indicou o aumento do consumo de várias drogas.

Parâmetro de uso no mês

25

Uso de Drogas e

Trânsito

26

1,43,0

9,2

16,7

20,2

25,0

33,030,4

25,5

19,3 19,7

15,4

12,2

8,5

5,7

2,40,2 0,5

32,4

28,1

18,0

28,526,2

0

5

10

15

20

25

30

35

Age in Years

12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 30-34 40-44 50-54 60-64

26-29 35-39 45-49 55-59 65 or

Older

Driving a Vehicle Under the Influence of Illicit Drugs or Alcohol

in the Past Year, by Age: 2004

Percent Driving Under the Influence in Past Year

Joe Gfroerer, 2006

Levantamento nacional sobre uso de drogas e saúde nos EUA – OAS, SAMHSA.

Em 1986, mais de 40% das mortes de adolescentes americanos resultaram de acidentes automobilísticos, metade dos quais relacionados ao consumo de álcool.

27

Álcool e Trânsito

• Grande parte dos acidentes de trânsito com vítimas está associado ao uso de bebidas alcoólicas pelo condutor do veículo ou pelo pedestre vítima de atropelamento.

• Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (ABRAMET) em quatro grandes capitais brasileiras (Curitiba, Brasília, Salvador e Recife) aponta que 61% dos acidentados haviam ingerido bebida alcoólica antes do acidente. A pesquisa também revelou que o jovem é sempre a maior vítima.

• Em um estudo com dados específicos para São Paulo, Carlini-Cotrim e Chasin estudaram a alcoolemia em mortes com causas externas em pessoas com 13 anos ou mais no IML em 1994. Resultados positivos para álcool foram encontrados em 53,2 % dos pedestres e 50,6 % de todas as outras vítimas de acidentes de carro cuja alcoolemia foi acessada.

Uso de Drogas na Gestação

Fig. C : Reprinted with permission

from Jones et al. (1973). Copyright

1973 by the Lancet Ltd.

Síndromes Relacionadas ao Consumo Materno

de Álcool na Gravidez

Tornou-se consensual a idéia de que a exposição fetal ao

álcool produz complicações ao longo de um contínuo.

- A Síndrome Alcoólica Fetal – SAF seria a situação de maior

gravidade.

Fig. A:

Fetal Alcohol Syndrome, Diagnosis, Epidemiology,

Prevention, and Treatment. (Institute of Medicine,

1996).

Fig. B:

Reprinted with permission from Clarren & Smith, (1978).

Copyright 1978 by the New England Journal of

Medicine, Massachusetts Medical Society.

Alguns Dados para reflexão:

• A Síndrome Álcoólica Fetal é a causa mais conhecida de retardo mental infantil na civilização ocidental. (National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism-NIAAA)

• A incidência da SAF é estimada em 1/1000 nascimentos.

• Menos de 10 % dos indivíduos com SAF e Distúrbios Neurodesenvolvimentais conseguem viver e trabalhar independentemente. ( Ann Streissguth, Fetal Alcohol and Drug Unit http://depts.washington.edu/fadu/ )

• Não existem níveis seguros para ingestão de bebida alcoólica na gravidez.

Incidência da SAF nos EUA nas duas últimas

décadas (www.niaaa.nih.gov/publications/)

Uso de Drogas no Local de

Trabalho

Dados do Levantamento Nacional de Uso

de Drogas e Saúde nos E.U.A. em 2005*

• ¾ das pessoas com problemas de abuso de álcool e drogas

estavam empregadas.

• 75% dos adultos usuários de drogas ilícitas estavam

empregados.

• 81% dos bebedores pesados (acima de 5 doses por ocasião,

pelo menos 1 vez por semana) estavam empregados.

• 77% dos adultos dependentes de substâncias estavam

empregados.

* Substance Abuse and Mental Health Services Administration (SAMHSA) /

Office of Applied Studies (OAS)

Critérios Diagnósticos para Abuso e para

Dependência de Drogas

Critérios diagnósticos para Abuso de Substância ( DSM . IV )

• A – Um padrão mal-adaptativo de uso levando a prejuízo, manifestado por um (ou mais) dos seguintes aspectos, dentro de um período de 12 meses:

1 – Uso recorrente da substância resultando em um fracasso em cumprir obrigações importantes no trabalho, na escola ou em casa.

2 – Uso recorrente da substância em situações nas quais isto representa perigo físico.

3 – Problemas legais recorrentes relacionados à substância.

4 – Uso continuado da substância, apesar de problemas sociais ou interpessoais recorrentes causados pelos efeitos da substância.

• B – Os sintomas não satisfizeram os critérios para Dependência de Substância.

Critérios diagnósticos de Dependência (I) ( CID 10 )

Um diagnóstico de dependência deve ser feito somente se três ou mais dos seguintes requisitos tiverem ocorrido em algum momento do ano anterior:

• 1 – Compulsão para o Consumo: A experiência de um desejo incontrolável de consumir uma substância. O indivíduo imagina-se incapaz de colocar barreiras a tal desejo e sempre acaba consumindo.

Frases típicas:

- “Se eu tomar um, não paro mais.”

- “Se eu passar pela boca, entro.”

- “Se eu fumar uma vez, volto.”

- “Passo o dia fissurado por um gole.”

• 2 – Aumento da Tolerância:

A necessidade de doses crescentes de uma determinada substância psicoativa para alcançar

efeitos originalmente obtidos com doses mais baixas.

Frases típicas:

- “Eu sou forte para a bebida.”

- “Um tirinho (de cocaína) já não é a mesma coisa de antes.”

- “Um baseado já não me deixa retardado.”

Critérios diagnósticos de Dependência (II)

• 3 – Síndrome de Abstinência: O surgimento de sinais e sintomas de intensidade variável quando o consumo da substância cessou ou foi reduzido.

Frases típicas:

- “Pela manhã sempre estou irritado. Os sons me incomodam e as pessoas me tiram do sério facilmente. Depois de beber uma pinguinha, tudo melhora instantaneamente.”

- “Se eu não tomar um comprimido de 2 em 2 horas, me sinto ansioso.”

- “Lá pelo terceiro dia sem fumar começo a me sentir ansioso, fissurado, desconcentrado. Tenho a sensação de que nunca mais levarei uma vida tranquila novamente.”

• 4 – Dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância em termos de seu início, término e níveis de consumo:

Frases típicas:

- “Tem dias que eu juro que não vou beber e quando vejo, já estou com o copo na mão.”

- “Eu penso em ficar só 15 minutos no bar e quando me dou conta, já é de noite.”

Critérios diagnósticos de Dependência (III)

• 5 – Estreitamento do Repertório e Relevância do Consumo:

Abandono progressivo de prazeres e interesses alternativos em favor do uso da substância. Aumento do tempo gasto para obter, consumir e se recuperar dos efeitos do uso.

Frase típica:

- “Estou mais distante porque as pessoas se modificaram ao meu redor. Minha mulher só reclama e meus filhos parecem me evitar. Na verdade, também ando sem tempo para a família. Tenho procurado emprego, mas a crise está pegando. Por isso tenho ficado mais tempo no botequim. Sempre aparece algum contato interessante por lá.”

• 6 – Persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de consequências manifestamente nocivas físicas e/ou emocionais:

Frases típicas:

- “Eu tenho que parar de comer aquela empada no bar do Manoel. Ela sempre me faz mal.”

- “Não namoro mais garotas caretas. São muito controladoras.”

- “Não vejo a hora de sair deste hospital e tomar um chopp pra comemorar minha recuperação.” (depois do 30 acidente de carro causado por embriaguez ao volante)

Um processo que pode ser modificado

A idéia central de perceber os padrões de

uso como partes de um contínuo, é entender

a Dependência Química como um processo

que pode ser modificado.

Adaptado de Vernon E. Johnson

Processo de Desenvolvimento

do Alcoolismo

- O alcoolismo é entendido como um processo.

- Esse processo tem fases com características conhecidas e previsíveis.

- O “por que” do alcoolismo pode não ser ainda totalmente conhecido, mas o “como” pode ser descrito.

- A descrição é feita utilizando-se o Gráfico das Emoções.

- O alcoolismo atinge 10% de cada grupo no gráfico.

Depressão Euforia

Normal

Processo de Desenvolvimento do Alcoolismo

Depressão Euforia

0

Normal

1 2

Aprende a oscilação das emoções pela dosagem.

A pessoa aprende pela experiência.

O relacionamento com o álcool é positivo antes de ser negativo (festas, “ happy hour ”, aperitivos, almoços de negócios).

A propaganda ajuda a fixar:

“Deu duro? Tome um...”.

“Tá na hora de molhar o bico”.

“Refresca até pensamento”.

Fase 1: Aprendizado da Oscilação das Emoções

- Uso excessivo do álcool, ocasionalmente.

- Não há preço emocional: volta ao ponto 0.

- Na fase 2 a pessoa usa o aprendizado da fase 1, buscando as oscilações das

emoções.

- Bebe pelo efeito.

- Essa fase pode levar muito tempo. Familiares, amigos, professores e profissionais

de saúde podem ter um papel importante.

0

6

Depressão Euforia

Normal

Fase 2: Procura da Oscilação das Emoções

- A pessoa tornou-se dependente do álcool de forma prejudicial.

- Paga um preço emocional progressivo, com declínio da auto-estima.

- Surgem mecanismos de defesa para proteger o alcoolista da dor emocional.

- Os mecanismos de defesa, para funcionarem, têm que ser inconscientes.

Depressão Euforia

-4

-

-3 -2 -1 0 5

Normal

Fase 3: Dependência Nociva

Massa livre de

sentimentos negativos

sobre o “si mesmo”

Depressão Euforia

0 -8

Mecanismos de defesa

enclausuram sentimentos

negativos sobre o “si mesmo”

resultando em descoordenação

mental

-Os mecanismos de defesa mais comuns são:

a) Racionalização b) Projeção

c) Negação d) minimização

- Outras características possíveis:

a) Mudanças no estilo de vida

b) “Fuga geográfica”

c) Pensamentos Suicidas

Fase 3: Dependência Nociva

(Mecanismos de Defesa)

0 Depressão Euforia

-9

Não pode mais começar aqui

como no passado, para se sentir

“bem”

Deve começar onde está a

sua depressão crônica e

acaba caindo num estado

emocional pior

“No início o homem bebe a bebida

Depois a bebida bebe a bebida

Por fim, a bebida bebe o homem”

(ditado chinês)

Fase 4: Beber para sentir-se “normal”

Prevenção e Qualidade de Vida

Modificar o processo de desenvolvimento de

uma doença é atuar no campo da Prevenção.

Em relação ao consumo de drogas podemos

considerar como prevenção tudo aquilo que

possa ser realizado para, efetivamente,

impedir, retardar, reduzir ou minimizar o

uso de drogas e os prejuízos relacionados.

Prevenção no Local de Trabalho O processo de desenvolvimento da Dependência Química pode

ser interrompido, e o Local de Trabalho, devido ao elevado

envolvimento do homem moderno com esse ambiente onde ele

passa a maior parte de sua vida útil com interações sociais muito

significativas, é um cenário ótimo para que Ações de Prevenção

sejam postas em prática.

Alguns dados e conceitos importantes podem nos orientar na

elaboração de uma estratégia bem definida.

Dados Referentes ao Brasil (I)

• Cinco vezes mais chances de ocorrer acidentes de trabalho.

• Três vezes mais licenças médicas do que as concedidas para outras doenças.

• 50% do total de absenteísmo e licenças médicas.

• Oito vezes maior a utilização de diárias hospitalares.

• Três vezes maior a utilização de assistência médica e social das empresas por parte

dos familiares.

O uso indevido de álcool e outras drogas está relacionado com:

Dados Referentes ao Brasil (II)

• Os acidentes de trabalho provocados pelo consumo de drogas

lícitas ou ilícitas caíram 34%.

• Os atrasos por parte dos trabalhadores caíram 30%.

• As faltas por motivo de doença ou incapacitação caíram 10%.

• O uso de álcool caiu 12,5%.

• O uso de drogas ilícitas caiu 53%.

• O número de fumantes caiu 16%.

O Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODOC) em

parceria com o SESI-RS implantou, a partir de 1994, um programa de

Prevenção às Drogas no Ambiente de Trabalho e na Família.

A avaliação realizada em 30 empresas gaúchas participantes do projeto mostrou

que:

Um Modelo Realista de Prevenção e Qualidade

de Vida (I)

Um trabalho realista de Prevenção ao Uso de Álcool e Outras

Drogas no local de trabalho, consiste na diminuição dos

Fatores de Risco (ex.: falta de informações adequadas sobre as

drogas e seus efeitos, indefinição de regras quanto ao

consumo, baixa habilidade social) e no aumento dos Fatores de

Proteção ( informações adequadas sobre as drogas e seus

efeitos, existências de regras claras sobre o tema, capacidade

de se relacionar e interagir em grupo, oferta de atividades de

culturais e de lazer desvinculadas do uso de álcool e outras

drogas).

Além disso, deve ser oferecida uma abordagem de Intervenção

Breve aos empregados (identificação dos que apresentam

algum problema e oferecimento de alternativas ao uso). (OMS, 2001)

Paulo Mittelman

Psicólogo Clínico

Professor do Curso de Pós – Graduação em Prevenção e Tratamento de Abuso de Drogas da PUC / RJ

paulomit@hotmail.com Tel.: (21) 997640000

Obrigado!