Post on 18-Apr-2015
Alfabetização de Adultos e Conscientização
INSTRUMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO
Nenhuma ação educativa pode prescindir de uma reflexão sobre o homem e de uma análise sobre suas condições culturais.
Não há educação fora das sociedades humanas e não há homens isolados
O HOMEM COMO SER DE RELAÇÕES
Pluralidade
Temporalidade
Consequencia
Criticidade
O HOMEM E SUA ÉPOCA
O homem cria e recria, formando as épocas históricas
Necessidade permanente de uma atitude crítica para se integrar às tarefas de sua época
A passagem de uma época para outra caracteriza-se por fortes contradições que se aprofundam.
A TRANSIÇÃO
A transição é mais que a mudança:
Implica realmente na marcha que faz a
sociedade na procura de novas tarefas ou
mais precisamente na procura de objetivação;
As mudanças se produzem numa mesma
unidade de tempo, sem afetá-la
profundamente
BRASIL, UMA SOCIEDADE EM TRANSIÇÃO
A passagem de uma sociedade para outra:
Uma sociedade fechada para uma sociedade aberta (época que se desvanecia e outra que se formava)
DEMOCRATIZAÇÃO FUNDAMENTAL
Participação do povo em seu processo histórico
Ajudar o homem a organizar reflexivamente
o pensamento é colocar um novo termo
entre o compreender e o atuar: o pensar.
Fazê-lo sentir que é capaz de superar a via
dominante reflexiva (que se apresenta como
única). Participação do povo em seu
processo histórico.
A ORGANIZAÇÃO REFLEXIVA DO PENSAMENTO
COMO FAZÊ-LO ?
As resposta parecem estar:
- Num método ativo, diálogico, crítico, e criticista.
- Na modificação do conteúdo programático da educação;
- No uso de técnicas, como e de redução e a de codificação;
- Somente um método ativo, dialogal e participante poderia fazê-lo.
- E o que é o diálogo?
- (Uma relação horizontal de A com B).
NOVO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Mas, quem dialoga, dialoga com alguém sobre alguma coisa. Esta “alguma coisa” deveria ser um novo conteúdo programático.
- Destruição da compreensão mágica (alfabetização consciente) – (construção duma compreensão crítica crescente)
- Distinção entre natureza e cultura:
Natureza: o papel ativo do homem em sua realidade e com sua realidade.
Cultura: o acréscimo que o homem faz ao mundo que não criou, a cultura como resultado de seu trabalho, de seu esforço criador e recriador.
ALFABETIZAÇÃO COMO UM ATO CRIADOR
Todo o debate que se coloca é altamente crítico e motivador.
O analfabeto apreende criticamente a necessidade de ler e escrever. Prepara-se para ser o agente desta aprendizagem. E consegue fazê-lo na medida em que a alfabetização é mais que o simples domínio mecânico de técnicas para escrever e ler. Ela é o domínio das técnicas em termos conscientes. É entender o que se lê e escrever o que se entende.
Todo o debate que se coloca é altamente crítico e motivador.
A alfabetização é um passo no processo da cidadania, pois abre um horizonte na vida do adulto. Ela não é fim porém início, com o despertar para o desempenho da pessoa como ser social.
LEVANTAMENTO DO UNIVERSO VOCABULAR
Círculos de cultura
- Momentos de socialização das palavras
“ Paulo Freire convida os analfabetos para sair da apatia e do conformismo de demitidos da vida. Instiga-os a compreenderem que eles também são fazedores de cultura.”
Círculos de cultura
- O quê?
- Por quê?
- Como?
- Para quê?
- Por quem?
- Contra quem?
- Contra o quê?
- A favor de quem?
- A favor de quê?
Círculos de cultura
TEXTO:
Visita a um assentamento de Reforma Agrária no Chile
Livro: PEDAGOGIA DO OPRIMIDO
Círculos de cultura
Tomemos a palavra TIJOLO, usada como a primeira palavra em Brasília, nos anos 60, escolhida por ser uma cidade em construção, para facilitar o entendimento do leitor.
Círculos de cultura
1º - Apresenta-se a palavra geradora “tijolo” inserida na representação de uma situação concreta: homens trabalhando numa construção.
Círculos de cultura
2º - Escreve-se simplesmente a palavra “TIJOLO”
Círculos de cultura
3º - Escreve-se a mesma palavra com as sílabas separadas
“TI-JO-LO”
Círculos de cultura
4º - Apresenta-se a “família fonêmica” da primeira sílaba
“TA-TE-TI-TO-TU”
Círculos de cultura
5º - Apresenta-se a “família fonêmica” da segunda sílaba
“JA-JE-JI-JO-JU”
Círculos de cultura
6º - Apresenta-se a “família fonêmica” da terceira sílaba
“LA-LE-LI-LO-LU”
Círculos de cultura
7º - Apresentam-se as “famílias fonêmicas” da palavra que está
sendo decodificada
TA-TE-TI-TO-TU
JA-JE-JI-JO-JU
LA-LE-LI-LO-LU
Círculos de cultura
Este conjunto das “famílias fonêmicas” da palavra geradora foi denominado de “ficha de descoberta” pois ele propicia ao alfabetizando juntar os “pedaços, isto é fazer dessas sílabas novas combinações fonêmicas que necessariamente devem formar palavras da Língua Portuguesa.
Círculos de cultura
8º - Apresentam-se as vogais
A-E-I-O-U
Círculos de cultura
Em síntese, no momento em que o alfabetizando consegue, articulando as sílabas, formar palavras, ele ou ela, está alfabetizado (a).
O processo requer, evidentemente, aprofundamento, ou seja, continuidade.
Círculos de cultura
A eficiência e validade do “Métod” consistem em prtir da realidade do alfabetizando, do que ele já conhece, do valor pragmático das coisas e fatos de sua vida cotidina, de suas situações existenciais. Respeitando o senso comum e dele partindo.
“Através da decodificação da palavra, o alfabetizando vai-se descobrindo como homem, sujeito de todo o processo histórico”
Paulo Freire
“A alfabetização não pode ser feita de cima para baixo, nem de fora para dentro. Mas sim, de dentro para fora (daquilo que ele conhece – sua realidade)”
Paulo Freire