Post on 04-Jul-2020
· Finalmente, os resultados podem ser considerados significativos para a proposta final, já que através da
releitura destas edificações, das técnicas e do clima local, espera-se alcançar, com o semienterramento do
centro profissionalizante somado ao sistema de ventilação proposto, maior eficiência da massa térmica e
temperaturas ainda mais amenas dentro do espaço construído.
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Simulação de Iluminância17 - Fonte: Brandão, Rafael Silva - Dissertação de Mestrado, 2004
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Sala de aula analisada n°2
Situação crítica: 22 de Junho - Solstício de Inverno
Resultado: menor fator de radiação do dia encontrado - 1,76%
Iluminância mínima pretendida para o espaço - 300 lux
De acordo com o gráfico acima, pode-se
concluir que para a situação simulada, a sala
apresenta um mínimo de 300 lux apenas com
iluminação natural cerca de 80% do tempo das
horas providas de luz natural (6hs - 18hs).
Caso seja necessário, dependendo da atividade
a ser realizada, pode-se complementar com
uma iluminação de tarefa.
Centro Profissionalizante e de Cultura Jabaquara
800
795
805
40°
24/9 - 21/3
22/6
BA
ND
EJA
DE
LU
ZNFACHADA
SFACHADA
SALA DE AULA
SALA DE AULA
65°
Um talude natural contínuo e espaços criados entre ele e alguns pontos estratégicos de iluminação e
ventilação servem como ponto de partida do projeto proposto, estabelecendo espaços organizadores
do projeto capazes de fortalecerem a relação do ambiente interno e externo, do homem com a
natureza.
Além destes espaços, foram propostas também em certas áreas internas da edificação massas
vegetativas em contato direto com o solo, que por meio de aberturas horizontais vão atravessando
todos os pavimentos e florescendo nas coberturas.
Introdução
· grandes átrios que rasgam verticalmente os edifícios, integrando o meio externo aos demais níveis
semi-enterrados da edificação, mais precisamente em dois pontos do centro, um em cada unidade.
· camadas de vegetação superficial, plantadas nas encostas dos taludes internos, por meio de células
de material geossintético, e estruturas semiflexíveis, justapostas e intercaladas para um melhor
travamento do sistema de contenção.
· montagem de tetos verdes, presentes nas coberturas planas dos braços das salas de aula de todo o
complexo. Dentre as envolventes das edificações, as coberturas são, geralmente, as mais expostas às
radiações solares no caso de edifícios predominantemente horizontais. Por sua vez, a vegetação
aplicada à cobertura pode protegê-la desta radiação solar direta, minimizando os efeitos de
transmissão do calor para o ambiente interno.
Vegetação integrada
Ventilação
- Instrumento regulador, de todo o complexo, da umidade promovida pelos elementos naturais
dentro do ambiente construído, como as massas verdes e os taludes de terra vegetal. A ventilação faz
com que haja uma desumidificação do ar e conseqüentemente uma diminuição na sensação de
desconforto do usuário, principalmente nos dias com temperaturas mais elevadas, nos quais a
combinação de altas temperaturas e altas umidades não é desejável.
Massa térmica
Iluminação natural
Destaca-se acima de tudo no projeto a
função visual do bloco rígido vertical,
uma estrutura servindo como um
condutor de luz para o interior carente da
edificação, proporcionado uma
iluminação natural para cada área
adjacente, por todos seus pavimentos.
10 - Ilustração - 24/09 a 21/03 - Sala simulada assinalada 11 - Ilustração - 16/04 a 28/08 - Sala simulada assinalada
12 - Módulos da fachada Oeste - Malha metálica
13 - Esquema de montagem
14 - Corte esquemático da iluminação nos espaços coletivos dos átrios
Para isso foram
propostas placas
horizontais de material
leve em toda a extensão
da ala, externos à pele
de vidro, com largura
aproximada de 30
centímetros e, fixados
na estrutura conforme
corte esquemático
abaixo.
Já as fachadas oeste do projeto, que necessitariam de proteções solares verticais, abrigam espaços de
curta permanência como, corredores e circulações verticais, nas quais foi adotada uma segunda pele
de malha metálica como protetor solar.
No caso desta proposta foi utilizada a própria massa do solo, já que se propôs: o semi enterramento
do projeto pela configuração do perfil do terreno e a participação de faixas de taludes naturais
adentrando os espaços organizadores da edificação.
A massa em volta da edificação absorve radiação solar durante o dia; este calor acumulado é
dissipado por condução e convecção algumas horas depois para o ambiente.
- A horizontalidade somada ao semi-enterramento da edificação proporcionou um sombreamento de
baixo impacto no entorno;
- Os núcleos rígidos demarcam mais uma função: bloqueio da radiação solar direta nos átrios com
espaços coletivos do projeto durante o período da tarde, após as 14hs, mantendo apenas a iluminação
indireta.
Simulação de Insolação
Medições de temperaturas e comportamento das edificações
21 Junho - 17 hs
Objetivos:
Verificar o comportamento térmico das duas tipologias de construção, uma do período setecentista,
com paredes espessas, poucas aberturas, cobertura de telha de barro e parcialmente sombreada no
platô. E outra do período modernista, com pavimentos e vedações de concreto armado, cobertura
plana e parcialmente enterrada no terreno.
Conclusões:
· Tanto o atraso quanto o amortecimento térmico são nítidos para os dois casos avaliados, mesmo
com sistemas construtivos bastante diferentes, a casa e o Centro cultural sofrem os efeitos de inércia
térmica;
· O Centro Cultural, tanto pela estabilidade devido a pouca ventilação do espaço onde se
posicionava o sensor, quanto pelo fato do semi-enterramento do mesmo, apresentou temperaturas
bem mais estáveis, mas não necessariamente mais baixas ao longo dos três dias de medições;
· O sensor localizado na casa bandeirista foi posicionado em um espaço mais bem ventilado,
principalmente durante o dia, somado-se a isso o maior sombreamento pelas árvores do entorno, a
temperatura interna da casa bandeirista apresentou-se mais amena durante os dois primeiros dias. Já
no terceiro dia, quando as temperaturas externas atingiram valores mais elevados, a temperatura
interna da casa acompanhou mais de perto esta mudança, o que era esperado por causa de sua
maior exposição ao exterior.
15 - Trajeto do Sol e sombreamento - Software Art-Lantis v4.5
21 Junho - 11 hs
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
10m10m10m10m10m10m10m10m10m10m10m10m10m10m10m10m10m
28272625242322212019
10m10m10m10m10m10m10m10m10m
775
ESTACIONAMENTO
780
785
790
795
C B A
10m10m
H G F E DJ I
10m10m 10m 10m10m10m 10m
ESP CULTURAL
BIBLIOTECA
ESP CULTURAL
BIBLIOTECA
RECEPÇÃO
PRAÇA PÚBLICA
AVENIDA FRANCISCODE PAULA Q RIBEIRO
780
785
772
775
WC SALAS
SALAS
L
10m
Aluno: Fábio Miranda de FariaOrientadora: Denise Helena Silva Duarte
Este trabalho final de graduação aborda o conceito de arquitetura bioclimática aplicada ao exercício
de projeto. Este conceito encabeça uma releitura de uma casa bandeirista para subsidiar um projeto
de ampliação do Centro Cultural Jabaquara para complexo do Sítio da Ressaca Zona Sul da cidade
de São Paulo, renovando suas qualidades com novos desenhos e formas, tecnologias e materiais
atuais neste novo edifício. A interdisciplinaridade, portanto, se faz presente em um projeto
envolvendo esses três campos do conhecimento da faculdade de arquitetura: história, tecnologia e
projeto.
A proposta é a construção de um centro profissionalizante e de cultura que atenda a demanda da
população local e de toda a sub região do Jabaquara, e moldado de acordo com todos os
conceitos de conforto térmico, luminoso e ambiental, trazendo também uma preocupação com a
implantação e com o ambiente histórico construído existente.
A área está inserida na região Centro-Sul da cidade de São Paulo, no Bairro do Jabaquara, nas
proximidades da Estação de Metrô Jabaquara e margeando a Garagem Metroviária Metropolitana.
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795
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BANDEJA DE LUZSALA DE AULA
SALA DE AULA
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SFACHADA
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BANDEJA DE LUZSALA DE AULA
SALA DE AULA
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+
-
05 - Esquema A - Verão - Efeito chaminé 06 - Esquema B - Inverno - Controle mínimo de ventilação
07 - Através de um sistema que aborda os dois mecanismos: pressão de fachada negativa somado ao efeito chaminé - este bloco rígido serve como condutor do ar aquecido interno para o meio externo.
- Blocos estruturais verticais: garantir a renovação do ar de áreas não providas de aberturas de
saídas de ar, como são os casos de algumas salas, garagens e outras áreas coletivas enterradas,
incrementando a estratégia de ventilação natural através de um exaustor natural do ar interno, que
funciona pelo princípio do efeito chaminé.
- A ventilação foi usada para solucionar por mecanismo de efeito chaminé a renovação do ar da
maioria das salas de aula nas alas horizontais do projeto, com aberturas inferiores controláveis na
extremidade norte e aberturas superiores na extremidade oposta das salas. Configura-se, então, no
verão, um fluxo constante de deslocamento de ar (esquema A). O mesmo não acontece durante o
período mais frio, no qual a ventilação mais intensa é indesejável, uma vez que o sistema é
parcialmente interrompido, mantendo-se um controle das aberturas para a manutenção da
ventilação higiênica (esquema B).
Protetores solares
08 - Gráfico A - 24/09 a 21/03 09 - Gráfico B - 16/04 a 28/08
Os objetivos do estudo de geometria foram:
· bloquear a radiação direta, durante os meses com temperaturas mais elevadas, 24 de Setembro a 21
de Março - e ao longo de todo o dia, nos corredores de acesso às salas, com eficiência total (gráfico
A);
· bloquear a radiação direta, ao longo de todo o ano e nos horários com radiação solar incidente mais
elevada, dentro das salas de aula, evitando conflitos com o uso do espaço pelo ofuscamento. E ao
mesmo tempo, permitir um mínimo de radiação direta durante os meses com temperaturas mais baixas,
16 de Abril a 28 de Agosto, nos corredores de acesso às salas, para um aquecimento indireto das
mesmas (gráfico B).
Reaproveitamento de água de chuva
Para o trabalho, foi adotado no projeto proposto do centro um esquema de aproveitamento de água
para fins não-potáveis por meio das grandes coberturas de lajes planas, proporcionando áreas de
captação consideráveis para todo o sistema.
Verifica-se com os cálculos apresentados uma eficiência muito satisfatória, principalmente nos meses
com alto índice pluviométrico, como Dezembro, Janeiro e Fevereiro, alcançando respectivamente 80%,
95% e 86% de reutilização de águas pluviais para os sanitários pias e vasos sanitários - da unidade 1
do centro profissionalizante; e 47%, 56% e 51% para os sanitários da unidade 2.
A intenção da proposta e seus resultados foram então demonstrar que o projeto de arquitetura, em
função da tipologia e proporção, favorece a aplicação deste tipo de sistema de reutilização de água
pluvial, abrindo frentes para um futuro projeto e detalhamento hidráulico, para a viabilização de todo o
sistema.