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ANAIS DO XXXlll CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984

EVOLUÇAO DA PLAN~CIE COSTEIRA DO RIO PARA~BA DO SUL (RJ) DURANTE O QUATERNARIO: INFLUENCIA DAS FLUTUAÇOES DO NIVEL DO MAR

Louis Martin, ORSTOM (Frawa) e Departamento de Geoffsica (O.N.) - Rua General Bruce, 588 - (209211 - Rio de Janeiro, RJ Kenitiro Suguio Instituto de Gecciências - Universidade de São Paulo - Caixa Postal, 20890 - (01498) - S o Paulo, SP' Jean-Marie Flexor Departamento de Geoffsica -Observatório Nacional - Rua General Bruce, 586 - (20921) - Rio de Janeiro, RJ José Maria Landim Dominguet Programa de Pesquisa e Pbs-Graduaçä0 em Geoffsica e Instituto de Geociências - Unk. Federal da Bahia - Rua Caetano Moura, 123 - (40000) - Salvador, BA Antonio Expedito Gomes de Azevedo Programa de Pesquisa e P6s-Graduaçä0 em Geoffsica e Instituto de Flsica - Universidade Federal da Bahia - Rua Caetano Moura, 123 - (40000) - Salvador, BA

,

ABSTRACT

P r e v i a s works cn t h e c e n t r a l po r t ion of t h e Braz i l ian c o a s t l i n e ind ica t e i t h a t t h e r e l a t i v e s e a l e v e l changes anni t h e longshore axrents have played an e s s e n t i a l r o l e i n t h e c o n s t r u c t i a l of t he coas t a l plains.

D e t a i l & mapping and radiocarbcn d a t i n g have allowed us t o esta- b l i s h t h e d i f f e r e n t pkases involved i n t h e depos i t i ona l h i s to ry of t h e c o a s t a l p l a i n s i t u a t e d a t t h e Para íba d o Sul r i v w mouth ( S t a t e of Rio de J a n e i r o ) . Thus, it was poss ib le t o demonstratr: t h a t t h i s c o a s t a l p l a in i s p a r t i a l l y of P le i s tccene age ( a f t e r 1 2 0 , 0 0 0 years B.P.)** and p a r t i a l l y of Holccene age ( a f t e r 7 ,000 years B.P.).

A submergence period before 5,100 years B.P. has been r e c o r d d by t h e formation of an extensive lagoon, within which t h e Paraiba do Sul r i v e r has constructed a huge d e l t a . It w a s only a f t e r r e l a t i v e s e a l e v e l drop, follawed by the p a r t i a l d e s i c c a t i o n o-: t h e l a g o a , t h a t t h e Paraiba d o Sul river reached d i r e c t l y t o t h e open Ocean, t hus contribu- t i n g t o t h e construction of t h e Holccene sardy terraces.

On t h e other hand, it w a s poss ib l e t o demonstrate t h a t t h e r i v e r sands are being dominantly deposited at t h e nor th of t h e r i v e r mouth. Meanwhile, t h e marine t e r r aces c w e r e d by beach r idges , s i t u a t e d a t t h e s a t h of t h e r i v e r mouth, have been constructed by sards derived from the ad jacent inner s h e E . The re la t ive sea l e v e l d r o p p rop i t i a t ed t h e t ransference a€ sands from t h e shareface t o t h e beach, which were re- moved by t h e longshore cur ren ts and blccked by t h e Paralba do S u l r i v e r fim.

F ina l ly , evidence of Recent t e c t o n i c a c t i v i t i e s is represented by a subsidence area lcca ted a t south of t h i s c o a s t a l p l a i n , t h e P l e i s t ccene marine te r races . .

a f fec t ing

INT ROD UÇÃO

Pesquisas r ea l i za3as por MARTIN e SUGUIO (1975; 1976a,b; 1978) r SUGUIO e MARTIN (1976a,b: 1978a,b; 1981 e 19821, MARTIN e t a l . ( 1 9 7 9 a e 1980b) no l i t o r a l p a u l i s t a e sul-fluminense, por SUGUIO e t a l . (1980, 1982) na metade n a t e do l i t o r a l capixaba, por BITTENCOURT e t al. ( m g a , b) , MARTIN e t a l . (1978; 1979b; 1980a,b; 1982) , VILAS-BOAS e t a l . (19811, DOMINGUEZ (1982) e DOMINGUEZ e t a l . (1982a,b) no l i t o r a l baiano e p m BITTENCOURT e t a l . (1982a,b) no l i t a r a l sergipano e sul-alagoano, pemL tiram adqu i r i r um bom cmhecimento dos mecanismcs d e sedimentaçao a t u e tes nessas r eg ioes durante o Quaternár io . u. R.s,~.JJ~I. fonds ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ i a i l t

Esses autores, apoiados em mapeamento geológico de de ta lhe e da taçÕes ao radiocarbono, puderam i d e n t i f i c a r testemunhos representat ivos de t r ê s periodos de n íve i s marinhos a l t o s no decorrer do Quaternár io .

Evidências do n íve l marinho a l t o mais ant igo foram iden t i f i ca - das somente no l i t o r a l dos Estados da Bahia e Sergipe. Os Únicos t e s t e munhos d e s t e evento, conhecidos até hoje , são uma l inha de f a l é s i a s en ta lhadas em sedimentos da Formação Barreiras (BIGARELLA e ANDRADE, 1964T e uma formação r e c i f a l não a f lo ran te ex i s t en te ao s u l do Estado da Ba hia . N a verdade, e s t e n íve l marinho a l t o si tuava-se próximo ao atua1,sem todavia ul t rapassá- lo .

0 seguinte n íve l masinho a l t o ocorreu há aproximadamente l20.000 anos, tendo at ingido o seu maximo de 8 5 2m acima do a t u a l (MARTIN e t al.., 1 9 8 2 ) . Extensos t e r r aços arenosos, depositados após e s t e n íve l a l t o , ocorrem ao longo de todo o l i t o r a l b r a s i l e i r o .

graças a numerosas datações ao radiocarbono. Esses dados têm permitido es tabe lecer as an t igas posgçÕes ocupadas pelo n ive l r e l a t i v o do m a r e cons t ru i r curvas de var iaçao, em diversos se tores homogêneos do lito r a l , para os Últimos 7 .000 anos (Fig, 1). Essas curvas apresentam f o r mas comparáveis m a s podem e x i b i r diferenças de amplitudes. Em g e r a l , o n ive l médio a t u a l f o i ultrapassado en t r e 6 .500 e 7 . 0 0 0 anos A.P. , tendo a t ing ido o seu n ive l mZximo, s i tuado cerca de 4 a 5m acima do a t u a l , há cerca de 5.100 anos. Em seguida, o n ive l r e l a t i v o do m a r retornou mais ou menos regularmente a sua posição a t u a l apresentando, todavia , dois cur tos periodos de elevação rápida e n t r e 3.800 e i.600 e e n t r e 2.700 e e 2.500 anos A.P.

Resumidamente, pode-se d i ze r que o l i t o r a l b r a s i l e i r o tenha si- do submetido 2 submersão a t é 5.100 anos A.P. e , em seguida, 2 emersão. E s t a s i tuação não 6 ver i f icada no mundo i n t e i r o pois , por exemplo, na cos ta a t l â n t i c a e do golfo do México dos Estados Unidos, o n í v e l relati- vo do mar nunca f o i superior ao a t u a l nos Últimos ".O00 anos (Fig. 2 ) . Então, evidente que a evolução l i t o rânea nes te período não f o i a mes m a nas cos tas o r i e n t a i s dos Estados Unidos e do Bras i l . As cos tas em submersão são caracter izadas pe la ex is tênc ia de sistemas de i l has - bay r e i r a s e lagunas e a s costas em emersã0 pe la preseI.ça de extensos t e r r a ços arenosos recobertos por cordões l i to râneos .

Uma das c a r a c t e r i s t i c a s da p a r t e cen t r a l d=, l i t o r a l b r a s i l e i r o r e s ide na ocorrência de vastas p l an íc i e s quaterndrias , algumas das quais ex i s t en te s nas desembocaduras dos r i o s mais importantes. Entre e l a s so bressaem a s p lan íc ies encontradas nas desembocaduras dos r i o s São Fra; c i sco (SE/=) , Jequitinhonha (BA) , Doce (ES) e Paraíba do Sul ( R J ) , te; do s ido a s t r ê s primeiras estudadas, recentemente, considerando-se a i; f luênc ia das f lutuações do n ive l marinho q u a t e r n s i o (BITTENCOURT e t al., 1982a; DOMINGUEZ e t a l . , 1 9 8 2 e SUGUIO e t a l . , 1 9 8 2 ) . Esses estudos t ê m mostrado que o período de submersão, ocorrido antes de 5.100 anos A.P., conduziu 2 formaç5o de i lhas-bar re i ras que isolaram do mar aberto lag: nas mais ou menos extensas. Quando essas lagunas foram suficientemente grandes, como no caso do r i o Doce, o curso f l u v i a l que a i desembocava construiu importantes d e l t a s lagunares. O período subseqilente de emer são, após 5 .100 anos A.P., t e m s ido caracter izado pe la ressecação par c i a 1 ou t o t a l da laguna e pela acreçã0 de cordões l i t o râneos 5 par t e ex t e rna das i lhas-bar re i ras . Foi somente após a ressecação das lagunasque os cursos f l u v i a i s puderam a t i n g i r o mar e passaram a con t r ibu i r d i r e t a mente na construção de te r raços arenosos.

os sedimentos arenosos das regiões 1 i to rZne . s em progradação são provenientes de duas fontes d i fe ren tes : a ) sedimentos fornecidos pe l o curso f l u v i a l e b) sedimentos supridos pela plataforma c o n t i n e n t a l e

A pa r t e f i n a l do Último n íve l a l t o encontra-se bem conhecida

d

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t e rna , e m resposta ao abaixamento do n í v e l marinho, segundo o p r inc íp io reciproco ao estabelecido por BRUUN ( 1 9 6 2 ) . Em ambos os casos, as coy r en te s de deriva l i t o r h e a , dependendo da direção de incidência das f r e n t e s de onda na p r a i a , i r ã o t r anspor t a r os sedimentos arenosos a t6 que e l e s sejam bloqueados por um obstdculo que permi t i rá a sua sedimen- tação. O s f luxos f l u v i a i s jun to 2s desembocaduras dos p r inc ipa i s cursos f l u v i a i s constituem um desses obstáculos. D e f a t o , em períodos de en chente, o j a t o de dgua junto à foz interromperá o t ranspor te das areias, da mesma maneira que molhes a r t i f i c i a i s perpendiculares 2s pra i a s . D e s t e modo, haverá acumulação de a r e i a s do lado 5 montante e poss ive l erg são no lado 5 jusante das co r ren te s de deriva l i t o rânea . Ent re tan to , na maior p a r t e dos casos, a remoção será compensada pelo aporte de g rosse i ro s do próprio curso f l u v i a l (Fig. 3 B ) . Em período de vazante, o obs tg culo formado pelo fluxo f l u v i a l i r á praticamente desaparecer e as coz r en te s de deriva l i t o rânea irão provocar a renoso que tenderá a fechar a desembocadura. Ocorrerá também uma erosão p a r c i a l da pa r t e s a l i e n t e em relaçao ao alinhamento da p ra i a , do depÓsl t o formado no período precedente ( r i g . 3 C ) . Se a f a se de vazante, de g nerg ia m a i s f r aca , t i v e r uma duraçao bas tan te longa, o esporão arenoso . poderá a t i n g i r uma la rgura t a l que l h e permi t i rá resistir, e m par te ,ao período de enchente subseqtiente, de a l t a energia. Em ce r tos casos, SÓ a extremidade do esporão arenoso s e r á des t ru ido e a barragem provocada pe l o fluxo f l u v i a l s e râ deslocada no sen t ido das cor ren tes de der iva l i t o rdnea, produzindo-se então nova acumulação (Fig. 3 D ) .

Em todos os casos, onde as f r e n t e s de onda são oblíquas 2s pra& a s , deve-se v e r i f i c a r uma ass imet r ia e n t r e as p a r t e s da p l a n i c i e coste$ ra s i tuadas de um lado e de ou t ro da desembocadura f l u v i a l . A porçao a montante das correntes de der iva l i t o rânea deverá s e r formada por uma sucessão de cordões arenosos, enquanto que a porção 2 jusante se rá cons t i t u i d a por a l te rnância de cordões arenosos e zonas argilo-orgânicas. 5 l é m d i s s o , o deslocamento da desembocadura se rá reg is t rado por uma s" cessão escalonada de supe r f í c i e s de discordäncia nos alinhamentos dos cordões. Por out ro lado, a s c a r a c t e r í s t i c a s morfolÓgicas, principalmen- t e os graus de arredondamento das a r e i a s deverão s e r d i f e ren te s de um lado e de outro da desembocadura (MARTIN e t a l . , 1984).

PLANfCIE COSTEIRA QUATERNARIA DO R I O PARAfBA DO SUL

a construção de um esporzo

.

A p l an íc i e c o s t e i r a qua ternãr ia ex i s t en te na desembocadura do r i o Paraíba do Sul estudada anteriormente por diversos pesquisadores (L& MEGO, 1 9 5 5 ; BACOCCOLI, 1971; ARAOJO e t a l . , 1 9 7 5 ; DIAS e.GORIN1, 1 9 8 0 e D I A S , 1981) , apresenta uma ärea de cerca de 3 . 0 0 0 km2 e suas dimensões máximas são de 1 2 0 km na direçã0 N-S e de 6 0 km na direção E-W. Mapea - mento geológico de de ta lhe e datações de amostras ao radiocarbono perm& t i r a m , aos autores des te t raba lho i d e n t i f i c a r a s seguintes unidades de sedimentação (Fig. 4 1 :

TERRAçOS MARINHOS PLEISTOCENICOS

E s s e s t e r raços são particularmente bem desenvolvidos na p a r t e sul da p l an íc i e , embora sejam também conhecidos testemunhos nas p a r t e s c e n t r a l e norte. A s c a r a c t e r i s t i c a s fotogeológicas desses t e r r aços são semelhantes 2s observadas nas â reas de te r raços cor re lac ionáveis , d a t a dos de 1 2 0 . 0 0 0 anos A . P . , encontrados no l i t o r a l baiano (MARTIN e t a l . , 1981).

Amostras de conchas e de fragmentos de madeira ex i s t en te s den t r o de sedimentos lagunares das zonas intercordões foram datadas de 6 . 0 0 0 + 2 0 0 anos A.P. (Bah. 1 0 0 3 ) e de 6 . 5 9 0 i 200 anos A.P. (Bah.1004). O s corzoes ex i s t en te s na k e a de co le t a não se tratam de depósitos de

"ch6nier" conforme in te rpre tação de DIAS (1981) , mas de cordões l i t o r â - neos p le i s tocênicos , Cujas zonas intercordões foram ocupadas por lag2 nas l igadas ao Último período de n íve l marinho mais a l t o de idade holo cênica e os cordões des ta ëpoca SÓ poderiam t e r s ido formados após o n z ve l máximo de 5.100 anos A.P. Além disso , conchas e fragmentos de ma de i r a coletados nos sedimentos lagunares local izados e n t r e o t e r r aço a renoso da p a r t e s u l e a b a r r e i r a l i t o rânea a t u a l foram datados de 6 .938 - + 240 anos A.P. (Bah.11061, 6.620 2 240 anos A.P. (Bah. 11071, 6.590+ 250 anos A.P. (Bah. 1105) e de 6 .000 4 230 anos A.P. (Bah. 1108). EntãÖ, 6 evidente que o t e r r aço cober to .de cordões 6 mais ant igo que 6 .600 anos A.P. e , por tanto, e l e 6 a n t e r i o r ao Último n íve l marinho m a i s a l t o (5.100 anos A . P . ) , podendo ser somente de idade p le i s tocênica (após 120 .000 5 nos A . P . ) . D a mesma maneira, a zona baixa onde s e acha in s t a l ada a lag2 na de Carapebus, que seciona os cordões p le i s tocênicos , não poderia t e r s ido escavada senão em um período de n íve l marinho nit idamente mais ba& xo que o a t u a l , i s t o 6, antes de 7.000 anos A.P.

TERRAçOS MARINHOS HOLOCENICOS

Eles s e acham especialmente desenvolvidos na porção nor te da p l an íc i e , em ambos os lados da desembocadura do r i o Paraíba do S u l e, são mais recentes que 5 .100 anos A.P. Esses te r raços holocënicos apre- sentam um aspecto bem d i f e ren te dos te r raços p le i s tocênicos , quando v i s t o s sobre fo tograf ias aéreas.

Na metade s u l da p l an íc i e , os depósitos arenosos holocënicos são r e s t r i t o s a uma b a r r e i r a arenosa Única de alguns metros a dezenas de m g t r o s de largura. Esta diferença deve-se, em p a r t e , a a t iv idade t e c t ö n i ca recente , como se rá v i s t o mais adiante.

SEDIMENTOS LAGUNARES

N a porção c e n t r a l da p l an íc i e , ocupando as áreds de São !ibn15 e de lagoa Feia , ocorrem sedimentos a rg i lo -o rgk icos r i c o s em conchas. N u m g rosas datações ao radiocarbono (Tab. I) mostraram que as idades dessas conchas variam en t r e 7.000 e 5.000 anos A.P. , que corresponde ao p e r í 2 do de submersão caracter izada pe la exis tSncia do complrtxo i lhas-barrea- ras e laguna, na brea. A s conchas coletadas em uma zon;: baixa e alongz da paralelamente aos cordões l i to râneos na porção nor te da p l an íc i e foz neceram idades próximas de 2.500 anos A.P. Finalmente, zonchas amostra- das de quatro pequenas paleolagunas s i tuadas na extremidade s u l do ter raço holocênico forneceram idades em torno de 3 .000 anos A.P.

SEDIMENTOS FLUVIAIS

A porção c e n t r a l da p l an íc i e 6 ocupada por sedimentos f l u v i a i s repousando diretamente sobre sedimentos lagunares. Esta s i tuação f o i confirmada por numerosas perfurações rasas (ARAOJO e t a l . , 1975) . Entre Campos e São Tomé, sao encontradas "c i ca t r i ze s" de numerosos paleoca n a i s no m e i o desses sedimentos f l u v i a i s .

E s s e s sedimentos apresentam todas a s c a r a c t e r í s t i c a s de um a n t i go d e l t a construido pelo r i o Paraíba do Sul dentro da an t iga laguna. L& MEGO (1955) havia a t r ibu ido e s t e d e l t a intralagunar a uma fase de " d e l tação" do " t i p o Miss i ss ip i" , tendo e s t a i d é i a s ido posteriormente endos sada por ARAOJO e t a l . (op. c i t . ) . Entretanto, a formaçao de um d e l t a daquele t i p o ao longo de um l i t o r a l de a l t a energia de cndas, como o da regiao de Campos, 6 absolutamente impossível!!!

FASES EVOLUTIVAS DA PLANTCIE COSTEIRA DO R I O PARAfBA DO SUL

Excetuando-se algumas diferenças loca i s devidas a fenômenos neo

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TAB. I - imstras de conchas e de d e i r a da p l d c i e costeira do rio Paraiba do

al m s t r a s coletadas nos sedimentos lagumres correspndates 2 fase principal de sub_

Sal (RJ) datadas pelo &todo do radiocarbono.

lne?Xião N k de Idade radiocabo Natureza das Número de referência anos A.P. al-IDStras laboratório PS-O6 7.060 + 260 C o n c h a s Bah. 1120 SD-10A 7.010 T 250 . C o n c h a s Bah. 1005 PS-13 6.930 3 240 C o n c h a s Bah. 1106 SD-03 6.860 + 250 C o n c h a s Bah. 995 SD-11 6.830 7 250 C o n c h a s Bah. 1007 PS-O7 6.730 T 260 C o n c h a s Bah. 1121 PS-14 6.620 T 240 C o n c h a s Bah. 1107 PS-12 6.590 7 250 Madeira B a h . 1105 PS-26 6.570 7 250 Madeira Bah. 1133 PS-22 6.560 T 260 Madeira Bah. 1135 PS-o9 6.470 T 240 C o n c h a s Bah. 1123 PS-O8 6.060 T 240 C o n c h a s Bah. 1122 PS-14A 6.000 5 230 C o n c h a s Bah. 1108 SD-1OB 6.000 + 200 Madeira Bah. 1003 PS-O3 5.560 7 230 C o n c h a s Bah. 1117 PS-25 5.460 230 Madeira B a h . 1132 PS-19 5.410 + 230 C o n c h a s Bah. 1109 SD-04A 5.140 T - 200 C o n c h a s B a h . 996

b) Arrostras Colet* na: pequenas paleolagunas 110 &O dos m&s holo&nicos Laguna das ostx3s

PS-15B L.180 2 180 C o n c h a s Bah. 1113 PS-15A 3.120 + 180 C o n c h a s Bah. 1111 SD- O 5 2.940 150 C o n c h a s Bah. 999

Laguna salgada SD-08 3.060 + 150 C o n c h a s Bah. 1002 PS-16 2.930 T - 180 C o n c h a s Bah. 1114

SD- O 7 3 O00 - + 150 C o n c h a s Bah. lOO1

SD-06 3.000 2 150 C o n c h a s Bah. 1000 c) rost tras coletadas na paleolaguna alongada pardlelanwte aos w&s situada no

PS-31 2.530 + 170 C o n c h a s Bah. 1096 PS-30 2.360 - 180 C o n c h a s Bah. 1097

PS-42 4.390 + 200 C o n c h a s B a h . 1094 PS-41 4.380 T - 200 C o n c h a s Bah. 1093 PS-35 3.850 200 C o n c h a s Bah. 1102

2.110 T 200 C o n c h a s B a h . 1100 PS-33 PS-32 1.980 t 190 C o n c h a s Bah. 1099 PS-34 1.070 i 160 C o n c h a s Bah. 1101

Laguna da Flecha

Laguna do mlolö

reio do terraço h o l o ~ w ao norte da foz (fase 3 de s u h w S o )

d) Arrostras coletadas nos CO& do terraço holccênico ao norte da foz

-

ObservaçÕes? was algumas das arrostras datadas, constantes desta takela, foram

- P o r ou+- lado, nem todas as m s t r a s citadas no texto est.% conti- mencionadas no texto.

das nesta t e l a .

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tectÔnicos, a s fases evolut ivas da p l an ic i e c o s t e i r a do r i o Paraíba do S u l são bastante semelhantes Ss de formaçao da p l an íc i e do r i o Doce, an teriormente estudada por S U G U I O e t a l . (1982) e MARTIN e t a l . (1983) , compreendendo as seguintes etapas:

PRIMEIRA FASE:

HZ cerca de 120 .000 anos A.P. , correspondente ao mhimo da p e núltima t ransgressão ( t ransgressão Cananëia de SUGUIO e MARTIN, 1978a), o n íve l r e l a t i v o do mar deveria s i t ua r - se a 8 5 2m acima do a t u a l . Nez t a fase , a p l an íc i e cos t e i r a ainda não e x i s t i a e todos os va le s en ta lha dos nos sedimentos da Formação Barreiras ou nas rochas do Embasamento Cr i s t a l ino pré-cambriano foram invadidos pelo mar, desenvolvendo-se n; merosas lagunas. A ingressa0 máxima do m a r , nes ta f a se , 6 demarcada por uma l inha de f a l é s i a s entalhada nos sedimentos da Formação Barreiras .

SEGUNDA FASE:

Após 120 .000 anos A.P. , o n íve l do mar i n i c i a a descida, quando l i to râneos .

s e d i n i

plan2

foram construidos te r raços areilosos recobertos por cordões Ao nor te e ao s u l esses te r raços es tão diretamente encostados nos mentos da Formação Barreiras . A medida que ocor r ia o abaixamento do ve l r e l a t i v o do mar, instalava-se uma rede hidrogrdfica sobre a C i e cos t e i r a , escavando vales ta lvez profundos.

TERCEIRA FASE:

A p a r t i r de 18.000 anos A.P. (máximo da ú l t i m a glaciação quate; ndr ia de maior amplitude que a t ing iu o hemisfério nor te ) o n i v e l do mar in ic iou uma subida muito rápida. No decorrer des ta f a s e t ransgress iva , a maior p a r t e da p l an íc i e costeixa p le i s tocênica f o i destruida.

cos t e i r a holocênica, pelo assoremento parc ia1 ,de uma vas ta paleolaguna separada do mar aberto por i lhas-bar re i ras , de maneira semelhante aoque ocorr ia na p l an íc i e cos t e i r a do r i o Doce. Evidentemente, as ilhas-barrei r a s daquela ëpoca deveriam loca l izar -se em posição m a i s externa, tendÖ at ingido a sua posição f i n a l por v o l t a de 5.000. anos A.P.

nos te r raços pleis tocênicos foram, ne.;ta f a se , invadidos pelo m a r , forman& se numerosas lagunas alongadas.

A p a r t i r de 7.000 anos A . P . , in ic iou-se .a formação da p l an íc i e

A s zonas baixàs da Formaçso Barreiras e os vales escavados

QUARTA FASE:

A p a r t i r de 5 .100 anos A.P. , o abaixamento do n í v e l r e l a t i v o do mar f o i acompanhado pela t ransferênc ia de a r e i a s da plataforma continel! t a l i n t e rna para a p r a i a (processo recíproco l e i de BRUUN, op. c i t . ) . E s s a s a r e i a s foram retrabalhadas pl-las correntes de der iva l i t o rânea , tendo contribuído na construção de te r raços arenosos holocênicos.

A ressecaçã0 pa rc i a l da extensa laguna, cujo testemunho a t u a l representado pe la lagoa Feia, ocorreu não somente pelo abaixamento do

n í v e l r e l a t i v o do mar, m a s também,. pelo aporte f l u v i a l do r i o Paraíba do S u l , que nes ta época despejava totalmente os seus sedimentos na pa leo la guna, construindo um grande delta. Entretanto, 6 possível que j á antes de 4 .400 anos A.P. , um braço do r i o Paraiba do Sul a t ing i s se diretamen- t e o mar aberto.

Os períodos de submersão acolerada ocorridos e n t r e 3.800 e 3.600 e 2 .700 e 2.500 anos A.P. devem t e r provocado uma descontinuidade na construção dos te r raços holocênicos. De f a t o , nota-se no t e r r aço holocE

89

nico situado ao sul da desembocadura, a ex i s t ënc ia de uma zona baixa pa r a l e l a ao alinhamento dos cordoes, que a t r avessa todo o-terraço. At6 o momento, não se dispõe de dados sobre a época de formaçao des t a zona-: xa, que se s i t u a m a i s para o i n t e r i o r que as laaunas Salgada, das O s + ~ a s , da Flecha e Molol6, algumas das quais-ainda contendo água, que foram da tadas de cerca de 3 . 0 0 0 anos h . P . Entao, pode-se pensar que corresponda

f a s e de elevação rápida do n i v e l r e l a t i v o do m a r produzida e n t r e 3.800 e 3 . 6 0 0 anos A.P.

Na p a r t e do t e r r a ç o holocënico ao n o r t e da desembocadura a t u a l exist: também uma zona baixa pa ra l e l a ao alinhamento dos cordões l i t o r 5 neos. A s conchas dos sedimentos lagunares d e s t a zona foram datados de 2.530 5 1 7 0 (Bah. 1 0 9 8 ) e 2.360 2 1 8 0 anos A.P. (Bah.1097). Essas i d a des parecem ind ica r que e s t a laguna tenha se formado durante a submeg sso rspida que ocorreu e n t r e 2 . 7 0 0 e 2.500 EIOS A,P.

DINAMICA DA DESEMBOCADURA DO R I O PARAIBA DO SUL

r a r q ? e a tr aves

Na região a t u m ondas de duas orientaçges d i fe ren tes . A primeL provim de S-SE, est5 l igada Z penetraçao de massas de ar polar do continente sul-americano. Ela 6 especialmente freqflente dg

r an te o outono e inverno. A segunda, vinda de NE, e s t 6 l igada aos ven t o s a l i s eos . A onda de S-SE 6 muito m a i s a tuan te , desempenhando um pa p e l predominante no t r anspor t e l i t o r b e o .

.

por vezes, nota-se a superposição dos do i s padrões m a s , mesmo nes t e caso, a açã0 das ondas äe S-SE 6 predominante. Este padrãode ondas expl ica a geometria dos cordoes l i t o r h e o s holocënicos de ambos os l a d x da desembocadura do r i o Paraiba do Su l (DOMINGUEZ e t a l . ,1983) , que intlicam um t r anspor t e constante de a r e i a s do s u l para o no r t e , no d e c o r r f c dos Últimos 5.000 anos. O bloqueio, des t e s materiais por um d i que pei-pendicular p r a i a , construido há cerca de do i s anos para p r o t e ção da entrada de bar ra do Furado, evidencia a continuidade do processo a t 6 os d ias de hoje. D e f a t o , ver i f ica-se uma sedimentaçao acelerada de areias ao s u l e erosão ao no r t e des te dique.

A Fig. 5 , que apresenta a zona da desembocadura do r i o Paraíba do Su l , mostra a ex i s t ênc ia de:

a ) Acentuada ass imet r ia en t r e pa r t e s n o r t e e s u l da desembocad: ra. A pa r t e sul é s a l i e n t e , sendo formada por empilhamento de cordoes l i to râneos . A p a r t e no r t e 6 r een t r an te , sendo formada por a l t e r n b c i a de zonar arenosas e argilo-orgânicas.

b) Esporão arenoso que tende a fechar a desembocadura f l u v i a l . h construção do espora0 arenoso 6 acompanhada por erosão do l i t o ra l (F ig . 3Cj, com des t ru ição de muitas casas em Atafona. A l i nha de p r a i a da re gis0 de Atafona recuou cerca de l O O m e m 2 0 anos (1956 a 1 9 7 6 ) . Em fevg r e i r o de 1 9 7 6 ( s i tuação mostrada na F ig . 3C) , que correspondeu a um pe riodo de enchente do r i o Paraiba do Sul , o esporão arenoso f o i des t ruz do a t é próximo a sua " r a i z " . Em fevere i ro de 1 9 8 1 , urn novo esporão a rg noso t inha a t ing ido cerca de 300m de comprimento.

c ) Escalonamentos (degraus) muito n i t i d o s e discordâncias en t r e os alinhamentos äos cordões litorâneos'correspondentes a fases de erosão, que acompanham a formação dos esporões arenosos (Fig. 3D).

O bloqueio do t r anspor t e l i t o râneo 6 exercido pelo fluxo flu v i a l do r i o Paraíba do Su l , conforme pôde s e r demonstrado de maneira i" contestável a t ravés dos graus de arredondamento de graos arenosos de um lado e äe out ro da desembocadura (MARTIN e t a l . , 1 9 8 4 e S U G U I O et al., 1 9 8 4 ) .

EVIDENCIAS DE ATIVIDADE TECTdNICA RECENTE

I ”

~;

I :

fl poss íve l d i v i d i r a p l a n í c i e c o s t e i r a do r i o Paraiba do S u l e m duas p a r t e s a t ravés de uma l inha que passa ao s u l do e ixo Campos-Sao Tomé (Fig. 4 ) .

Ao nor t e des t a l i nha , o t e r r a ç o arenoso holocênico 6 bem dese; volvido e m ambos os lados da desembocadura do r i o Paraíba do S u l . Ao s u l d e s t a l i nha , os depósitos arenosos holocênicos são praticamente res t r i t o s a uma b a r r e i r a de alguns metros de largura. Existem indicações de que a b a r r e i r a arenosa, ao s u l de São Tomé, continua a se deslocarru_ mo ao cont inente , avançando sobre os sedimentos lagunares, sugerindo ser um t recho e m subsidência. D e f a t o , conhecem-se depósitos de sedimentos lagunares recobertos pe l a s a r e i a s da p r a i a a tua l .

Amostras de conchas coletadas nesses sedimentos lagunares f o ram datadas de 6 .620 f. 240 anos A.P. (Bah. 1 1 0 7 ) e 6 .000 2 230 an0sA.P: (Bah. 1 1 0 8 ) . A l é m d i s so , o topo da b a r r e i r a arenosa a t u a l s i tua-se c l a ramente acima da supe r f i c i e do t e r r a ç o p le i s tocênico .

Na-extremidade s u l da p l a n i c i e , onde não ocorrem lagunas e n t r e o t e r r a ç o p le i s tocênico e a p r a i a a tua l ; pode-se cons t a t a r claramente que areias holocênicas de cor amarelada e s t ã o avançando sobre areiasbran_ cas do t e r r a ç o pleistocênico. O t e r r a ç o p le i s tocênico , n e s t a reg ião , CS rac te r iza-se por uma a l t i t u d e anormalmente muito baixa.

O mapa Bouguer (Fig. 6 ) mostra que efetivamente existem duas= giÕes d i s t i n t a s , delimitadas pe lo eixo Campos-São Tomé; ao no r t e tem-se va lores pos i t i vos e ao s u l va lores negativos. A porção n o r t e da plan& C i e parece ser mais ou menos e s t á v e l , enquanto que a porçao s u l e s t a r i a atualmente e m subsidência.

O estudo detalhado da p l a n i c i e c o s t e i r a s i t u a d a na desembocad; ra do r i o Paraiba do S u l mostrou que e la apresenta depósitos sedimenta- res de idades p le i s tocênicas e holocênica.

cons t ru ção da p a r t e holocênica. D u s a i t e o pexlodo de submersão (an tes de 5.100 ‘anos A.P.) , ter-se-iam formad, um sistema de i l has -ba r re i r a s e laguna , levando o r i o Paraiba do Sul a cons t ru i r um vasto delta in t ra lagunar .

Após 5.100 anos A.P. , o n i v e l r e l a t i v o do m a r vem sofrendo um abaixamento continuo havendo, e m conseqilência, t r ans fe rênc ia de a r e i a s da plataforma cont inenta l i n t e r n a para a p r a i a , contribuindo na forma çao de cord6es l i t o r h e o s que foram acrescidos 2 p a r t e ex terna das i- lhas-barxeiras.

Foi somente com a ressecaçã0 p a r c i a l da laguna, e m função do abaixamento do n í v e l r e l a t i v o do m a r , que o r io .pas sou a desembocar d i retamente e m oceano aberto. Foi demonstrado também que a s areias trang portadas pelo curso f l u v i a l t ê m contribuído principalmente na constru- ção do t e r r a ç o holocênico ao no r t e da desembocadura, enquanto que o tez raço holocênico ao s u l da desembocadura f o i suprido principalmente p e las a r e i a s provenientes da plataforma cont inenta l i n t e rna . O f luxo f l u v i a l do r i o Paraíba do Sul t e r i a barrado essas a r e i a s retrabalhadas por cor ren tes de der iva l i t o r k e a .

Ocorre , na brea, evidência de a t iv idade t ec tön ica recente,que se traduz pe la subsidência da p l a n i c i e p l e i s tocên ica ao s u l do a l inha mento campos-são Tomê.

Foi poss íve l evidenciar algumas f a ses evolu t ivas n z

91

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r i o Nacional (CNPq) - Riû de Jane i ro , R J * * - B . P . = Before P r e s e n t

*** - k . P . = Antes do Presente

94

/ I : Idades Al? x1.000anos i

FIG. 1 - EXEMPLO DE CURVA DE VARIA$gO DO N í V E L RELATIVO DO MAR NOS ÚLTIMOS 1000 ANOS ( N DE SALVADOR,BA).

“r 5 4 3 2 I O

des A.Px 1.000 anos

5

- -

IO

FIG. 2-CURVAS ESQUEMÁTICAS MÉDIAS DE VARIAGÓES DO NÍVEL RELATIVO DO MAR NA P O R ~ Ã O CENTRAL DO LITORAL BRA- SILEIRO E COSTA SE DOS ESTADOS UNIDOS NOS ÚLTIMOS 7.000 ANOS.

anea-

FIG.3 - MECANISMO DE BLOQUEIO DE TRANSPORTE LITORÂ- NEO DE A R E I A S PELO JATO DE UM CURSO FLUVIAL

95

FIG. 4 - MAPA GEOLóGICO DA PLANíCIE COSTEIRA DO RIO PARAíBA DO SUL(EST DO RIO DE JANEIRO).

I

J

1 = Rochas cristalinas pré-cambrianas i 2 = Formação Barreiras (sedimentos continen- ta is pl iocgnicos); 3 = Terra90 marinho pleistocênico; 4 = Sedimentos f luv ia is ( del- ta in t ra lagunar ) ; 5 = Sedimentos A l inhamento d e cordões pleistocênicos; 8 = Paleocanais f l u v i a i s ; 9 = Alinhamen- t o d e cordões holocénicos.

lagunares ; 6 =Terraso mar inho holocênico; 7 =

96

FIG. 5 -DETALHE DA P L A N ~ I E COSTEIRA NAS PROXIMIDADES DA FOZ ATUAL DO RIO. Notar a assimetria entre as partes norte e sul , bem co- mo o espor& arenoso, os escalonamenios e discordâncias.

FIG.6 - MAPA BOUGUER DA BACIA DE CAMPOS. 97