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Análise da atividade antibacteriana de
tintura de Malva sylvestris empregada em
formulação para higiene bucal.
Acadêmicas:
Bárbara Blauth
Liliane Dorneles
Paula Bauer
TEMA
Atividade antibacteriana da tintura
de Malva sylvestris.
INTRODUÇÃO
Afecções odontológicas
As afecções odontológicas podem ser evidenciadas por
sintomas característicos de diversas etiologias, dentre
elas as mais comuns são as cáries, a gengivite, a
periodontite, herpes simples e candidose bucal.
OLIVEIRA et al., 2007
Cáries Processo caracterizado por perda mineral
causado por uma infecção microbiana.
Gengivite
Inflamação da gengiva, pode aparecer
devido a presença de microrganismos e
impactação de alimentos, distúrbios de
nutrição e características hereditárias.
OLIVEIRA et al., 2007, ALVES et al., 2009
Candidose
Infecção causada pela levedura do gênero
Candida, que é um microrganismo saprófito,
que, na dependência de fatores
predisponentes, torna-se patogênico.
Periodontite A gengivite não tratada pode evoluir
para periodontite, que leva à perda de
dentes.
OLIVEIRA et al., 2007
Herpes
Doença infecciosa comum, causada
pelo vírus do herpes simples (HSV).
Provoca lesões na mucosa bucal.
Adoção de práticas de higiene e programas preventivos
Mudança desta situação
CORDEIRO et al., 2006
Prevalência de doenças periodontais no Brasil
próximo de 100%, sobretudo em crianças.
Fitoterapia no tratamento de afecções odontológicas
As plantas medicinais constituem importantes recursos
terapêuticos para o tratamento de doenças, principalmente das
populações das nações em desenvolvimento.
Utilizações:
•Medicina caseira;
•Elaboração de medicamentos fitoterápicos;
•Extração de compostos químicos.
Fitoterapia mercado informal = perigo à saúde da população CORDEIRO et al., 2006
Os fitoterápicos representam uma alternativa para
contornar:
A resistência aos A toxicidade dos
antimicrobianos antifúngicos
O aumento da resistência microbiana aos antibióticos
ameaça a saúde pública em escala global, uma vez que
reduz a eficácia de tratamentos e aumenta a morbidade,
mortalidade e custos com saúde.
MATOS et al., 2009, QUAVE et al., 2008
A indústria faz uso de extratos naturais na formulação de
produtos de higiene bucal.
Combinação de extratos de plantas com substâncias como
clorexidine, cloreto de cetilpiridínio e peróxido de
hidrogênio
aumento da ação antibacteriana.
WATANABE et al., 2008
O Brasil possui grande potencial para o desenvolvimento da
fitoterapia:
Apresenta a maior diversidade vegetal do mundo.
Ampla sociodiversidade, com o uso de plantas medicinais.
Tecnologia para validação do conhecimento.
OLIVEIRA et al., 2007
Malva no tratamento de afecções odontológicas
A Malva sylvestris, planta da família Malvaceae, é muito
usada pela medicina popular na América Latina, inclusive
no Brasil, por sua atividade antiinflamatória e anti-séptica,
além de promover a melhora na cura de feridas.
Atualmente utilizada em formulações de
enxaguatórios e cremes dentais.
MATOS et al., 2009
Apresenta atividade
antimicrobiana contra:
Não apresenta atividade
antimicrobiana contra:
Escherichia coli Staphylococcus aureus
Pseudomonas aeruginosa Staphylococcus
epidermidis
Bacillus subtilis Escherichia coli
Saccharomyces cerevisiae Micrococcus luteus
Candida albicans
Escherichia coli
Staphylococcus aureus
Pseudomonas aeruginosa
JUSTIFICATIVA
Muitas formulações para higiene bucal têm na sua
composição extratos ou tinturas de plantas. Uma das mais
utilizadas é a tintura de Malva sylvestris, popularmente
conhecida por suas propriedades cicatrizante e
antisséptica. Por isso tornam-se importantes estudos que
busquem comprovar essas propriedades, a fim de
justificar o uso desses produtos para higiene bucal.
PROBLEMA
Para auxiliar os métodos convencionais de higiene bucal
muitos agentes químicos vêm sendo estudados, no entanto, o
uso freqüente e por longo prazo destes, apresenta alguns
efeitos indesejáveis. Por esse motivo e pelo uso popular
bastante difundido de infusões, tinturas ou extratos vegetais
para tratamentos de afeccções bucais surgiu o interesse em
realizar análises das propriedades de diferentes espécies.
O uso de plantas medicinais, com eficácia comprovada, em
formulações para higiene bucal, é uma alternativa
econômica, tornando viável o acesso da população a estes
produtos, com a finalidade de prevenir e tratar as mais
diversas afecções bucais.
Entre as plantas com potencial para esse uso, a Malva vem
se destacando por apresentar eficácia no combate ao
crescimento microbiano, de acordo com estudos já
realizados.
CORDEIRO et al., 2006
OBJETIVO
Avaliar atividade antibacteriana in vitro da tintura de
Malva sylvestris.
Objetivos específicos
1) Determinar a sensibilidade dos microorganismos mais
freqüentes da mucosa bucal frente à tintura de Malva
sylvestris.
2) Determinar a concentração inibitória mínima do
crescimento bacteriano desta tintura.
METODOLOGIA
Delineamento de pesquisa
Esta pesquisa consiste em um estudo primário, experimental
e in vitro.
Amostra
Para obtenção da tintura de Malva sylvestris utilizaremos as
folhas da planta, que deverão ser secas à sombra em
temperatura de no máximo 35°C.
Materiais:
•Partes áreas de Malva sylvestris;
•Álcool de cereais;
•Liquidificador 400 watts de potência.
EMBRAPA (2009)
30 a 50% da massa vegetal será colocada em
um liquidificador com cerca de 500mL de
álcool
Deverá ser realizada uma trituração inicial.
O restante da planta e do álcool será
adicionado e realizaremos a completa
trituração.
EMBRAPA (2009)
Após a trituração
O material deverá ser armazenado em recipiente
fechado, protegido da luz e calor
Permanecer em contato com álcool durante 7 a 10
dias.
Tintura peneirada e
filtrada
Armazenada em vidro âmbar
As bactérias que serão utilizadas para testar a atividade
antimicrobiana da tintura de Malva sylvestris são:
Peudomonas aeruginosa;
Escherichia coli;
Staphylococcus aureus;
Bacilus subtilis;
Enterococcus faecalis.
Também será utilizada a levedura Candida albicans.
Atividade antimicrobiana
1°) Preparação do inóculo:
Seleciona-se 3 a 5 colônias bem isoladas.
Com o auxílio de uma alça de Drigalski os microorganismos
são transferidos para um tubo contendo 4-5mL de um meio
de cultura adequado.
Incuba-se a cultura em caldo, a 35° C, até alcançar ou
exceder a turbidez de uma solução padrão de McFarland
0,5 (de 2 a 6h).
Ajusta-se a turbidez da cultura em crescimento com
solução salina estéril ou caldo, de modo a obter uma
turbidez óptica comparável à da solução padrão de
McFarland a 0,5.
2°) Inoculação das placas de teste
Mergulha-se um swab de algodão estéril na suspensão
ajustada.
A superfície seca da placa de ágar Müeller-Hinton é
inoculada esfregando o swab em toda a superfície estéril do
ágar, repetindo este procedimento por mais duas vezes.
O último passo é a deposição de discos de papel de filtro
esterilizados e posteriormente impregnados com a tintura a
ser testada sobre a superfície do ágar inoculado.
Após será realizada uma incubação por 48 horas a 37ºC. Os
halos de inibição formados são medidos em milímetros
usando um paquímetro ou uma régua, que é encostado na
parte de trás da placa de petry invertida.
Determinação da Concentração Inibitória Mínima
Culturas desenvolvidas em caldo nutriente por 6 horas e
diluídas a cerca de 106 UFC/mL serão inoculadas em
tubos contendo caldo nutriente acrescido de diferentes
concentrações da tintura.
Após incubação de 48 horas a 37ºC deverá ser observada
a ocorrência de turvação dos caldos de culturas para
determinação da CIM (menor concentração capaz de inibir
o crescimento de microrganismos).
ANVISA, 2009
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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vitro de plantas medicinais brasileiras sobre microrganismos do biofilme dental e
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EMBRAPA, 2009. Método de preparo de tintura de plantas bioativas para fins
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http://www.cpact.embrapa.br/publicacoes/download/comunicados/comunicado_19
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Acessado em Nov. 2009.
MATOS, Bruno. M., et al. Comparação da atividade antimicrobiana de soluções
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QUAVE, Cassandra L., et al. Effects of extracts from Italian medicinal plants on
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WATANABE , Evandro, et al. Determination of the maximum inhibitory dilution of
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