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MINISTÉRIO DA DEFESAEXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
(Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, 1792).
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE CARGAS
THIAGO MOURA DE OLIVEIRA
ANÁLISE DE CONFIABILIDADE DE EQUIPAMENTOS DE VIA PERMANENTE
“Reguladoras e Socadoras de Lastro da MRS Logística S.A”
Rio de Janeiro
Junho de 2012
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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
Thiago Moura de Oliveira
ANÁLISE DE CONFIABILIDADE DE EQUIPAMENTOS DE VIA PERMANENTE
“Reguladoras e Socadoras de Lastro da MRS Logística S.A”
Monografia apresentada ao Curso de Especilização
em Transporte Ferroviário de Cargas do Instituto
Militar de Engenharia.
Orientador: Professor Paulo Afonso Lopes da Silva
Tutor: Fabio Rezende
Rio de JaneiroJunho de 2012
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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
Thiago Moura de Oliveira
ANÁLISE DE CONFIABILIDADE DE EQUIPAMENTOS DE VIA PERMANENTE
“Reguladoras e Socadoras de Lastro da MRS Logística S.A”
Trabalho de conclusão do curso de Especialização em Transporte Ferroviário de
Cargas do Instituto Militar de Engenharia
_____________________________________________________________
Paulo Afonso Lopes da Silva, Ph.D. (Orientador) – IME
_____________________________________________________________
Fabio Rezende Francisco – MRS
_____________________________________________________________
Coronel Silveira Lopes – IME
Rio de JaneiroJunho de 2012
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Desafio
Há cerca de um ano ingressamos nesta Instituição.
Foi um momento glorioso, onde tínhamos alguns ideais pessoais e coletivos.
Certamente, dentre os pessoais há um principal: melhorar nossas condições de vida.
Quanto aos coletivos, esses são consequências do primeiro, principalmente quando
a melhoria das condições de vida realiza-se de forma ética e saudável.
Pois bem, aqui estamos próximos de fazer o juramento na linha divisora entre oaluno e o profissional. Onde ganharemos a responsabilidade de mudar o mundo e
fazer com que melhore para nós e para nossos filhos e seus filhos.
É deveras um grande desafio. Possível de ser superado com prazer e alegria.
Junho de 2012
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Agradecimentos
A Deus, antes e acima de tudo. A todas as nossas famílias pela paciência diante denossa ausência no dia-a-dia, com as quais dividimos nosso tempo entre nós
mesmos, escola e trabalho. A todos os professores, principalmente, aos que se
dedicam de corpo e alma, pelo dom que têm de transferir, de viabilizar o necessário
para que possamos enxergar, neste curso, o que nos propusemos a estudar. Ao
meu tutor dentro da MRS Logística Fabio Rezende Francisco, que em todos os
momentos não mediu esforços para me apoiar e dar condições para o trabalho ser
realizado. A todos os funcionários da nossa empresa, que no cumprimento de seus
deveres, recebem-nos de braços abertos e atentos às nossas solicitações. A
aqueles que, mesmo sem saber, contribuíram com a nossa chegada aos nossos
destinos de todos os dias, nos ajudando a fazer o que propusemos ou o que nos
solicitaram na empresa onde trabalhamos ou a escola onde estudamos. A todos
que, em algum momento, nos propiciaram um momento de lazer, como forma de
distração e relaxamento, nos períodos de maior dificuldade, que direta ou
indiretamente contribuíram para nossa tranqüilidade, enquanto estávamos na sala
de aula ou no nosso trabalho.
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Resumo
O transporte ferroviário de cargas é um sistema de logística que está em
expressivo crescimento no atual cenário econômico no país. Devido a esse grande
crescimento e aumento no tamanho dos trens, carga por eixo, maior número de
trens e outros, a via permanente sofre maior atuação de esforços que geram um
processo de degradação rápido e elevado. Por estes motivos, a malha ferroviária
necessita estar em ótimas condições de tráfego e os equipamentos de manutenção
de via permanente são responsáveis por garantir tal qualidade. As reguladoras e
socadoras de lastro, ligadas à correção geométrica da via permanente são de
grande importância no processo de manutenção da malha, pois são elas queproporcionam o tráfego seguro nos trechos, proporcionando ainda condições de
desenvolver velocidades mais altas e com segurança.
Com progressivo crescimento de demanda de transporte ferroviário de carga, é
preciso aperfeiçoar as técnicas para aumento da qualidade da manutenção,
representado pela confiabilidade dos equipamentos. Fica claro que a demanda exige
que o sistema esteja por completo preparado e confiável, sendo necessários
equipamentos de manutenção de via permanente com alta confiabilidade.Com este estudo temos o objetivo de propor um modelo de controle e ciclo da
manutenção que garanta a disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos. Para
isso nos baseamos nos diferentes tipos de manutenção e metodologias gestão de
falhas.
Palavra-chave: Ferrovias, máquinas de construção de linhas ferroviárias,
socadoras de lastro, reguladoras de lastro, confiabilidade
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Abstract
Rail freight is a logistics system that is in significant growth in the current
economic scenario in the country. Because of this tremendous growth and increase
in size of the trains, axle load, the greater number of trains and other, the biggest
performance suffers permanent way of efforts to create a process of rapid
deterioration and high. For these reasons, the railway needs to be in optimal traffic
conditions and equipment maintenance permanent way are responsible for ensuring
that quality. The regulatory and socadoras ballast, linked to the geometric correction
of the permanent way are of great importance in the maintenance of the mesh, it is
they who provide the safe traffic on stretches, providing even able to develop higherspeeds and safely.
With progressive growth in demand for rail freight transportation, it is necessary
to improve the techniques for improving the quality of maintenance, represented by
the reliability of equipment. It is clear that demand requires that the system is fully
prepared and confident, being necessary equipment maintenance permanent way
with high reliability.
With this study we aim to propose a model of control and the maintenance cycleto ensure the availability and reliability of equipment. For this we rely on different
types of maintenance and fault management methodologies.
KEYWORD: Railroads, construction machinery, railway lines, socadoras ballast,
ballast regulators, reliability
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LISTA DE ABREVIATURAS
ABNT – Associação Brasileira de Norma Técnicas
Dt – Tempo Total
Dtdispo – Tempo Disponível
Dtindisp – Tempo Indisponível
Dr. – doutor
Eng. – engenheiro
Eq. - equação
Fig. – figura
FMEA – Análise de Modo e Efeito das FalhasFMECA – Análise de Modo, efeito e criticidade da falha
FTA – Análise da Árvore de Falhas
ISO – Sistema de Qualidade
MA – Manutenção Autônoma
MCC – Manutenção Centrada em Confiabilidade
MTBF – Tempo Médio entre Falhas
MTTF – Tempo Médio para FalharMTTR – Tempo Médio para Reparo
NPR – Número de Prioridade de Risco
PDCA – Ciclo de Melhoria Continua
RCM – Manutenção Centrada em Confiabilidade
RH – Recursos Humanos
TPM – Manutenção Produtiva Total
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Efeitos dos Trabalhos de Análise de Falhas.............................................27
Figura 2 – Gráfico Confiabilidade x Tempo de Falha.................................................28
Figura 3 – Pilares da Manutenção Centrada em Confiabilidade................................31
Figura 4 – Etapas da MCC.........................................................................................32
Figura 5 – Fluxo de Definição de Estratégia..............................................................34
Figura 6 – (1) Índice baseado nas causas (2) Índices baseados nos modos de
falha............................................................................................................................38
Figura 7 – Probabilidade de Ocorrência.....................................................................39
Figura 8 – Índices de Severidade...............................................................................39Figura 9 – Probabilidade de não detecção de falhas.................................................40
Figura 10 – Ciclo de Análise Top Down.....................................................................41
Figura 11 – Custos comprometidos ao longo do desenvolvimento do produto.........42
Figura 12 – Tipo de FMEA.........................................................................................44
Figura 13 – Categorias de FMEA utilizados na Ford.................................................45
Figura 14 – Banca de Socaria....................................................................................54
Figura 15 – Processo executivo de socaria...............................................................55Figura 16 – Socadora de Lastro S-12........................................................................56
Figura 17 – Reguladora SSP-103..............................................................................57
Figura 18 – Desafio MRS...........................................................................................59
Figura 19 – Cenário Agressivo 2012..........................................................................60
Figura 20 – Cenário Agressivo 2013..........................................................................60
Figura 21 – Cenário Agressivo 2014..........................................................................61
Figura 22 – Cenário Agressivo 2015..........................................................................61Figura 23 – Cenário Agressivo 2016..........................................................................62
Figura 24 – PDCA......................................................................................................63
Figura 25 – Etapas PDCA..........................................................................................64
Figura 26 – Fluxograma PDCA..................................................................................65
Figura 27 – Gráfico da Disponibilidade......................................................................66
Figura 28 – Falhas por Sistema – Socadora..............................................................67
Figura 29 – Diagrama de Ishikawa.............................................................................68
Figura 30 – Formulário dos 5 Por quês......................................................................69
Figura 31 – Planilha Registro de Falhas....................................................................73
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Figura 32 – Tipos de manutenção..............................................................................74
Figura 33 – Mapa de Disponibilidade.........................................................................75
Figura 34 – Fluxo de Pendências...............................................................................81
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LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1 – Função Confiabilidade..........................................................................28
Equação 2 – MTTR – Tempo Médio para Reparo.....................................................29
Equação 3 – Disponibilidade Média 1........................................................................29
Equação 4 – Disponibilidade Média 2........................................................................30
Equação 5 – Tempo para Falhar................................................................................30
Equação 6 – NPR (Número prioridade de Risco)......................................................38
Equação 7 – Disponibilidade Equipamentos..............................................................70
Equação 8 – MTBF.....................................................................................................70
Equação 9 – MTTR....................................................................................................71Equação 10 – MTKBF................................................................................................71
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – MTKBF por Grupo – Março......................................................................76
Gráfico 2 – MTKBF Socadora – Março......................................................................77
Gráfico 3 – Falha por Socadora – Março...................................................................77
Gráfico 4 – MTKBF Reguladora – Março...................................................................78
Gráfico 5 – Avaria por Reguladora – Março...............................................................78
Gráfico 6 – Estratificação Falhas Acumulado.............................................................79
Gráfico 7 – Falha por Sistema – Março......................................................................80
Gráfico 8 – Falhas por Bancas – Março.....................................................................80
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Procedimento para Desenvolvimento do FMECA...................................46
Quadro 2 – Categoria ou Riscos para avaliar a gravidade da falha...........................49
Quadro 3 – Resultados e Benefícios obtidos com o FMECA.....................................51
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14
1.1. Justificativa ..................................................................................................................................................... 14
1.2. Objetivos ......................................................................................................................................................... 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 16
2.1 Confiabilidade ............................................................................................................................................. 16
2.1.1 Confiabilidade ............................................................................................................................................. 16
2.1.2 Mantenabilidade ........................................................................................................................................ 16
2.2 Técnicas de Manutenção ............................................................................................................................ 17
2.2.1 Manutenção Coetiva .......................................................... ........................................................... ........... 18
2.2.2 Manutenção !eventiva ........................................................ ........................................................... ........... 19
2.2." Manutenção !odutiva Total .......................................................... ........................................................... . 20
2.2.3.1 Cronologia da Evolução para o TPM ....................................................................................................... 20
2.2.3.2 Pilares da Meodologia TPM ................................................................................................................... 21
2.2.4 Manutenção !editiva ................................................................................................................................ 2!
2.2.5 Manutenção Centada e# Confiabilidade $MCC% ....................................................................................... 2!
2." Tata#ento e &n'lise de (al)as ................................................................................................................. 26
2.".1 !inc*+ios ,'sicos da Teoia da Confiabilidade .................................................. ......................................... 28
2.3.1.1 MTT" # Te$po M%dio para "eparo ................................................................ ........................................ 29
2.3.1.2 C&l'ulo da (isponibilidade M%dia ........................................................................................................... 29
2.3.1.3 Te$po para )al*ar .................................................................................................................................. 30
2.3.1.+ Progra$a de MMC # Manuenção Cenrada e$ Confiabilidade ............................................................ 30
2.3.1.! )ME, - ,n&lise dos Modos de )al*a e seus Efeios ................................................. ............................... 3+
2.3.1.6 )MEC, - ,n&lise dos Modos de )al*a Efeios e Crii'idade ................................................................... 3/
2.3.1./ "esulados e enef'ios obidos 'o$ o )ME,)MEC, ......................... .................................................. !0
2.4 -ui+a#ento de Manutenção de /ia +aa 0asto ...................................................................................... 52
2.4.1 ocadoa de 0asto ..................................................................................................................................... !3
2.4.2 e3uladoa de 0asto .................................................. ........................................................... ..................... !/
2.4." Confiabilidade -ui+a#entos de /ia !e#anente...................................................................................... !8
3 METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO .................................................... 63
".1 !o+osta de &+licação do !C& na #el)oia da Confiabilidade ................................................................ 64
".2 (o#a de Contole ...................................................................................................................................... 66
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".2.1 'fico de Contole dos esultados $eal Meta% ..................................................................................... 66
".2.2 -statificação dos esultados ..................................................................................................................... 6/
".2." &n'lise de Causa e -feito $ia3a#a de s)i8a9a% ...................................................... ............................... 68
".2.4 Método dos 5 +o u:s ............................................................................................................................... 68
"." ndicadoes Contolados ............................................................................................................................. 6;
".".1 is+onibilidade de -ui+a#entos ................................................... ........................................................... . /0
".".2 MT,( < Te#+o Médio -nte (al)as .......................................................... .................................................. /0
"."." MTT < Te#+o Médio !aa e+ao .......................................................... .................................................. /0
".".4 MT=,( < =# ocado ente (al)as .............................................................................................................. /1
".".5 etabal)o .................................................................................................................................................. /1
".".6 Custo de Manutenção ........................................................... ........................................................... ........... /2
".".7 Modelo !o+osto ........................................................................................................................................ /3
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 83
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 85
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1 INTRODUÇÃO
Justificativa
A malha ferroviária em virtude do expressivo crescimento do transporte
ferroviário de cargas no atual cenário econômico no país vem recebendo maior
solicitação oriunda do alto fluxo de trens e alta carga por eixo. Devido a esse grande
crescimento e aumento no tamanho dos trens a linha férrea necessita estar em
ótimas condições de tráfego e os equipamentos de manutenção de via permanente
são responsáveis por garantir tal qualidade. Os equipamentos de grande porte,
ligadas à correção geométrica da via permanente são de grande importância no
processo de manutenção da malha, pois são eles que proporcionam o tráfego
seguro e em maiores velocidades.
Com o cenário atual e a perspectiva para o futuro, tem-se condições não
favoráveis à manutenção da via permanente, devido ao número cada vez menor de
intervalos. Desta forma, torna-se necessário que as máquinas produzam o máximo
possível no menor tempo. Isto gera a necessidade desses equipamentos estarem
com alto nível de confiabilidade, garantindo que o serviço seja o melhor possível no
intervalo e o mais importante, que não ocorram falhas.
Esses equipamentos, apesar de antigos, são muito sofisticados e necessitam de
um acompanhamento direto e eficiente no seu trabalho, visando deixá-los nas
melhores condições possíveis e sendo a condição hoje existente, torna-se
interessante trabalhar com manutenção preditiva e preventiva dos mesmos, evitando
paradas durante o trabalho e a intervenção por manutenção corretiva.
Com progressivo crescimento de demanda de transporte ferroviário de carga, épreciso aperfeiçoar as técnicas para aumento da qualidade da manutenção,
representado pela confiabilidade dos equipamentos. A confiabilidade é a
probabilidade de um equipamento operar, sem falhas, durante um período de tempo.
À medida que se aumenta o tempo de avaliação, maior a chance de acontecer
falhas, sendo assim, menor a confiabilidade do equipamento. Desta forma o trabalho
busca a melhoria da confiabilidade dos equipamentos, estabelecendo possibilidades
de melhoria nos controles e processos de manutenção, buscando trabalhar de forma
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preditiva e preventiva. As melhorias que estão sendo buscadas visam aumento da
confiabilidade das reguladoras e socadoras, com consequência de maior
conservação, manutenção e capacidade da malha ferroviária.
Objetivos
Verificada a confiabilidade das reguladoras e socadoras da MRS Logística S.A,
fica evidenciada a necessidade de se melhorar a confiabilidade dos equipamentos.
Sendo esta a situação atual, este trabalho tem o objetivo de analisar e otimizar a
confiabilidade das máquinas de manutenção de via permanente, buscando
processos de intervenção preditivos e preventivos, garantindo assim maior
disponibilidade das reguladoras e socadoras para a companhia. De um modo geral,
o objetivo é realizar uma análise da situação e propor uma metodologia de análise
que garanta a perpetuidade do resultado. Com este trabalho, se busca utilizar
ferramentas como, FMEA, PDCA, Árvore de Falhas e conceitos sobre manutenção
preditiva e preventiva nos equipamentos de correção geométrica da MRS Logística
S.A.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Confiabilidade
A Reliability e Mantenability (Confiabilidade e Mantenabilidade), em resumo
significa: equipamento disponível e de fácil conserto. No Japão, após a 2ª Grande
Guerra, houve a necessidade de tornar o país competitivo, visto que não havia
riqueza. Crescer, sendo rentável era quase impossível, mas se tornou um lema.
Estes modelos foram aplicados às grandes fábricas do setor automotivo, devido à
grande competitividade neste ramo. Isso se deve, em parte, aos programas de
Qualidade Total e Perda Zero (metodologia que visa redução de custos
operacionais). A partir disso, o segmento de fabricação de máquinas operatrizes se
desenvolveu e começou a projetar equipamentos cada vez mais confiáveis. Isso
significa dizer maior probabilidade de um equipamento operar sem falhar e por um
determinado período de tempo. (PEREIRA, 2009)
2.1.1 Confiabilidade
É a probabilidade de um equipamento operar, sem falhas, durante um período
de tempo predeterminado. A determinação da confiabilidade deve sempre estar
associada a um período de tempo. À medida que se aumenta o tempo de avaliação,
maior é a chance de acontecerem falhas, ou seja, menor será a confiabilidade da
máquina ou do ferramental. (PEREIRA, 2009)
2.1.2 Mantenabilidade
É a medida do grau de facilidade para se fazer o reparo em um equipamento,
quando este é realizado, de acordo com os procedimentos definidos. A
confiabilidade tem relação direta com a chance de ocorrerem falhas num
equipamento operando normalmente. O comportamento das falhas pode ser
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estudado pela Curva da Banheira, representando o comportamento da Taxa de
Falhas ao longo de todo seu ciclo de vida. Conseguimos distinguir três fases
distintas: Mortalidade Infantil, Vida Útil e Desgaste.
Quando o equipamento está operando, a avaliação da confiabilidade
normalmente é feita após a estabilização de sua taxa de falhas, ou seja, quando se
encontra na fase de Vida Útil. O indicador utilizado para se fazer essa avaliação é o
MTBF (Mean Time Between Failures – Tempo Médio Entre Falhas). A
Mantenabilidade é medida por meio de um indicador chamado MTTR (Mean Time
To Repair - Tempo Médio para Reparo). Esses indicadores são obtidos a partir dos
registros de manutenção. (PEREIRA, 2009)
2.2 Técnicas de Manutenção
As técnicas de manutenção fazem parte do processo de gestão da manutenção,
sendo necessário ter conhecimento sobre as mesmas para aplicá-las nos ativos de
forma eficaz. O objetivo é o aumento de confiabilidade e disponibilidade, mas sem
deixar de lado o controle dos gastos departamentais. Dentre as diferentes técnicas
de manutenção temos:
- Manutenção: Conjunto de ações que permitem restabelecer um bem, para
seu estado específico ou medidas para garantir um serviço determinado. É a
combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de
supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual ele
possa desempenhar uma função requerida. (NBR 5462/1994 (2.81))
- Defeito: Não atendimento de um requisito de uso pretendido ou de uma
expectativa razoável, inclusive quanto à segurança. (ABNT NBR-ISSO – 8402-1994)
- Falha: Término da capacidade de um item de realizar sua função específica.
(NBR-5462-1994)
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Falha é toda perda de função ou de performance de um equipamento. A análise
RCM avalia as falhas sob diversos níveis: o nível do sistema, dos subsistemas, dos
componentes, e em determinadas situação ao nível das peças. (Pinto, 2004)
O sucesso de uma organização eficiente de manutenção reside no garantia
da performance requerida pelo sistema ao menor custo possível. Isto significa que
os métodos de manutenção devem estar baseados, sobretudo no claro
entendimento das falhas que incidem sobre os diversos níveis do sistema. (Pinto,
2004)
- Modo de falha: Um modo de falha é definido como sendo toda e qualquer
falha que seja inerente a um equipamento ou componente, e que resulte em uma
perda funcional sobre um sistema ou um subsistema. (Pinto, 2004)
- Pane: Estado de um item caracterizado pela incapacidade durante a ação
requerida, excluindo a incapacidade durante a manutenção preventiva ou outras
ações planejadas, ou pela falta de recursos externos. (NBR-5462-1994)
De uma forma geral a falha é um evento e a pane é um estado. (PEREIRA,
2009)
2.2.1 Manutenção Corretiva
“Manutenção corretiva: Manutenção efetuada após a ocorrência de uma pane
destinada a recolocar um item em condições de executar uma função requerida”.
(ABNT-NBR-5426-1994).O termo manutenção corretiva é amplamente conhecido no ramo industrial e
ainda é a forma mais comum para reparo de um equipamento com problema.
Denominada no ano de 1914, sua principal característica é que o conserto se inicia
após ocorrência da falha, dependendo da disponibilidade da mão de obra e material
necessário para o conserto. É caracterizada também pela falta de planejamento e
custos necessários, bem como desprezo pela perda de produção. (PEREIRA, 2009)
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A manutenção corretiva pode ser monitorada por meio dos itens de controle
descritos e comentados anteriormente, como por exemplo, o MTTR e o MTBF, desta
forma pode-se monitorar o desempenho dos ativos e avaliar a necessidade de
aplicar ou não os sistemas preventivos. (PEREIRA, 2009)
Casos em que a manutenção corretiva pode ser aplicada:
- Ativos de baixo custo operacional
- Em ativos que possuem backup (mais de um equipamento que executa a
mesma operação)
- Em ativos que possuem a operação mais rápida do que as anteriores
- Em ativos não considerados gargalos
- Em ativos de fácil manutenção (alto índice de mantenabilidade)
- Em ativos cujos técnicos de manutenção são bem treinados para pronto
reparo, após evidência de qualquer falha ou pane.
A aplicação da manutenção corretiva não é algo assustador, em determinados
equipamentos ou utilidades que se enquadram em uma das situações descritas
anteriormente. O uso de manutenção corretiva é perfeitamente aceitável numa
empresa que não dispões de recursos para adotar sistemas preventivos. (PEREIRA,
2009)
2.2.2 Manutenção Preventiva
Manutenção preventiva é a manutenção efetuada em intervalos
predeterminados, ou de acordo com critérios descritos, destinada a reduzir a
probabilidade de falhas ou a degradação do funcionamento do item (ABNT-NBR-5426-1994).
A origem da manutenção preventiva foi por volta de 1930, na indústria
aeronáutica ou de aviação. Surgiu pela necessidade de conseguir maior
disponibilidade e, principalmente, de confiabilidade dos ativos empresariais. Quando
se torna necessário manter o negócio em pleno funcionamento para se manter
competitivo. (PEREIRA, 2009)
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2.2.3 Manutenção Produtiva Total
Durante muito tempo, as indústrias funcionaram com o sistema de manutenção
corretiva. Com isso, ocorriam desperdícios, retrabalhos, perda de tempo e esforços
humanos, além de prejuízos financeiros. A partir de uma análise desse problema,
passou-se a dar ênfase a processos preventivos. Desta forma foi desenvolvido o
conceito da TPM (Manutenção Produtiva Total), que inclui programas com ações
técnicas preventivas e preditivas. (PEREIRA, 2009)
A manutenção preventiva teve sua origem nos Estados Unidos e foi introduzida
no Japão em 1950, até esse momento a indústria japonesa trabalhava apenas no
conceito corretivo, executando reparos após a falha do equipamento, o que
representa um custo e um obstáculo para a melhoria da qualidade. (PEREIRA,
2009)
Em meados do ano de 1970, na busca de maior eficiência na área produtiva,
surge a metodologia chamada de TPM, um sistema fundamentado no respeito
individual e na total participação dos empregados. (PEREIRA, 2009)
2.2.3.1 Cronologia da Evolução para o TPM
- Manutenção Corretiva
- Manutenção Preventiva
- Manutenção do Sistema de Produção
- TPM – Manutenção Produtiva Total
Com o processo de evolução da manutenção, as empresas se preocupavam emvalorizar e manter o seu patrimônio, pensando em termos do custo do ciclo de vida
dos ativos industriais. Desta forma se estabeleceram alguns pilares da metodologia
TPM. (PEREIRA, 2009)
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2.2.3.2 Pilares da Metodologia TPM
Os pilares da metodologia TPM envolvem todos os departamentos de uma
empresa, habilitando-a para buscar metas, tais como defeito zero ou falha zero,
estudo de disponibilidade, confiabilidade e lucratividade, sendo que ao longo do
tempo, busca também qualidade, segurança e meio ambiente dentre outros.
(PEREIRA, 2009)
- Manutenção Autônoma
- Manutenção Planejada
- Controle Inicial
- Melhoria Específica
- Educação & Treinamento
- Segurança e Meio Ambiente
- TPM Office – TPM em áreas administrativas
- Qualidade
- Manutenção Autônoma (MA)
Na manutenção autônoma, os operadores são capacitados para
supervisionarem e atuarem como mantenedores em primeiro nível. Os
mantenedores específicos são chamados quando estes não conseguem solucionar
o problema. Assim, cada operador assume suas atribuições de uma forma que
permite que tanto a manutenção preventiva quanto a corretiva (rotinas) esteja
constantemente interagindo entre si. A manutenção autônoma significa mudar a
mentalidade para: “Deste equipamento cuido eu”, deixando de lado o usar antigo,que era: “Eu fabrico, você conserta”. Dentre as atividades de um mantenedor
autônomo estão:
- Operação correta de máquinas e equipamentos
- Aplicação do 5S ou 8S
- Registro diário das ocorrências e ações
- Inspeção Autônoma
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- Monitoração com base nos seguintes sentidos humanos: Visão, audição, olfato
e tato
- Lubrificação
- Elaboração de padrões (procedimentos)
- Execução de regulagem simples
- Execução de reparos simples
- Execução de testes simples
- Aplicação de manutenção preventiva simples
- Preparação simples (set up)
- Participação em treinamentos e em grupos de trabalho.
O objetivo básico da MA é evitar a deterioração precoce do equipamento novo, e
manter em condições os antigos.
Um equipamento mantido em boas condições de limpeza, reparado a
frequências determinadas, conduzido por um operador treinado e qualificado, terá
uma maior produtividade do que outro sem essas ações. (PEREIRA, 2009)
- Controle Inicial
O chamado controle inicial na metodologia TPM é o conjunto de ações que
visam à chamada Prevenção da Manutenção, isto é, ao se iniciar os estudos para se
adquirir determinado ativo, que as áreas envolvidas tenham a preocupação com a
manutenção. (PEREIRA, 2009)
Um bom projeto deve permitir que o equipamento após falhar, seja consertado
com a rapidez e a qualidade requeridas. Incluem-se aí facilidade de acesso,
componentes de boa qualidade, proteções que evitem resíduos de processos em
partes móveis. Esta metodologia também é conhecida como Terotecnologia, que éuma combinação de gerenciamento, finanças e engenharia aplicada aos ativos de
uma organização com o objetivo de aumentar a confiabilidade e disponibilidade do
equipamento ainda na fase de projeto e demais especificações.
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- Melhoria Específica
O pilar da Melhoria Específica se traduz em ações de melhoria contínua. O
processo de melhoria contínua tem os seguintes fundamentos:
- Cooperação
- Competitividade
- Estratégia
- Treinamento
- Eliminar perdas
- Foco no resultado
De uma forma geral é necessário que haja um grupo de trabalho comprometido
com os resultados, sendo que ainda é necessário, deixar de lado as diferenças
naturais do ser humano e trabalhar em conjunto, somando as habilidades de cada
um para se obter uma meta, seja ela qual for. (PEREIRA, 2009)
Nesse ambiente, o engenheiro de manutenção é o elemento agregador para unir
mantenedores, operadores e gestores imediatos. (PEREIRA, 2009)
- Educação e Treinamento
A capacitação de todos os funcionários de uma empresa é um trabalho muito
importante não só das organizações, mas também das pessoas. Num Projeto TPM,
a área de recursos humanos tem a preocupação de facilitar o conhecimento. Para
que se tenha aumento de produtividade, é necessário que os operadores saibam
manusear ferramentas de montagem e operar equipamentos simples ou complexos,
bem como os mantenedores conheçam tecnicamente um equipamento para quepossam executar ajustes e consertos necessários. (PEREIRA, 2009)
- Segurança e Meio Ambiente
Todas as ações para obtenção da “perda zero” ou “zero defeitos” são
fundamentais para a boa rentabilidade de uma organização. Todavia, o respeito e a
integridade das pessoas e o meio onde vivem não pode ser deixado de lado. Dentro
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da metodologia TPM, devem coexistir o cuidado ambiental junto com máquinas
operatrizes e produtos manufaturados. Além de tudo isso, deixar que seu processo
ou demais resíduos poluam o meio ambiente esta na contramão das boas práticas
nos cuidados dos recursos naturais. (PEREIRA, 2009)
Toda indústria de grande porte possui um setor de Segurança do Trabalho e
uma área para tratamento dos assuntos relacionados ao Meio Ambiente, geralmente
vinculada ao setor de qualidade. Na metodologia TPM, todas estas áreas estão
integradas, assim como a Qualidade, Engenharia, Recursos Humanos, que junto
com a Manutenção e a Produção, vão buscar metas de eficiência requeridas.
- Qualidade
O pilar da qualidade em resumo, indica as ações integradas para
condicionamento de obediência a padrões predeterminados. Esses padrões são
itens das normas de qualidade aplicados à manutenção. A ISO nasceu a partir das
exigências existentes no segmento automotivo. (PEREIRA, 2009)
Em geral as empresas disponibilizam treinamentos, e alguns representantes de
departamentos são convocados. Geralmente, o Engenheiro de Manutenção é o
representante formalizado e responsável pelo entendimento e adequação dos itens
relacionados às atividades de manutenção. (PEREIRA, 2009)
- TPM em Áreas Administrativas
Na forma como é proposta, a TPM oferece plenas condições de aperfeiçoar as
melhorias em áreas administrativas. A proposta é avançar o processo da TPM não
só para áreas industriais, mas para as demais, como por exemplo, RH, Segurança,Materiais, Financeiras dentre outras. Estas áreas com certeza podem colaborar para
a “perda zero” a partir de seus processos. Para o desenvolvimento das pessoas que
atuam em empresas preocupadas com a manutenção industrial, a participação dos
demais envolvidos resulta nos seguintes benefícios. (PEREIRA, 2009)
- Realização (Autoconfiança)
- Aumento da atenção no trabalho
- Aumento da satisfação pelo trabalho em si (enriquecimento de cargo)
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- Melhoria do espírito de equipe
- Melhoria nas habilidades de comunicação entre as pessoas
- Aquisição de novas habilidades
- Crescimento por meio da participação
- Maior senso de posse das máquinas
- Diminuição da rotatividade de pessoal
- Satisfação pelo reconhecimento
“A manutenção não deve ser apenas aquela que conserta, mas aquela que
elimina a necessidade de consertar” (PEREIRA, 2009)
2.2.4 Manutenção Preditiva
A manutenção preditiva é a manutenção que permite garantir a qualidade de
serviço desejada, com base na aplicação sistemática de técnicas de análise,
utilizando-se meios de supervisão centralizados ou de amostragem para reduzir ao
mínimo a manutenção preventiva e diminuir a manutenção corretiva (ABNT-NBR-
5462-1994).
As principais técnicas de manutenção preventiva são:
- Termografia
- Análise de Vibração.
2.2.5 Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC)
A MCC (Manutenção Centrada na Confiabilidade) é uma metodologia utilizada
para assegurar que quaisquer componentes de um ativo ou um sistema operacional
mantenham suas funções, suas condições de uso com segurança, qualidade,
economia e ainda que seu desempenho não degrade o meio ambiente. Esta
metodologia não substitui o enfoque da manutenção tradicional (preventiva,
preditiva, reforma e etc.), porém é mais uma ferramenta para auxiliar a gestão.
(PEREIRA, 2009)
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Em resumo a MCC, indica:
- Redução de manutenção preventiva por meio de tarefas mais eficazes, isto é,
foco nos pontos críticos dos equipamentos.
- Análise de falhas: Reduzir a possibilidade de ocorrência das falhas
- Manutenção preventiva prevendo a substituição de componentes (não
consertar), como forma de redução da taxa de falhas.
- Garantia de que o equipamento execute suas funções a custos mínimos
(execução de grandes reparos ou reformas somente quando for extremamente
necessário)
- Uso da metodologia FMEA aplicada à manutenção
- Redução dos custos de manutenção por meio da redução de manutenção
preventiva, peças de reposição, rastreamento das decisões, etc.
O Engenheiro de Manutenção não pode simplesmente, sair elaborando planos
preventivos e distribuindo-os para os mantenedores executarem. Com base na
analise da importância, define-se a técnica de manutenção mais adequada e
rentável. Dentro da gestão preventiva existem outras técnicas que podemos utilizar.
A MCC é quase um sinônimo para o tremo prevenção, se não houvesse os estudos
estatísticos, como a Análise da Taxa de falhas, FMEA e outros, que auxiliam e muito
na identificação do “Por quê?” e “Como?” para evitar a ocorrência da falha.
(PEREIRA, 2009)
2.3 Tratamento e Análise de Falhas
Os estudos dos modos, efeitos e causas das falhas são uma ferramenta degrande valor no estudo da Análise de Falhas, uma vez que se busca maiores índices
de confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos. Com o estudo e análise de
falhas têm-se os seguintes objetivos. (Pinto, 2004)
Os objetivos principais da metodologia de análise de falhas são:
- Estruturar a planificação das manutenções preventivas, preditivas e proativas
de acordo com os modos de falha predominantes em cada equipamento e a análise
dos riscos representativos ao sistema.
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- Assegurar o controle das causas fundamentais identificadas para cada modo
de falha, e minimizar seu impacto sobre o funcionamento do sistema (aumento do
tempo médio entre falhas de um equipamento).
- Amparar as análises de confiabilidade e as tomadas de decisões em trabalhos
de planejamento da manutenção e eliminação de perdas produtivas.
- Auxiliar as estratégias de formação dos efetivos de manutenção através da
observação das necessidades observadas durante as análises das falhas já
vivenciadas ou potenciais.
Os efeitos dos trabalhos de análise de falhas sobre o sistema de manutenção
estão ilustrados na Fig. 01
Figura 1 – Efeitos dos trabalhos de Análise de Falhas
Fonte: (Pinto, 2004)
Em resumo, os objetivos da abordagem por análise de falhas são:
- MAXIMIZAR o MTTF dos equipamentos através da contenção das causas
fundamentais das falhas; e QUALIFICAR o sistema de manutenção visando a
MINIMIZAÇÃO do emprego de insumos ($) e de mão-de-obra (MTTR). (Pinto, 2004)
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2.3.1 Princípios Básicos da Teoria da Confiabilidade
A função confiabilidade designada por R(t) - Reliability - retorna a probabilidade
de um sistema, equipamento ou componente sobreviver sem falha no decorrer de
um intervalo de tempo t 0, ou seja,
R(t) = Pr(T t) t 0 (Eq. 1)
onde lê-se: R(t) é a probabilidade de que um evento T ocorra no intervalo de
tempo [0; t] A função confiabilidade será sempre decrescente com o tempo, pois as
probabilidades de sobrevivência de um componente sempre diminuem de acordo
com a taxa de utilização e em razão dos mecanismos de desgaste e de fadiga.
As expressões matemáticas que definem a função confiabilidade dependem
diretamente do tipo de distribuição estatística a que os tempos para falha estejam
associados. Assim, podem existir funções de confiabilidade que se enquadram como
distribuições exponenciais, Gauss, log-normais, Weibull, Poisson, etc. (Pinto, 2004)
Figura 2 – Gráfico Confiabilidade x Tempo de Falha
Fonte: (Pinto, 2004)
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2.3.1.1 MTTR – Tempo Médio para Reparo
Os tempos para reparo de falhas, a exemplo dos tempos para falha, podem
estar associados a distribuições estatísticas distintas. Porém, para que a análise de
falhas seja simplificada, assume-se normalmente uma distribuição exponencial dos
tempos para reparo, de modo que o valor do MTTR - Mean Time To Repair é
obtido da média aritmética dos tempos para reparo TTRi com i ϵ {1,2....k), ou
seja
(Eq. 2)
onde k é o número de falhas observadas no período de análise. (Pinto, 2004)
2.3.1.2 Cálculo da Disponibilidade Média
De forma simplificada, pode-se definir o tempo Dt de análise de um determinadoequipamento como sendo a soma da parcela de tempo D tdisp correspondente ao
período em que o equipamento esteve disponível para a operação, e da parcela de
tempo DtINDISP correspondente ao período em que o equipamento esteve
indisponível. (Pinto, 2004)
Com estes dois valores, define-se então a Disponibilidade Média do
equipamento através da expressão
(Eq. 3)
Esta equação é generalizada para a determinação da disponibilidade média de
um equipamento em qualquer intervalo de tempo ∆t ≥ 0, embora para processos nos
quais as distribuição dos tempos para falha TTFi e dos tempos para reparo TTRi
sejam exponenciais, defina-se normalmente a disponibilidade média através da
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Expressão (Pinto, 2004)
(Eq. 4)
2.3.1.3 Tempo para Falhar
Em processos de manutenção preventiva costuma-se fazer a planificação das
intervenções com base em intervalos de tempos pré-estabelecidos. Estes intervalos
em algumas análises são empíricos e não levam em consideração as distribuiçõesdos tempos para falha dos componentes. (Pinto, 2004)
Uma das opções para a definição destes intervalos é a utilização de estimativas
de tempos até a ocorrência de falha de uma determinada porcentagem da
população de componentes. Com base neste conceito e na adoção da hipótese de
distribuição exponencial dos tempos para falha, tem-se que o tempo para falha de
uma porcentagem “p” da população é dado pela expressão (Pinto, 2004).
(Eq. 5)
2.3.1.4 Programa de MMC – Manutenção Centrada em Confiabilidade
Reliability Centered Maintenance (RCM) ou em português Manutenção Centrada
em Confiabilidade (MCC) é o processo utilizado para a determinação do tipo de
metodologia de manutenção mais efetivo para o tratamento de falhas potenciais. O
processo de desenvolvimento do RCM envolve a identificação de ações que quando
executadas irão reduzir a probabilidade de um equipamento, bem como seus custos
de manutenção. (Pinto, 2004)
O processo busca a melhor combinação entre ações baseadas em condições,
ações baseadas em intervalos de tempo ou em ciclos, ou simplesmente ações
corretivas - ver os detalhes de cada uma destas estratégias na Fig. 3.
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Figura 3 – Pilares da Manutenção Centrada em Confiabilidade
Fonte: (Pinto, 2004)
Analise de MCC
A análise RCM cuidadosamente considera as seguintes questões:
- Qual é a função do sistema ou do equipamento em análise?
- Quais são as falhas funcionais que ocorrem com maior probabilidade?
- Quais são as prováveis consequências destas falhas funcionais?
- O que pode ser feito para que haja redução nas probabilidades de falha, ou
das consequências sobre o sistema?
Estas estratégias de manutenção devem ser aplicadas de forma integrada, afim
de que seja possível a otimização da eficiência e dos custos de manutenção do
sistema avaliado.
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Figura 4 – Etapas da MCC
Fonte: (Pinto, 2004)
A metodologia RCM, em razão de sua razoável complexidade de aplicação,
deve ser utilizada principalmente na análise de sistemas julgados críticos ao
processo, seja por fatores que envolvam segurança, saúde ou meio ambiente (risco
de explosões, lesões aos operadores, ou contaminações), seja por fatores
econômicos (alto custo de reparação de componentes ou elevadas perdas para o
processo), ou mesmo fatores que envolvam a disponibilidade operacional do
sistema. (Pinto, 2004)
Deve ser observado que o processo de análise de manutenção através de MCCpermite como ações de contenção para a ocorrência da falha somente quatro
alternativas possíveis:
- Ações corretivas
- Ações baseadas em intervalos de tempo ou ciclos
- Ações baseadas em condições
- Ações de re-projeto e/ou inclusão de redundâncias no sistema.
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A seguir encontram-se detalhadas as definições de cada uma das ações
previamente citadas:
- Ações corretivas: Nenhuma ação de contenção sobre a falha pode ser
tomada. Normalmente para estas situações não existem tecnologias de inspeção
disponíveis para que se faça uma verificação das condições dos componentes
atingidos pela falha. (Pinto, 2004)
- Ações baseadas em intervalo de tempo ou ciclos: Ações de inspeção
programadas a intervalos de tempo pré-definidos, estes normalmente baseados em
conhecimento de parâmetros de confiabilidade observados dos históricos de falha
dos componentes. Estas ações são somente programadas quando há total
segurança de que existem pontos notáveis de degradação da função dos
componentes, casos contrários tornam-se extremamente dispendiosas ao sistema
de manutenção. (Pinto, 2004)
- Ações baseadas em condições: Normalmente denominadas inspeções
preditivas, estas ações levam em consideração perturbações ao sistema notadas
somente com a utilização de tecnologias particulares (análise termográfica, medição
de vibração, análise de contaminantes, etc.). São ações de contenção utilizadas
para os modos de falha ditos aleatórios, e que não geram impressões visíveis de
degradação aos componentes afetados. (Pinto, 2004)
- Ações proativas: são ações utilizadas em situações onde não é possível a
convivência com o risco de falha, e, porém, não existam tecnologias disponíveis
para a contenção do modo de falha gerador da falha. Normalmente envolvem re-projeto do sistema, inclusão de redundâncias.
A definição do tipo de estratégia a ser tomada para cada situação encontra-se
ilustrada na Fig.5.
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Figura 5 – Fluxo de definição de estratégia
Fonte: (Pinto, 2004)
2.3.1.5 FMEA - Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos
Não se sabe a data em que surgiu o FMEA. Em alguns trabalhos não é possível
saber se a data é referente ao FMEA ou ao FMECA. Por exemplo, analisando o
texto a seguir:
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“O FMEA teve sua origem nos Estados Unidos no dia 9 de novembro de 1949,
como um padrão para as operações militares. Esta norma foi utilizada como uma
técnica de avaliação da confiabilidade para determinar os efeitos nos sistemas e
falhas em equipamentos. As falhas foram classificadas de acordo com seus
impactos nos sucessos das missões e com a segurança pessoal/equipamento”
(www.fmeca.com, 2000).
- Áreas de utilização do FMEA atualmente
O FMEA tem sido utilizado nas mais diversas áreas:
- Equipamentos de semicondutores
- Sistemas hidráulicos e pneumáticos
- Circuitos elétricos
- Desenvolvimento de reator termonuclear
- Indústrias siderúrgicas
O FMEA é frequentemente utilizado com a Análise da Árvore de Falhas (FTA),
mas pode ser usado com outras ferramentas. Uma das maiores críticas a respeito
do uso do FMEA é o tempo consumido. Esse problema tem sido amenizado com o
uso dos FMEAs automatizados. (Sakurada, 2011)
A Associação Brasileira de Norma Técnicas (ABNT), na norma NBR 5462
(1994), adota a sigla originária do inglês FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) e
a traduz como sendo Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos. Observa-se que a
norma utiliza o termo pane para expressar falha. Ainda segundo a norma, o FMEA é
um método qualitativo de análise de confiabilidade que envolve o estudo dos modosde falhas que podem existir para cada item, e a determinação dos efeitos de cada
modo de falha sobre os outros itens e sobre a função específica do conjunto. NBR
5462 (1994)
FMEA é uma técnica analítica utilizada por um engenheiro/time como uma
maneira de garantir que, até a extensão possível, os modos potenciais de falha e
suas causas/mecanismos associados tenham sido considerados e localizados. Na
sua forma mais rigorosa, o FMEA é um sumário do conhecimento do
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engenheiro/time (incluindo uma análise de itens que poderiam falhar baseado na
experiência e em assuntos passados) de como um produto ou processo é
desenvolvido. Esta abordagem sistemática confronta e formaliza a disciplina mental
que um engenheiro passa em qualquer processo de planejamento de manufatura.
(Sakurada, 2011)
Pode-se então começar a definir MODO DE FALHA como sendo: “a forma do
defeito”, “maneira na qual o defeito se apresenta”, “maneira com que o item falha ou
deixa de apresentar o resultado desejado ou esperado”, “é um estado anormal de
trabalho, a maneira que o componente em estudo deixa de executar a sua função ou
desobedece as especificações”. (Sakurada, 2011)
O modo de falha é uma propriedade inerente a cada item, visto que cada item
tem suas características particulares como função, ambiente de trabalho, materiais,
fabricação e qualidade. Por exemplo, para um eixo pode-se ter como modo de falha,
ruptura, empenamento, desgaste e, para um filtro pode-se ter, rompido, entupido e
assim por diante. (Sakurada, 2011)
- O que é o FMEA
O FMEA é um método qualitativo que estuda os possíveis modos de falha dos
componentes, sistemas, projetos e processos e os respectivos efeitos gerados por
esses modos de falha. O modo de falha é a expressão utilizada para caracterizar o
processo e o mecanismo de falha que ocorre nos itens. O efeito é maneira como o
modo de falha se manifesta. Cada item pode ter diferentes modos de falha. Um
determinado modo de falha vai se tornar mais ou menos evidente, dependendo da
função que o item está desempenhando naquele caso específico. O efeito, por sua
vez, segue a mesma sistemática. (Sakurada, 2011)A relação entre modo de falha e efeito, se bem controlada, pode tornar-se uma
ajuda muito grande para a análise da confiabilidade e também para os processos de
manutenção a serem adotados. A dificuldade é grande neste relacionamento dado
que diferentes modos de falha podem se manifestar da mesma maneira, ou seja,
apresentam o mesmo efeito. Essa complexidade torna-se ainda mais evidente
quando da associação de um item a outro. (Sakurada, 2011)
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O material gerado pelo FMEA tem como função servir como uma ferramenta
para prognóstico de falhas e auxiliar o desenvolvimento/análise de projeto de
produtos, processos ou serviços. O FMEA, por ser um registro, pode evitar que
problemas passados venham a ocorrer novamente buscando a melhoria contínua,
sendo um documento vivo, atualizado e representa as últimas mudanças realizadas
do produto. (Sakurada, 2011)
O conhecimento dos modos de falha dos itens, em qualquer fase do ciclo de
vida do produto, permite aos técnicos tomar providências, na fase do ciclo de vida
que se está analisando, para evitar a manifestação daquele modo de falha. Assim,
portanto auxilia nos aspectos da mantenabilidade e da confiabilidade. O material
gerado pode também servir em programas de capacitação, proporcionando um
melhor entendimento dos componentes e do sistema. Com isso, tem-se um maior
conhecimento a respeito das falhas facilitando a escolha do tipo de manutenção
(corretiva, preventiva, preditiva), garantindo maior disponibilidade do equipamento.
2.3.1.6 FMECA - Análise dos Modos de Falha, Efeitos e Criticidade
A sigla FMECA tem origem da seguinte expressão em inglês, Failure Modes,
Effects and Criticality Analysis e é ser traduzida como Análise dos Modos de Falha,
Efeitos e Criticidade. (Sakurada, 2011)
FMECA = FMEA + C
Onde,
C = Criticidade = (Ocorrência) x (Severidade)
O índice Ocorrência é usado para avaliar as chances (probabilidade) de a falha
ocorrer, enquanto que a severidade avalia o impacto dos efeitos da falha, a
gravidade dos efeitos. Existe ainda outra métrica do FMECA, que se chama índice
de detecção das falhas, Figura 6. Este também é relacionado aos modos de falha ou
às causas do modo de falha. Em muitos trabalhos, não fica claro se estamos
relacionando os índices ao modo de falha ou às causas do modo de falha, sendo
encontradas frequentemente questões como: (Sakurada, 2011)
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- Quais são as chances da falha ocorrer?
- Quais são as chances de se detectar a falha antes que ela alcance o cliente?
Figura 6 – (1) Índices baseados nas causas. (2) Índices baseados nos modos de falha.
Fonte: (Sakurada, 2011)
No FMECA é calculado o Número de Prioridade de Risco (NPR) sendo que em
algumas abordagens o valor é atribuído ao modo de falha e em outras a cada causa
do modo de falha. A expressão 6 é bastante similar à expressão para o cálculo da
criticidade, diferenciando apenas pela parcela de detecção.
NPR = Ocorrência x Severidade x Detecção (Eq. 6)
Detecção é um valor que mostra a eficiência dos controles de detecção da falha
(modo de falha ou causa do modo de falha). Quanto maior for o valor atribuído ao
índice de detecção significa que maior será a dificuldade de detectar a falha.
(Sakurada, 2011)
A seguir são apresentados exemplos de tabelas utilizadas para estimar os
índices de severidade, ocorrência e detecção.
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Figura 7 – Probabilidade de OcorrênciaFonte: (Sakurada, 2011)
Figura 8 – Índices de Severidade
Fonte: (Sakurada, 2011)
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Figura 9 – Probabilidade de não detectar a falha
Fonte: (Sakurada, 2011)
Como avança o FMEA/FMECA na análise da falha
A análise que geralmente é feita pelo FMEA é denominada Bottom-up, porque
parte da análise dos modos de falhas dos componentes e estende-se até os efeitoscausados no sistema. (Sakurada, 2011)
Pode-se empregar a análise do tipo Top-down, que parte dos efeitos no sistema
e procura-se determinar as causas destes efeitos, como será visto mais a frente. A
Figura 10 exemplifica um fragmento da análise Bottom up em um compressor. O
eixo de comando do cilindro está trancado. Este modo de falha pode gerar os
seguintes efeitos no sistema: Compressor liga e desliga, o compressor
simplesmente não parte ou o compressor não parte e proporciona fuga de correntepara a carcaça. (Sakurada, 2011)
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Figura 10 – Ciclo Analise Top Down
Fonte: (Sakurada, 2011)
Quando iniciar um FMEA/FMECA
Segundo VILLACOURT (1992), nos primeiros estágios do ciclo de vida do
produto é onde se tem maior influência na confiabilidade do produto. À medida que oprojeto amadurece, torna-se mais difícil para alterá-lo. Infelizmente, o tempo, o
custo, e os recursos requeridos para corrigir um problema, detectado nas fases
finais do processo de projeto, aumentam. Como está evidenciado na Figura 1, nas
primeiras fases do processo de projeto, investe-se em torno de 15 % do custo total
do projeto, mas decide-se sobre 95 % do custo do ciclo de vida do produto. Essa é
uma constatação que evidencia a importância de investir-se em pesquisa e
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desenvolvimento, para que seja considerado o máximo de informação e técnicas,
nas fases iniciais do processo de desenvolvimento de produtos.
Segundo DOWNEY, citado por BACK e FORCELLINI (1998), 80% do custo do
produto fica comprometido com 20 % da fase do projeto realizado. Isso corresponde
à fase de projeto conceitual concluída.
Figura 11 – Os custos comprometidos ao longo do desenvolvimento do produto
Fonte: (VILLACOURT, 1992).
A melhor confiabilidade é a confiabilidade especificada no projeto do produto,
manifesta a importância da confiabilidade nas etapas do processo de projeto.
(Sakurada, 2011)Por esses motivos o FMEA deve ser iniciado o mais rápido possível. Quanto
mais cedo for feito o FMEA, mais fácil e barato serão as mudanças para a melhoria
do produto. No entanto, nas fases iniciais de projeto (projeto conceitual) as
informações são bastante reduzidas, sendo então utilizada a abordagem funcional
para os modos de falha. Contudo, em tendo-se conhecimento da técnica de
FMEA/FMECA e das métricas a ela vinculada, pode-se já nas primeiras fases,
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levantar todos os requisitos requeridos para considerar este processo de análise ao
longo do projeto. (Sakurada, 2011)
Iniciar o FMEA na fase de projeto não garante que todas as falhas dos
processos seguintes do desenvolvimento do produto serão evitadas. Segundo
SOUZA (2000), devido à complexidade e dificuldade de predizer as falhas, algumas
podem ocorrer em campo. Consequentemente, o feed back de campo também é
uma da etapa muito importante em um programa de confiabilidade.
Aplicações do FMEA/FMECA
A literatura tem trazido exemplos de aplicação do FMEA em diferentes setores.
Estes exemplos e recomendações não são consensuais. Neste texto será
apresentada uma discussão geral sobre estas aplicações. Estão presentes na
literatura aplicações em sistema, projeto, processo e serviço.
FMEA de Sistema – É usado para analisar sistemas e subsistemas nas fases
iniciais de concepção e projeto. O FMEA de sistema enfoca os modos potenciais de
falha entre as funções do sistema. Ele inclui a interação entre os sistemas e os seus
elementos.
FMEA de Projeto – É usado para analisar produtos antes que eles sejam
liberados para a manufatura. O FMEA de projeto enfoca os modos potenciais de
falha causados pelas deficiências do projeto.
FMEA de Processo – É usado para analisar os processos de manufatura e
montagem. O FMEA de processo enfoca os modos de falhas causados pelasdeficiências do processo ou montagem.
FMEA de Serviço – É usado para analisar serviços antes que eles alcancem o
cliente. O FMEA de serviço enfoca os modos de falha (tarefas, erros, enganos)
causados pelas deficiências do sistema ou processo.
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Figura 12 – Tipos de FMEA
Fonte: (VILLACOURT, 1992).
As interações entre as aplicações podem ser vistas na Figura 12 acima.
Os modos de falha do FMEA de sistema geram todas as informações essenciais
para os FMEAs de projeto e processo, e embora os efeitos permaneçam os
mesmos, as causas no FMEA de sistema tornam-se os modos de falhas no projeto,
no qual geram suas próprias causas, que finalmente tornam-se os modos de falha
no FMEA de processo. (Sakurada, 2011)
A explicação não é clara, principalmente, no que se relaciona às causas que vãopassando a serem modos de falha. O fato dos efeitos permanecerem os mesmos,
leva a concluir que a análise está sendo feita considerando sempre o mesmo
usuário, ou seja, o usuário final do produto, o cliente externo.
O guia desenvolvido pela Ford Motor Company (1997), apresenta apenas três
áreas principais para as aplicações: Conceito, Projeto, Processo. O FMEA de
Conceito apresenta-se semelhante ao FMEA, o qual é empregado para analisar as
concepções de sistemas e subsistemas, nas fases iniciais de projeto. Essa aplicação
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focaliza os modos de falha potenciais associados às funções propostas, de um
conceito adotado, pelas decisões de projeto. As definições de FMEA de projeto e
processo também são semelhantes às definições adotadas. (Sakurada, 2011)
Na Figura 13 são apresentadas as dez categorias de FMEA utilizadas pela Ford:
Uma aplicação de conceito, três de projeto, três de montagem e três de manufatura.
Figura 13 - Categorias de FMEA utilizadas pela Ford
Fonte: (Sakurada, 2011)
Uma aplicação de conceito, três de projeto, três de montagem e três de
manufatura.
Procedimento geral para a execução do FMEA/FMECA
Os procedimentos descritos pelos autores são baseados na experiência de cada
um. Estes procedimentos foram agrupados no Quadro 1. Sendo possível verificar
que as sequências de algumas etapas são coincidentes e existe pouca variação
entre um procedimento e outro. As etapas descritas são referentes ao FMECA. Para
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o FMEA, como foi discutido anteriormente, não existe as etapas referentes à
avaliação da criticidade (NPR).
Quadro 1 – Procedimentos para o desenvolvimento do FMECA.
Fonte: (Sakurada, 2011)
Estudando as experiências transmitidas pelos autores, sentiu-se necessidade de
aproximar o conhecimento apresentado, ao que se entende ser necessário aplicar,
quando se vai iniciar um processo de FMEA/FMECA. Estas proposições são
resultados das discussões feitas com os participantes dos processos de FMEA.
(Sakurada, 2011)
- Escolha dos membros da equipe
Um dispositivo para desempenhar qualquer função, por mais simples que seja,
requer itens caracterizados por: funções, materiais, acabamentos, tolerâncias e
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qualidade. A aplicação do FMEA a um desses itens, em qualquer fase do ciclo de
vida, vai exigir diversidade, qualidade e profundidade de informações. Este grau de
exigência só poderá ser suprido quando se dispõe de uma equipe de trabalho com
especialistas das diversas áreas relacionadas comprometidos com o método e com
o produto em análise. (Sakurada, 2011)
- Definição do sistema e dos componentes
O sistema é definido nesta etapa e é feita a lista dos componentes que o
constituem. Um componente não precisa ser necessariamente uma peça do
equipamento. Quando existirem muitos componentes, deve-se racionalizar a análise
e procurar buscar os componentes que ao falharem podem comprometer a função, a
segurança, a ergonomia, bem como aqueles que têm a taxa de falha mais elevada,
componentes novos, componentes que sofreram manutenção, enfim devem-se
analisar os pontos que sofreram mudanças. (Sakurada, 2011)
Um subsistema também pode ser considerado como componente. Dependendo
da complexidade do sistema agrupam-se os componentes em subsistemas tratando-
os como um componente único. A definição do sistema e dos componentes é muito
importante para a aplicação das definições dos modos de falha e dos efeitos. Os
modos de falha estão associados aos componentes, enquanto que os efeitos estão
associados ao sistema. A preparação deste contexto pode ser feita pelo líder do
projeto e pelo líder de FMEA.
- Diagrama funcional de blocos, fluxogramas, modelos confiabilísticos
Os diagramas funcionais de blocos, fluxogramas ou modelos confiabilísticos sãoutilizados para mostrar como as diferentes partes do sistema interagem umas com
as outras, facilitando a verificação dos caminhos críticos e o entendimento do
sistema. (Sakurada, 2011)
O diagrama funcional de blocos e fluxogramas facilita a análise dos sistemas,
permitindo uma melhor visualização do problema. São etapas que aparecem
formalmente nos procedimentos descritos por VILLACOURT (1992) e STAMATIS
(1995), sendo que o último sugere o uso do diagrama funcional de blocos para os
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FMEAs de sistema e projeto e o fluxograma para o FMEA de processo. (Sakurada,
2011)
É possível desenvolver o FMEA sem o auxílio dos diagramas, mas a análise do
sistema se torna muito mais difícil e a chance de se esquecer de algum detalhe se
torna maior. Nesta fase, a participação de um especialista em confiabilidade e na
ferramenta auxiliar de análise utilizada, torna-se recomendável. (Sakurada, 2011)
- Funções dos componentes
A descrição da função deve ser exata e concisa. As funções são muito
importantes porque é uma grande referência para os modos de falha, especialmente
quando se está utilizando a abordagem funcional. A descrição da função deve ser
preparada pelo projetista e colocada em discussão para todos os membros do
processo de análise de FMEA. (Sakurada, 2011)
- Modos de falha de cada componente
Modo de falha é um estado anormal de trabalho, uma anomalia apresentada
pelo item que está sendo analisado. Os componentes constituintes do sistema são
analisados, sendo levantados todos os seus respectivos modos de falha. Deve-se
perguntar quais as possíveis maneiras do componente em estudo se apresentar
defeituoso? Como ele pode deixar de executar a sua função para o qual foi
projetado?
A análise deve ser feita levando-se em consideração a função do componente e
as especificações de projeto. Se existe um modo de falha, deve-se levá-lo em
consideração, pelo menos no início do processo. Se o modo de falha fortecnicamente possível de ocorrer, ele deve ser levado em consideração. Vale
ressaltar aqui que, nem sempre é possível classificar uma falha como modo de
falha, causa ou efeito. (Sakurada, 2011)
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- Efeitos causados no sistema
O estudo e a identificação dos efeitos são fundamentais tanto para o projetista
quanto para quem trabalha com processo. É um requisito fundamental para
incorporar aos itens conceitos de mantenabilidade e processos de manutenção
como manutenção centrada na confiabilidade e manutenção centrada na
produtividade. Uma vez que se tem clareza de como os modos de falha se
manifestam, podem-se projetar sensores para captar estas informações. Estes
sensores vão anunciar quando se está iniciando um processo de falha, o que
permitirá programar as ações corretivas. A análise dos efeitos requer aprofundar o
conhecimento e a percepção sobre o sistema de um ponto de vista mais externo.
Aqui interessa saber as informações que o sistema está emitindo. (Sakurada, 2011)
- Avaliação dos efeitos e análise das causas dos modos de falha
Para a avaliação dos efeitos são usadas algumas escalas para estimar o
impacto com relação à segurança do cliente, meio ambiente, normas
governamentais, imagem da empresa ou custos. As escalas utilizadas para a
avaliação não são precisas, variando com o autor, análise, tipo de produto e
empresa. O Quadro 02 é um exemplo de escalas de severidade utilizadas para a
avaliação.
Quadro 2 – Categorias ou riscos para avaliar a gravidade da falha
Fonte: (Sakurada, 2011)
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São verificados os modos de falha relacionados com os efeitos que obtiveram
uma classificação elevada e então se inicia o trabalho de levantamento das causas
destes modos de falha. Neste contexto e para esta atividade a equipe de FMEA
deve estar o mais completa possível. (Sakurada, 2011)
- Revisão do formulário e seleção das ações principais.
O processo de revisão deve iniciar a partir dos registros, inicialmente,
estabelecidos. Evidentemente para ser deflagrado um processo de FMEA
necessidades, requisitos e metas foram estabelecidos. Então o processo de revisão
deve incorporar todos estes parâmetros. (Sakurada, 2011)
Nesta etapa também são definidas as ações de melhoria, data de
implementação e os responsáveis pelas ações. As ações de melhorias
recomendadas devem resultar em benefícios de qualidade e confiabilidade.
Recomenda-se que a equipe utilize técnicas de solução de problemas em suas
revisões, como por exemplo, Brainstorming, diagramas de pareto as quais são muito
eficazes e úteis.
Neste contexto os formulários devem estar preenchidos, principalmente,
naqueles contextos para o qual a reunião foi convocada. A ação de FMEA é um
exercício de conhecimento constante e por isso precisa ser executado por etapas.
2.3.1.7 Resultados e Benefícios obtidos com o FMEA/FMECA
O Quadro 3 foi gerado a partir das informações colhidas. A proposta é
apresentar uma síntese resumida do conceito geral do FMEA proposto pelo autor.
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Quadro 3 – Resultados e benefícios obtidos com o FMECA.
Fonte: (Sakurada, 2011)
Com o estudo de FMEA/FMECA foi possível constatar que:
O procedimento para a aplicação no projeto ou no processo de fabricação é o
mesmo. Quase sempre haverá a presença do engenheiro de projeto ou processo
porque é necessário que se conheça bem o sistema em análise. (Sakurada, 2011)
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As informações mais importantes para a execução do FMEA são: desenhos,
protótipos, descrição das funções (componentes, sistema), especificações de projeto
e processo, diagramas de blocos (fluxogramas, modelos confiabilísticos).
2.4 Equipamento de Manutenção de Via para Lastro
Os equipamentos correção geométrica, que trabalham corrigindo os defeitos de
geometria da via em todos os trechos da malha da MRS devem apresentar grande
disponibilidade e boa confiabilidade, sendo inviável que fiquem constantemente
avariados ou que tenham uma eficiência abaixo do esperado. Considerando o
planejamento otimizado, percebe-se que a distribuição dos equipamentos ao longo
da malha, além de considerar os locais em que deve ser feita a correção geométrica
precisa considerar também os períodos de manutenção programada das máquinas.
Atualmente, a MRS baseia-se no método preventivo para estabelecer seus Planos
de Manutenção, além de adotar as manutenções corretivas quando há situação
emergencial de falha dos equipamentos. (March, 2006)
No entanto, a eficiência e a segurança de um sistema qualquer e, principalmente
de um sistema ferroviário, pode ser seriamente afetada se a manutenção corretiva e
preventiva forem os únicos tipos de intervenção. A MRS está migrando deste tipo de
manutenção para a implantação de um estudo efetivo das falhas e de seus tempos,
adotando um modelo baseado em confiabilidade (March, 2006).
As exigências para o estabelecimento de uma sólida infra-estrutura, somente
poderão ser atendidas com a utilização de máquinas e técnicas de execução de
serviços atualizados. Para tanto, é necessário uma série de equipamentos que, além
de aumentar a produtividade de manutenção, aumenta também a vida útil doscomponentes da via. MACHADO (2006).
Mecanização total consistente e sistemática de todas grandes operações:
Aplicação de sistemas completos de máquinas, formados por unidades de
elevado desempenho, com:
- Sequências de operações automatizadas e controladas por programas;
- Eficiência uniforme e velocidade de deslocamento;
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- Tempo uniforme de montagem na frente de serviço;
- Aplicação de máquinas de uso múltiplo, com a finalidade de reduzir o número
de unidades de equipamentos em uso e evitar longos deslocamentos. MACHADO
(2006).
Aplicações de sistemas de máquinas somente poderão resultar sucessos
globais, quando a tecnologia do usuário e a logística forem coordenadas de forma
ideal, com as condições relacionadas com a via permanente e com os serviços de
transporte. MACHADO (2006).
Existem atualmente, vários equipamentos de manutenção que são específicos
para utilização do lastro, dentre estes equipamentos podemos levantar aqueles que
focamos os estudos
2.4.1 Socadora de Lastro
A operação das máquinas socadoras procura atingir um rendimento de 400m/h e
operam em conjunto com as reguladoras. A socaria é feita por meio de ferramentas
de soca (banca de socaria) que penetram no lastro e realizam um movimento de
fechamento, denominado aperto. As bancas de soca trabalham de acordo com o
princípio da pressão uniforme e assíncrona, com vibração linear e direcional, numa
frequência ótima de 35 Hz. Esta frequência é ideal porque, acima dela, pode haver
um abaixamento dos dormentes devido ao aumento das propriedades elásticas e
fluidas do lastro e, abaixo dos 35 Hz, a penetração no lastro torna-se mais difícil.
Além disso, nesta faixa de 35 Hz, ocorre a mínima deformação possível na brita e
uma maior resistência no plano longitudinal. A faixa ideal de amplitude para avibração das ferramentas é entre 3 e 5 mm. Acima dela pode haver desgaste
excessivo na brita e abaixo pode haver um efeito de compactação. (March, 2006)
Segundo Selig (1992), a principal causa de perda de estabilidade lateral da via é
devida à falta de lastro no berço dos dormentes (espaço entre um dormente e outro)
e nos ombros do dormente (cabeceira da via). Dessa forma, o tráfego subsequente
irá compactar o lastro de tal maneira, que devido a essa perda de estabilidade lateral
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pode ocasionar torção entre outros problemas de geometria da linha. MACHADO
(2006).
Para reduzir o efeito de perda de estabilidade lateral, costuma-se compactar o
lastro através de duas maneiras:
- Vibração lateral da Via, usando um Estabilizador Dinâmico de Via;
- Compactador superficial de ombro e berço de linha.
A socadora de lastro é um equipamento automotivo, que por meios de rolos que
abraçam o boleto do trilho é capaz de erguer a linha para conduzi-la num
alinhamento mais adequado, conferindo à linha, alinhamento longitudinal,
transversal e super elevação. MACHADO (2006).
As bancas de socaria compostas debaixo do equipamento, conforme Figura 14,
são capazes de penetrar no lastro entre os dormentes pressionando-o de tal
maneira a dar maior conformidade e rearranjo ao material granular elevando ou
rebaixando a camada de lastro quando necessário. MACHADO (2006).
Figura 14 – Banca de Socaria
Fonte: SELIG, 1992
Selig (1992) faz uma rápida demonstração na sequência de eventos envolvidos
no serviço de socaria (FIG. 15):
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A) A socadora se posiciona na via acima do dormente que será socado;
B) Os rolos de içamento da grade erguem os dormentes liberando espaços
vazios abaixo dos dormentes;
C) As pontas das socadoras penetram no lastro abaixo dos dormentes por
ambos os lados;
D) As pontas socadoras empurram o lastro para os vazios abaixo dos dormentes
e eleva o posicionamento da grade;
E) As pontas de socaria são retiradas do lastro, os rolos de içamento posicionam
a grade novamente por sobre o lastro, e o equipamento se posiciona no próximo
dormente a frente.
Figura 15 - Processo executivo de socaria
Fonte: SELIG, 1992
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Figura 16 - Socadora de Lastro S-12
Fonte: Autor
Além da socaria, estas máquinas fazem os serviços de nivelamento ealinhamento, executados pelos grupos de levantamento e puxamento, componentes
presentes nas máquinas. Estes têm a capacidade de garantir a máxima precisão no
processo de correção além de garantir a correta fixação da grade da via. Estes
equipamentos têm dois pares de discos que deslizam sobre os trilhos conforme o
movimento de avanço da máquina. Estes discos são abaixados para realizar os
movimentos de puxamento e levantamento dos trilhos, enquanto paralelamente é
feito o serviço de socaria. Enquanto estes movimentos são realizados, a máquina
permanece parada e, quando ela se desloca, a pressão no sistema hidráulico dos
discos é aliviada e estes deslizam suavemente pelo trilho. (March, 2006)
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2.4.2 Reguladora de Lastro
Um perfil correto do lastramento cria as condições necessárias à fundação da
boa geometria da via. As Reguladoras e distribuidoras de lastro, podem ser providas
com os seguintes equipamentos: MACHADO (2006).
- Arado para trabalhar na parte superior do lastramento;
- Arados para os ombros e laterais;
- Dispositivos de vassoura, para limpeza da linha, combinando com correia
transportadora transversal;
- Correia transportadora inclinada e silo para lastro;
- Escova para limpeza das fixações.
O rendimento das reguladoras deve ser sincronizado com o da socadora
contínua. Uma máquina adequada, de elevado rendimento, para se usar em
conjunto. A Figura 17 mostra um modelo esquemático de uma reguladora.
Figura 17 – Reguladora SSP-103
Fonte: Autor
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Devido à distribuição mais uniforme do lastro ao longo da via, especialmente
com máquinas reguladoras providas de silo, muitas toneladas de lastro podem ser
economizadas anualmente. MACHADO (2006).
Para a distribuição de brita, as máquinas reguladoras são dotadas de arados
reguláveis que são ajustadas pelos operadores de acordo com o modo como a brita
deve ser espalhada pelo trecho. Estas ferramentas encontram-se nas laterais da
máquina, onde são capazes de regular os ombros de lastro e na parte central da
máquina, distribuindo a brita da região de socaria. É possível ajustar estes arados
hidráulicamente tanto no plano horizontal quanto no vertical e ainda escolher
ângulos entre 0º e 45º. Existe ainda uma vassoura que retira o excesso de brita
sobre os dormentes. Estes equipamentos são operados por duas pessoas que, da
mesma forma que as socadoras, podem dividir-se em um mais experiente e outro
menos. (March, 2006)
2.4.3 Confiabilidade Equipamentos de Via Permanente
Tendo em vista o grande crescimento planejado pela empresa para os anos
seguintes, teremos o cenário de manutenção da via permanente cada vez mais
escasso em intervalos, necessitando que em um menor tempo disponível para
manutenção tenhamos maior produtividade e eficiência, realizando grande
quantidade de trabalho e com altíssimo nível de qualidade.
Podemos verificar o desafio do aumento de transporte ferroviário de cargas da
MRS na figura 18:
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Figura 18 – Desafio MRS
Fonte: MRS Logística S.A
Verificamos que entre os anos de 2011 e 2016, teremos um aumento de 152
MM TU para Heavy Haul, o que equivale a dobrar a produção no cenário base
tratada. Esse aumento significativo de aumento de carga transportada necessita que
diariamente a via permanente esteja em melhores condições de uso e com
confiabilidade para tráfego de trens de alta carga por eixo e velocidades próximas a
70 km/h.
Seguem abaixo figuras esquemáticas que prevêem o nível de utilização do
trecho ao longo dos anos que se seguem:
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Figura 19 – Cenário Agressivo 2012
Fonte: MRS Logística S.A
Figura 20 – Cenário Agressivo 2013
Fonte: MRS Logística S.A
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Figura 21 – Cenário Agressivo 2014
Fonte: MRS Logística S.A
Figura 22 – Cenário Agressivo 2015
Fonte: MRS Logística S.A
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Figura 23 – Cenário Agressivo 2016
Fonte: MRS Logística S.A
Verificamos nos dados apresentados, que na atual situação que nos
encontramos não teremos capacidade de transporte para o projetado em 2016.
Desta forma faz-se necessário diversas intervenções na infra estrutura e super
estrutura da via, além de processos de manutenção mais eficientes e confiáveis.
Para uma manutenção mais produtiva, faz-se uso de máquinas de via
permanente, no caso específico, reguladoras e socadoras de lastro conferindo assim
qualidade e condições seguras de tráfego para as velocidades e demandas exigidas.
Desta forma precisamos estabelecer um nível elevando de confiabilidade dos
equipamentos, gerando produtividade e eficiência no intervalo de trabalho dos
mesmos. As socadoras e reguladoras para o cenário futuro devem ser capazes de
produzir o máximo possível sem apresentar falhas ou avarias durante a faixa de
intervalo.
Na metodologia apresentaremos uma proposta que possa garantir essa
confiabilidade.
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3 METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO
Tendo em vista o cenário de produção da MRS Logística de transporte
ferroviário de cargas para os próximos anos, teremos cada vez menores intervalos e
maior solicitação da via permanente, por isso quando tivermos abertura de um
intervalo se faz necessário que as máquinas estejam confiáveis visando
produtividade e qualidade no trabalho.
Para tal situação propomos o uso do PDCA, buscando estabelecer um ciclo de
melhoria continua.
O que é o PDCA?
Figura 24 – PDCA
Fonte: Autor
O Ciclo do PDCA foi idealizado por Shewharte e mais tarde aplicado por
Demingno no uso de estatísticas e métodos de amostragem. O Ciclo PDCA nasceu
no escopo da tecnologia TQC (Total Quality Control) como uma ferramenta que
melhor representava o ciclo de gerenciamento de uma atividade.
O conceito do ciclo evoluiu ao longo dos anos vinculando-se também com a
idéia de que, uma organização qualquer, encarregada de atingir um determinado
objetivo, necessita planejar e controlar as atividades a ela relacionadas.
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O Ciclo PDCA compõe o conjunto de ações em sequência dada pela ordem
estabelecida pelas letras que compõem a sigla: P(plan: planejar), D(do: fazer,
executar), C(check: verificar, controlar), e finalmente o A(act: agir, atuar
corretivamente).
Figura 25 – Etapas PDCA
Fonte: Autor
3.1 Proposta de Aplicação do PDCA na melhoria da Confiabilidade
Para atingir o objetivo de melhoria da confiabilidade e o cenário de trabalho das
reguladoras e socadoras da MRS Logística para os próximos anos, propomos um
sistema que tem o foco um fluxo de informações que se inicia no tratamento dos
problemas, seguido do planejando das intervenções para assim executá-las.
De posse dos primeiros resultados obtidos, estabelecemos então um controle
eficiente e que mostre a realidade da manutenção e dos equipamentos paraposteriormente agir sob as falhas que ocorreram. Desta forma se reinicia o ciclo do
PDCA.
Voltando ao início do ciclo, tratamos agora pontos que não foram tratados
anteriormente ou que não tiveram sucesso correspondente.
Pode-se observar melhor no fluxograma abaixo conforme Figura 25:
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Figura 26 – Fluxograma PDCA
Fonte: Arquivo MRS Logística S.A
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Ao se concluir o ciclo, retorna-se a fase inicial buscando uma nova evolução,
desta forma fechando o processo de melhoria contínua.
3.2 Forma de Controle
Como formas de controle, apontamento e estudos dos dados sobre situação das
máquinas de correção geométrica podemos utilizar algumas ferramentas descritas
abaixo:
3.2.1 Gráfico de Controle dos Resultados (Real x Meta)
Para início do processo PDCA precisamos definir como estão os números reais
e qual a meta a ser atingida. Esse gráfico mostra em qual patamar se encontra a
situação das máquinas e qual o objetivo proposto. Veja exemplo na Figura 27
abaixo:
Figura 27 – Gráfico da Disponibilidade
Fonte: MRS Logística S.A
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Devemos fazer isso para todos os indicadores que devemos controlar, buscando
confrontar o real ao longo dos períodos e a meta a ser atingida.
3.2.2 Estratificação dos Resultados
Como sequência do processo, passamos ao estado de estratificação dos dados,
buscando identificar quais pontos, sistemas e conjuntos estão impactando
negativamente no processo e que precisam ser tratados. Conseguimos verificar
também em quais sistemas estamos em um bom patamar de manutenção e
conservação. Desta forma sabemos onde temos que intervir com maior eficiência
focando na confiabilidade do equipamento. Veja exemplo Figura 28:
Figura 28 – Falhas por Sistema Socadoras
Fonte: MRS Logística S.A
O gráfico mostra quais sistemas sofreram mais avarias no conjunto de
equipamentos em trabalho no mês, desta forma indicando onde se deve atuar.
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3.2.3 Análise de Causa e Efeito (Diagrama de Ishikawa)
Para tratarmos agora sobre cada sistema que apresentou maior número de
falhas, buscamos através de uma ferramenta conhecida como diagrama de Ishikawa
identificar dentro de cada falha do sistema quais as possíveis famílias de causas e o
que compõe esse grupo. Podemos verificar como exemplo a Figura 29:
Figura 29 – Diagrama de IshikawaFonte: Autor
No diagrama nota-se que para o baixo MTKBF, temos quatro possíveis famílias
que causam impactos no resultado, sendo elas, material, mão de obra, processo e
meio. Dentro destas famílias identificam-se pontos detalhados onde se faz
necessário intervir para melhorar o resultado.
3.2.4 Método dos 5 por quês
Este método busca esclarecer a causa raiz do problema, através de uma série
de questionamentos sobre o porquê das ocorrências. Desta forma à medida que se
avança nos “por quês” se encontra a causa e onde especificamente se deve intervir.
A causa pode também ser identificada no terceiro ou quarto por que. Veja abaixo
exemplo de formulário de análise dos 5 PQ´s.
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Figura 30 – Formulário 5 Por quês
Fonte: MRS Logística S.A
3.3 Indicadores Controlados
Para acompanhamento das situações dos equipamentos de correção
geométrica, propomos o foco em alguns indicadores que consolidam e nos mostram
a real situação das máquinas e do processo de manutenção, dentre esseindicadores temos:
- Disponibilidade de Equipamento
- MTBF – Tempo médio entre falhas
- MTTR – Tempo médio para reparo
- MTKBF – Km Socado e regularizado entre falhas
- Retrabalho
- Custo de Manutenção.
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3.3.1 Disponibilidade de Equipamentos
Esse indicador se resume ao percentual do tempo disponível para trabalho,
sobre o total de horas diárias sobre a qual podemos trabalhar na via permenente. Ou
seja, a jornada de trabalho dos operadores se concentra das 07:00 as 16:30, sendo
este o tempo total e contabilizamos sobre esse tempo o quanto dele temos
disponível de máquina pronta a operar.
(Eq. 7)
“Quanto maior a disponibilidade melhor”
3.3.2 MTBF – Tempo Médio Entre Falhas
Esse indicador mostra qual o tempo médio para acontecer uma falha que gere
indisponibilidade ou alteração de produtividade do equipamento. Desta forma, o
número gerado indica o quanto eficiente estão sendo as manutenções preventivas e
preditivas, ou seja, o quanto estamos evitando por meio de ambas a ocorrência de
uma falha.
MTBF = (∑ tempo disponível)/( ∑ No de falhas) (Eq. 8)
“Quanto maior a MTBF melhor, ou seja, maior o tempo entre falhas”
3.3.3 MTTR – Tempo Médio Para Reparo
Esse indicador mostra qual o tempo médio para reparo de um equipamento, ou
seja, quanto tempo a equipe de manutenção gasta para restabelecer as condições
de disponibilidade e produtividade de uma máquina. Esse número mostra o quanto
eficiente é o trabalho da equipe de manutenção e o quanto o planejamento e a
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manutenção estão preparados, com relação ao conhecimento dos componentes
sobressalentes e estoque de peças para de seus equipamentos
MTTR = (∑ tempo indisponível)/( ∑ No de falhas) (Eq. 9)
“Quanto menor o MTTF melhor, ou seja, mais rápido o reparo é
executado”
3.3.4 MTKBF – Km Socado entre Falhas
Esse indicador mostra qual a kilometragem realizada de socaria entre as falhas
que geram indisponibilidade do equipamento ou perda de produtividade. Quanto
maior esse número melhor esta o processo de manutenção e conservação do
equipamento, indicando o quanto estamos conseguindo atuar preventivamente e
com eficiência e como esta o nível de manutenção autônoma da máquina.
MTKBF = (∑ km Socado e Regularizado)/( ∑ No de falhas) (Eq. 10)
“Quanto maior o MTKBF melhor, ou seja, maior produção com menos
falhas”
3.3.5 Retrabalho
Esse indicador mostra a quantidade de retrabalho por técnicos ou fornecedoresterceirizados que temos por um determinado período de tempo. Esse número busca
mostrar basicamente quem está trabalhando da melhor forma possível e fornecendo
os resultados esperados, reduzindo custo de manutenção e paradas de máquinas
por retrabalhos.
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“Quanto menor o retrabalho melhor, ou seja, mais preparada esta a
equipe de manutenção”
3.3.6 Custo de Manutenção
Esse indicador mostra a quantidade gasta mensalmente em manutenção para
se alcançar as metas propostas. É importante lembra que muitas vezes o que é
barato sai caro no final, o importante nesse indicador e gastar com consciência,
eficiência e qualidade, mantendo o menor custo possível e alcançando os resultados
de produção, segurança e perpetuidade da integridade física da máquina.
“Quanto menor o custo melhor, desde que estejam sendo atingidos os
resultados, ou seja, estamos investindo da melhor forma possível”
De uma forma geral a MCC (Manutenção Centrada na Confiabilidade) é uma
metodologia utilizada para assegurar que quaisquer componentes de um ativo ou
um sistema operacional mantenham suas funções, suas condições de uso com
segurança, qualidade, economia e ainda que seu desempenho não degrade o meio
ambiente. Esta metodologia não substitui o enfoque da manutenção tradicional
(preventiva, preditiva, reforma e etc.), porém é mais uma ferramenta para auxiliar a
gestão. (PEREIRA, 2009)
Precisamos nos focar nos seguintes pontos:
- Estabelecer planos de manutenção eficientes para cada tipo de equipamento
- Análise de falhas: Reduzir a possibilidade de ocorrência das falhas- Manutenção preventiva prevendo a substituição de componentes (não
consertar), como forma de redução da taxa de falhas.
- Garantia de que o equipamento execute suas funções a custos mínimos
(execução de grandes reparos ou reformas somente quando for extremamente
necessário)
- Uso da metodologia PDCA aplicada ao processo de manutenção e retirada de
pendência das máquinas.
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- Redução dos custos de manutenção por meio de foco na intervenção bem
elaborada e eficiente, peças de reposição, rastreamento das decisões, etc.
3.3.7 Modelo Proposto
Para melhoria da confiabilidade das Reguladoras e Socadoras de Lastro de
MRS Logística S.A, propomos o acompanhamento das falhas de cada máquina
confrontando os dados obtidos com a produção de cada equipamento. Para isso
adotamos a seguinte forma de controle:
Figura 31 – Planilha Registro de Falhas
Fonte: Autor
A forma de controle acima trata os seguintes dados:
- Sistema da Falha
- Descrição da Avaria
- Equipamento
- Tipo de Manutenção
- Indisponibilidade
- Alteração de Produtividade
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- Hora início e hora fim da avaria
-Outros
Para iniciar esse controle de forma eficaz, definimos primeiramente os tipos de
intervenções que estamos realizando nas máquinas. Em conjunto com os líderes e
técnicos da área chegamos à seguinte proposta:
Figura 32 – Tipo de Manutenção
Fonte: Autor
Considerando as definições da figura 32, trabalhamos com os dados de
corretivas e corretivas programadas para gerarmos dados de MTBF, MTTR e
MTKBF para cada máquina, sendo esses indicadores calculados da forma descrita
anteriormente.
O acompanhamento das falhas é realizado diariamente em reunião de todos os
envolvidos e os dados devidamente registrados em um mapa de disponibilidade
como mostrado a seguir.
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O mapa mensal possui descrição de todos os dias do mês e no fechamento
extraímos os dados para computar MTBF e MTTR que se originam dos dados de
Tempo total disponível e Tempo total indisponível.
Importante lembrar que as falhas que entram no tratamento de dados são
aquelas que geram intervenções corretivas e corretivas programadas.
Hora Inic. 7:00:00 H. final 16:30:00
Máquina Inicio Avaria Final Avaria Tempo
Indisp. T.I. Acumu Tempo Total T.T. Acumu Tempo Disp. T.D. Acumu Disp. Disp. Acumu
R-11 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
R-12 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
R-13 - - - - - - - - - -
R-14 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
R-15 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
R-16 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
R-17 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
R-18 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
S-04 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
S-05 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
S-06 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
S-07 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
S-08 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
S-09 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
S-10 7:00:00 16:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 0:00:00 0:00:00 0,00% 0,00%
S-11 - - - - - - - - - -
S-12 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
S-13 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
S-23 - - - - - - - - - -
S-25 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 9:30:00 100,00% 100,00%
Soma 7:00:00 16:30:00 9:30:00 9:30:00 161:30:00 161:30:00 152:00:00 152:00:00 94,12% 94,12%
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Figura 33 – Mapa da Disponibilidade Fonte: Autor
Após fechamento mensal dos dados passamos para o momento de análise de
dados, buscando encontrar os pontos onde devemos intervir prioritariamente. Para
demonstrar esse modelo, vamos trabalhar com dados do mês de março 2012 emostrar o desdobramento das analise feitas.
Torna-se interessante que o fluxo do parque supridor dos equipamentos seja
separado por tipo de equipamento, no caso reguladoras e socadoras. Desta forma
podemos ter dados melhor explorados e estratificados das falhas, sistemas e
componentes críticos.
Realizando esse fluxo de forma separada, podemos ter diversas vantagens não
só no tratamento dos dados mais também nos indicadores de cada tipo de
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equipamento. Tratando os indicadores de forma separada, podemos identificar de
forma mais conclusiva onde devemos atacar e qual o nosso verdadeiro problema,
não deixando por exemplo, que as reguladoras segurem os números das socadoras
ou vice e versa.
Desta forma num estudo futuro podemos propor a separação destes modelos de
controle, pois da forma atual podem ser influenciados pela significância da amostra
(socadoras e reguladoras) frente a uma matriz de equipamentos de correção
geométrica
Trabalhando com o Indicador MTKBF, que avalia o número de falha em conjunto
com a produção de cada máquina, identificamos em qual grupo devemos intervir
prioritariamente, sendo estes os grupos de menor MTKBF.
É importante focar no desdobramento das análises e não no primeiro número
visto. Na figura abaixo notamos que o grupo de menor MTKBF é o grupo 02, no
entanto estas máquinas ficaram paradas o mês inteiro aguardando reparo em
reguladora.
Considerando as máquinas em produção, chegamos à conclusão que devemos
trabalhar sobre os grupos 01, 05 e 06.
Gráfico 01 – MTKBF por Grupo - Março
Fonte: Autor
Outro ponto que merece atenção quanto ao foco de trabalho é na relação
MTKBF e metros socados. Quanto menor a diferença entre ambos os números
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melhor esta a condição do equipamento. Na figura abaixo percebemos que as
máquinas que apresentam essa maior diferença são S-07, S-12 e S-13 que
correspondem aos grupos citados anteriormente.
Gráfico 02 – MTKBF Socadora - Março
Fonte: Autor
Após analise de MTKBF e produção, focamos na análise por máquina socadora,
desta forma podemos identificar a máquina que merece atenção. Ao realizar a
análise para o mês de março chegamos a seguinte situação, onde temos S-13, S-
07, S-05 e S-12 que são as máquinas com maiores índices de falhas. Conformefigura
Gráfico 03 – Falha por Socadora - Março
Fonte: Autor
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Fazendo a mesma análise para as reguladoras, notamos que os números são
menos destoantes. Verificamos nesse caso problemas críticos apenas com a R-11.
Conforme Gráfico 04, verificamos que as reguladoras tem produção equivalente
em quase todos os caso ao MTKBF o que nos sugere que temos maior controle e
conhecimento sobre estas máquinas.
Gráfico 04 – MTKBF Reguladora - Março
Fonte: Autor
Gráfico 05 – Avaria por Reguladora - Março
Fonte: Autor
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Como etapa posterior da avaliação dos dados, reunindo todas as falhas de todos
os sistemas e máquinas no primeiro trimestre (Janeiro a Março) de 2012, podemos
identificar em qual sistema estamos com maiores problemas e onde devemos
priorizar nossas intervenções. Para o caso do mês estudado, notamos que temos
quatro sistemas críticos, sendo eles:
- Banca de Socaria
- Transmissão
- Elétrico e Eletrônico
- Hidráulico
Podemos verificar essa afirmativa no gráfico abaixo e desta forma, temos em
mãos onde devemos intervir e tomar ações rápidas.
Gráfico 06 – Estratificação Falhas Acumulado
Fonte: Autor
Fazendo a análise de falhas por sistema no mês de Março (Gráfico 07), nota-se
uma confirmação dos valores acumulados do ano. Colocando em foco mais uma vez
a necessidade de se intervir nos pontos em questão.
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Gráfico 07 – Falhas por Sistema - Março
Fonte: Autor
Aprofundando ainda mais a análise, estratificamos para os sistemas críticos em
qual máquina devemos atuar como verificado abaixo para o sistema Banca de
Socaria, onde enxergamos S-13 com número disparado de falhas.
Gráfico 08 – Falhas por Banca - Março
Fonte: Autor
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Com esta metodologia podemos explorar as características de todas as falhas e
grupo de máquinas, verificando onde devemos atuar com prioridade. Para tal
devemos estabelecer um fluxo de PDCA em torno dos trimestres do ano.
O mais importante é computar dados reais e após análise definir plano de ação
eficaz. Sugerimos que esses planos sejam elaborados por pessoas técnicas e
capacitadas que conhecem a rotina de trabalho e manutenção dos equipamentos,
sendo as ações definidas em fóruns de discussão.
Outro ponto considerado de grande importância na confiabilidade das máquinas
é chamado de backlog ou relação de serviços. Essa listagem traz as pendências de
cada máquina e é notável que os equipamentos com maiores pendências gerem
menor confiabilidade. Desta forma precisamos planejar a manutenção de modo a
reduzir ao máximo o backlog de manutenção. Para definirmos ainda que a listagem
de pendências seja eficaz e bem elaborada definimos o fluxo de processo a ser
seguido:
Figura 34 – Fluxo de Pendências
Fonte: Autor
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Posteriormente as ações de manutenção passam pelo planejamento e
programação, para então serem executadas, fechando o ciclo de manutenção
focado na melhoria da confiabilidade
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho desenvolvido mostrou um novo processo de controle e atuação da
manutenção que estamos implantando nos equipamentos de correção geométrica
usados na MRS Logística. Nossa intenção é de aplicar e os conceitos de
manutenção centrada em confiabilidade conhecidos, assim como métodos de
manutenção preventiva e preditiva buscando aumentar a disponibilidade e a
confiabilidade dos equipamentos. Nesse trabalho buscamos estabelecer uma
metodologia que garanta a melhoria contínua das máquinas, buscando melhores
resultados de confiabilidade e disponibilidade visando o cenário de produção na
companhia. Sabemos que tempos muitos pontos a aprofundar e melhorar, mesmo
sabendo que estamos em um estágio anterior no planejamento da manutenção,
estamos acompanhando o uso da metodologia proposta e já notamos algumas
melhoras nos dois últimos meses com relação à confiabilidade e disponibilidade.
No trabalho apresentado não trouxemos base de dados, pois estamos propondo
uma metodologia nova em nosso processo, no entanto essa metodologia foi
baseada em diversas literaturas e técnicas de manutenção hoje conhecidas e de
comprovada efetividade. Como passo inicial, precisamos melhorar o fluxo de
informações sobre falhas, panes ou avarias, para que assim todas as ocorrências
possam ser tratadas, para isso estamos criando ferramentas de comunicação entre
as áreas de produção e manutenção, buscando melhorar esse controle. Além do
melhor fluxo de informações, centralizamos a demanda de controle em uma pessoa
estratégica no processo e temos reuniões diárias de fechamento.
Outro fator muito importante que propomos, é com relação à união das equipes.
Para que o ciclo proposto tenha sucesso é importante que todos os envolvidos no
processo estejam alinhados no assunto.Com a metodologia e ferramentas especificadas, buscamos que as máquinas
estejam mais seguras e eficientes, gerando melhores resultados produtivos e a
custos dentro dos padrões esperados. Ressaltamos que estamos implantando a dois
meses essa metodologia e inicialmente estamos colhendo alguns resultados
positivos, no entanto não se faz possível ainda uma apresentação concreta de
dados reais, deixando como sugestão para um próximo trabalho as analises destes
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resultados e verificação da garantia de sucesso de todo o ciclo da metodologia
proposta.
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REFERÊNCIAS
Livros
BRINA. H.L., Estradas de Ferro 1 – Via Permanente. Rio de Janeiro, Livros
Técnicos e Científicos S.A., 1979.
SELIG, E.T. e WATERS, J.M. Track Geotechnology and Substructure
Management. London, Thomas Telford Services Ltd.., 1994
Janeiro, 2002.
MARCH. L.D., Reformulação do Planejamento da Manutenção das Socadoras
da MRS Logística Baseada em MCC . Monografia IME., Rio de Janeiro, 2006.
SOUZA. J.P.A., Ciclo PDCA – Um Instrumento de Melhoria Continua. Rio de
Janeiro, 2006.
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