Post on 29-Jul-2015
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Aprender e Ensinar: e-Teaching – a segunda onda do EAD
Antonio Cândido Carneiro de Azambuja Neto*
Muito tem sido feito e falado sobre educação. Mais recentemente, com a Internet,
ganhou força o que ficou conhecido com o “elearning”.
Mas o que é isso? Na esteira do “eletronic-mail”, o popular e-mail, tudo o que foi
levado do mundo real para a condição virtual ganhou o prefixo “e”. Decorrem daí o “e-
commerce” (comércio eletrônico) e o “e-business” (negócios eletrônicos), por
exemplo.
A educação também foi levada para a Internet – ou melhor, essa, a Internet, nasceu no
meu acadêmico. Como um depósito infinito em sua limitação de espaço, era natural
que o mundo do conhecimento ocupasse um lugar de destaque na rede internacional
de informação. A possibilidade efetiva de universalização do saber pela simples
disponibilização do conhecimento, facultando a qualquer um o acesso à informação
permitiria uma justiça social real.
Todo o conhecimento já apreendido com a educação à distância (EAD) ganharia
proporções astronômicas com a introdução da Internet como plataforma de
disseminação desse conteúdo.
Ganhou espaço na vida cotidiana o termo “e-learning” e a associação como sinônimo
de educação à distância na Internet foi imediata e natural. Entretanto, essa associação
carece de um melhor entendimento. Comecemos esse entendimento pela vertente
semântica. Educação é uma via de mão-dupla. Compreende dois vastos mundos: o
aprender e o ensinar.
Cada indivíduo tem suas formas próprias de aprender. Uns mais conceituais outros
práticos. Uns mais rápidos outros mais lentos. E dada a condição dialética do ser
humano, a subjetividade dessa aprendizagem ganha dimensões variadas.
Por outro lado, ensinar tem sido alvo de inúmeras teorias, técnicas e métodos de
aplicação e de desenvolvimento do saber. No mundo do “personal computer” (PC) era
natural que se desenvolvesse a EAD seguindo a vertente do “aprender a distância”
uma vez que os alunos se encontram fora das salas de aulas. Tanto que as plataformas
mais difundidas, bem como as iniciativas mais encontradas pelas ferramentas de busca
na Internet primam pela oferta de ações de “e-learning”.
Ao considerarmos a relativa facilidade e principalmente o baixo custo de oferecer
conhecimento de qualidade a qualquer um que tenha acesso à grande rede, basta
assegurar a identificação de quem efetivamente se submeteu à ação de aprendizagem,
evitando que qualquer um possa ser certificado como detentor do conhecimento por
formas pouco lícitas. Nesse sentido e para atender ao rigor acadêmico, muito foi
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desenvolvido no que se chamou de “LMS – Learning Manangement System“ (Sistemas
de Gerenciamento da Aprendizagem). Desde “logins” e senhas pessoais, a “logs” que
registram períodos de conexão, áreas e conteúdos acessados, passando por ações
cruzadas de atividades “on-line” e “off-line” até testes presenciais realizados em salas
físicas especialmente contratadas para esse fim, muito foi feito e os resultados
apresentados são mais que satisfatórios.
A melhoria da conectividade e a proliferação do acesso à rede em banda larga
permitem agora o desenvolvimento da segunda vertente ou a segunda onda do EAD
na Internet. Refiro-me ao ensinar a distância, ou por analogia, ao “e-teaching”.
A disponibilização de conexões que permitem a navegação “on-line” em tempo real de
imagem e voz com qualidade, as plataformas de vídeo conferência baseadas na web,
abrem portas para um sem número de salas de aulas conectadas à Internet,
possibilitando uma interatividade jamais imaginada e agregando valor incalculável ao
desenvolvimento do saber. Supor uma aula onde o professor, especialista em
determinado tema, a partir de sua base – laboratório, área de teste ou afim – exponha
seu conhecimento utilizando-se de ferramentas audiovisuais (PowerPoint,
apresentações, vídeos, imagens, arquivos sonoros, entre outros) a grupos de alunos
concentrados em salas de aulas preparadas para esse fim (datashow, telão, web-cam,
microfones e equipamentos de som) espalhadas por todo o globo terrestre é hoje algo
factível, real e acessível a custos módicos.
Mais ainda, a interatividade, a troca efetiva de experiências exclusivas de quem se
submeteu à determinada condição é também real visto que as salas estão também
conectadas entre si e a troca é multilateral, num sistema onde trocar é construir
habilidades.
Nessa segunda onda a EAD ganha seu caráter globalizador ao tornar o planeta algo
pequeno frente ao tamanho do universo disponível. Com o “e-teaching” inicia-se a
formação do profissional global apto a enfrentar realidades também globais.
Submeter-se a uma educação global passa a permitir o acesso, a conhecer
antecipadamente, realidades diferentes ampliando a capacidade de conhecimento e
consequentemente competência na identificação e solução de problemas ou
aproveitamento de oportunidades.
As plataformas de vídeo conferência baseadas na web disponíveis estão cada vez mais
acessíveis e versáteis, compatibilizando amigabilidade de uso e disponibilidade de
recursos. Por sua vez, a oferta de cursos usando tais recursos tem também permitido o
desenvolvimento de metodologias cada vez mais inovadoras e eficientes em sua ação
de promover a difusão do saber.
A interatividade e o consequente “networking”, tão importante no mundo dos
negócios globalizados são assegurados, garantindo a harmonia e a qualidade do
ambiente de ensino-aprendizagem. Apoiar, promover e fundamentalmente
reconhecer a contribuição do “e-teaching” é papel de todos, principalmente daqueles
responsáveis pela tomada de decisão sobre verbas de treinamento das muitas
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empresas que buscam na qualificação de seus profissionais a perenidade eficiente de
seus negócios.
*Antonio Candido Carneiro de Azambuja Neto
Especialista em política e estratégia pelo NAIPPE/USP, Economista e professor do curso
de Administração da Universidade Guarulhos e Faculdade Anhanguera.