Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 93-94

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[linhas 1-5]

A vida de Frei Luís de Sousa já fora tratada num livro escrito por um estrangeiro (Ferdinand Denis), que Garrett considera ter prejudicado a história do grande escritor que começara por se chamar Manuel de Sousa Coutinho.

[6-9]

Na história da família de Manuel de Sousa Coutinho, tal como foi fixada na tradição, vemos a mesma simplicidade das tragédias gregas[, condimentada, porém, com a sensibilidade típica da cultura cristã].

[10-13]

Por exemplo, após a «catástrofe», Madalena e Manuel não morrem propriamente, apenas se retiram da / abdicam da vida secular.

[14-35]

Garrett adoptou «drama» como indicação de género da sua obra, mas, no fundo, reconhece que a peça tem características de um outro género, a tragédia. Uma das razões que o fizeram escolher aquela designação foi não estar a peça escrita em verso. Tendo Frei Luís de Sousa (aka Manuel de Sousa Coutinho) sido um brilhante prosador, não podia o dramaturgo pôr a personagem respectiva a exprimir-se em rima / versos / poesia.

[36-38]

Garrett não quis retirar força à ação (já tão trágica e dramática), e por isso preferiu não lhe acrescentar situações por si inventadas.

[39-47]

Segue-se um parágrafo em que se contrasta a parcimónia de processos de Frei Luís de Sousa com o que era habitual nas tragédias e com as peripécias a que vinha recorrendo o drama (género que, nas linhas 42-44, Garrett não se esquece de caricaturar / ridicularizar).

[48-49]

Modestamente (ou, mais provavelmente, com falsa modéstia), Garrett declara ter dúvidas de ter conseguido galvanizar o público, mas acrescenta logo que o dramaturgo que alcance esse objectivo (sem usar, é claro, os «truques fáceis» a que se aludira no parágrafo anterior) terá então encontrado a fórmula da «tragédia nova».

[50-61]

Finalmente, adverte não se ter preocupado em seguir sempre a verdade [histórica]. Dá mais importância à Literatura do que à História. Diz ser missão dos escritores instruir o povo através de obras acessíveis, não maçadoras.

Os acontecimentos são dirigidos pelo destino, cujo poder se revela por meio de presságios e indícios de fatalidade: a profecia do regresso de D. Sebastião; os pressentimentos e receios de D. Madalena; os sonhos e visões de Maria; as falas agourentas de Telmo; os diálogos carrega-dos de ameaças suspensas; o caráter funesto do tempo (sete anos, sexta-feira, «dia fatal», «hora fatal»).

A intriga inclui os três elementos essenciais da tragédia clássica: a peripécia (chegada dos espanhóis, que leva Manuel de Sousa a incendiar o palácio e a deslocar-se para o espaço fatal); a anagnórise (reconhecimento do Romeiro como D. João de Portugal); a catástrofe (morte de Maria e clausura dos pais).

O coro trágico é corporizado na personagem de Telmo, bem como no grupo de frades que recita o ofício litúrgico dos mortos.

As personagens principais pertencem à nobreza e gozam de boa fortuna até a desgraça se abater sobre elas em consequência de um erro involuntário (provocado pelo destino) cometido no passado (o «crime» de D. Madalena).

Alguns autores de tragédiasGrécia

Ésquilo (Persas, Oresteia, As Suplicantes)

Sófocles (Édipo Rei, Antígona)

Eurípedes (Medeia, As Troianas, As Bacantes)

França

Racine (Bérénice, Iphigénie, Phèdre)

Corneille (Médée, Le Cid)

Inglaterra

Shakespeare (Hamlet, Macbeth, Otelo, Júlio Cesar, Romeu e Julieta)

Portugal

António Ferreira (Castro)

Subordinação

•subordinante•subordinada substantiva (completiva, relativa)

•adjetiva (relativa — restritiva, explicativa)

•adverbial (causal, comparativa, concessiva, condicional, consecutiva, final, temporal)

O Hamlet que prefiro é o dos Gato Fedorento.

R

oração su bordinante

O Hamlet que prefiro é o dos Gato Fedorento.

oração subordinada relativa restritiva

modificador restritivo (de Hamlet)

O Hamlet preferível é o dos Gato Fedorento.

preferido

Hamlet, que é uma tragédia de Shakespeare, terá sido escrito entre 1599 e 1601. E

oração subordinante

Hamlet, que é uma tragédia de Shakespeare, terá sido escrito entre 1599 e 1601.

oração subordinada relativa explicativa

modificador apositivo (de Hamlet)

Hamlet, uma tragédia de Shakespeare, terá sido escrito entre 1599 e 1601.

O Hamlet que tem comichão não é o dos Monty Python. R

subor dinante

O Hamlet que tem comichão não é o dos Monty Python.

subordinada relativa restritiva

modificador restritivo

comichoso

Gosto das tragédias de Shakespeare, que nunca são enfadonhas. E

Gosto das tragédias de Shakespeare que nunca são enfadonhas. R

[Supunha-se haver algumas que, por vezes, são enfadonhas]

subordinante

Gosto das tragédias de Shakespeare, que nunca são enfadonhas.

subordinada relativa explicativa

modificador apositivo

Conjuntivo

Gosto das tragédias que não sejam enfadonhas. R

Indicativo

Gosto das tragédias que não são enfadonhas. R

Gosto das tragédias, que não são enfadonhas. E

subordinante

Gosto das tragédias que não sejam enfadonhas.

subordinada relativa restritiva

modificador restritivo

Gosto das tragédias desenfastiantes.

pouco secantes.

Gosto de sketches cujos protagonistas sejam psiquiatras e Hamlet. R

subordinante

Gosto de sketches cujos protagonistas sejam psiquiatras e Hamlet.

subordinada relativa restritiva

modificador restritivo

Vi o Frei Luís de Sousa cuja Maria é representada por Alexandra Lencastre.

R

Vi o Frei Luís de Sousa, cuja Maria é representada por Alexandra Lencastre.

E

[Se já antes se tiver assumido qual é a encenação de que se está falar.]

subordinante

Vi o Frei Luís de Sousa cuja Maria é representada por Alexandra Lencastre.

subordinada relativa restritiva

modificador restritivo

Vi o Frei Luís de Sousa dos anos oitenta. modernaço.

Vamos ao Panteão Nacional, que é a Igreja de Santa Engrácia. E

subordinante

Vamos ao Panteão Nacional, que é a Igreja de Santa Engrácia.

subordinada relativa restritiva

antecedente

Veremos uma encenação que não conheço. pronome relativo

Vamos a uma igreja onde não há missa. advérbio relativo

Vamos a um monumento cujas obras demoraram.

determinante relativo

TPC — Escrever alfabeto sobre Frei Luís de Sousa. (Aproveitar para ler textos ensaísticos no manual sobre a peça.)