Apresentação do PowerPoint 3... · 2018. 3. 10. · No Brasil essa valorização já era uma...

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PAISAGISMO BRASILEIRO

(São Paulo, 2012)

EDUSP e EDUNICAMP

Sílvio S. MACEDO

A partir dos anos de 1990, se inicia um período de tendências formais variadas e de extrema diversidade na concepção de projeto. Podem ser distinguidos alguns padrões de projeto, que seriam: - Formalismo geometrizante

- Neomodernismo

- Neoecletismo ou pós-modernismo

- Ambientalismo

São encontrados muitos exemplos do formalismo geometrizante em diversos pontos do país, em Belo Horizonte na praça da Estação Central, na praça do Papa, em Vitória, em Jundiaí no parque Central e em Campinas na praça Carlos Zarattini.

Inspirado diretamente nas experiências européias, de Barcelona e Paris, e nas norte-americanas, em função da divulgação intensa de seus principais autores.

O neomodernismo consiste basicamente na continuidade e aperfeiçoamento das premissas de projeto modernista.

No neoecletismo chega-se ao ponto de uma irreverência formal completa, como no complexo das praças Araras, em Cuiabá, e Demóstenes Martins em Campo Grande (MS).

Vistas do chão, perdem-se totalmente em meio ao conjunto de equipamentos e de vegetação da praça principalmente o peixe.

Em outros logadouros a irreverência é pontual, como na praça professor Godoi Betônico em Belo Horizonte, na qual esculturas de tartaruga são dispostas no meio do logadouro vizinhas de um falso riacho.

A característica principal do padrão ambientalista é o foco na vegetação nativa, que tanto pode ser uma mata de araucárias, um manguezal, a vegetação de uma praia ou de cerrado.

No Brasil essa valorização já era uma característica do projeto no tempo do Segundo Império, quando Glaziou iniciou suas experiências e estudos sobre a vegetação brasileira e tropical, utilizando-se como elemento principal e de fundo de suas composições, como os jardins do Parque São Clemente, em Nova Friburgo, ou da residência “Dos 7 Erros”, em Petrópolis, ambas no estado do Rio de Janeiro.

O Sistema de Espaços Livres (SEL)

Este sistema consiste em todo o conjunto de

espaços livres urbanos de uso e propriedade

pública, pelos os quais perpassa o cotidiano

da vida urbana. Ruas, praças e parques são

os seus elementos principais, que abrigam o

deslocamento e todas as demais atividades

ao ar livre da população.

Os espaços livres privados, por sua vez,

constituem um sistema paralelo e totalmente

articulado e interligado, ao menos

funcionalmente com o sistema de espaços

públicos. Alguns autores preferem o uso do

termo conjunto. Estes, de fato, fisicamente

não estão conectados entre si, não podendo

ser, no Brasil e na maioria dos países do

mundo, ao menos visualmente acessados

pelo cidadão comum, devido a barreira de

muros, cercas e paredes que os circundam,

sendo que pátios, quintais e jardins são

espaços de acesso restrito.

Parte significativa da população habita casas

com poucos espaços livres privativos, isto é,

quintais e jardins reduzidos ou em

apartamentos, cujos espaços livres

condominiais, por mais bem tratados e

equipados, não são atrativos ao uso como

seria um jardim ou pátio particular.

Nas cidades do Rio de Janeiro, Santos e

Recife nos bairros praianos densamente

verticalizados, a demanda de espaços

recreativos existente, em função da falta de

jardins e quintais onde se possa brincar ou

jogar, é atendida pela existência da praia, que

exerce o papel de um grande parque público

e que centraliza todas as atividades de

recreação de importantes contingentes

populacionais.

Sombreamento propiciado por altas torres nas áreas de suas

praias vizinhas.

Uma mesma área pode dar origem a diversos tipos de ação

paisagística.

O volume das copas caracteriza um grande espaço verde, mas não uma

área verde significativa, pois se encontra pouca área permeável e

efetivamente plantada.

No Brasil, a existência de espaços livres

projetados previamente em sua totalidade, é

um fato raro, sendo que os únicos casos se

restringem às cidades novas, tanto capitais,

como instalações para operários de

empresas elétricas ou de mineração.

Plano Piloto de Brasília – DF. Extensas áreas verdes, tratadas e

arborizadas, formadas a partir de um plano urbanístico.

Tim Oke (1981) – Journal of Climatology

Círculo que expressa a visão do céu acima de um ponto sobre a

superfície, obtida com câmara voltada para o céu, exatamente sobre o

ponto de medição. Registro da entrada de energia (insolação) em um

recinto. Esta técnica, devidamente corrigida, homogeneíza as dimensões

da área de observação; o que aparece dentro do círculo significando

obstrução pode ser quantificado, informando os diferentes graus de

obstrução (MASCARÓ, 2004, p. 12-13).

Tim Oke (2006) – Theoretical and Applied Climatology

O Poder Público

e a Produção de Espaços Livres na Cidade

Sílvio Soares MACEDO

PAISAGISMO BRASILEIRO

(São Paulo, 2012)

EDUSP e EDUNICAMP

Os grandes projetos envolvem conjuntos de

ações feitas de modo programado.

Resultantes de programas especiais de ação

urbanística-paisagística por parte do Poder

Público e, por vezes, em parceria com a

iniciativa privada.

Por uma administração específica, de modo a

readequar ou valorizar uma área urbana de alto

valor simbólico, cultural e ou econômico e que,

portanto, implicará em um alto retorno político

para seus mandantes.

É como se os projetos nos espaços de alta

visibilidade pudessem representar, através de

suas estruturas físicas, tudo que o Estado, em

tese, busca fazer pelo cidadão.

Remodelados, os espaços públicos têm o papel

de construir, junto à sociedade, a imagem de um

poder público presente, eficiente e moderno.

Esplanada de La Defénse

(foto: Sílvio Macedo)

Construído sobre um antigo conjunto ferroviário

Complexo Promenade Plantée – Jardin de Reully – Square Charles Péguy

O centro financeiro Canary Wharf, em Londres. Como o La Défense.

As margens do Tamisa, convertidas em uma promenade.

O caso brasileiro

No Brasil, o tratamento de espaços livres públicos de visibilidade

é um fato que remonta ao fim do século XIX e início do XX, com

as conhecidas obras de embelezamento e adequação das áreas

centrais e dos bairros de elite aos padrões europeus urbanísticos

e paisagísticos de então, considerados de vanguarda e, portanto,

adequados à tropicalidade brasileira.

Neste período é o Estado o principal promotor das novas obras,

que envolvem a construção de avenidas, promenades, jardins,

parques, praças e uma série de edifícios públicos de porte,

período em que foram modernizadas as áreas centrais de

praticamente todas as cidades brasileiras de algum significado,

destacando-se as ações no Rio de Janeiro, São Paulo, Belém do

Pará e Manaus, então as mais ricas do país.

Avenida 23 de Maio, São Paulo – SP. Construída sobre um antigo

corpo d’água.

As ações de grande porte são resultado dos seguintes tipos de

intervenção:

I - Isoladas

São a tônica no cotidiano público urbano brasileiro. Este é o caso

de grande parte dos mais importantes projetos públicos

contemporâneos brasileiros. Feitas de modo a valorizar ou

sobrequalificar uma determinada área urbana.

II – Articuladas

Destacam-se por seu porte, significado na época em termos de

inovações funcionais ou formais e abrangência. Inseridas em um

programa de governo definido, visam a atender demandas

específicas.

II – Semiarticuladas

Extremamente comuns, derivados de ações paralelas e

desconexas entre órgãos da mesma administração, resultam

após algum tempo na construção de um conjunto expressivo de

logradouros de intensa utilização pública.

Parque Ambiental da Praia de Ramos (O Piscinão de Ramos)

um absurdo conceitual, um sucesso de público.

Largo do Maracanã, Rio de Janeiro – RJ (Projeto Rio Cidade).

A Produção de Espaços Livres na Cidade

Espaços Simbólicos

Sílvio Soares MACEDO

PAISAGISMO BRASILEIRO

(São Paulo, 2012)

EDUSP e EDUNICAMP

Associados a conjunto ou edifício de alto

significado cultural os espaços simbólicos têm sido

freqüentes na constituição da paisagem oficial das

cidades brasileiras.

Estão em geral vinculados a uma ação urbanística e

paisagística estruturada pela arquitetura, na qual

esta é utilizada como elemento referencial ou

balizador do espaço e cujos espaços livres

resultantes, extremamente generosos, devem

permanecer totalmente despojados de modo a não

se perder a percepção total do edifício.

Mube – Museu Brasileiro da Escultura, São Paulo –

SP.

Praça do Patriarca, São Paulo – SP.

Biblioteca Nacional, Brasília – DF.

O Parque Contemporâneo – figura urbana em

consolidação

O parque urbano contemporâneo brasileiro é,

essencialmente, um espaço de convívio social

múltiplo, tendo como base o lazer e possibilitando

as mais diversas formas de interação, tanto entre os

indivíduos entre si como destes com elementos

naturais (vegetação e águas) e com diferentes

formas de vida animal.

Morfologicamente, um parque urbano é um tipo de

espaço livre estruturado por elementos naturais,

como o relevo, água e vegetação, destinado à

recreação nas suas diferentes modalidades.

Parque do Ibirapuera, São Paulo – SP.

Praça da República, São Paulo – SP.

Contexto urbano

O parque é uma figura tardia na cidade brasileira,

consolidando-se como equipamento urbano somente a partir

das últimas décadas da segunda metade do século XX. Até

então, apenas a construção de praças públicas era feita de

um modo sistemático, em geral por divisões de secretarias

de obras ou equivalentes.

Formal e funcionalmente a figura do parque brasileiro é

bastante tradicional. São entendidos exclusivamente como

espaços livres de grandes dimensões em que predominam

elementos naturais, em cujo interior as massas edificadas

das cidades apenas são percebidas de modo atenuado como

pano de fundo.

Jardim da Luz, São Paulo – SP.