Arte contemporânea [modo de compatibilidade]

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Material didático criado pela arquiteta, crítica de arte e professora Viviane Marques Terence para a matéria História da Arte e da Arquitetura.

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Arte no Mundo Moderno e Contemporâneo

Viviane Marques

Modernismo

• Sob o termo genérico Modernismo resumem-se as correntes artísticas que, na última década do século XIX e na primeira do século XX, propõem-se a interpretar, apoiar e acompanhar o esforço progressista, econômico-tecnológico, da civilização industrial.

Tendências Modernistas

• A deliberação de fazer arte em conformidade com sua época e a renúncia à inovação de modelos clássicos, tanto na temática como no estilo;

• O desejo de diminuir a distância entre as artes maiores e as aplicações aos diversos campos da produção econômica (construção civil, decoração, vestuário, etc.);

• A busca de uma funcionalidade decorativa (o valor não é a realidade representada no quadro mais o objeto e sim, o próprio quadro como objeto fabricado);

• A aspiração de um estilo ou linguagem internacional ou européia;• O esforço em interpretar a espiritualidade(a arte não representa, revela por

signos uma realidade que está aquém ou além da consciência) que se dizia inspirar e redimir o industrialismo.

Modernismo

• Por volta de 1910, quando ao entusiasmo pelo progresso industrial sucede-se a consciência da transformação em curso nas próprias estruturas da vida e da atividade social, formar-se-ão no interior do Modernismo às vanguardas artísticas preocupadas não mais apenas em modernizar ou atualizar,e sim em revolucionar radicalmente as modalidades e finalidades da arte.

• Do modernismo, os estilos que deixaram grandes marcas responsáveis por várias transformações são denominadas de vanguardas artísticas

Movimento e Estilos Modernistas

• Derivada do termo militar francês avant-garde (extremidade dianteira de uma unidade de combate), a palavra vanguarda refere-se à parcela de ideias mais avançadas de determinado grupo.

• No caso das artes plásticas, as vanguardas históricas são as correntes artísticas do início do século XX cuja produção propagava novas técnicas e procedimentos formais radicalmente à frente do tradicional contexto operativo da arte em seus respectivos países.

• A ação dos grupos vanguardistas propunha um amplo questionamento dos valores vigentes na sociedade, com a transgressão da cultura e a negação do passado. Exemplos: Construtivismo russo, Suprematismo, Futurismo, Surrealismo e Dadaísmo.

Vanguardas Históricas

• Derivada do termo militar francês avant-garde (extremidade dianteira de uma unidade de combate), a palavra vanguarda refere-se à parcela de ideias mais avançadas de determinado grupo.

• No caso das artes plásticas, as vanguardas históricas são as correntes artísticas do início do século XX cuja produção propagava novas técnicas e procedimentos formais radicalmente à frente do tradicional contexto operativo da arte em seus respectivos países.

• A ação dos grupos vanguardistas propunha um amplo questionamento dos valores vigentes na sociedade, com a transgressão da cultura e a negação do passado.

• Exemplos: Cubismo, Futurismo, Suprematismo, Construtivismo russo, Dadaísmo, Neoplasticismo eSurrealismo .

Cubismo

• O cubismo marca uma mudança radical na concepção das linguagens plásticas do século XX.

• Surge por volta de 1908 com a estreita colaboração entre Pablo Picasso (1881-1973) e Georges Braque (1882-1963).

• Os artistas recusam a superfície do quadro como plano ilusório de representação, e propõem um sistema de apreensão da realidade que torna evidente o próprio mecanismo construtivo do quadro.

• Partem do objeto, que é analisado em suas mútiplas vistas e integrado à tela plana com pequenas facetas de tinta que efetivam a justaposição das vistas numa única imagem (visão simultânea), e fazem a ligação entre fundo e figura, dando o mesmo tratamento pictórico ao objeto e ao espaço que o circunda.

• A colagem cubista é uma inovação técnica de 1912, utilizada por quase todas as vanguardas artísticas.

• Parte da superfície do quadro como espaço real capaz de receber coisas retiradas diretamente da realidade, que passam a funcionar como elementos da construção plástica: pedaços de papel, jornal ou tecidos colados junto a áreas pintadas podem se tornar instrumentos musicais ou garrafas.

• Outros representantes: Juan Gris (1887-1927), Robert Delaunay (1885-1941), Henri Laurens (1885-1954), Fernand Léger (1881-1955).

Pablo Ruiz PicassoAs Senhoritas de AvignonMuseu de Arte Moderna

New York

Pablo Ruiz PicassoMenina com Bandolim

Museu de Arte ModernaNew York

Georges Braque, pintura “Violino e Jarro”, 1909-1910

Pablo Ruiz PicassoMa Jolie

Museu de Arte ModernaNew York

Georges BraqueTocador de Mandolina

Museu de Arte ModernaNew York

Pablo Ruiz Picasso,Guitarra, partitura, vaso,1912. Aguada, carboncillo y papiers collés.

47.9 x 36.5 cm. Marion Koogler McNay Art Institute. San Antonio. TX. USA.

Georges BraqueNatureza Morta ou Le Jour

Galeria NacionalWashington

Futurismo

• É um movimento de vanguarda italiano que proclama o dinamismo da vida moderna ao tematizar o movimento das metrópoles, com seus carros velozes e sua energia luminosa através de experimentações plásticas e musicais.

• Foi fundado pelo poeta Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944) em 1909, quando publica o manifesto futurista no jornal francês Le Figaro e incita à ação e à subversão radical da cultura e das tradições sociais.

• A noção de movimento é exaltada ideológica e plasticamente: a fim de celebrar a velocidade e a energia mecânica, os futuristas se interessam pela análise das formas dinâmicas e fragmentam as imagens na intenção de captar o próprio ritmo vibrante do movimento urbano moderno.

• Outros representantes: Umberto Boccioni (1882-1916), Luigi Russolo (1885-1947), Carlo Carrá(1881-1966), Giacomo Balla (1871-1958), Antonio Sant’Elia (1888-1916).

• O futurismo influenciou a fotografia de Anton Bragaglia (1890-1960).

Umberto Boccioni, pintura “ Estados de Alma n°1, As Despedidas”, 1911

Marcel Duchamp, Desnudo bajando una escalera nº 2 1912. Óleo sobre tela. 146 x 89 cm. Colección Louise y Walter Arensberg.

Philadelphia Museum of Art. Filadelfia. USA.

Suprematismo

• É uma corrente da vanguarda russa de tendência construtiva formulada em 1913 por Kasimir Malevich (1878-1935), que propõe uma redução da arte pictórica a seu elemento determinante, o sentimento puro da forma, da cor e da superfície.

• Malevich defende a abstração em prol da autêntica essência da arte: a imaterialidade de um mundo “sem objetos” que pode ser interpretado como parte da utopia da Revolução Soviética de 1917 e sua concepção proletária de desapego material.

• O pensamento suprematista exerce grande influência nas pesquisas da Bauhaus, assim como no trabalho dos artistas construtivistas El Lissitzky (1890-1941) e Alexander Rodchenko (1891-1956).

Kasemir Malevich, pintura “Suprematismo (branco sobre branco)”, 1918

Kazimir Malevich, Quadrado Negro e Quadrado Vermelho, 1915, óleo tela, 71,1x44,4 cm, Nova Iorque: MOMA

Kasemir Malevich, Elementos fundamentasi do suprematisto, c. 1913Óleo sobre tela, 84 x 69,5 cm, Stedelijk Museum.Amsterdã

Construtivismo

• O construtivismo é um movimento de vanguarda surgido na Rússia e que pretende a propagação da forma visual pela sociedade através de construções geométricas reveladoras de um espírito racionalista.

• É constituído a partir de 1915 em torno de Vladimir Tatlin (1885-1953), artista convicto do poder de penetração da arte no circuito da vida social, para a satisfação das necessidades físicas e intelectuais da sociedade como um todo.

• Com a Revolução Soviética, cabe ao artista a construção da nova sociedade proletária através da relação direta e positiva com os materiais e as técnicas industriais, a engenharia arquitetônica e os meios de comunicação em massa.

• A partir da década de 1920, o movimento se difunde pelo mundo e se generaliza na abstração geométrica.

• Outros representantes: Naum Gabo (1890-1977), Antoine Pevsner (1886-1962), Konstantin Medunetsky (1900-1934), Josef Albers (1888-1976).

• O construtivismo influenciou a fotografia de Alexander Rodchenko (1891-1956) e László Moholy-Nagy (1895-1946), o cinema de Serguei Eisenstein (1898-1948) e Dziga Vertov (1896-1954) e o design gráfico de El Lissitzky (1890-1941) e dos irmãos Georgii e Vladimir Stenberg (1900-1933).

Wladimir Tatlin - Modelo para o Monumento À Terceira Internacional, 1919-1920 Metal, wood, 500x300 cm.

National Museum of Modern Art, Centre George Pompidou,

El Lissitzky, Espaço Proun, 1923 (reconstrução de 1955), madeira, 260x300x300 cm

El Lissitzky, Insinua-se nos Brancos a Cunha Vermelha , 1919, cartaz, 48,3x58,5 cm

Dziga Vertov,Fragmento do filme, “O Homem com uma Camêra”, 1929

Naum Gabo, Construção Linear no Espaço nº1, 1943Acrílico com fio de nylon, 60cm, Phillips Collection

Ivan Leonidov, Instituto Lênin, 1927

Ivan Leonidov, Instituto Lênin, 1927

René Clair, fragmento do filme “Entr’acte”, 1924

Dadaísmo

• O dadaísmo, ou Dada, é uma vanguarda internacional fundada em 1916 por artistas e poetas que contestam os valores tradicionalmente associados à arte européia, logo à própria civilização que havia permitido o início da Primeira Guerra Mundial em 1914.

• Os dadaístas não propõem uma solução formal a partir de uma relação positiva com a indústria, mas sim problematizam todos os fatores que determinam a obra de arte como um valor: o artista como criador original, os métodos e técnicas de produção, a estrutura institucional.

• Ao enfatizar a arte como idéia ou processo mental em oposição à valorização final do produto, rejeitam as técnicas de pintura e escultura e optam por métodos como a colagem e a fotomontagem.

• Principais representantes: Tristan Tzara (1896-1963), Jean Arp (1887-1966), Kurt Schwitters (1887-1948), Francis Picabia (1878-1953), Marcel Duchamp (1887- 1968), Raoul Hausmann (1886-1971).

• O dadaísmo manifestou-se também na fotografia e no cinema de Man Ray (1890-1976) e no cinema de Hans Richter (1888-1976) e René Clair (1898-1981).

René Clair, fragmento do filme “Entr’acte”, 1924

Olt Aicher, Pictogramas Olímpicos, Beijing

Marcel Duchamp, Fonte, 1917, Mictório Invertido, 0,60m de altura

Marcel DuchampL.H.O.O.Q.

1919. Ready-made rectificado: lápiz sobre una reproducción de la Gioconda.

19.5 x 12.4 cm. Colección particular. París. Francia.

Marcel Duchamp, In advanced of the broken arm, 1964, MOMA

Marcel Duchamp, Why not sneeze Rose Selavy,1919

Francis PicabiaEl ojo cacodilato

1921. Óleo y papel sobre tela.

146 x 114 cm. Musée National d'Art Moderne. Paris. Francia.

• O Neoplasticismo, ou De Stijl, é um movimento de vanguarda holandês que chega a uma nova concepção da forma através da redução da diversidade de formas e multiplicidade de cores da natureza à linguagem universal abstrata das linhas horizontais e verticais e das cores primárias, preto e branco.

• Foi criado em 1917 por Theo van Doesburg (1883-1931) e Piet Mondrian (1872-1944), mentor intelectual do movimento, que revela a estrutura abstrata subjacente à realidade figurada ao estabelecer relações entre as cores e as linhas através da exclusiva e racional ação do compor.

• Essa concepção racionalista da forma vincula a estrutura à elementaridade e se estende para o design, a arquitetura e a moda como recusa de qualquer acréscimo à pura forma construtiva.

• Outros representantes: Gerrit Thomas Rietveld (1888-1964), J. J. Pieter Oud (1890-1963) e George Vantongerloo (1886-1966).

Neoplasticismo

Piet Mondrian, Composição, 1929, Óleo sobre tela, 73.5cm x 74.5cm , The Cleveland Museum of Art

Theo van Doesburg,pintura “Composição XXII”, 1920

Piet Cornelis Mondrian, Composicion

Thomas Gerrit Rietveld, Casa Schrõder, 1924, Utrech, Holanda

Thomas Gerrit Rietveld, Casa Schrõder, 1924, Utrech, Holanda

Thomas Gerrit Rietveld, Casa Schrõder, 1924, Utrech, Holanda

Surrealismo• É um movimento artístico de origem francesa que tem raízes na teoria

psicanalítica de Sigmund Freud (noção de inconsciente, prática do automatismo e interesse pelos sonhos).

• Tem seu manifesto publicado em 1924 pelo psiquiatra e escritor André Breton (1896-1966), que afirma o inconsciente como a prória dimensão da arte.

• As imagens do inconsciente não seguem um padrão e são reveladas através de distintas técnicas (pintura tradicional, pintura automática, colagem, fotomontagem, frottage).

• O que está em jogo é a liberação dos objetos de seus significados habituais, a associação de imagens contraditórias ou a criação de paradoxos visuais, ou seja, a desestabilização de categorias estabelecidas que provoca e envolve o espectador através da estranheza.

• Principais representantes: Joan Miro (1893-1983), Salvador Dali (1904-1989), René Magritte (1898-1967), Max Ernst (1891-1976), André Masson (1896-1987).

• O surrealismo se manifestou também na fotografia de Man Ray (1890-1976) e Raoul Ubac (1910-1984) e no cinema de Luis Buñuel (1900-1983) e Germaine Dulac (1882-1942).

Salvador Dali, pintura “ A persistência da Memória”, 1931

Joan MiróPersonagens na Noite

Coleção Madame SacherBasiléia

Joan MiróMulheres na NoiteColeção Particular

Paris

Salvador DaliO Cristo de San Juan de La Cruz

Galeria e Museu de Arte de Glasgow

Salvador DaliA Tentação de Santo Antonio

Reais Museus de Bruxelas

René MagritteCondição Humana

Coleção Madame E. Happé LorgeBruxelas

René MagritteA Chave dos Campos

Coleção Thyssen-Bornemisza

Rene MagrittteClairvoyance Self-Portrait, 1936

Arte Contemporânea• Os balanços e estudos disponíveis sobre arte contemporânea tendem a

fixar-se na década de 1960, sobretudo com o advento da arte pop e do minimalismo, um rompimento em relação à pauta moderna, o que é lido por alguns como o início do pós-modernismo.

• Impossível pensar a arte a partir de então em categorias como "pintura" ou "escultura".

• A cena contemporânea - que se esboça num mercado internacionalizado das novas mídias e tecnologias e de variados atores sociais que aliam política e subjetividade (negros, mulheres, homossexuais etc.) - explode os enquadramentos sociais e artísticos do modernismo, abrindo-se a experiências culturais díspares.

• As novas orientações artísticas, apesar de distintas, partilham um espírito comum: são, cada qual a seu modo, tentativas de dirigir a arte às coisas do mundo, à natureza, à realidade urbana e ao mundo da tecnologia.

• As obras articulam diferentes linguagens - dança, música, pintura, teatro, escultura, literatura etc. -, desafiando as classificações habituais, colocando em questão o caráter das representações artísticas e a própria definição de arte.

• Interpelam criticamente também o mercado e o sistema de validação da arte.

Pop Art

• Refere-se à arte que emerge com a sociedade de consumo e incorpora imagens da cultura popular, veiculadas pelos meios de comunicação de massa.

• O termo foi utilizado pela primeira vez na Inglaterra em 1954, mas designa um fenômeno sobretudo norte-americano.

• Nos Estados Unidos do início dos anos 1960 pode ser identificada uma mesma sensibilidade à avassaladora força da indústria cultural em vários artistas que se apropriam, de modos distintos, de imagens reproduzidas pela publicidade, televisão ou nos quadrinhos.

• A Pop Art revela nas suas prórias obras o aspecto anônimo e serial adquirido na sociedade de massa pelo objeto, que é consumido por sua imagem e não por seu valor.

• Alguns representantes: Richard Hamilton (n. 1922), Jasper Johns (n. 1930), Robert Rauschenberg (n. 1925), Andy Warhol (1928-1987), Roy Lichtenstein (1923-1998), Claes Oldenburg (n. 1929).

Roy Lichtenstein, pintura “M- Maybe”, 1965

Roy Lichtenstein, Artist's Studio: Th Dance.1974

Andy Warhol – “Turquoise Marilyn" ,1962

Andy Warhol – Elvis I e II - Galeria de Arte de Ontario, Toronto

Vegetarian Vegetable from Campbell's Soup II, 1969Andy Warhol (American, 1928–1987)

Screenprint; 35 x 23 in. (88.9 x 58.4 cm)Gift of Mr. and Mrs. Peter Eider-Orley, 1972

Cadeira - Allen JonesNeue Galerie, Aachen - (XX)

Robert RauschenbergBooster.

1967

Robert RauschenbergCanyon.

1959

Minimalismo• O minimalismo se refere a uma tendência das artes visuais que ocorre no

fim dos anos 1950 e início dos 1960 em Nova York.• O minimalismo, a minimal art enfatiza formas elementares, em geral de

corte geométrico, que recusam acentos ilusionistas e metafóricos. • O objeto de arte, preferencialmente localizado no terreno ambíguo entre

pintura e escultura, não esconde conteúdos intrínsecos ou sentidos outros.

• Sua verdade está na realidade física com que se expõe aos olhos do observador - cujo ponto de vista é fundamental para a apreensão da obra -, despida de efeitos decorativos e/ou expressivos.

• Os trabalhos de arte, nessa concepção, são simplesmente objetos materiais e não veículos portadores de idéias ou emoções.

• Um vocabulário construído de ideias como despojamento, simplicidade e neutralidade, manejado com o auxílio de materiais industriais - vidro, aço, acrílico etc. -, é o núcleo do programa da minimal art.

Sol Lewitt, Floor Plan #4, 1976

Sol Lewitt, Three x Four x Three, 1984Alumínio e Esmalte, Walker Art Center

Donald Judd, Sem Titulo, 1968-1969

Robert Morris, Mirrored Cubes, 1965

Afinal, o que é arte contemporânea?

Arte Contemporânea

• Decifra-me ou te devoro. • Filha do desencanto e das tensões advindos do instável século XX, surge

representando uma ruptura com o que, até então, se chamava arte moderna.

• A arte contemporânea nasceu, sobretudo, questionadora, amante da polêmica.

• Oscilando entre a incompreensão e os julgamentos de valor traduzidos em questões sobre sua utilidade e autenticidade, é alvo de discussões apaixonadas.

• Joseph Kosuth - texto Arte depois da Filosofia, 1969: o que torna uma pintura arte é a sua apresentação como uma afirmação de uma idéia de arte.

Ampliação do campo artístico

– intimamente vinculada a uma confusão deliberadamente estabelecida pelos artistas entreas esferas da arte e da não-arte.

– artistas se aproximam,seja em sua temática, seja na técnica, de uma cultura popular, vernacular, que lida com pessoas e objetos comuns ou mesmo desprezados,

– Quanto mais a noção de arte se mistura com elementos exteriores ao fechado universo das “belas-artes”, mais se desenvolvem estratégias culturais para a preservação das idéias de unicidade, originalidade, autonomia,que balizaram o valor artístico desde o Romantismo.

– o universo das “belas-artes”desintegração.

Características

• PLURALIDADE: Instalação, performance, fotografia, pintura, vídeo. Objetos, intervenções, desenhos, esculturas, grafite e gravuras. Isto quando não nos deparamos com as categorias misturadas, e não conseguimos definir o que é ou do que é feito o trabalho.

• INCOMUNICABILIDADE: A arte não necessariamente comunica algo. Assim, ao se deparar com uma obra de arte, cada um se relaciona de um modo, não existe um único significado para ela. Esta incomunicabilidade gera diferentes pontos de vista e debate.

• RELAÇÃO ENTRE VIDA E ARTE: A criação artística atual flexibiliza as fronteiras entre o que é e o que não é arte. Objetos do cotidiano podem se converter em obras de arte e, por outro lado, as obras de arte passaram a habitar a paisagem do dia a dia. A fronteira entre a arte e a vida é mais permeável.

• ESTRANHAMENTO: O estranhamento surge com a arte moderna, quando o artista passa a ser impulsionado a buscar o novo, ou seja, o desconhecido. Desde então, a sensação de estranhamento, de incompletude e de inquietação acompanha a produção artística. Esta característica não é tão atual, e até hoje ainda não nos acostumamos com ela, mas é ela que desafia a pensar.

Edouard Manet, Olimpia, 1863. Óleo sobre lienzo. 130,5 x 190 cm. Museo de Orsay. París. Francia.

Yasumasa Morimura, Olympia, 1988, Fotografia

Edouard Manet, Comida en la hierba,1863. Óleo sobre lienzo. 208 x 264 cm. Museo de Orsay. París. Francia.

J. Seward Johnson's Jr, Déjeuner Déjá Vu, 1994, cast bronze62" x 132" x 360"

CARAVAGGIOBaco doenteXVIIGaleria degli UffiziFlorença

Jeff WallUntitled n° 224, 1990

Fotografia

Gordon Matta-Clark, Splitting, 1974

Gordon Matta-Clark, Day’s End, 1975

Joseph Kosuth, One and Three Chairs, 1965, The Museum of Modern Art, MoMA,New York.

Allan Kaprow's, Fluids at Angels Gate, 1950

Artur Barrio, Livro de Carne, 1979

Jeff Koons, Puppy, Guggenheim Museum, 1991

David Hocnhey, Fotomontagem, Day pool in blues ,1988

David Hocnhey, Fotomontagem, Uma Imagem de Célia,

David Hocnhey, Fotomontagem, Mother I, 1985

Issey Miyake, costum es

Issey Miyake, costum es

Issey Miyake, costum es

Bill Viola, Instalação “ Entre o céu e a terra”, 1992

Eva Hesse, Contingente,

Eva Hesse, Right After, 1969 Fiberglass, polyester resin, wire, 548,6 x 121,9 cm

Eva Hesse, Ennead, 1966 Acrylic, papier-mâché, plastic, plywood, string Installation variable, plate: 91,4 x 55,9 x 3,8 cm

Private collection, Boston

Mira Schendel, escultura “Trenzinho”, década de 1966

Richard Serra, Band 2006

Richard Serra, 2007

Richard Serra, 2007

John Galliano, 1997

John Galliano

Joseph Beuys, “I Like America and America Likes Me,” performance, May, 1974.

Joseph Beuys, “I Like America and America Likes Me,” performance, May, 1974.

Joseph Beuys, “I Like America and America Likes Me,” performance, May, 1974.

Joseph Beuys, “I Like America and America Likes Me,” performance, May, 1974.

José Resende, Proejto Arte/Cidade, Sem Título , 2002, vagões e cabo de aço

José Resende, Proejto Arte/Cidade, Sem Título , 2002, vagões e cabo de aço

Robert Smitson, “Pier em espiral”, 1970

Robert Smitson, “Pier em espiral”, 1970

Jenny Holzer, Projeções, Paris, 2001

Jenny Holzer, Projeções, Londres, 2006

Lygia Clark, escultura “Bicho”, 1960

Hélio Oiticica, Parangolé “P4 capa 1”, 1964

Allan Kaprow, Art as Life', 2008,The Geffen Contemporary at MOCA, Los Angeles

Allan Kaprow, Art as Life', 2008,The Geffen Contemporary at MOCA, Los Angeles

Allan Kaprow, Art as Life', 2008,The Geffen Contemporary at MOCA, Los Angeles

Allan Kaprow, Art as Life', 2008,The Geffen Contemporary at MOCA, Los Angeles

Allan Kaprow, Art as Life', 2008,The Geffen Contemporary at MOCA, Los Angeles

Richard Serra. Throwing lead at Leo Castelli warehouse. 1969.

A maior qualidade intrínseca da arte é sua capacidade de nos transformar permitindo ver outras realidades.

Viviane Marques, arquiteta e urbanista, crítica e historiadora de artes.