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Sistemas de Transportes Inteligentes: aplicao da telemtica na gesto do trnsito urbanoAlexandre Augusto de Castro Meirelles 1
Engenheiro Civil com especializao em Engenharia Econmica.
Mestre em Engenharia de Transportes pela UFRJ.
Gerente do Plano da rea Central da BHTRANS.Coordenador do projeto CTA - Sistema de Controle Centralizado de Trfego porrea de Belo Horizonte.
Resumo
O presente trabalho apresenta os conceitos bsicos dos Sistemas de Transportes
Inteligentes - STI- como uma aplicao da telemtica no campo dos transportes
rodovirios urbano e rural, destacando a necessidade da definio de uma arquitetura
para esses sistemas, de forma a garantir a economicidade, interoperabilidade e eficcia
dos projetos. apresentada ainda uma breve descrio do estado darte das principaisaplicaes de STI passveis de ser utilizadas a curto e mdio prazos para melhoria do
trnsito nas cidades brasileiras, destacando o caso de Belo Horizonte, onde j secomea a conceber e a implementar alguns sistemas de transportes inteligentes,
voltados para o planejamento virio e do trnsito, para a coleta automtica de dados,para o controle do trfego e para a fiscalizao eletrnica do trnsito.
1. Consideraes iniciais
O transporte urbano tem se tornado nos ltimos anos um tema do cotidiano
dos brasileiros que moram nas cidades de grande e mdio porte. Os
congestionamentos, os acidentes de trnsito, a baixa qualidade do transporte pblico,
as dificuldades de estacionamento, o novo Cdigo de Trnsito Brasileiro, suas
inovaes, infraes e penalidades tm se tornado foco da mdia, tema de campanhas
polticas e educativas, alvo de movimentos populares e assunto de conversas
informais. Comea-se assim a reconhecer que os problemas de transporte urbano tm
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uma dimenso social, que afeta a sade e a qualidade de vida da nossa populao, sem
mencionar as deseconomias geradas pelos congestionamentos e pelos acidentes de
trnsito. Esta descoberta j faz parte da histria dos pases desenvolvidos, que, aolongo da ltima dcada, vm tentando dominar a expanso do transporte individual
com pesados investimentos na melhoria do transporte pblico, na aplicao da
telemtica no planejamento e controle dos sistemas de transportes e na implantao denovos servios de informaes aos usurios.
A aplicao da tecnologia da informao, aliada telecomunicao e
eletrnica, no planejamento, gesto, operao e fiscalizao dos transporte urbano temse configurado como alternativa vivel em termos de custo-eficcia, alm de
contribuir para o atendimento das indispensveis caractersticas de sustentabilidade
do setor de transportes, dentre elas a reduo do tempo perdido em
congestionamentos, dos acidentes de trnsito, dos custos do transporte, do consumo de
energia e dos danos ambientais. Esta nova cincia conhecida como Sistemas de
Transportes Inteligentes - STI (ITS - Intelligent Transportation Systems) encontra-seem franca expanso nos pases desenvolvidos e comea a dar seus primeiros passos no
Brasil. O leque de aplicaes voltadas para os transportes inteligentes extremamente
amplo abrangendo: sistemas de informaes para usurios, gerenciamento de rodovias
e de transporte coletivo, controle de trfego e semafrico, gerenciamento de servios
de emergncia, arrecadao automtica de tarifas no transporte coletivo, nos
estacionamentos e nos pedgios, rastreamento de frotas de veculos de carga, de
transporte pblico e de emergncia, coleta automtica de dados, fiscalizao
eletrnica, veculos e vias inteligentes, etc.
Tradicionalmente, as solues para os problemas de transporte urbano tm se
embasado na ampliao da sua infra-estrutura e/ou da sua oferta. No entanto, esta
abordagem no tem produzido os efeitos desejados ou no tem se mostrado adequada,principalmente se considerarmos os altos custos que, na maioria das vezes, envolvem
solues deste tipo, bem como seus custos sociais e ambientais.
O advento dos STI, que se traduz numa aplicao massiva da telemtica e de
tcnicas de gerenciamento e controle do transporte rodovirio, tem como objetivo
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integrar e conectar os gestores, operadores, usurios, veculos e a infra-estrutura de
transporte.
O presente trabalho pretende portanto apresentar uma breve descrio do
estado darte das principais aplicaes de sistemas de transporte inteligentes na rea
de trnsito urbano, passveis de ser utilizadas a curto e mdio prazos nas cidades
brasileiras, destacando o caso de Belo Horizonte, onde j se comea a conceber e aimplementar alguns sistemas inteligentes, voltados para o planejamento do transportecoletivo e do trnsito, para o controle do trfego, para a fiscalizao eletrnica do
trnsito, para a coleta automtica de dados de trfego e para a arrecadao automtica
de tarifas no transporte coletivo por nibus.
2. Sistemas de Transportes Inteligentes - STI
As inmeras inovaes tecnolgicas disponveis atualmente no mercado,
associadas ao assdio dos fornecedores proclamando suas maravilhas tecnolgicas,
tm levado alguns organismos a investimentos equivocados ou a projetos que no seviabilizam, gerando frustrao e desconfiana entre tcnicos e junto aos usurios.
Na maioria das vezes, a razo do fracasso reside na falta de planejamento e nodesconhecimento da tecnologia. Ento, o que resta pesquisar, treinar e planejar, poiss assim ser possvel alcanar os resultados desejados de forma eficiente eduradoura.
O planejamento dos STI se fundamenta na definio de uma arquitetura ou umplano diretor para implementao dessas tecnologias. STI dizem respeito basicamente
a informao _ coleta, compartilhamento, processamento e redistribuio da
informao _ com a finalidade de melhor transportar pessoas e mercadorias. Estes
conceitos j so praticados no setor de transporte areo, onde tecnologia egerenciamento de informaes so utilizados para otimizar servios, frotas, custos e
informar os usurios.
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Uma arquitetura uma estrutura global que define limites, entidades
envolvidas e estratgias para este processo de gerenciamento de informao, que, por
sua vez, nos leva a definir padres e que resulta em eficincia, economia de escala,
compatibilidade e interoperabilidade.
Os programas de transportes inteligentes e suas respectivas arquiteturas j seencontram estruturados, definidos e em implantao nos EUA, Canad, Japo,
Austrlia e Comunidade Econmica Europia e so fruto da cooperao mtua entre
os setores pblico e privado. Nesses pases a definio de uma arquitetura nacional foi
iniciativa dos organismos pblicos nacionais, o que destoa da situao brasileira, na
qual o governo federal tem feito pouco ou nada neste sentido.
Porm, o que persiste um coquetel tecnolgico, onde cada cidade, cada
Estado adquire equipamentos e sistemas, ao sabor das presses da moda, da
indstria e da problemtica do cotidiano, sem contudo ter desenvolvido um
planejamento sistmico ou uma arquitetura que preserve a economicidade dosinvestimentos, a integrao e interoperabilidade dos sistemas e que garanta a
consecuo dos objetivos.
O desenvolvimento da arquitetura de STI requer diversos passos, conforme os
itens descritos abaixo:
discusses pblicas dos benefcios dos STI para seus diversos usurios e definio da
amplitude do programa de STI;
descrio das metas do programa de STI;
definio da arquitetura bsica do sistema, envolvendo a descrio das funes e
informaes necessrias e dos componentes fsicos necessrios implementao das
funes e troca de informaes;
considerao de questes prticas inerentes implantao, tais como: restries
(econmicas, sociais, institucionais, etc.), anlise de custos, ponto de vista e feedbackdos usurios;
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definio de um cenrio coerente para o STI no futuro: plano diretor e recomendaes
para agilizar a implantao;
definio e descrio de padres e das necessidades e programas de treinamento e
formao de recursos humanos.
Basicamente, a arquitetura de STI est fundamentada na interao de trs
camadas de infra-estrutura:
Camada de Transportes: composta pela infra-estrutura fsica de STI, contendo os
usurios, veculos, centros de controle e equipamentos virios.
Camada de Comunicaes: composta pela infra-estrutura de informaes que
conecta todos os elementos da camada de transportes. a camada que d acaracterstica de sistema, propiciando coordenao e compartilhamento de
informaes entre sistemas e pessoas. A arquitetura descreve cuidadosamente quais os
tipos de informaes e comunicao so necessrios aos vrios servios de STI; como
os dados devem ser compartilhados e usados por quais entidades fsicas (subsistemas);e quais os tipos de padres so necessrios para facilitar este compartilhamento.
Camada Institucional: composta pelas nossas organizaes e regras sociais que
definem as fronteiras institucionais e os papis dos organismos governamentais,
empresas privadas, associaes de usurios e outros participantes no contexto dos
servios de STI. As atividades deste nvel incluem o desenvolvimento de uma poltica
local, o financiamento de STI e a criao de parcerias que direcionem o
desenvolvimento de STI. Neste caso, a arquitetura recomenda quem deve estar
conectado com quem e quais os tipos de informaes que devem ser trocadas.
A ttulo de referncia, vale a pena enumerar os 30 (trinta) tipos de servios deSTI, previstos na arquitetura norte-americana (US.DOT,1996). So eles:
a) Gerenciamento de Viagens e Trfego Informao anterior viagem (pre-trip) Informao para motoristas durante a viagem (en-route) Servios de informaes para passageiros
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Orientao sobre rotas/trajetos Servios de reservas e combinao de viagens
Gerenciamento de incidentes (acidentes, eventos, obras, etc.) Gerenciamento da demanda de viagens
Controle de trfego
Controle e mitigao de emisses
Controle de cruzamentos rodoferrovirios
b) Operao de Veculos Comerciais (caminhes) Desembarao eletrnico de veculos comerciais
Inspeo automatizada das condies de segurana e dos veculos
Processos administrativos automatizados de veculos comerciais
Monitorao de segurana a bordo
Gesto de frotas comerciais
Notificao de incidentes com cargas perigosas
c) Gerenciamento de Transporte Pblico Informao para usurios durante a viagem (en-route) Gerenciamento integrado do transporte pblico
Transporte coletivo personalizado
Segurana pblica nos transportes
d) Pagamento Eletrnico Servios de pagamento eletrnico (transporte pblico, estacionamento, pedgio, etc)
e) Gerenciamento de Servios de Emergncia Gesto de frotas de emergncia
Notificao de emergncias e segurana pessoal
f) Sistemas Avanados de Segurana Veicular
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Preveno de colises longitudinais
Preveno de colises laterais
Preveno de colises em intersees
Preveno de colises pela melhoria da visibilidade
Sensoriamento de segurana
Desenvolvimento de dispositivos de segurana pr-coliso
Operao automatizada de veculos.
3. Trnsito inteligente no Brasil
Os problemas de trnsito nas grandes cidades pode ser sintetizado em duas
palavras: congestionamentos e acidentes. Um estudo realizado em 1998 pelo IPEA
(Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada) (IPEA,1998) entre 10 grandes cidadesbrasileiras estimou que as deseconomias geradas pelos congestionamentos atingem a
cifra de R$ 474 milhes por ano, enquanto que os custos dos acidentes de trnsito(BRASIL, 1997) impem ao pas perdas da ordem de R$ 1 bilho anuais. Asdificuldades para reverter esse quadro so diversas, que vo desde a fragilidade
institucional s restries oramentrias dos organismos gestores, passando pela
ausncia de pesquisas e desenvolvimento tecnolgico e pelo despreparo da populao
para uma convivncia harmnica no ambiente de trnsito.
Tambm deve ser destacado o vertiginoso crescimento da frota de veculos,
sem a correspondente contrapartida de melhorias no sistema virio.
Independentemente disso, mesmo dispondo-se de recursos, impossvel e invivel a
expanso das vias na mesma proporo, vis--vis os efeitos ambientais e energticos
que essa expanso provocaria. A soluo para o problema representada pela reduo
expressiva dos deslocamentos realizados por automveis e sua respectiva
transferncia para o transporte coletivo um processo de longa maturao, que
envolve a integrao das polticas pblicas de transporte, desenvolvimento urbano e
economia, alm de respeitveis investimentos na melhoria da qualidade do transporte
coletivo, capazes de atrair os usurios do transporte individual.
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Diante dessas dificuldades, que so estruturais no s na nossa sociedade, mas
mesmo nos pases desenvolvidos, vislumbrou-se que a modernizao tecnolgica do
transporte rodovirio, atravs de sistemas de transportes inteligentes, tem um grande
potencial de transformao num horizonte de curto prazo e contribui para o
aprimoramento do transporte coletivo. O programa de STI norte-americano (US.DOT-US. 1998), por exemplo, prev os seguintes resultados no perodo 1996 a 2015:reduo dos custos dos acidentes em 44%, economia de tempo de viagem em 41% e
reduo de emisses e consumo de combustvel em 6%.
Conforme pde ser visto anteriormente o cardpio de servios de STI
bastante amplo, porm no presente trabalho pretende-se enfocar apenas as aplicaes
voltadas para a gesto do trnsito urbano passveis de ser utilizadas, de imediato, no
Brasil.
As aplicaes aqui descritas j se encontram em operao comercial ou jforam aqui testadas ou esto disponveis para comercializao, atravs de
representantes/revendedores nacionais, ou ainda podem ser utilizadas a partir de
adaptaes ou upgrade em sistemas j existentes.
A gesto do trnsito urbano compreende as atividades de coleta de dados, o
planejamento, o projeto, a operao, o controle, a fiscalizao, a arrecadao detarifas, e a informao aos usurios. Para cada uma dessas atividades se dispe
atualmente de equipamentos e sistemas que otimizam as aes do engenheiro de
trfego.
a) Coleta de dados
A informao um dos principais ingredientes para o sucesso das intervenes
no trnsito, em todas as suas etapas do planejamento avaliao de projetos. Existematualmente equipamentos conjugados com sistemas para processamento e tabulaode dados para levantamentos de:
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fluxo de trfego: volume e classificao do tipo de veculo, atravs de sensores ou
detectores baseados em tecnologia de laos indutivos, tubos piezoeltricos,
microondas, raio infravermelho, raio laser e processamento de imagens. Dispe-se
tambm de microcoletores de dados operados manualmente que permitem contagens
de trfego por movimento em intersees.
velocidades: medidores eletrnicos de velocidade ou radares baseados em efeito
Doppler, clulas fotoeltricas, raio laser e laos indutivos podem ser utilizados para
medio de velocidades pontuais.
velocidade e tempo de percurso: na medio de velocidades e tempos de percurso ao
longo de rotas dispe-se de equipamentos a serem instalados no interior de um
veculo, no qual se registra de maneira automtica os eventos e sua durao e as
extenses percorridas.
origem e destino por placas: atravs de tcnicas de filmagem de placas e o respectivo
processamento de imagens, as placas filmadas em diferentes postos so casadas
entre si, definindo a origem e destino dos deslocamentos.
condies ambientais: atravs de estaes de medio de qualidade do ar instaladas s
margens das vias possvel monitorar a concentrao de poluentes do ar e de rudos.
b) Planejamento e projetos informatizados
Encontram-se disponveis no mercado vrios pacotes de softwares para
planejamento e projeto virio. Os pacotes para planejamento podem ser classificadosem duas categorias: aqueles voltados para simulao e aqueles voltados para estudos
especficos de anlise operacional de intersees, de segurana viria e anlise de
capacidade viria. Os softwares de simulao permitem anlises a nvel estratgico de
diferentes polticas de transporte, permitem anlises de demanda e a avaliao do
efeito de diferentes tipos de interveno. importante tambm destacar o uso dosSistemas de Informaes Geogrficas (SIG) como ferramenta de cadastro deinformaes, gerao de mapas temticos, subsdio para os modelos de simulao,
alm de outras aplicaes especficas.
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Os pacotes voltados para projeto virio so ferramentas do tipo CAD quepossibilitam a elaborao de projetos de geometria e de sinalizao, podendo serassociados a outros softwares para criao de modelos em 3D (trs dimenses), quefacilitam a visualizao e apresentao da infra-estrutura projetada.
Merecem ainda ser destacados os pacotes para clculo de programao
semafrica para redes virias semaforizadas, que se utilizam de tcnicas de simulao
e mtodos de otimizao para determinar uma programao tima que minimize os
atrasos e paradas dos veculos nos semforos.
c) Controle de trfego centralizado
Em primeiro lugar, devem ser mencionados os sistemas de controle
centralizado de semforos, ou seja, uma rede de semforos interligados a uma centralde controle a partir da qual possvel monitorar falhas, alterar a programao dos
semforos, etc., dependendo da estratgia de controle adotada. Existem sistemas
simples que praticamente s monitoram o funcionamento dos semforos, at sistemas
sofisticados do tipo adaptativo em tempo real, nos quais o computador central calcula
a cada instante os melhores tempos semafricos necessrios para atender as flutuaes
do trfego, medidas tambm a cada instante, atravs de sensores instalados nas vias.
O controle do trfego tambm pode ser executado atravs de sistemas de
Circuito Fechado de Televiso (CFTV) com cmeras instaladas nas vias e controladaspor um computador e monitores de TV instalados num centro de controle.
Outra ferramenta de controle centralizado a sinalizao dinmica de
regulamentao e advertncia, a qual pode ter suas mensagens alteradas dependendo
das circunstncias, estando voltadas principalmente para o controle de velocidade e
para o bloqueio de vias ou faixas de trfego.
d) Fiscalizao eletrnica
A fiscalizao eletrnica est baseada no registro da imagem do veculo infrator no
momento da infrao. As aplicaes da fiscalizao eletrnica esto voltadas
principalmente para o controle de velocidade, de avano de sinal e de invaso da faixa
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de pedestres, existindo equipamentos que desempenham estas trs funes
simultaneamente. A deteco da infrao realizada atravs de sensores de diferentes
modalidades (item a acima) e o registro da imagem do infrator feito por meio defotografias convencionais em pelculas ou de imagens digitais.
e) Controle de estacionamentos
Esto disponveis sistemas para controle de estacionamento na via pblica e
em edifcios garagem. Os sistemas de controle na via pblica se limitam aos
parqumetros eletrnicos e equipamentos emissores de tquetes de estacionamento.
Mais sofisticados so os sistemas de gesto de edifcios garagens, que monitoram a
ocupao desses edifcios, controlam os acessos, emitem bilhetes, arrecadam tarifas e
orientam os usurios nos trajetos de acesso aos edifcios, atravs de sinalizaodinmica nas vias pblicas que indicam a localizao e o nvel de ocupao de cada
edifcio.
f) Informao aos usurios
Talvez esta seja uma das aplicaes menos desenvolvidas no Brasil, poisimplicam na existncia de um centro de controle de trfego para onde as informaes
sobre as condies operacionais das vias devem convergir. Informaes anteriores
realizao das viagens podem ser veiculadas atravs da Internet ou por meio de
pagers, sendo que pela Internet podem estar disponveis imagens de cmeras de
CFTV. Geralmente, as informaes dizem respeito a nveis de congestionamento e
ocorrncia de acidentes, incidentes, obras, etc. Informaes durante as viagens podem
ser veiculadas por Painis eletrnicos de Mensagens varivies (PMV), instalados nasvias transmitindo os mesmos tipos de informaes citadas acima, bem como
recomendaes sobre trajetos.
Os sistemas aqui enumerados correspondem basicamente camada de
transportes da arquitetura de STI. Entretanto, a camada de comunicaes deve ser
destacada, pois ela essencial para integrao dos sistemas e transmisso de
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informaes. Os poucos sistemas em operao no Brasil utilizam-se de linhas
telefnicas para transmisso de dados, em funo da ainda baixa cobertura de redes de
fibra tica (essenciais para imagens de vdeo) e da precariedade das transmisses portelefonia celular.
4. O caso de Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, a gesto do trnsito, do transporte coletivo, txi e
transporte escolar feita pela Prefeitura Municipal, atravs da Bhtrans - Empresa de
Transportes e Trnsito de Belo Horizonte S/A. O municpio conta atualmente com
uma frota registrada da ordem de 830 mil veculos, com cerca de 2,5 habitantes por
veculo, ou seja, com uma taxa de motorizao elevada que se aproxima das taxas depases europeus. Como conseqncia os problemas de trnsito relacionados aos
congestionamentos j so graves em algumas reas nos perodos de pico, assim como,a despeito da reduo de 55% da taxa de mortos/10.000 veculos nos ltimos 5 anos,
ainda so altas as taxas de acidentes, principalmente envolvendo pedestres.
A aplicao de STI no trnsito de Belo Horizonte encontra-se ainda em fase
embrionria, podendo-se apontar duas razes bsicas para este fato: restries
oramentrias e falta de conhecimentos tcnicos especializados para lidar com STI. O
que se tem procurado adotar um procedimento cauteloso, em que se procura testar e
analisar diferentes tecnologias para uma mesma aplicao, antes de adot-la de
maneira intensiva. Assim, tem sido, por exemplo, a implantao da fiscalizao
eletrnica.
Apesar de no se dispor ainda de uma arquitetura ou um plano diretor para
implantao de STI em Belo Horizonte, j existe uma preocupao com os aspectosde integrao e interoperabilidade, como ocorre no caso da implantao da
arrecadao automtica de tarifas no transporte coletivo por nibus pela Bhtrans e no
Trem Metropolitano pela Superintendncia de Trens Urbanos - STU/BH.
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As aplicaes de STI em Belo Horizonte encontram-se listadas abaixo:
NVEL EM TESTE EM LICITAO EM OPERAO
PLANEJAMENTOE
PROJETO
Pacote de softwares
para projeto virio(ferramentas CAD) esistema de
informaes
geogrficas (SIG)para PC's.
Softwares de
planejamentoestratgico de
transportes
(simulao), sistemade clculo da
programao
semafrica em rede,
software de anlise
de capacidade de
vias, sistema de
geoprocessamento.
OPERACIONAL
Equipamentos
automticos de
coleta de dados de
fluxo de trfego.
Sistema de controle
de trfego por rea
(CTA I), dotado decontrole centralizado
de semforos do tipo
adaptativo em tempo
real, sistemas de
CFTV e PMV.
Semforos atuados
pelo trfego, radares
fotogrficos mveis,
lombadas eletrnicas
e detectores
fotogrficos de
avano de sinal,
controle centralizado
de semforos
(falhas).
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Em termos de perspectivas futuras, pretende-se a elaborao de um plano diretor de
STI, um treinamento intensivo de recursos humanos voltados para as aplicaes de
telemtica e em termos de projetos especficos para a rea de trnsito:
a adoo de equipamentos automticos de coleta de dados (volumes de trfego,velocidade e tempo de percurso);
a implantao de um sistema de controle de trfego centralizado para os corredores de
trfego (CTA II);
a implantao de um sistema de informaes para usurios, via INTERNET, com as
condies de trfego e imagens de CFTV do sistema virio principal da cidade;
a ampliao da cobertura da fiscalizao eletrnica de velocidade e avano de sinal;
a intensificao do uso de softwares que auxiliem no planejamento e projeto virio.
5. Concluses
Os sistemas de transportes inteligentes efetivamente tomaram flego s no
incio dos anos 90 e portanto encontram-se ainda em fase de implantao nos pases
desenvolvidos. Assim sendo, ainda so poucos os resultados apurados que
possibilitam uma avaliao em profundidade dos seus efeitos, dos seus custos e
eficcia. O que se nota uma grande disposio e entusiasmo na implantao desses
projetos, o que comum quando se trabalha com novas tecnologias. Desta forma, recomendvel que organismos de gesto de transporte urbano acompanhem a
evoluo dos projetos de STI no estrangeiro, a fim de formar uma base deconhecimento para decises futuras.
Deve-se novamente ressaltar a importncia da criao de uma arquitetura de
STI brasileira, de maneira a preservar investimentos e a interoperabilidade entre
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sistemas. Embora a iniciativa devesse brotar do Governo Federal, talvez esse processo
pudesse ser conduzido atravs de organizaes no-governamentais como a
Associao Brasileira de Normas Tcnicas - ABNT e/ou Associao Nacional de
Transportes Pblicos - ANTP. Todavia, indispensvel uma poltica pblica para o
setor.
Outro ponto importante a ser destacado, se refere formao de recursos
humanos para esta rea, que eminentemente multidisciplinar. imprescindvel umaparceria entre empresas produtoras de equipamentos e sistemas, empresas de
consultoria, universidades e rgos gestores de transporte urbano, para troca de
conhecimentos, no sentido de formar uma tecnologia nacional de STI. A cooperao
mtua a chave dos programas de STI em implantao nos pases desenvolvidos.
Por fim, no pode deixar de ser salientada a necessidade de definir uma
equao financeira para implantao desses projetos. Os projetos devem j nascerdentro de uma expectativa empreendedora de autofinanciamento, com pouca ou at
nenhuma participao dos oramentos pblicos. Como exemplo, citamos novamente o
Programa de STI dos EUA, orado em US$ 209 bilhes a serem investidos at o anode 2011, no qual a iniciativa privada estar participando em 80% dos investimentos.
Referncias Bibliogrficas
1. US.DOT - U.S. Department of Transportation, FHWA - Federal Highway
Administration. The National Architecture for ITS: A Framework for IntegratedTransportation into the 21st Century, April 1996.
2. IPEA - Instituto de Pesquisa Economia Aplicada, ANTP - Associao Nacional de
Transportes Pblicos. Reduo das Deseconomias Urbanas com a Melhoria do
Transporte Pblico. Relatrio Sntese, 1998.
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3. BRASIL, Ministrio da Justia. Programa Brasileiro de Segurana no Trnsito - PBST.
Documento Bsico, 1997.
4. US.DOT - U.S. Department of Transportation, FHWA - Federal Highway
Administration. Intelligent Transportation Systems - Real World Benefits. January1998.
(Intelligent Transportation Systems: application of telematics in urban trafficmanagement)Key-words
Traffic engineering_ Telematics_ Intelligent transportation systems_ Traffic control
Abstract
This paper presents the basic concepts of Intelligent Transportation Systems - ITS, asan application of telematics in the field of road transportation, both in urban areasand in rural areas. The paper emphasises the need of establishing an architecture forthe whole system, as a way of ensuring interoperability and cost effectiveness. It isalso presented a short description of the state of art of the main ITS applications,plausible to be implemented in a short or medium term in Brazilian towns, in order to
improve traffic conditions. The case of Belo Horizonte city is described, where theconception and deployment of some intelligent transportation systems were alreadyinitiated. Those systems concern intelligent road planning and design, automatic
traffic data collection, intelligent traffic control devices and automatic trafficenforcement.