Post on 02-Jul-2015
As Organizações e sua Administração.
Objetivos deste capítulo:-Visão geral dos novos paradigmas organizacionais.- Estudo das Teorias Administrativas com ênfases nas tarefas, na estrutura organizacional, nas pessoas e no ambiente.
Referências: - CHIAVENATO,Idalberto. Comportamento organizacional. RJ: Campus, 2005- CHIAVENATO, Idalberto. Introdução á Teoria Geral da Administração. Ed.Campus, RJ, 2007.
TO TGA
- TO: Teoria das Organizações- TGA: Teoria Geral da Administração
Enquanto a TO estuda as Organizações a TGA estuda a administração das organizações.
* As Organizações são grupos de pessoas que trabalham em conjunto para utilizar e aplicar recursos organizacionais a fim de atingir objetivos comuns e para isso é necessário que elas sejam administradas para proporcionar sentido, direção e coordenação nesse trabalho conjunto.
Importância do Administrador nas Organizações.É importante para:- Produzir resultados satisfatórios a fim de atingir os
objetivos.- Mudar contínua e constantemente as organizações
para ajustá-las proativamente ao ambiente que se torna cada vez mais mutável e imprevisível.
OBS: Acima de tudo o administrador deve ter profundo conhecimento em CO(comportamento organizacional) para que a administração não se torne fria, mecânica, rígida, desumana, ineficiente e ineficaz.
Aspectos essenciais para a compreensão das organizações: A organização é um ser vivo=> Ela nasce,
cresce e morre, dependendo da forma como foi administrada.
As decisões desse ser vivo são resultado de um contínuo e incessante processo de aprendizagem=> As organizações e seus componentes precisam aprender a aprender cada vez mais e cada vez mais depressa.
Fatores principais e comuns para a longevidade organizacional, segundo De Geus:
Organizações longevas são sensíveis ao seu ambiente: Mantém a harmonia com o mundo à sua volta e reagem de maneira oportuna às condições da sociedade.
São coesas e dotadas de um forte senso de identidade: Todos são parte de uma só identidade, permitindo um forte vinculo emocional e psicológico dos funcionários com a empresa.
São tolerantes: Evitam o controle centralizado sobre o comportamento das pessoas e não coíbem tentativas de diversificar ou modificar a empresa.
São conservadoras nas finanças: Organizações que possuem autonomia financeira possuem independência de ação para buscar opções melhores de investimento.
Longevidade organizacional & Rentabilidade.
De acordo com De Geus:- A capacidade de proporcionar retorno de investimento não é o único
e principal fator para a longevidade de uma organização.- A longevidade também parece não ter relação com o patrimônio
material, com o setor de atividades ou linha de produtos ou país de origem da organização.
- A competitividade dependerá principalmente da qualidade das pessoas que hoje estão aprendendo a trabalhar e a inovar dentro da organização. Para que isso aconteça o executivo deve separar uma boa fatia do seu tempo para o recrutamento e seleção de talentos e para o desenvolvimento gradual e constante de habilidades e competências em seus funcionários através de capacitações contínuas contribuindo para a reciclagem de conhecimentos.
De acordo com revista Fortune em parceria com o Hay Group, os 8 atributos para a
ótima reputação das organizações são: Responsabilidade social da empresa. Valor dos investimentos realizados no longo prazo. Talentos humanos Qualidade dos produtos e serviços. Inovação Uso dos ativos corporativos. (são ativos, que
contribuem, mesmo que indiretamente, para os fluxos de caixa futuros). Solidez financeira. Qualidade da administração da empresa.
As Teorias Administrativas
1- Primeira Onda: Ênfase nas Tarefas Foco de baixo para cima
Administração Científica (Taylor)- Diferenciação entre os gerentes que devem
pensar e os operários que devem executar.- Ênfase nas tarefas, de forma fragmentada - Trabalho repetitivo e padronizado
Os princípios da Administração científica segundo Taylor são:
Racionalizar as tarefas(melhor método para melhor execução de cada tarefa)
Selecionar as pessoas mais adequadas para a execução das tarefas
Treinar as pessoas para executar o trabalho de acordo com o método estabelecido.
Monitorar o desempenho do trabalho.
A Segunda Onda: A Ênfase na Estrutura Organizacional.(Foco de cima para baixo)
Constituída por quatro movimentos separados:
1. Teoria Clássica
2. Modelo Burocrático
3. Teoria Estruturalista
4. Teoria Neoclássica
Teoria Clássica - Henri Fayol
Caracterizava-se pelo aspecto prescritivo e normativo, com ênfase em princípios e em regras para administrar.
A empresa é visualizada apenas internamente sem nenhuma preocupação com seu contexto externo.
Segundo Fayol a empresa deveria ser dividida em seis funções básicas:
1. Produção
2. Finanças
3. Contabilidade
4. Vendas
5. Pessoal
6. Segurança
Modelo Burocrático Surgiu devido ao crescimento das organizações
e com a teoria da burocracia de Max Weber. Focalizava a diferenciação(divisão do trabalho
e especialização das tarefas) Integração: Através de hierarquias de
autoridade e da utilização de regras e regulamentos escritos, necessárias para uma organização funcionar adequadamente.
Modelo rígido e inflexível.
Segundo Weber, as principais características do modelo burocrático eram:
1. Divisão do trabalho2. Hierarquia3. Regras e regulamentos4. Formalização das comunicações(feitas por
escrito)5. Competência técnica(seleção através dos
testes e concursos ou através de desempenho)
6. Procedimentos técnicos(baseia-se em cargos e não em pessoas)
Disfunções da Burocracia: Exagerado apego aos regulamentos. Excesso de formalismo. Excesso de papelório Resistência às mudanças. Despersonalização do relacionamento humano(as pessoas
comunicam-se através dos cargos e não das pessoas propriamente ditas)
Categorização do relacionamento(Quem decide é quem tem o cargo mais alto e não quem sabe mais).
Superconformidade às rotinas e procedimentos. Exibição de sinais de autoridade. Dificuldades com clientes(Os clientes são atendidos de forma
padronizada e impessoal, de acordo com os regulamentos internos).
A organização torna-se:
Demorada Lenta Preguiçosa Rotineira Desarticulada Retrógrada.
Obs: Este modelo passa a ser viável apenas para ambientes estáveis, com poucas mudanças e alta previsibilidade.
Teoria Estruturalista da Administração. Tendência Integradora. Representa um desdobramento da Teoria da
Burocracia e uma leve aproximação à Teoria das Relações Humanas fazendo uma crítica da organização formal.
Origens da Teoria Estruturalista1. Na oposição surgida entre a Teoria Tradicional
e a Teoria das Relações Humanas.
2. A necessidade de visualizar “ a organização como uma unidade social grande e complexa, onde interagem grupos sociais”.
3. A influência do estruturalismo nas ciências socias, como na Filosofia e na Psicologia.
4. Novo conceito de estrutura.
Teoria Neoclássica da Administração. Ênfase nos fins e nos objetivos e não mais
nos meios e métodos de trabalho. Denominada Escola do Processo
Administrativo por conceituar a administração das organizações como um processo cíclico e contínuo.
Quatro funções administrativas da Teoria Neoclássica da Adm.1. Planejamento: Estabelece objetivos e identifica
ações para atingi-los.2. Organização: Define a divisão do trabalho
organizacional a ser feito por meio de tarefas.3. Direção: Coordena e converge os esforços para
garantir o desempenho a fim de alcançar os objetivos.
4. Controle: Monitora o desempenho, comparando os resultados com os objetivos propostos e assumindo ações corretivas quando necessárias.
Terceira Onda: Ênfase nas pessoas Esta teoria começa a se preocupar com a
utilização de métodos científicos para avaliar a teoria na prática e o papel dos grupos sociais na eficiência das organizações.
Escola das Relações Humanas Preocupava-se com os grupos informais e
com assuntos relacionados com comunicação e motivação de pessoas.
Teve como principais conclusões:1. O Trabalho é uma atividade tipicamente
grupal e social.2. O operário só reage como membro de um
grupo social e não isoladamente.3. A elite de administradores deve ter uma
formação que possibilite se comunicar, ser persuasivo, democrático e simpático com todo o pessoal.
4. Priorizava o conceito de homo social(motivação social e simbólica) em detrimento ao homo economicus(motivação material), ou seja, o ser humano é motivado pela necessidade de estar junto, de ser reconhecido, de receber adequada comunicação.
5. A civilização industrializada traz como conseqüência a desintegração da família, dos grupos informais e a religião.
6. Havia incompatibilidade entre os objetivos organizacionais da empresa e os objetivos individuais dos empregados pois os métodos eram voltados para eficiência e não para a cooperação humana.
Teoria Comportamental da Administração Decorrente da escola das relações humanas a teoria comportamental tinha uma visão explicativa e descritiva preocupando-se em desenvolver em sua organização e em seus participantes, modelos de motivação, liderança, comunicação, raciocínio e tomada de decisão, buscando sempre a flexibilidade organizacional e a redução do conflito entre os objetivos organizacionais e os objetivos individuais dos participantes.
Douglas McGregor(1906-1964) abordou os contrastes entre a Teoria X (abordagem tradicional) e a Teoria Y (abordagem das relações humanas):
Teoria X Teoria Y
As pessoas normais têm aversão inerente ao trabalho e o evitarão sempre que isso for possível
Despender esforço físico e mental no trabalho é tão natural quanto o lazer e o repouso. As pessoas médias não são inerentemente avessas ao trabalho
Por detestar o trabalho, a maioria da pessoas precisa ser coagida, controlada, dirigida ou ameaçada de punição pra que se empenhe no alcance dos objetivos organizacionais.
O controle externo e a ameaça de punição não são os únicos meios de dirigir o esforço para os objetivos organizacionais. As pessoas praticarão o autocontrole e o autocomando a serviço de objetivos com os quais se sentem envolvidos.
As pessoas médias preferem ser mandadas, desejam evitar a responsabilidade, possuem relativamente pouca ambição e, sobretudo, querem segurança e estabilidade.
A dedicação a objetivos é uma função das recompensas associadas ao seu alcance. As recompensas mais significativas- como a satisfação do ego e das necessidades de auto-realização – podem ter resultados diretos do esforço dirigido a objetivos organizacionais.
A fuga à responsabilidade, a falta de ambição e a ênfase na segurança não são características humanas inerentes. A maioria das pessoas aprende a buscar e a aceitar a responsabilidade.
Imaginação, inventividade, criatividade e capacidade para usar essas qualidades na solução dos problemas organizacionais são distribuídas entre as pessoas.
Quarta Onda- Ênfase no Ambiente Esta dimensão surgiu com a percepção de
que a sobrevivência organizacional passou a depender dos ambientes e do ajustamento às suas demandas, sendo que cada organização reage de forma diferente às condições ambientais existentes. Diante disso passou a considerar o ambiento externo, ou seja, tudo que envolve externamente uma organização. Com isso surgiram duas novas teorias, a Teoria de Sistemas e posteriormente a Teoria da Contingência.
Teoria de Sistemas
Apresenta isomorfismo das ciências, permitindo a eliminação de suas fronteiras e o preenchimento dos espaços vazios entre elas.
Organização como um sistema aberto em constante interação com o seu ambiente.
Baseia-se em três princípios inovadores: O Expansionismo, o Pensamento sintético e a Teleologia.
Abordagem Clássica Abordagem Sistêmica
Reducionismo: Tudo pode ser decomposto e reduzido em seus elementos fundamentais simples, que constituem as suas unidades indivisíveis. Ex: O Taylorismo
Expansionismo: Todo fenômeno é parte de um fenômeno maior. Visão global.
Pensamento Analítico: Consiste em decompor o todo, tanto quanto possível, nas suas partes mais simples para posteriormente, agregar essas soluções ou explicações parciais em uma solução ou explicação do todo. Ex: Conceito de divisão do trabalho e especialização.
Pensamento sintético: É o fenômeno visto como parte de um sistema maior, ou seja, esta abordagem está mais interessada em juntar as coisas do que em separá-las.
Mecanicismo: Relação linear de causa e efeito, ou seja, um fenômeno constitui a causa de outro fenômeno, quando ele é necessário e suficiente para provocá-lo. É um sistema fechado deixando de lado o meio ambiente para a explicação das causas.
Teleologia: O sistema como entidade global e funcional em busca de objetivos e finalidade. Este sistema reconhece que a causa é uma condição necessária para se obter o efeito, mas não é o suficiente, sendo preciso um estudo do comportamento procurando entender as diversas variáveis a partir de uma visão de um campo dinâmico de forças que atuam entre si.
Teoria da Contingência Contingência: Algo incerto que pode suceder ou
não, dependendo das circunstâncias. De acordo com essa teoria, não se alcança a
eficácia organizacional seguindo um único e exclusivo modelo organizacional, com isso torna-se necessário um modelo apropriado para cada situação a fim de atender as diversas situações causadas pelo ambiente externo.
Características da Teoria da Contigência: Ênfase no ambiente e nas demandas ambientais sobre a dinâmica organizacional.
Está dirigida para desenhos organizacionais e sistemas gerenciais adequados para cada situação específica.
É uma abordagem abrangente e integrativa, ou seja, mantém o foco nas tarefas, nas pessoas, na estrutura organizacional e também no crescimento e na sobrevivência das organizações em um meio ambiente crescentemente mutável.
Tudo é relativo, tudo é contingente, nada é absoluto e não existe uma única e exclusiva melhor maneira de administrar ou de organizar.