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Comunicação para MPU Teoria e exercícios comentados Teoria e exercícios comentados
Profa. Paolla Marletti – Aula 00
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AULA 00: Apresentação; Cronograma; Comunicação: paradigmas e conceitos.
SUMÁRIO PÁGINA 1. Apresentação 1 2. Cronograma 3 3. Introdução. Surgimento da ciência da comunicação. 5 4. Revolução Industrial e Primeiros Parâmetros 7 5. A Sociedade de Massa, a Era dos Públicos e o Funcionalismo
11
6. Behaviorismo e Gestalt 16 7. Pragmatismo e Teoria Crítica 18 8. Resumo do Concurseiro 21 9. Questões comentadas 24 10. Questões sem comentários 29 1. APRESENTAÇÃO
Olá, amigo concurseiro! Finalmente saiu o tão esperando
edital! Agora não temos mais tempo a perder! Os próximos dois meses
serão uma verdadeira maratona de estudos, mas no final você estará
preparado para vencer essa batalha.
Meu nome é Paolla Marletti, e estarei junto com você na sua
jornada rumo à aprovação no concurso público do Ministério Público da
União. Vamos estudar em detalhes o conteúdo de Comunicação.
Discutiremos as possibilidades de cobrança em questões, e
comentaremos questões já aplicadas.
Antes de colocarmos a “mão na massa”, me permitam uma
pequena apresentação. Sou recifense e me graduei em Comunicação
Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Universidade
Federal de Pernambuco.
Minha jornada no mundo dos concursos começou em 2005,
quando fui aprovada para o cargo de Assistente Operacional da
Superintendência de Trens Urbanos do Recife. Em 2010, eu e meu marido
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tivemos que nos mudar para Brasília em razão de um cargo público
assumido por ele, e então decidi estudar para outros cargos.
Em 2011 fui aprovada no concurso para Assistente em
Administração da Universidade de Brasília (13o lugar) e em seguida decidi
prestar concursos específicos para comunicação, tendo logrado
aprovação, ainda em 2011, no concurso para Analista dos Correios, em 1°
lugar para a área de Publicidade e Propaganda. Atualmente desempenho
minhas funções no Departamento de Comunicação Estratégica da ECT,
mais especificamente na equipe de mídia.
Quanto ao nosso concurso, todos sabem o quanto as carreiras
do Ministério Público da União são procuradas pelos concurseiros. Claro
que essa procura se reflete na alta concorrência dos concursos, e a sua
opção por se preparar com o Estratégia Concursos é, sem dúvida, a
melhor escolha em termos de qualidade do material apresentado e de
comprometimento dos professores.
Ao longo das aulas, destrincharei os detalhes do conteúdo de
Comunicação, fazendo comentários que vão facilitar a sua compreensão,
além de esquemas, gráficos e tabelas para que você possa memorizar
mais facilmente aquilo que for necessário.
Garanto que todos os meus esforços serão concentrados na
tarefa de obter a SUA aprovação. Esse comprometimento, tanto da minha
parte quanto da sua, resultará, sem dúvida, numa preparação
consistente, que vai permitir que você esteja pronto no dia da prova, e
tenha motivos para comemorar quando o resultado for publicado.
Muitas vezes, tomar posse em cargos como esses parece um
sonho distante, mas, acredite em mim, se você se esforçar ao máximo,
será apenas uma questão de tempo. E digo mais: quando você for
aprovado, ficará surpreso em como foi mais rápido do que você
imaginava.
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2. CRONOGRAMA
Nosso curso será baseado no edital do concurso para
Analista do MPU, organizado pelo temido Centro de Seleção e de
Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB). O edital
foi publicado no dia 9/8/2013 e, para a nossa especialidade, estão sendo
oferecidas 16 vagas mais o cadastro reserva. Esse é um número
considerável se considerarmos o histórico de vagas de outros concursos
para Comunicação Social.
Nosso cronograma nos permitirá cobrir todo o conteúdo de
Comunicação Social, enfatizando sempre os aspectos mais importantes e
pontuando as possibilidades de cobrança por parte da banca.
Aula 00
12/8/2013
Apresentação; Cronograma;
Comunicação: paradigmas e conceitos
Aula 01
19/8/2013
Teoria da comunicação: principais escolas e pensadores.
Aula 02
26/8/2013
Comunicação pública.
Comunicação digital.
Planejamento de comunicação organizacional.
Aula 03
2/9/2013
Assessoria de imprensa.
Release, press-kit e organização de entrevistas coletivas.
Notas oficiais.
Clipping
Aula 04
9/9/2013
Marketing institucional.
Imagem institucional.
Pesquisas de opinião e de mercado: pesquisas qualitativas e
quantitativas, amostragem, questionários, grupos de
discussão, grupos focais.
Aula 05
16/9/2013
Técnicas de relações públicas.
Comunicação dirigida.
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Públicos de uma instituição.
Cerimonial e protocolo.
Organização de eventos.
Aula 06
23/9/2013
Interfaces entre as relações públicas e a administração da
empresa.
Relações públicas e recursos humanos.
Instrumentos de comunicação interna.
Aula 07
25/9/2013
Responsabilidade social, consumo sustentável e relações com
a comunidade.
Ética no serviço público. Comportamento profissional; atitudes
no serviço; organização do trabalho; prioridade em serviço.
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal (Decreto no 1.171/1994).
Aula 08
30/9/2013
Relações com consumidores. Serviços de atendimento ao
consumidor. Código de Defesa do Consumidor.
Encerrada a apresentação, vamos à matéria. Lembro a você
que esta aula demonstrativa servirá para mostrar como os textos fluirão e
como exploraremos o assunto. Isso não quer dizer que o conteúdo
abordado não faça parte do programa. Muito pelo contrário! Nesta aula
usamos o tópico do edital ”paradigmas e conceitos” para traçar as bases
do resto do curso e principalmente para elencarmos com mais segurança
as Teorias da Comunicação nas próximas aulas.
Para facilitar a leitura e dinamizar o conhecimento, vamos
estabelecer alguns padrões. Preste atenção a essa sinalização:
• Principais estudiosos à Estarão sempre sublinhados;
• Nomes técnicos de paradigmas e conceitos à estarão negritados
(grossinhos) e na cor vermelha;
• Melhores definições e insights à Para ajudar a fixar o assunto, vou
deixar esses negritados em preto.
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Faço um alerta desde já. Não se desespere para decorar todos
os nomes e definições. A intenção principal dessa aula é abrir caminho
para que possamos entender melhor as teorias da próxima aula (aí sim,
você terá que decorar). De todo modo, ao final, teremos um resumo com
a esquematização dos principais pontos.
Analise tudo com atenção e carinho. Espero que você se
identifique e até que se interesse mais por esse assunto que,
particularmente, amo! E que, no final, nos escolha para trilharmos juntos
esse caminho pela Comunicação Social em direção ao Ministério Público
da União.
Dito isto, vamos lá!
3. INTRODUÇÃO. SURGIMENTO DA CIÊNCIA DA COMUNICAÇÃO.
A palavra “paradigma” vem do grego parádeigma e quer
dizer, literalmente, modelo. É um pressuposto filosófico de onde se
origina o estudo de um campo científico. É uma referência inicial como
base de modelo para estudos e pesquisas, uma matriz, uma teoria. No
nosso caso, a Teoria da Comunicação.
Ao tentar se firmar como ciência, a Comunicação promoveu o
encontro de muitas outras ciências sociais, como a filosofia, história,
psicologia, sociologia, etnologia, biologia, cibernética... e tantas outras
que acabaram fotografando nessa nova aspirante à disciplina científica
problemas com sua própria legitimidade. Isso mesmo, a Comunicação
acabou tendo um problema de “identidade científica”.
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No livro “História das Teorias da Comunicação”, Armand e
Michèle Mattelart salientam a tensão que há no campo de observação dos
processos comunicacionais. Observe o que eles escrevem: “entre as redes
físicas e imateriais, entre o biológico e o social, a natureza e a cultura, as
perspectivas micro e macro, o local e o global, o ator e o sistema, o
indivíduo e a sociedade, o livre-arbítrio e os determinismos sociais.”
Segundo esses autores, “a história das Teorias da
Comunicação é a história das separações e a das diversas tentativas de
articular ou não os termos do que frequentemente surgiu sob forma de
dicotomias e oposições binárias, mais do que de níveis de análise”.
Nossa missão nesse curso não é aprofundar o conhecimento
sobre como se deu o estudo e a modelagem da Comunicação como
ciência, mas sim tecer os parâmetros da história que influenciaram esse
estudo para facilitar a memorização das diversas teorias que surgiram
durante esse processo. Afinal de contas, é isso que pode cair em nossa
prova.
A ideia que sugiro que seja retida, e que você perceberá à
medida que formos destrinchando as teorias, é que cada linha de
pensamento se apropria da outra em termos básicos, em seus
modelos/paradigmas, ao mesmo tempo que a contradiz.
Segue o passeio na roça...
A busca pela “autoafirmação” fez com que a Comunicação
utilizasse modelos e esquemas que muitas vezes pertenciam à
natureza, à biologia, à anatomia, mas que foram adaptados
através de analogias.
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4. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E PRIMEIROS PARÂMETROS.
Definir o começo da Comunicação é tecnicamente impossível.
Desde que surgiu a humanidade... houve comunicação. Temos, portanto,
a comunicação oral, escrita, corporal, digital, etc. Seria necessário definir
qual o aspecto a ser analisado, já que ‘qualquer troca de informação’ é
uma boa definição para Comunicação.
A Retórica, por exemplo, foi um aspecto importante e
bastante estudado pelos gregos nos séculos antes de Cristo. Na Grécia
Antiga, dominar a arte de discursar e discutir parecia indispensável para
os estudantes.
Se viajarmos para tempos mais modernos, a gestão das
multidões humanas na vida pós Revolução Industrial (meados do século
XVIII) levou a Comunicação a analisar novos parâmetros: a perspectiva
da sociedade como organismo, ou seja, conjunto de órgãos com
funções determinadas, traçou as bases para o surgimento de uma
“ciência da Comunicação”.
A especialização e divisão do trabalho, o liberalismo de
Adam Smith, o trabalho industrial dentro das fábricas, e o êxodo
rural são paradigmas desse período histórico e nos dão um bom start
A vida depois do surgimento das fábricas na Revolução
Industrial reformatou toda a dinâmica social e impulsionou a
necessidade dessa GESTÃO DE MULTIDÕES HUMANAS e para
que isso ocorresse era crucial o planejamento e uso racional
da Comunicação Social.
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teórico. Percebe-se que, mais do que nunca, a Comunicação contribui
para a organização do trabalho coletivo no interior da fábrica e na
estruturação dos espaços econômicos.
Lembramos também que, em razão da evolução tecnológica,
novos meios de transportes e de comunicação traziam e levavam os
pensamentos em ambientes cada vez mais amplos e nada homogêneos.
Na Inglaterra, por exemplo, onde a revolução industrial já circulava mais
abertamente, a divisão do trabalho e os meios de comunicação para
massa davam ares de opulência e crescimento. Na França, no entanto,
ainda fundamentalmente agrícola, veio à luz a escola dos fisiocratas e
teóricos como François Quesnay (1694-1774).
Sendo médico, Quesnay encontra semelhança entre os
sistemas da anatomia do corpo humano e o conjunto de circuitos do
mundo econômico, que ele procura entender como “sistema”, “unidade”.
Baseado no conhecimento da circulação sanguínea, ele consegue
visualizar mais amplamente a ligação entre os “fluxos” na
economia formando um “corpo”.
Uma série de medidas da Revolução Industrial de 1789 libera
esses fluxos. Um bom exemplo disso é a adoção de um sistema métrico
[isso mesmo, metros, centímetros... Antes disso cada um adotava uma
unidade de medida, sem uma padronização], e isso tem o intuito de
acelerar a unificação do território nacional.
O primeiro sistema de comunicação à distância, o telégrafo
óptico de Claude Chappe, é inaugurado em 1793 para fins militares.
A divisão do trabalho e o modelo de fluxos são
paradigmas que estimulam a escola da economia clássica inglesa,
principalmente as análises de John Stuart Mill (1806-1873), que criam,
por sua vez, “um modelo cibernético dos fluxos materiais com os fluxos
feedback do dinheiro como informação.” Observe que esse é um estudo
das comunicações mecânico-elétricas e dos comandos automáticos
das máquinas.
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Interessante notar que de um mesmo paradigma (nesse caso,
os fluxos e a divisão do trabalho) surgem variadas teorias...
[Estudaremos as principais Teorias na próxima aula, ok?] O paradigma
Matemático Informacional começa a se desenhar.
Vamos dar um pulo na história para entender esse
paradigma... Na década de 50, a Cibernética de Norbert Wiener (1894-
1964) e a Teoria Matemática da Informação de Claude Shannon
(1916-2001) e Warren Weaver (1894-1978) – influenciados pelos estudos
de John Stuart Mill – consolidam o paradigma Matemático Informacional.
Em especial, Shannon monta um esquema de fluxo da informação. Para
ele há uma fonte originária que é formada por conjuntos de
símbolos ou signos extraídos de um repertório comum aos
envolvidos nesse processo de comunicação. O transmissor codifica
(transforma em código) a mensagem e a transmite por um meio
de um canal. O canal, por sua vez, é sujeito a ruídos. O receptor
recebe a mensagem do canal, decodifica-a e a transmite ao
destino final. Abaixo uma visualização do modelo de Shannon:
O modelo de Shannon é linear, simples, porém bastante
eficiente na detecção e resolução dos problemas técnicos de
comunicação. Ele pretende obter a precisão e a eficácia do fluxo
informativo e não ficou restrito à engenharia e foi adaptável a qualquer
FONTE DA INFORMAÇÃO
TRANSMISSOR CANAL RECEPTOR
DESTINO
men
sagem m
ensagem
sinal sinal
RUÍDOS
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processo de comunicação, independentemente das características dos
seus componentes.
Esse paradigma se expandiu nos níveis técnico (dispositivos
para uma boa transmissão da informação), semântico (sem grande
importância – para ele não interessa o significado da mensagem, mas se
o que é transmitido é o recebido) e eficácia (eliminação do ruído). O
nível técnico é o mais importante nessa vertente e o mais desenvolvido.
Norbert Wiener com a ciência do controle da
comunicação, chamada de Cibernética contribui para a teoria de
Shannon. Ele superou o conceito de “ruído” que, para Shannon, era uma
questão física. Wiener engloba tudo o que impossibilita a recepção
adequada da informação. Ele afirma que os princípios da regulação e
retroação dos sistemas são universais e possíveis de serem aplicados a
diversas áreas do conhecimento, inclusive a comunicação.
Voltemos para o século XIX...
Charles Babbage (1792-1871) discorreu sobre o paradigma da
divisão do trabalho mental, que mais à frente o leva a elaborar
projetos para mecanizar as operações da inteligência: a “máquina de
diferença” e a “máquina analítica”, que são precursoras das calculadoras,
que, por sua vez, acabam sendo as tataravós do computador!
Enfim, além de interessantes, essas informações também
servem para que percebamos a correlação entre a evolução
tecnológica e o estudo da Comunicação. Nas aulas futuras, veremos
como o advento dos meios de massa, a internet, a Comunicação
Integrada e até mesmo a Comunicação Organizacional, o Marketing e o
Endomarketing andam nessa mesma linha.
Voltemos aos nossos paradigmas... Outra ideia construída em
decorrência da revolução industrial é o conceito de rede, de Claude Saint-
Simon (1760-1825). Ele também retoma a metáfora com o ser vivo.
Saint-Simon percebe que é estratégico para a administração alinhar
o sistema das vias de comunicação ao estabelecimento de um
sistema de crédito. “Do mesmo modo que a imagem do sangue em
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relação ao coração humano, a circulação do dinheiro dá à sociedade-
indústria uma vida unitária.” (MATTELART)
Um outro conceito que dá fundamento à análise dos sistemas
de comunicação é o de progresso ou desenvolvimento. Auguste
Comte, discípulo de Saint-Simon, formulou os princípios de uma ciência
positiva das sociedades humanas. Ele não deu muita atenção à
tecnicidade da Comunicação propriamente dita, mas postulou que a
sociedade, por ser um organismo coletivo, obedece a uma lei
fisiológica de desenvolvimento progressivo.
A ideia dele toma como base a própria história da humanidade
que, segundo seus paradigmas, dá-se em três estados ou eras
sucessivos: 1o) teológico ou fictício, 2o) metafísico ou abstrato, e 3o)
positivo ou científico. É nesse último que se encontra a sociedade
industrial, a era da organização, da ciência, a decadência dos formatos
não-científicos do conhecimento.
Dessa representação surgem as bases para as Teorias
Difusionistas, que afirmam que o progresso só pode atingir a
periferia por meio da irradiação pelos valores do centro.
5. A SOCIEDADE DE MASSA, A ERA DOS PÚBLICOS E O
FUNCIONALISMO
Essas teorias foram testadas no choque das culturas na era
dos impérios (1875-1914) e foram restauradas no período após a
Segunda Guerra Mundial pela sociologia da modernização e sua
concepção de desenvolvimento, quando fica claro que as mídias
ocupam papel estratégico.
Vale lembrar que foi durante a Segunda Guerra Mundial que
a propaganda alcançou o que pode ser considerado o seu mais alto
patamar na história até então. Enquanto ambos os lados conflitantes,
aliados e o eixo, preparavam-se para a guerra, era necessário o
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estabelecimento de campanhas, a fim de motivar suas populações e
possibilitar o aumento de produção.
Nas duas últimas décadas do século XIX apresenta-se a
problemática da sociedade de massa e, por consequência, dos meios
de difusão de massa.
Para fazer melhor uso da Comunicação nessa nova sociedade
e dar um direcionamento a esse processo, surge a necessidade de criar
dispositivos de controle estatístico dos fluxos.
O astrônomo e matemático belga Adolphe Quételet, por volta
de 1835, funda uma nova ciência de mensuração social chamada de
física social. É usado pela primeira vez o termo homem médio, um
conceito que pretende avaliar desequilíbrios de ordem social. Quételet é o
rei do cálculo das probabilidades, e elabora, além das tabelas de
mortalidade, as “tabelas de criminalidade” afim de aferir a “tendência ao
crime” de acordo com o sexo, a idade, o clima, a condição social, para
obter as leis de uma ordem moral pretensamente paralela à ordem física.
Isso mesmo!
Ele pretende definir por esses parâmetros quem tem
propensão a se tronar criminoso! Como se fosse fácil assim... Enfim, ele
não tem muito sucesso nesse sentido, mas essa nova tecnologia do risco
acaba se tornando uma ferramenta de gestão dos indivíduos que, por
sua vez, começam a ser tomados em massa. Surge o princípio do
Estado-providência, que socializa as responsabilidades e reduz todos os
problemas sociais a questões de risco. O cidadão passa a se sentir
parte de um todo.
Essa noção quase biomórfica de Quételet contribui, mesmo
que rudimentarmente, para a identificação do indivíduo e o
estabelecimento de perfis. E começamos a observar mais
abertamente a racionalização da Comunicação de Massa.
A psicologia das multidões de Gustave Le Bon ganha
espaço em meio a debates sobre a natureza política de uma opinião
pública liberada das coerções à liberdade de imprensa e reunião. Surge
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uma visão manipulatória da sociedade, extrapolando a psicologia
individual. Segundo essa ideia, toda multidão tem os CONDUTORES
que sugerem ideias e acabam levando os CONDUZIDOS.
Ortega y Gasset, em A Rebelião das Massas, unem-se a Le
Bon e abordam algumas questões sobre os estudos das massas e das
multidões, que devem ser salientadas para nós:
ü Massa é a simples justaposição ou reunião de indivíduos de
diferentes procedências, uma aglutinação;
ü Os indivíduos que formam a Massa quase não interagem ou
não interagem, e, portanto, não se influenciam;
ü A Massa é formada de indivíduos iguais (atomizados), é
homogênea à As diferenças individuais não são relevantes,
ela nivela a todos;
ü Os indivíduos que compõem a Massa não compartilham as
próprias expectativas;
ü Numa Comunidade, ao contrário do que acontece nas
Massas, há laços de fraternidade quase inexoráveis
(similares aos clãs familiares e às aldeias...) à Se
analisarmos bem essa questão, podemos afirmar que nesse
sentido a massa é frágil. Concorda?
ü Símbolos universais representam a cultura dominante à a
Massa está exposta a esses símbolos e fica unida por um
mesmo conjunto de mensagens.
A partir da segunda metade do século XX, também ganha
espaço os estudos do magistrado Gabriel Tarde que afirma ter acabado a
Era das Massas dando espaço à Era dos Públicos. Para os estudiosos
dessa linha teórica, a “massa” surge por meio de contato psíquico, quase
como um contágio, em que uma ideia é sugerida e automaticamente
(sem pensar muito) obtém ampla adesão. Já quando tratamos de
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públicos, a coisa fica mais física, pois, para Tarde, os públicos
(diferentemente das massas) progridem com a sociabilidade.
Como sociólogo, Tarde observou que o desenvolvimento da
imprensa amplia o universo do público e que essa expansão seria
impossível sem a coexistência de três grandes invenções: a tipografia, o
telégrafo e o caminho de ferro (trilhos). Para ele, as multidões ou massas
ultrapassadas e estão condenadas a serem substituídas pelos públicos, na
medida em que não promovem a ação discursiva. Valoriza-se assim, o
público que se situa num estágio evolutivo superior.
A sociologia positiva de Émile Durkheim se opõe à
psicologia social de Tarde. Em seus estudos, Durkheim conclui que os
fatos sociais atingem toda a sociedade, o que só é possível se
consideramos a sociedade como um todo integrado. Portanto, se tudo
na sociedade está ligado, qualquer alteração num ponto afeta o todo.
Nesse período, surge em oposição à Durkheim e a favor de
Tarde, a sociologia organicista que tende a enxergar os pequenos
objetos da vida coletiva no cotidiano. Um estudioso dessa linha foi
Georg Simmel, que usou a metáfora da ponte (Brüke) e da porta (Tür),
para explicar os conceitos respectivos de realidades complementares e
concomitantes: a “sociação” e a “dissociação”. A primeira metáfora, da
ponte é para ilustrar a sociação e corresponde à capacidade do homem de
associar o que está separado, para o que parece não ter relação,
traça-se uma trajetória em comum. A segunda, a da porta, foi usada para
Um indivíduo só pertence a uma ÚNICA MASSA por vez, mas
pode-se fazer parte de VÁRIOS PÚBLICOS ao mesmo tempo.
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ilustrar a dissociação, corresponde à capacidade de separar e lhe
permite dar uma nova significação.
Essa teoria se contrapõe à sociologia positiva, pois o
pensamento durkheimiano define os objetivos a partir das instituições e
das estruturas, ou seja, a família, as classes, a Igreja, as corporações e
os grupos de interesse. Para ele, cada instituição exerce uma função
específica na sociedade.
Durkheim também afirma que o mau funcionamento de
uma instituição significaria um desregramento da própria
sociedade. Essa análise funcional das unidades sociais dá origem ao
Funcionalismo, que inicialmente aponta as instituições como meios
coletivos de satisfazer necessidades biológicas individuais.
O Funcionalismo é o estudo das funções e suas
consequências. Uma função social é a contribuição de um fenômeno a
um sistema maior do que ele mesmo. Esse é o mesmo conceito que
usamos quando dizemos que algo “cumpriu sua função social” ou que
“tem uma função social de...”.
As instituições, portanto, devem satisfazer necessidades
sociais maiores do que elas mesmas, especialmente a solidariedade
social.
Durkheim também chama de analogia orgânica o fenômeno
no qual as instituições sociais são funcionalmente integradas para
promover a estabilidade do sistema e que uma mudança em uma
instituição irá precipitar uma mudança em outras instituições.
Nesse sentido, quando uma mesma função pode ser
suprida por mais de um componente de um sistema, isso é chamado
de alternativa funcional (também chamada de equivalente funcional ou
substituto funcional).
Mais recentemente, o funcionalista Talcott Parsons aponta que
a sociedade e a respectiva cultura formam um sistema integrado
de funções.
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O Funcionalismo foi umas das primeiras teorias antropológicas
do século XX, até o movimentos sociais de 60, ele também é a visão
sociológica mais aceita. A partir daí começa a receber críticas.
É dito que o ele não sustenta modelos capazes de
promoverem mudanças sociais significativas. Dizem ainda que há
contradições e conflitos em suas teorias.
Críticos usam um argumento epistemológico dizendo que o
funcionalismo descreve as instituições sociais por meio, apenas, de seus
efeitos e não explica a causa deles.
Os estudiosos da Escola de Frankfurt, sustentando a teoria
Crítica também fazem crítica ao funcionalismo. Mas isso veremos mais a
diante...
6. BEHAVIORISMO E GESTALT
As transformações sociais trouxeram a tona outra tendência
científica que interferiu em várias disciplinas, inclusive na Comunicação:
estamos falando do Behaviorismo. Também conhecido como
Comportamentalismo ou Comportamentismo, é o conjunto de teorias
psicológicas que postulam o comportamento como o mais adequando
objeto de estudo da Psicologia.
Nesse paradigma, o conceito de comportamento é definido por
meio das unidades analíticas de ESTÍMULO e RESPOSTA, as quais são
investigadas pelo método da ciência natural chamado de Análise do
Comportamento.
O russo Ivan Pavlov foi um dos percussores do Behaviorismo.
Ele propôs o modelo de condicionamento do comportamento conhecido
como reflexo condicionado ou paradigma do estímulo-resposta, e
tornou-se famoso com suas experiências com cães. As obras de Pavlov
inspiraram John Watson, que foi o primeiro a usar o termo “behaviorismo”
e abriu a vertente denominada de BEHAVIORISMO CLÁSSICO.
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Essa fase “clássica” teve cunho mais experimental, e
encaixava na Psicologia a finalidade de prever e controlar o
comportamento de todo e qualquer indivíduo.
Para Watson, a pesquisa dos processos mentais internos
(como era a tendência anterior conhecida como mentalista, com foco nos
processos psicológicos internos, como memória ou emoção) era pouco
produtiva. Ele preferiu concentrar-se no que era observável, ou seja, no
comportamento. Para Watson, comportamento é sempre uma resposta a
um estímulo específico.
Em 1932, o comportamentalista Edward Tolman superou
Watson em seus estudos ao propor um novo modelo. No
Neobehaviorismo Mediacional de Tolman o esquema adotado é
estímulo-organismo-resposta. O organismo passa por eventos
mediacionais ou variáveis intervenientes. Para esse estudioso, essas
variáveis ou eventos seriam processos internos.
Baseado nesses princípios, Tolman apresenta o conceito de
mapas cognitivos, que postula a possibilidade de gerar expectativas no
organismo, fazendo com que ele adote comportamentos diferentes e mais
ou menos previsíveis para diversos conjuntos de estímulos.
Houve outras linhas de estudo Behaviorista, mas não vamos
prosseguir mais nesse sentido. Temos o suficiente para entender as
teorias da Comunicação que surgiram desses estudos. Gostaria apenas de
Os mapas cognitivos seriam construídos através do
relacionamento do organismo com o meio. Os processos
internos que permitem a criação de um mapa mental entre
um estímulo e outro são usualmente chamados GESTALT-
SINAIS.
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destacar o conceito de Gestalt: é uma palavra alemã sem tradução exata
para o português e diz respeito ao processo de dar forma, de
configurar.
7. PRAGMATISMO E TEORIA CRÍTICA
O Pragmatismo foi uma escola da filosofia que predominou
nos EUA ainda antes da Segunda Guerra Mundial e tem como destaque
Charles Peirce, William James, John Dewey. Passou um longo período
obscurecida pela teoria analítica, mas devido às obras de Richard Rorty o
pragmatismo voltou a ser popular e bastante difundido nos EUA, tendo
um forte impacto sobre sua cultura.
Esse paradigma defende que o sentido de tudo está na
utilidade, ou efeito prático, que qualquer ato, objeto ou
proposição possa ser capaz de gerar. As ideias e atos de qualquer
pessoa somente seriam verdadeiros se servissem à solução
imediata de seus problemas.
Nesse caso, verdade é o conjunto de todas as suas
consequências práticas relativas a determinado contexto. O
pragmatismo refuta a possibilidade de o intelecto e os conceitos humanos
poderem, por si só, representar adequadamente a realidade.
Para essa linha de estudo, o pensamento produz hábitos de
ação, que dão sentido às coisas. Os conceitos de ação e comunicação
nesse paradigma são fundamentais para o desenvolvimento de
uma teoria social.
Mead, outro pragmatista, propôs um modelo no qual a
comunicação passa a ser inserida na pragmática da ação humana e com
uma intenção de intersubjetividade. Vamos entender melhor... Na medida
em que os significados são apreendidos na interação, eles são
manipulados. Nesse processo é preciso que as pessoas se projetem no
mundo em relação ao outro, colocando a si mesmo como objeto. É por
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percebermos o posicionamento das outras pessoas com quem
interagimos que nos situamos no mundo e passamos a
compreendê-lo.
Estudaremos melhor na próxima aula a Teoria Comunicacional
de Mead assim também como as outas Teorias impactadas pelo
paradigma pragmático (Escola de Chicago e Escola Palo Alto).
A Teoria Crítica é uma abordagem que busca unir teoria e
prática. Um de seus principais objetivos era explicar, historicamente,
como se dava a organização e a consciência dos trabalhadores
industriais. Seus pressupostos se estenderam por diversas áreas das
relações sociais, entre elas a Comunicação Social.
A teoria parte de uma crítica ao caráter cientificista das
ciências humanas. Busca entender a cultura como elemento de
transformação da sociedade. Esse paradigma critica a crença absoluta
em dados empíricos e na administração como explicação dos fenômenos
sociais.
Para dar sentido às suas análises, a Teoria Crítica recorre ao
Marxismo, para explicar o funcionamento da sociedade e a formação de
classes, e à Psicanálise, para explicar a formação do indivíduo, enquanto
elemento que compõe o corpo social.
Um dos principais questionamentos tentava entender o
porquê de os indivíduos ficarem insensíveis à dor do autoritarismo,
negando a sua própria condição de indivíduo ativo no corpo social.
A Teoria Crítica influenciou, principalmente, a Escola de
Frankfurt [sobre a qual trataremos na próxima aula]. Os estudiosos de
Frankfurt faziam parte do Instituto para Pesquisa Social que era
patrocinado com recursos judeus (eis a razão para os estudos contra
governos autoritários – na época as teorias Nazistas e Fascistas estavam
em voga).
Por terem uma linha marxista de análise, os pesquisadores
críticos Max Horkheimer e Theodor Adorno entre outros são obrigados a
fugir da Alemanha para os Estados Unidos. Na América os estudiosos
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observam e criticam o surgimento do que os funcionalistas chamam de
Cultura de Massa ou Cultura Popular (conceito que surge no século
XIX com o advento de mídias de massa, principalmente do rádio). Eles
contestam o conceito dizendo que os funcionalistas camuflaram o termo
para que parecesse ter bases sócias e as origens na própria massa.
Ainda na década de 1940, os pesquisadores do Instituto
propõem o conceito de Indústria Cultural para substituir aquele dos
funcionalistas. Trataremos melhor esse conceito nas próximas aulas, mas
para você começar a entender, ela busca designar a situação da arte na
sociedade capitalista industrial.
Para Adorno e Horkheimer a autonomia e poder crítico das
obras de arte são provenientes de uma oposição à sociedade. Em sua
essência, elas são contestatórias. Mas, para eles, a máquina capitalista
de reprodução e distribuição da cultura acaba fazendo a arte
erudita e a popular esmorecerem. E isso aconteceria porque o valor
crítico dessas duas formas de arte é neutralizado, pois não permite a
participação intelectual dos seus espectadores.
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8. RESUMO DO CONCURSEIRO
A busca pela identidade científica da Comunicação fez com que ela
buscasse modelos e esquemas que pertenciam à natureza, à biologia, à
anatomia (e outras disciplinas), que foram adaptadas por analogias.
Cada novo paradigma se apropria do anterior em termos básicos, ao
mesmo tempo que o contradiz.
Eis aqui um esquema com os principais paradigmas tratados nesta
aula:
Paradigma/Conceito Considerações
Especialização e divisão do
trabalho, Liberalismo (Adam
Smith), êxodo rural
foram paradigmas da Revolução
Industrial que reformularam a
sociedade e interferiram na nova
Comunicação Social.
Gestão das multidões Fruto da vida pós Revolução
Industrial. Foi importante para o
início do uso racional da
Comunicação Social. A sociedade
passa a ser considerada como
organismo vivo.
Teoria Matemática da Informação
(Shannon e Weaver), Cibernética
(Wiener)
Ciência do controle da
comunicação.
Ruído Tudo o que impossibilita a
recepção adequada da informação
Rede (Claude Saint-Simon) É necessário alinhar o sistema das
vias de comunicação ao
estabelecimento de um sistema
de crédito.
Desenvolvimento (Auguste Comte) Ciência positiva das sociedades
humanas. A sociedade obedece a
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uma lei fisiológica de
desenvolvimento progressivo.
Teorias Difusionistas O progresso só atinge a periferia
por meio da irradiação pelos
valores do centro.
Sociologia da Modernização As mídias ocupam papel
estratégico.
Sociedade de massa/Meios de
Massa
Surge a necessidade de criar
dispositivos de controle
estatísticos dos fluxos.
Física Social/Homem médio
(Adolphe Quételet)
Cáculo de probabilidades
estabelecimento de perfis e
surgimento de ferramentas de
gestão de indivíduos e
racionalização da Comunicação de
Massa.
Era das Massas O cidadão passa a se sentir parte
de um todo.
Psicologia das Multidões (Le Bon) Debates sobre a opinião pública.
Surge uma visão manipulatória da
sociedade.
Os condutores sugerem ideias e
levam os conduzidos.
Era dos Públicos (Gabriel Tarde) Os públicos progridem com a
sociabilidade.
Sociologia Positiva, Funcionalismo
(Èmile Durkheim)
Os fatos sociais atingem toda a
sociedade, que é um todo
integrado.
O mau funcionamento de uma
instituição significaria um
desregramento da sociedade.
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Behaviorismo (Pavlov, Watson) Estímlo-Resposta
Análise do Comportamento.
Reflexo condicionado.
Gestalt Processo de dar forma, configurar
Pragmatismo (Peirce, James,
Dewey, Rorty)
O sentido está na utilidade.
Efeito prático.
Teoria Crítica, Indústria Cultural
(Horkheimer, Adorno)
A cultura é o elemento de
transformação da sociedade.
Cultura de Massa/Cultura Popular Surgem as mídias de massa.
Comunicação de massa
Pronto futuro colega concursado. Acabamos nossa primeira
aula, ou pelo menos a parte teórica.
Abaixo estão algumas questões com comentários sobre o que
abordamos hoje. Em seguida está a lista de questões sem os
comentários e o respectivo gabarito. Não se assuste com a quantidade
reduzida de questões. Não temos um histórico extenso de provas de
Comunicação Social, por isso não há muitas questões sobre alguns
assuntos.
Minha pretensão nesta aula demonstrativa é introduzir o
conteúdo para a melhor fixação das Teorias da Comunicação que serão
tratadas na próxima aula. Esse sim é um tópico bastante abordado nos
concursos de nossa área e teremos mais questões. Digo a você, amigo
concurseiro, que quando houver necessidade, mas não houver questões
disponíveis, irei criar algumas para nos ajudar no processo de
aprendizado e fixação do conteúdo.
Se houver alguma dúvida, manteremos contato no nosso
fórum.
Forte abraço!
Paolla Marletti
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9. QUESTÕES COMENTADAS
1. CAPES – Comunicação Social – 2008 – Cesgranrio. A teoria crítica
da comunicação tem por base os princípios formulados pelo pensamento
a) capitalista.
b) marxista.
c) cibernético.
d) funcionalista.
e) darwinista.
COMENTÁRIOS: Como falamos na aula, os estudiosos da teoria crítica
faziam parte do Instituto para Pesquisa Social e eram financiados pelos
judeus. Eles seguiam a linha Marxista, que se opunha aos governos
Nazista e Fascista da época.
GABARITO: B
2. TRT 6ª Região (PE) – Analista Judiciário – 2012 – FCC. Nas
sociedades capitalistas avançadas, a população é mobilizada a se engajar
nas tarefas necessárias à manutenção do sistema econômico e social
através do consumo estético massificado. As tendências à crise sistêmica
e deserção individual são combatidas, entre outros meios, através da
exploração mercantil da cultura e dos processos de formação da
consciência. Assim sendo, acontece, porém que seu conteúdo libertador
se vê freado e, ao invés do conhecimento emancipador em relação às
várias formas de dominação, as comunicações se veem acorrentadas à
ordem social dominante. (Hohlfeldt, Antonio; Martino, Luiz C.; França,
Vera Veiga (org): Teorias da Comunicação – Conceitos, Escolas e
Tendências. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 133)
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Nos estudos da Comunicação, o trecho acima explica, o conceito de
a) organismos sociais.
b) semiótica.
c) indústria cultural.
d) culturalismo.
e) hibridismo.
COMENTÁRIOS:
“Organismo Social” é o conceito que define a sociedade como
um ser vivo. Ainda podemos dizer que estão contidos nele os conceitos de
“rede” como concebido por Saint-Simon, o qual visava alinhar sistemas de
comunicação e sistemas de crédito, e o de “fluxo”, de Quesnay, que se
baseia na corrente sanguínea e trata a sociedade como um conjunto de
circuitos econômicos em prol de um corpo. Essa, portanto, não é a nossa
resposta.
A alternativa B, fala de “semiótica”, que estuda os sinais como
mecanismos de significação. A Comunicação se apropriou da semiótica,
mas não é disso que trata a questão.
A letra C trás a “Indústria Cultural”. Como falamos na aula, os
estudiosos da Teoria Crítica criam esse conceito para criticar o efeito que
tem a máquina capitalista sobre as artes. Segundo eles, a arte tem
essencialmente um poder contestador e perde ele quando é reproduzida
sem participação intelectual da sociedade. A questão, portanto, corrobora
com essa proposta e esta é a alternativa que estamos procurando.
Sobre a letra C: o “Culturalismo” observa sociedades arcaicas
e postula que a cultura tem influência preponderante na personalidade
dos indivíduos. Na última alternativa, “Hibridismo” cultural ainda é um
conceito em desenvolvimento, que diz respeito à diversidade e mistura
cultural.
GABARITO: C
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3. Correios – Analista de Correios – 2011 – Cespe. Os termos cultura
de massa e meios de comunicação de massa têm origem nas reflexões
sociológicas empreendidas no início do século XX acerca da sociedade
moderna.
COMENTÁRIOS: Essa é uma casca de banana! Na verdade, os termos
cultura de massa e meios de comunicação de massa têm origem no
século XIX, em meio à mudanças sociais provenientes da Revolução
Industrial.
Esse evento tão importante nos nossos estudos começou em
1760, mas atingiu seu pico entre 1820 e 1840, quando sociedade
reconfigurada pelas novas características se consolidou. Portanto, século
XIX. O marco principal para a definição desses conceitos foi o surgimento
das mídias de massa, principalmente do rádio. A questão está ERRADA!
GABARITO: E
4. ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – Cespe. A cultura
de sociedade de massa passou a ter uma importância considerável, dada
expansão do consumo industrial, a partir do século XIX, valendo-se, na
época, do jornal diário como meio de maior alcance da população e
consolidando-se no século seguinte, com o rádio, o cinema, a TV e a
Internet.
COMENTÁRIOS: Outra casca de banana! A cultura de sociedade de
massa passa a ter importância considerável, dada expansão do consumo
industrial (Revolução Industrial) a partir do século XIX e valeu-se, sim, do
meio jornal, mas há quem considere as primeira emissões de som por
ondas de rádio ainda no século XIX, pelo italiano Guglielmo Marconi.
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Ainda que não tivéssemos essa informação (concordo com
você que essa é difícil), vimos em nossa aula que o magistrado francês
Gabriel Tarde leva em consideração a expansão dos meios e diz que a Era
das Massas foi superada pela Era dos Públicos a partir do século XX.
Portanto, a TV, o cinema e a Internet, que são invenções do século XX e
XXI fazem parte da Era dos Públicos quando a cultura de sociedade de
massa não está mais em voga, por tanto nem se consolida. Questão
ERRADA!
GABARITO: E
5. ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – Cespe. Até a
primeira metade do século XX, os teóricos e pesquisadores da
comunicação entendiam que os comportamentos de uma sociedade de
massa estão associados ao fato de os indivíduos se encontrarem isolados,
amorfos, e, sendo a massa um todo uniforme, linear, ela absorve os
modismos da mídia.
COMENTÁRIOS: Você está percebendo como a passagem do século XIX
para o XX trouxe mudanças, não é? A questão está falando exatamente o
que Ortega, Gasset e principalmente Le Bon estudaram e salientaram
sobre as massas e as multidões, modelo vigente até a primeira metade do
século XX.
Vou aproveitar para lhe lembrar algumas características dessa
sociedade. Os indivíduos integrantes da massa/multidão não interagem e
não influenciam uns aos outros, suas diferenças não são consideradas (a
massa é homogênea), a massa é frágil, pois não há laços, e os
condutores lançam sugestões facilmente absorvidos pelos conduzidos, ou
seja modismos. A questão está CORRETA.
GABARITO: C
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6. ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – Cespe. A
indústria cultural visa ao entretenimento e à diversão, enquanto a arte
produz inquietação.
COMENTÁRIOS: Os teóricos da Escola de Frankfurt, influenciados pela
Teoria Crítica, criaram o conceito de Indústria Cultural como uma crítica
(tratamos disso na segunda questão) ao esmorecimento da essência da
arte que é, sim, inquieta e contestadora.
Segundo eles, ela nasce em oposição à sociedade, ela critica a
sociedade. E na esfera capitalista passa a ser reproduzida repetidamente
por seus expectadores de forma passiva, não contribuindo
intelectualmente e não interferindo nessa produção. Ela acaba sendo
renegada a um papel de entretenimento e perde o teor crítico de sua
essência. Questão CORRETA!
GABARITO: C
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10. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
1. CAPES – Comunicação Social – 2008 – Cesgranrio. A teoria crítica
da comunicação tem por base os princípios formulados pelo pensamento
a) capitalista.
b) marxista.
c) cibernético.
d) funcionalista.
e) darwinista.
2. TRT 6ª Região (PE) – Analista Judiciário – 2012 – FCC. Nas
sociedades capitalistas avançadas, a população é mobilizada a se engajar
nas tarefas necessárias à manutenção do sistema econômico e social
através do consumo estético massificado. As tendências à crise sistêmica
e deserção individual são combatidas, entre outros meios, através da
exploração mercantil da cultura e dos processos de formação da
consciência. Assim sendo, acontece, porém que seu conteúdo libertador
se vê freado e, ao invés do conhecimento emancipador em relação às
várias formas de dominação, as comunicações se veem acorrentadas à
ordem social dominante. (Hohlfeldt, Antonio; Martino, Luiz C.; França,
Vera Veiga (org): Teorias da Comunicação – Conceitos, Escolas e
Tendências. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 133)
Nos estudos da Comunicação, o trecho acima explica, o conceito de
a) organismos sociais.
b) semiótica.
c) indústria cultural.
d) culturalismo.
e) hibridismo.
Comunicação para MPU Teoria e exercícios comentados Teoria e exercícios comentados
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3. Correios – Analista de Correios – 2011 – Cespe. Os termos cultura
de massa e meios de comunicação de massa têm origem nas reflexões
sociológicas empreendidas no início do século XX acerca da sociedade
moderna.
4. ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – Cespe. A cultura
de sociedade de massa passou a ter uma importância considerável, dada
expansão do consumo industrial, a partir do século XIX, valendo-se, na
época, do jornal diário como meio de maior alcance da população e
consolidando-se no século seguinte, com o rádio, o cinema, a TV e a
Internet.
5. ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – Cespe. Até a
primeira metade do século XX, os teóricos e pesquisadores da
comunicação entendiam que os comportamentos de uma sociedade de
massa estão associados ao fato de os indivíduos se encontrarem isolados,
amorfos, e, sendo a massa um todo uniforme, linear, ela absorve os
modismos da mídia.
6. ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – Cespe. A
indústria cultural visa ao entretenimento e à diversão, enquanto a arte
produz inquietação.
Comunicação para MPU Teoria e exercícios comentados Teoria e exercícios comentados
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GABARITO
1. B
2. C
3. E
4. E
5. C
6. C