Post on 10-Jul-2015
Arte e EstéticaAula 2 – Arte Pré-Histórica
Prof. Ms. Elizeu N. Silva
Para Piet Mondrian (1872–1944) a arte não passava de
uma compensação para o equilíbrio deficiente da
sociedade atual. “A arte desaparecerá na medida em que
a vida adquirir mais equilíbrio”.
• Por que a nossa própria existência não nos basta?
• Por que, no teatro, damos tanta atenção a algo que
sabemos ser fictício, por que sentimos tanto prazer com a
música – de existência tão efêmera –, por que sentimos
prazer contemplando uma pintura, mesmo sem a
compreender totalmente?
A arte é o meio indispensável para a união do indivíduo
com o todo; reflete a infinita capacidade humana para a
associação, para a circulação de ideias e experiências.
Afinal, a ideia de ser um indivíduo nunca bastou ao ser
humano. O desejo de plenitude força-o a viver em
sociedade e a considerar como suas as experiências
alheias e que potencialmente lhe concernem.
A arte, como criação do espírito, possibilita compartilhar
sentimentos individuais como se fossem os sentimentos
da coletividade.
Aristóteles vê no drama o efeito de catarse, cuja descarga
emocional purificaria a alma.
A razão de ser da arte nunca permanece inteiramente a
mesma.
Toda arte é condicionada pelo seu tempo e representa a
humanidade consonante com as ideias e aspirações, as
necessidades e as esperanças de uma situação histórica
particular.
Ao mesmo tempo, a arte supera esta limitação e de dentro
do momento histórico, cria também um momento de
humanidade – o que nos leva a admirar, por exemplo, a
arte egípcia produzida desde 3.000 a.C.
Não se pode tomar a arte como uma descrição clínica do
real. “A arte é necessária para que o homem se torne
capaz de conhecer e mudar o mundo. Mas a arte também
é necessária em virtude da magia que lhe é inerente”.
Fischer.
Primeiros registros: Paleolítico
Ignora-se quando o homem começou a produzir registros
pictóricos e quando começou a se interessar pela arte.
Homem paleolítico produziu imagens com propósitos de
magia. Por meio delas, procurava atuar sobre a natureza.
Considerava-as tão reais como as forças da natureza. Na
verdade, ele usava as imagens, ao invés de apenas
contemplá-las.
Primeiros registros:
Paleolítico
VÊNUS DE LAUSSEL: Mulher
com corno. Laussel, França.
22000 a 26000 a.C.
Primeiros registros: Paleolítico
PINTURA RUPESTRE: Animais (bisão) pintados no teto e em paredes de
cavernas. Altamira, Espanha. 15000–10000 a.C.
Primeiros registros: Paleolítico
Pintura Rupestre: Do francês rupestre, o termo designa
gravação, traçado e pintura sobre suporte rochoso,
qualquer que seja a técnica empregada.
PINTURA
RUPESTRE:
Cavalo. Lascaux,
França. 15000–
10000 a.C.
Primeiros registros: Paleolítico
PINTURA
RUPESTRE: Gruta
em Lascaux,
França. 15000–
10000 a.C.
Primeiros registros: Paleolítico
Datação: exemplos mais remotos localizam-se na
Austrália (Carpenter's Gap, Kimberley), datados entre 30
mil e 40 mil anos.
Características: pinturas e gravações (gravuras, pela
retirada de matérias ou incisões), sendo que as primeiras
são as mais antigas. Os traços são feitos com os dedos
ou com ferramentas.
Coloração: carvão (preto), óxido de ferro (vermelho,
amarelo), às vezes cera de abelha.
Primeiros registros: Paleolítico
Temas: Linhas e traços circulares,
mãos e pés, pegadas de animais,
ziguezagues, grafismos, formas
geométricas.
Nas pinturas mais antigas
prevalecem formas humanas e
animais.
Primeiros registros: Paleolítico
No paleolítico as pinturas e esculturas são naturalistas. O
caçador e coletor paleolítico procura reproduzir
exatamente o que vê.
Sobreposição de pinturas em determinadas áreas das
cavernas (geralmente escuras e inacessíveis) reforçam a
tese da pintura com propósito mágico.
“Era precisamente o propósito mágico dessa arte que a
forçava a ser naturalista. A pintura que não apresentasse
semelhança com o objeto era não apenas defeituosa, mas
carecia também de sentido e finalidade”. Hauser.
Primeiros registros: Paleolítico
PINTURA RUPESTRE: Sobreposição de pinturas em Altamira,
Espanha. 15000–10000 a.C.
Primeiros registros: Neolítico
No neolítico (10.000 a 3.000 a.C., aproximadamente)
ocorre a primeira grande mudança estilística.
Em lugar da pintura naturalista, o homem neolítico prefere
estilização geométrica.
Em lugar da experiência
concreta do cotidiano, a
ideia, o conceito, a
substância das coisas.
Símbolos, ao invés do
objeto.
Primeiros registros: Neolítico
Primeiros registros: Neolítico
Primeiros registros: Neolítico
Diferentemente do homem paleolítico, coletor e caçador,
o homem neolítico aprende a produzir os próprios
alimentos. Esta mudança representa um fantástico ponto
de mutação geral na trajetória cultural e civilizatória da
humanidade.
• Organização do trabalho
• Divisão de funções.
• Comunidades sedentárias.
• Ritos religiosos e atos de culto tomam o lugar da
magia e da feitiçaria.
Primeiros registros: Neolítico
ARTE SUMÉRIA:
Mosaico “Estandarte
de Ur”, cerca de 3.500
a.C.
Primeiros registros: Neolítico
O camponês neolítico
não precisa mais dos
sentidos aguçados do
caçador. Perde,
portanto, algumas
habilidades e
sensibilidades, adquire
outras: desenvolve a
capacidade da
abstração e do
pensamento racional.
Primeiros registros: Neolítico
A vida estável se manifesta numa arte esquemática, de
formas sólidas, estáveis, simétricas.
Primeiros registros:
Neolítico
ARTE EGEIA: Mulher
de Cicládica. Cerca de
3.000 a.C.
Primeiros registros: Arte Egípcia
A arte egípcia tem importância fundamental para a
historiografia da arte ocidental porque somente ela
permite identificar uma linha direta de transmissão de
influências desde 5 mil anos atrás no vale do Nilo, até os
dias atuais.
Tais registros devem-se inicialmente aos gregos,
fortemente impressionados com a arte e a cultura
egípcias.
Primeiros registros: Arte Egípcia
Pirâmides de Gizé. Antigo Império, IV Dinastia (2570 a 2450 a.C.)
Primeiros registros: Arte Egípcia
Cabeça. Período Protodinástico, II
Dinastia. (2920 a 2670 a.C.)
Máscara mortuária de Tutankhamon.
Novo Império, XVIII Dinastia (1.550 a
1076 a.C.)
Primeiros registros: Arte Egípcia
Mulher egípcia no toucador. Novo Império, XVIII Dinastia. (1550 a 1076 a.C.)
Primeiros registros: Arte Egípcia
Jardim de
Nebamun. Novo
Império, XVIII
Dinastia. (1550 a
1076 a.C.)
Primeiros registros: Arte Egípcia
Arte canônica: O artista egípcio produzia sob regras pré-
estabelecidas.
Cânones refletem a supremacia de uma ordem coletiva
sobre a individualidade. Revelam, também, o domínio
absoluto exercido pelas classes dirigentes sobre as
possibilidades pessoais de expressão.
Objetivamente, buscavam registros com a maior clareza
possível. Objetos e corpos eram representados no ângulo
que melhor favorecesse a compreensão.
Primeiros registros: Arte Egípcia
Retrato de Hesire. Cerca de
2.700 a.C. Período
Protodinástico, II Dinastia.
(2920 a 2670 a.C.)
Tutankhamon e sua esposa. Cerca de 1330
a.C. Novo Império, XVIII Dinastia. (1550 a 1076
a.C.)
Bibliografia
FISCHER, Ernst. A necessidade da arte. Rio de Janeiro, 9ª ed.,
Guanabara Koogan, 2002
GOMBRICH, E.H. A história da arte. Rio de Janeiro, 16ª edição, LTC
Editora, 1999
HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. São Paulo,
Martins Fontes, 2000
SILIOTTI, Alberto. Egito. Coleção Grandes Civilizações do Passado.
Barcelona, Ed. Folio, 2006
Enciclopédias Itaú Cultural. http://www.itaucultural.com.br/