Aula 2

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Concepção e técnicas para um projeto arquitetônico

Disciplina de Desenho ArquitetônicoFase-2

Definições

Desenho Técnico

O desenho é uma forma de linguagem usada pelos artistas. Desenho técnico é usado pelos projetistas para transmitir uma idéia de produto, que deve ser feita da maneira mais clara possível.

O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica, caracterizado pela normatização, que tem por finalidade a representação de forma, posiçao e dimensão de objeto de acordo com as diferentes necessidades requeridades pelas diversas modalidades da engenharia e arquitetura.

Do outro lado, uma pessoa que esteja lendo um desenho deve compreender seus símbolos básicos, que são usados para simplificar a linguagem gráfica, permitindo que haja o maior número de detalhes possível.

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Origem do Desenho Técnico

Desenvido pelo matemático francês Gaspar Monge (1746-1818). Os métodos de representacão gráfica que exisitam naquela época não possibilitavam transmitir a idéia dos objetos de forma completa, correta e precisa.

Monge criou um método que permitia representar, com precisão, os objetos que tem três dimensões (comprimento, largura e altura) em superfícies planas, como por exemplo, em uma folha de papel que tem apenas duas dimensões (comprimento e largura).

Este método, conhecido como mongeano, quando foi publicado, foi chamado de geometria descritiva, sendo os princípios a base do desenho técnico.

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Origem do Desenho Técnico

No século XIX, com a Revolução Industrial, foi necessário normatizar a forma de utilização da geometria descritiva que, a nível internacional, simplificasse a comunicação e viabilizasse intercâmbio de informações tecnológicas.

Desta forma, a Comissão Técnica TC 10 da ISO (International Organization for Standardization) normatizou a forma da utilização da geometria descritiva como linguagem gráfica da área técnica, chamando-a de desenho técnico.

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Instrumentos de utilizados para desenho técnico

Lápis e lapiseiras

Ambos possuem vários graus de dureza: uma grafite mais dura permite pontas finas, mas traços muito claros. Uma grafite mais macia cria traços mais escuros, mas as pontas serào rombudas.Recomenda-se uma grafite HB ou H para traçar rascunhos e traços finos, e uma grafite HB ou B para traços fortes. Os grafites podem ser de espessura 0.3, 0.5, 0.7, 0.9, que variam de acordo com a representação desejada no desenho técnico.

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Instrumentos de utilizados para desenho técnico

Prancheta

Geralmente em madeira, em formato retangular, onde se fixam os papéis de desenho.Deve ser revestida com material liso, como fórmica e vinil e possuir regulagem de altura/inclinação para possibilitar ao projetista correta postura ergonômica. Normlamente, é acompanhada da régua parelela

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Instrumentos de utilizados para desenho técnico

Régua Paralela

Destinada ao traçado de linhas horizontais paralelas entre si no sentido do comprimento da prancheta, e a servir de base para o apoio dos esquadros para traçar linhas verticais ou com determinadas inclinações. O comprimento da régua parelela deve ser um pouco menor do que o da prancheta.

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Instrumentos de utilizados para desenho técnico

Compasso

É o instrumento que serve para traçar circunferências de quaisquer raios ou arcos de circunferência. Deve oferecer um ajuste perfeito, não permitindo folgas.

Recomenda-se uma ponta em formato de cunha para obter linhas mais nítidas sem excesso de pressão. A ponta gasta-se facilmente e deve ser reeita com frequência.

Uma das pontas é formada por uma ponta-seca (ponto de apoio no papel) e a outra por um grafite.

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Instrumentos de utilizados para desenho técnico

Esquadros

São usados em pares: um de 45° e outro de 30 ° / 60 °. A combinação de ambospermite obter vários ângulos comuns nos desenhos, bem como traçar retasparalelas e perpendiculares.Para traçar retas paralelas, segure um dos esquadros, guiando o segundoesquadro através do papel.

EsquadrosCom a combinação dos esquadros de 45° e 30 ° / 60 ° pode-se obter vários outros ângulos.

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Instrumentos de utilizados para desenho técnico

Escalímetro

Conjunto de réguas com várias escalas usadas em engenharia. Seu uso elimina o uso de cálculos para converter medidas, reduzindo o tempo de execução do projeto.

O tipo de escalímetro mais usado é o triangular, com escalas típicas de arquitetura: 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100, 1:125. A escala 1:100 corresponde a 1 m = 1 cm, e pode ser usado como uma régua comum (1:1).

O escalímetro deve ser usado para fins de conferência de medidas, não devendo ser utilizado para traçado de linhas.

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Instrumentos de utilizados para desenho técnico

Transferidor

Instrumento de desenho para medir ou construir ângulos em desenhos, em graus.

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Instrumentos de utilizados para desenho técnico

Gabaritos

Conjunto símbolos como círculos de diferentes diâmetros e com equipamentos sanitários em vistas superior, lateral e frontal para complementar o desenho técnico á mão. Os gabaritos também podem ser de símbolos elétricos, telhas, letras...

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Instrumentos de utilizados para desenho técnico

Folhas

O formato usado é o baseado na norma NBR 10068, denominado A0 (A-zero).Trata-se de uma folha com 1 m2, cujas proporções da altura e largura são de 1: 2 . Todos os formatos seguintes são proporcionais: o formato A1 tem metadeda área do formato A0, etc.Obtém-se então os seguintes tamanhos:

Cabe ao desenhista escolher o formato adequado, no qual o desenho será vistocom clareza.Todos os formatos devem possuir margens: 25 mm no lado esquerdo, 10 mm nosoutros lados (formatos A0 e A1) ou 7 mm (formatos A2, A3 e A4). Tambémcostuma-se desenhar a legenda no canto inferior direito.

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Instrumentos de utilizados para desenho técnico

Dobragem

Toda folha com formato acima do A4 possui uma forma recomendada de dobragem. Esta forma visa que o desenho seja armazenado em uma pasta, que possa ser consultada com facilidade sem necessidade de retirá-la da pasta, e que a legenda estaja visível com o desenho dobrado.As ilustrações abaixo mostram a ordem das dobras. Primeiro dobra-se na horizontal (em “sanfona”), depois na vertical (para trás), terminando a dobra com a parte da legenda na frente. A dobra no canto superior esquerdo é para evitar de furar a folha na dobra traseira, possibilitando desdobrar o desenho sem retirar do arquivo.

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Instrumentos de utilizados para desenho técnico

Cores

Desenhos técnicos, em geral, são representados em cor preta. Com as atuais facilidades de impressão, tornou-se mais fácil usar cores nos desenhos, mas não se deve exagerar, para que o desenho não se torne ilegível.Cada cor utilizada deve ser mencionada em legenda. Pode-se usar cores para indicar peças diferentes, ou indicar o estado atual de uma peça (existente, a construir, a demolir, etc).

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Instrumentos de utilizados para desenho técnico

Cores

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Instrumentos de utilizados para desenho técnico

Linhas

O tipo e espessura de linha indicam sua função no desenho.

ETAPAS DE CONCEPÇÃO DE UM PROJETO ARQUITETÔNICO

De acordo com a NBR 13532/2005- Elaboração de Projetos de Edificações, as etapas de um projeto arquitetônico são as seguintes:

a) levantamento de dados para arquitetura

b) programa de necessidades de arquitetura

c) estudo de viabilidade de arquitetura

d) estudo preliminar de arquitetura

e) anteprojeto de arquitetura ou de pré-execução

f) projeto legal de arquitetura

g) projeto básico de arquitetura (opcional)

h) projeto para execução de arquitetura

ETAPAS DE CONCEPÇÃO DE UM PROJETO ARQUITETÔNICO

Briefing com cliente (Entrevista com cliente)

  Um briefing adequado é o primeiro passo para o sucesso de um projeto. A qualidade das informações iniciais é essencial para que o projetista entenda as necessidades de seu cliente e desenvolva um trabalho em sintonia com esses anseios.É nesse momento, por exemplo, que o cliente define a performance que deseja do projeto, e que o engenheiro/arquiteto começa a traçar as estratégias nessa direção.O briefing não dita soluções e, sim, necessidades do projeto.Em geral, um bom projeto é resultado da cooperação entre o cliente e o profissional. É função do projetista estabelecer um método de trabalho e uma forma de comunicação com o cliente que lhe permita extrair as informações necessárias para o desenvolvimento do projeto.

Existem clientes que sabem objetivamente o que desejam de um projeto e fornecem uma maior quantidade de informações que serão úteis durante o processo de concepção do trabalho. Por outro lado, há clientes que não têm uma noção tão clara sobre o que desejam do arquiteto/engenheiro. Para evitar informações escassas ou de má qualidade durante o briefing, aconselha-se estruturar o procedimento de coleta de informações.

Briefing com cliente (Entrevista com cliente)

 

Informações sobre o terreno - localização, clima, topografia, vegetação existente, características do entornoPrograma de necessidades - quais serão os ambientes destinados a cada atividade realizada no imóvelPerformance do edifício - itens como a categoria de sustentabilidade almejada ou o nível de desempenho devem ser definidos nas primeiras reuniõesPreferências do cliente - conhecer as expectativas do cliente pode ajudar na elaboração de um projeto mais atraentePrazos - o grau de urgência de entrega do projeto pode ser determinante na escolha da tecnologia construtivaOrçamento - os parâmetros de investimento do cliente dão ideia sobre as dimensões do projeto, os materiais utilizados etc.

Condicionantes do terreno

 

Juntamente com o briefing do terreno, o profissional deve obter informações a respeito dos condicionantes do terreno. O ideal e correto é solicitar para o proprietário uma matrícula do imóvel para encaminhar junto à Prefeitura Municipal uma viabilidade de construção, até para certificar-se de que o empreendimento que o cliente deseja pode ser construído no lote escolhidoO órgão responderá a viabilidade com informações referentes ao zoneamento onde o lote está inserido, índices construtivos, recuos obrigatórios, vagas de estacionamento necessárias, entre outros itens indispensáveis a serem considerados quando do estudo de um projeto.

A explicação mais detalhada referente à índices construtivos será abordada na aula referente a legislações.

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Programa de necessidades

Após o briefing com o cliente, e baseado em seus anseios e necessidades, é elaborado o programa de necessidades, que é o conjunto sistematizado de necessidades para um determinado uso de uma construção. Juntamente o programa de necessidades, é realizado o pré-dimensionamento dos ambientes, também com o dimensionamento dos ambientes baseado nas informações fornecidas pelo proprietário, limitação de metragem e orçamento da obra.

Ambiente Área

Sala estar 13,00m²

Cozinha/ Jantar 20,00m²

Suíte 11,00m²

Banheiro Suíte 4,00m²

Quarto 9,00m²

Banheiro Social 3,50m²

Lavanderia 5,00m²

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A importância da orientação solar em um projeto

A orientação solar sempre deve ser observada na elaboração de um projeto, pois uma construção com orientação incorreta dos compartimentos pode levar, além de falta de conforto térmico, até mesmo a problemas de saúde (como alérgicos e respiratórios) devido a falta de radiação solar em certos ambientes.Os ambientes de longa permanência, como quartos e salas, devem ser orientados sempre em direção norte ou leste, já que no período da manhã a incidência dos raios solares são menos intensos que no período da tarde, proporcionando boa ventilação e iluminação nestes ambientes durante todo o dia, e evitando problemas por falta de iluminação e ventilação, como por exemplo a umidade e o mofo.Os ambientes de curta permanência e úmidos, como por exemplo a cozinha, banheiros e área de serviço, podem ser voltadas para as demais orientações (oeste e sul).É necessário ter cuidado quando da disposição de grandes aberturas (principalmente envidraçadas) para a orientação oeste, onde incide o “sol da tarde”, o que gera grande radiação solar no ambiente, que, muitas vezes nem uma cortina ou brise consegue controlar.

Social

Íntimo

Serviço

Circulação

Limites terreno

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Estudo de manchas

Estudo inicial, feito geralmente à mão, da posição dos ambientes/ setores no terreno. Este estudo é feito levando em consideração a orientação solar, ventos predominantes, acessos e topografia do terreno.

Acesso veículos

Ventos predominantes Vento Sul

Acesso veículos

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Setorização / Organograma

O organograma/ setorização deve relacionar os setores em grandes blocos de função. Em programas de pequeno porte, deve também indicar os fluxos (fluxograma).

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Setorização / Organograma

É a criação de setores dentro de um projeto, considerando a similaridade dos ambientes e outros aspectos como a orientação solar e ventilação. Os setores, no caso de uma residência, podem ser divididos em social, íntimo, serviço e circulação.

Social

Íntimo

Serviço

Circulação

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Estudo Preliminar

Esta segunda etapa transfere para o papel, todas as necessidades dos clientes, de forma a assegurar um equilíbrio harmônico entre os espaços construídos e a situação do terreno. Um bom projeto arquitetônico é aquele que leva em conta o seu lote, sua topografia e orientação solar, também é fundamental integrar a construção com o entorno. A setorização, distribuição dos ambientes, volumetria e estimativa de área construída também fazem parte desta etapa. O cliente deve analisar o esta etapa do projeto para iniciar a próxima fase. São esboços, estudos de materiais, volumetria e ocupação do terreno, relacionados a aspectos legais e de insolação.

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Anteprojeto

O anteprojeto, busca adaptar o estudo preliminar com as alterações sugeridas pelos clientes. Este projeto é apresentado com uma riqueza de detalhes superior ao do estudo preliminar, sendo portanto, este, um "quase projeto final", que ainda possibilita algumas mudanças de pequeno impacto no projeto. Após análise e aprovação do cliente, segue-se para a próxima etapa. Apresenta plantas de situação, plantas baixas, de cobertura, cortes gerais, fachadas e especificações. Como opção pode fornecer maquetes, perspectivas, anteprojetos complementares e orçamento estimativo. Já é palpável e ainda pode sofrer mudanças.

Estudo de Caso- Residência Unifamiliar

Ficha técnica: Local: São Paulo- SPProjeto: Flávio Castro

Início projeto: 2008Conclusão da obra: 2010Área Construída: 300m²

Área Lote: 226m²

Estudo de Caso- Residência Unifamiliar

A caixa é composta por dois pisos, como tradicionalmente se dividem as residências urbanas (estar e cozinha no térreo, dormitórios no andar superior), e parece “flutuar” sobre um pavimento semienterrado que abriga garagem e serviços.

A forma responde ao extenso programa solicitado por dois jovens recém-casados, diante do lote urbano de dimensões relativamente modestas - são 226 metros quadrados de terreno, para 300 metros quadrados de área construída.

Acesso pedestres (área social)

Acesso veículos

Estudo de Caso- Residência Unifamiliar

Lançamento da proposta do projeto através de croquis (desenho a mão livre).

O projeto respeitou e tomou como partido a topografia do terreno, conforme pode ser visto no croqui.

A idéia inicial (jogo de volumes) ficou claro na volumetria final da edificação.

Estudo de Caso- Residência Unifamiliar

Social

Íntimo

Serviço

Circulação

Acesso Veículos

Análise plantas- setorização

Estudo de Caso- Residência Unifamiliar

Social

Íntimo

Serviço

Circulação

Acesso Pedestres

Análise plantas- setorização

Estudo de Caso- Residência Unifamiliar

Subsolo semi-enterrado:Integração com a topografia do terreno

Pavimentos relacionados entre si através de vazio central

Circulação vertical

Social

Íntimo

Serviço

Circulação

Estudo de Caso- Residência Unifamiliar

Considerações finais

•Apesar de programa extenso, o projetista conseguiu atender aos anseios dos proprietários verticalizando a residência.

•Setores bem definidos, basicamente definidos por pavimentos.

•Acessos bem definidos e bem resolvidos.

•Integração entre pavimentos e respeito a topografia do lote.