Aula 3 - Avaliação Cinesiológica Funcional

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Avaliação Cinesiológica Funcional

Paulo Cesar Lock Silveira

Definição – CREFITO 5

• A Avaliação Cinesiológica Funcional avalia os níveis de capacidade de uma pessoa por meio de testes de tarefas específicas, que envolve todo o corpo versus o teste de uma simples articulação. Não se limita a avaliar a articulação, o músculo ou uma parte do corpo.

• Consiste na aplicação individualizada de testes específicos, tais como aqueles relacionados à força muscular, amplitude articular, análise postural, dores e sinais inflamatórios com objetivo de quantificar objetivamente os ganhos de força, trabalho, potência e resistência de grupos musculares ao longo do processo de reabilitação ou do déficit funcional.

AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

A avaliação fisioterapêutica é o eixo mestre da ação

terapêutica. A escolha do recurso fisioterapêutico ocorre em

função dos resultados da avaliação, ou seja, o fisioterapeuta

deve avaliar com eficiência e elaborar um plano de

tratamento apropriado, com base nos achados da avaliação.

A avaliação fisioterapêutica compreende:

Coleta de dados qualitativos e quantitativos;

Observação sistemática e descrição da disfunções.

A partir da avaliação, o fisioterapeuta irá definir o diagnóstico cinesiofuncional, os objetivos do tratamento, selecionar métodos terapêuticos a serem postos em prática (conduta) e o prognóstico.

A reavaliação sistemática do paciente permite uma análise do desempenho do paciente e da eficácia do tratamento proposto.

Dados deIdentificação

OBJETIVOS / CONDUTA / PROGNÓSTICO

AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

ANAMNESEEXAME FÍSICO(AVALIAÇÃO

CLÍNICO-FUNCIONAL)

Diagnóstico Cinesiofuncional

História Clínica

inspeção palpação mobilização Provasmusculares

Avaliaçãopostural

Avaliaçãoda

marchaGoniometria Avaliação

NeurológicaOrtopédicaRespiratória

FuncionalPostural

Pediátrica

Avaliação Postural

Postura Ideal

A boa postura refere-se àquela que a pessoa mantém com esforço muscular mínimo (FERNANDES, CASAROTTO e JOÃO, 2008).

A postura correta consiste no alinhamento do corpo com eficiências fisiológicas e biomecânicas máximas, o que minimiza os estresses e as sobrecargas sofridas ao sistema de apoio pelos efeitos da gravidade (PALMER e APLER, 2000).

Avaliação Postural

Causa dos desvios posturais

Trauma; Patologias que limitam a perda funcional da força muscular e a mobilidade; Hábitos de postura viciosa; Fraqueza muscular; Encurtamento muscular; Atitude Mental; Hereditariedade; Indumentária Inadequada.

Avaliação Postural

Diagnosticar desvios posturais

Evitar a prescrição de exercícios que

possam agravar

Encaminhar quando acharem necessário para um profissional

capacitado para tratar

Avaliação Postural

Simetrógrafo ou

Posturógrafo

Avaliação Postural

Lápis Dermográfico

Avaliação Postural

Vestimenta

Avaliação Postural

Posições

AP PAPL – D e E

AP

Cabeça (inclinada / rodada)

Ombros (alinhamento)

Cotovelos (alinhamento)

CIAS (alinhamento)

Joelhos (varo / valgo)

Pés (abduzidos / aduzidos)

PL (fazer dois lados)

Cabeça (protusa / retrovertida)

Ombros (protusos)

Coluna (hipercifose / hiperlordose)

Abdomen (protuso)

Joelhos (hiperestendido e semi-flexão)

Pés (plano / cavo)

PA

Cabeça (inclinada / rodada)

Ombros (alinhamento)

Cotovelos (alinhamento)

Coluna (escoliose)

CIPS (alinhamento)

Joelhos (varo / valgo / alinhamento)

Pés (abduzidos / aduzidos / supinado / pronado)

Teste de Adams

AVALIAÇÃO MUSCULAR

FORÇA DE PREENSÃO PALMAR

Dinamômetro

FORÇA DE EXTENSORES DE JOELHO

Dinamômetro isocinético

Músculos

Além da força, avaliamos o trofismo e o movimento.

Trofismo: hipotrofismo, hipertrofismo ou eutrófico.

PERIMETRIA

É um conjunto de medidas de circunferência, realizadas em

diferentes pontos do tronco, dos membros superiores e dos

membros inferiores, onde podemos detectar assimetrias.

Membro Superior Direito (MSD)

Membro Superior Esquerdo (MSE)

Braço (partindo do olécrano)

Braço (partindo do olécrano)

5 cm 5 cm

10 cm 10 cm

15 cm 15 cm

20 cm 20 cm

Antebraço (partindo do olécrano)

Antebraço (partindo do olécrano)

5 cm 5 cm

10 cm 10 cm

15 cm 15 cm

20 cm 20 cm

AMPLITUDE DE MOVIMENTO

AMPLITUDE DE MOVIMENTO

Movimento completo dentro de cada articulação, envolvendo músculos, fáscias, cápsula, ligamentos, tendões, vasos e nervos.

Amplitude articular: goniometria

Amplitude muscular: excursão funcional

Fatores que diminuem a ADM: doenças articulares, neurológicas, musculares, cirurgias, imobilização prolongada.

Divisão da cinesioterapia

• PASSIVO: é produzido por uma força externa (terapeuta, aparelho, gravidade), sem contração muscular voluntária.

• ATIVO: é realizado voluntariamente pelo paciente.

• ATIVO-ASSISTIDO: é realizado voluntariamente e com auxílio do terapeuta ou de aparelhos.

• ATIVO–RESISTIDO: é realizado movimentos com resistência manual ou mecânica.

ADM de ombro

ADM de joelho

Goniometria

Goniometria é a medição do movimento articular.

Goniometria: ativa e passiva.

• As medidas feitas nos membros superiores e inferiores devem ser sempre comparadas com o lado contra-lateral.

• Cada articulação tem uma amplitude normal dos ângulos e é importante o conhecimento dessas medidas para que se possa identificar alterações nas amplitudes articulares.

• Determina a presença ou não de disfunção.

AVALIAÇÃO DO EDEMA

O edema refere-se à presença de excesso de

líquido no espaço intersticial devido a um

desequilíbrio entre a pressão hidrostática e

oncótica.

É constituído de uma solução aquosa de sais e

proteínas do plasma e sua composição varia

conforme a causa do edema .

O edema pode ser localizado ou no corpo todo

(generalizado). O edema generalizado é chamado

de anasarca.

EDEMA

Imobilidade

Calor

Certos medicamentos (anti-depressivos, hormônios, corticóide....)

Menstruação, gravidez

Lesão/Trauma - Processo Inflamatório

Doenças (cardíaca, renal, tireóide, hepática, pulmonar...)

Problema vascular

Alimentação inadequada, desnutrição grave

Causas do edema

O edema deve ser palpado para verificar o sinal de

cacifo (também chamado de Godê/Godet). O sinal de cacifo

significa edema crônico.

SINAL DE CACIFO(Sinal de Godê ou Godet)

Sinal de Cacifo: É a depressão persistente por algum tempo após compressão digital de um tecido edemaciado.

ConsistênciaMole: Facilmente depressível, indica retenção hídrica de curta duração. Dura: Proliferação fibroblástica que ocorre em edema de longa duração.

TemperaturaNormalQuente (inflamatório)Frio (hipoperfusão) – comprometimento da circulação.

SensibilidadeDoloroso

Indolor

Características da pele:

Edema recente: pálida, fina, brilhante, distendida.

Edema crônico: alterações tróficas, descamativa,hipercrômica.

Fatores de risco trombogênico:

* Idade, ingestão de estrógeno, obesidade, imobilização,

hereditariedade, inflamação grave, insuficiência cardíaca,

insuficiência respiratória, gestação, câncer, quimioterapia,

varizes, trauma, anestesia geral, entre outros.

Edema de causa vascular

Semiologia Vascular

Exame Físico

Inspeção:

* Pode ter alteração da cor da pele (extremidades), como palidez e cianose.

Algumas manobras podem ajudar a identificar a alteração na cor da pele, como elevar os MsIs (45°-60°). É normal ter uma pequena palidez, porém se existir obstrução arterial o membro acometido torna-se mais acometido que o contralateral.

Pode ter hipotrofia do membro. A pele é seca, descamativa, ausência de pêlos, as unhas apresentam-se secas e quebradiças. Pode formar úlceras na pele (úlceras isquêmicas), espontaneamente ou devido a um trauma, e são extremamente dolorosas.

* Pode ter edema.

* Avaliar movimentos ativos e

passivos.

Úlcera Isquêmica

Palpação:

* Temperatura: Extremidades frias * Mobilização passiva. * Dor a palpação. * Sinal de Cacifo.

Sinal de Bancroft(dor a palpação)

Sinal de Homans

Na dorsiflexão do tornozelo, o paciente refere dor na panturrilha.

Sinal da BandeiraPalpação da massa muscular dando menor mobilidade a panturrilha que fica mais “endurecida”. Quando comparada com outro membro constitui o sinal da Bandeira.

Se houver edema deve ser feito a perimetria, comparando com o membro contralateral.

Paquímetro

Também pode ser usado o paquímetro para áreas como mão e tornozelo.

AVALIAÇÃO DA DOR

A dor é considerada uma experiência pessoal e subjetiva e sua percepção é caracterizada de forma multidimensional, diversa tanto na qualidade quanto na intensidade sensorial, sendo ainda afetada por variáveis afetivo-emocionais.

AVALIAÇÃO DA DOR

A dor Pintor Finlandês ALBERT EDELFELT

(1854-1905)

Existem, basicamente, dois tipos de dor: dor aguda e dor crônica.

A dor aguda é aquela que dura (ou está prevista para) um curto período de tempo, geralmente menos de um mês.

Ex: procedimentos odontológicos (como extração do siso), cirurgia ortopédica, cólica menstrual, entre outros.

A dor crônica é definida como a dor que persiste ou recorre por mais de 3 meses ou dor associada à lesão de algum tecido que imagina-se poder evoluir.

Ex: artrite reumatóide, osteoartrite, hérnia de disco etc.

É importante precisar o local, seu alcance (se irradia ou não), quando

aparece e como se manifesta (Ex: dor em pontada, fisgada), se apresenta um

caráter diurno e/ou noturno, a frequência, há quanto tempo apresenta dor

(aguda ou crônica).

Deve-se avaliar se algum movimento ou atividade desencadeia a dor e qual

a sua frequência. Distinguir a dor provocada por movimento passivo daquela

provocada por movimento ativo, ou em repouso.

DOR IRRADIADA

O grande desafio do combate à dor inicia-se na sua mensuração, já

que a dor é, antes de tudo, subjetiva, variando individualmente em

função de vivências culturais, emocionais e ambientais.

Deve-se questionar fatores que aliviam / fatores agravantes da dor.

Está tomando algum medicamento? Há quanto tempo?

Escalas unidimensionais avaliam somente uma das dimensões da experiência

dolorosa, e dentre as mais usadas, destacam-se as seguintes escalas:

Escala Visual Numérica (EVN): graduada de zero a dez, nas quais zero significa

ausência de dor e dez, a pior dor imaginável;

Escala Visual Analógica (EVA); que consiste de uma linha reta, não numerada,

indicando-se em uma extremidade a marcação de "ausência de dor", e na outra,

"pior dor imaginável“;

Escala Visual Categórica: na qual o paciente classifica sua dor como ausente, leve,

moderada ou severa.

ESCALAS PARA AVALIAR A DOR

Escala Visual Categórica

CLASSIFICAÇÃO DA DOR:

Zero (0) = Ausência de Dor

Um a Três (1 a 3) = Dor de fraca intensidade. Quatro a Seis (4 a 6) = Dor de intensidade moderada. Sete a Nove (7 a 9) = Dor de forte intensidade.

Dez (10) = Dor de intensidade insuportável.

Avaliação Cinesiológica Funcional

Paulo Cesar Lock Silveira