Aula de renascimento

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Pps utilizado Pela Prof. Célia Tavares.

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RENASCIMENTO

Termo usado pela primeira vez por Giorgio Vasari(1511-1574), na obra “As Vidas dos mais Excelentes Arquitetos,

Pintores e Escultores Italianos desde Cimabue até ao Nosso Tempo”, referindo-se a Giotto que fez renascer a coerência e a expressão

formal da arte.

Giotto, Lamentação pela morte de Cristo, 1303-1306, Pádua, Capela degli Scrovegni

Perspectiva marcada pela linha diagonal do rochedo. Esta é acompanhada pela inclinação progressiva das figuras.

O movimento converge para o corpo de Cristo.

Expressividade dos rostos confere intensidade dramática à cena.

árvore despida evoca a morte de Cristo, a dor universal

Virgem abraça o filho com ternura

Maria Madalena sustenta os pés de Cristo

Nicodemos e José de Arimateia depuseram o corpo de Cristo

Sentadas de costas, acentuam o efeito ilusório do espaço real

Dor e piedade

Viva gestualidade dos anjos dá maior ênfase à cena – as criaturas celestes também sofrem com o momento

Giotto: o precursor da pintura do Renascimento

Adoração dos Magos

1304-1306

Virgem e o Menino

1295-1297

Jan Van Eyck, A Virgem do Chanceler Rolin, c. 1435, Paris, Museu do Louvre

A Virgem, coroada por um anjo, mostra o Menino ao encomendador da obra.

Não existe diferença de dimensão entre a Virgem e a figura do chanceler.

Tema sagrado transferido para uma dimensão terrena, retratada com rigor realista. Montanhas ao fundo, esfumadas.

Pormenor no trabalho do panejamento.

Chão de mosaicos acentua o efeito de perspectiva. Divide o espaço sagrado e o terreno.

Piero della Francesca, A Flagelação, 1460, têmpera sobre madeira

Personagens que frequentam a corte de Urbino

Cristo é flagelado numa estrutura arquitetônica clássica

O corpo de Cristo funde-se com a coluna

As correspondências na composição obedecem à fórmula da seção de ouro da Antiguidade.

Masaccio, O Pagamento do Tributo, c 1427, fresco da capela Brancacci, Florença

Descrição pormenorizada e humanística das personagens.Perspectiva acentuada pela estrutura arquitetônica.História contada em 3 actos que começam no centro.

Pormenor da Obra – Pedro paga o tributo ao barqueiro.

Descrição realista.

Retrato físico e psicológico.

Andrea Mantegna, Cristo Morto, c. 1480

Trabalho escultórico e cores pálidas do panejamento acentuam a dramaticidade da cena.

Sofrimento nos rostos realistas da Virgem e de São João.

A obra é lida por um observador que se situa um pouco acima do plano dos pés feridos pelos pregos.

A linguagem clássica surge renovada pelo realismo.

Beato Angelico, Anunciação, 1438-46, Florença

A Virgem e o Arcanjo Gabriel saúdam-se, num gesto de origem bizantina.

Estrutura arquitetônica pode ser um claustro, com elementos clássicos.

Pormenor paisagístico.

Profundidade conferida pela sucessão das arcadas.Luz clara constrói as

figuras e exalta a cor.

Sandro Botticelli, Nascimento de Vénus, c. 1485, Florença

Os ventos levam Vênus para terra

Flora aguarda-a com um mantoTraço

decorativo das ondas do mar Costa

recortada em golfos e promontórios

Nu, centro da composição,equilibrado e simétrico. Cores frias e claras acentuam a expressão poética da nudez divina.

O Belo Idealizado

Albrecht Dürer, Auto-Retrato com Luvas, 1498, Museu do Prado

Pintor alemão, esteve em Veneza, onde assimilou o classicismo.

Respeitando a ideia de que “ um quadro é uma janela para o mundo”, coloca o seu braço sobre a moldura como se fosse o peitoril de uma janela – o que acentua a proximidade entre o observador e o modelo representado.

Realismo e retrato psicológico.

Basílica de S. Pedro – Roma(1506-1626)

CARACTERÍSTICAS DA ARQUITETURA RENASCENTISTA:

- Racionalidade

- Harmonia

- Equilíbrio

- Simetria

- Predomínio das linhas horizontais sobre as verticais (típicas do gótico)

Frontão triangular

Cúpula

Igreja de Santa Maria, em Veneza, de Andrea Palladio (1577)

Pilastra

Capela dos Pazzi de Brunelleschi(1430-1444)

Cúpula

Arco de volta perfeita

Colunas

ARQUITETURA RENASCENTISTA RECUPERA ELEMENTOS UTILIZADOS NA ANTIGUIDADE GRECO-ROMANA

Friso

Filippo Brunelleschi, Santa Maria del Fiore, Florença, 1418-36

Cúpula sem armação de madeira. São os tijolos dispostos em espinha de peixe que conferem solidez à parede.A cúpula interior, menor, sustem a cúpula exterior.

Brunelleschi foi um entusiasta da arte clássica que estudou pormenorizadamente. Encarou-a como um repositório de estímulos que lhe permitiu encontrar soluções sempre novas.

Filippo Brunelleschi, Capela dos Pazzi, a partir de 1430, Florença

Pórtico com contrastes de zonas sombrias recuadas e superfícies iluminadas, mais salientes. Geometria da fachada é centrada pelo arco de volta perfeita que evoca o arco triunfal romano.

Primeiro edifício do Renascimento, com exterior e interior concebidos em escala monumental

Leon Battista Alberti, Palácio Rucellai, 1446-1460, Florença

Silharia rusticada

Aparelho almofadado

Donatello, David, bronze, 1430-40

Primeiro nu da arte ocidental desde o Império Romano.

Evoca a escultura grega nas proporções idealizadas, no modulado dos volumes, na pose sensual.

O corpo fala enquanto o rosto se mantém sereno e distante.

David de Michelangelo – Florença (1504)

Porta do Paraíso, Santa Maria das Flores, Florença

Lorenzo Ghiberti, 1425-52 (História de Salomão) ,relevo em bronze dourado

A Criação de Adão

Pintura do teto da Capela Sistina – Michelangelo

(1508-1512)

Michelangelo, Criação de Adão, 1508-12, Roma, Pallazzi Vaticani, Capela Sistina

Capela Sistina – Michelangelo

Michelangelo, Sagrada Família, 1504-06, Florença

Virgem representada no chão, imagem de humildade de origem medieval

S. João Baptista (Idade do Antigo Testamento) separa o mundo pagão da Redenção

Corpos trabalhados de forma escultórica

Figuras centrais definem uma composição triangular que termina na cabeça de S. José

Rafael, Escola de Atenas, 1508-11, Roma, Palácio Vaticano

Platão aponta para o mundo das ideias

Aristóteles aponta para a terra, valorizando a experiência

Sócrates discute com os seus discípulos

Heraclito com feições de Michelangelo

Pitágoras concentrado a escrever

Bramante traça uma figura geométrica com um compasso

Rafael

Enquadramento arquitetônico imita as basílicas da antiguidade

Moldura do último arco e convergência das personagens que ladeiam o par central sublinham a sua importância no pensamento antigo e renascentista

Giorgione, A Tempestade, 1606-1508, Veneza

Tema de difícil leitura significativa.

O elemento que sobressai é a natureza – paisagem – e o relâmpago que rasga o céu, carregado de nuvens.

Composição cuidada – com as duas personagens a ladearem a cena principal – a natureza.

As linhas diagonais conduzem o olhar do observador para o espelho de água.

Exame radiológico provou estar outra mulher nua sentada no sítio onde agora aparece o homem – liberdade inventiva do artista que trabalha sem temática preestabelecida.

Ticiano, Vénus de Urbino, 1538, Florença Contrastes cromáticos aumentam a expressividade da composição.

A Vênus observa de forma provocadora o pintor.

Mulher em pé equilibra a composição.

O chão xadrez acentua a profundidade do quarto.

Ticiano, As Três Idades do Homem, 1512, Galeria Nacional da Escócia

Retrato da esposa do mercador Francesco del Giocondo.

Leonardo da Vinci, Mona Lisa, 1503-1505, Paris, Museu do Louvre

Captação de uma expressão inconstante, colocando-se o observador face a um sujeito vivo.

O sfumato, com as variações de luz e cor, deixa as formas indeterminadas, misteriosas.

Ao fundo, o movimento cíclico da água dos rios altera constantemente o rosto da terra.

Tema principal da pintura – o fluir da vida e as mutações que arrasta, das alterações humanas às naturais.

Leonardo da Vinci, Virgem com o Menino e Santa Ana, 1510, Paris, Museu do Louvre

SfumatoPerspectiva aérea

Jogo de claro-escuro

Obra com forte simbologia:

Do ventre de Ana nasceu Maria, do ventre desta nasceu Jesus. Deste irá renascer o mundo, na nova era cristã.O cordeiro simboliza o sacrifício a que será sujeito Jesus.A paisagem de fundo simboliza a permanente mudança da Natureza.

Madonna de Rafael (1507)

A representação da Virgem com o Jesus menino constitui um dos temas mais populares do Renascimento

A Última Ceia – Leonardo da Vinci(1495-1497)

Hans Holbein, Os Embaixadores, 1533, Galeria Nacional , Londres

O orgulho humanista é posto em causa por este pintor alemão. Aos

pés dos dois dignitários, sob os

símbolos das várias áreas do saber, está uma

caveira “anamórfica” que recorda que tudo

passa , mesmo as certezas racionais

da época …

Projeto inicial de Bramante, terminado por Michelangelo.

Terá dito Michelangelo, ao compará-la com a cúpula de Santa Maria das Flores:“Maior poderá ser, mas não a mais bela”.

Michelangelo, Cúpula da Basílica de S. Pedro, 1546

Andrea Palladio, Villa Rotonda, 1570-1572

Bramante, Tempietto de São Pedro de Montorio, 1502, Roma

Encomenda do Rei de Espanha para assinalar o local onde São Pedro foi martirizado.

Colunata dórica envolve a cela, encimada por uma cúpula hemisférica apoiada num tambor que se abre numa varanda.

O círculo, metáfora da perfeição divina, fora usado por gregos e romanos em edifícios religiosos.

Michelangelo, Pietá do Vaticano, 1498-1501

Pietá de Michelangelo

Exemplo da composição em pirâmide utilizada no Renascimento

Detalhes da Pietà

Hieronymus Bosch, Jardim das Delícias. Inícios do século XVI.

Detalhes de Bosch

Detalhes de Bosch

Hieronymus Bosch. Tentações de Santo Antão. Inícios século XVI.

Detalhes de Bosch

Detalhes de Bosch

PORTUGAL – do Gótico Final ao Renascimento

Torre de Belém- Lisboa1515

Cruz de Cristo

Esfera armilar

Colunas

Elemento decorativo de inspiração marítima

Porta Lateral da Capela de S. Miguel – Universidade de CoimbraArquitectos Marcos Pires e Diogo de Castilho (1517-1522)

A arquitetura manuelina não se limitou a Lisboa. Surgem exemplos espalhados de norte e sul do País.

Colunas torsas: decoradas com motivos náuticos como as cordas dos navios

Esfera armilar: símbolo do Mundo descoberto pelos Portugueses

Cruz de Cristo ou Cruz do Infante (D. Henrique)

Símbolo do poder régio: coroa e escudo nacional

Motivo vegetalista

Claustro principal do Mosteiro de Santa Maria de Belém, começado por Diogo de Boutaca e terminado por João de Castilho e Diogo de Torralva.

O Mosteiro dos Jerónimos, encomendado a Diogo Boutaca em 1517, é terminado por João de Castilho, a quem D. Manuel I encomendou muitas outras obras.

Janela da Casa do Capítulo do Convento de Cristo, em Tomar, é obra de Diogo de Arruda (1510-13).

João de Castilho, Ermida de Nossa Senhora da Conceição, 1550, Tomar

João de Castilho e Diogo Torralva, Claustro de D. João III, no Convento de Cristo, Tomar

Mandada construir em 1522 por Brás Albuquerque, filho de Afonso Albuquerque, a Casa dos Bicos é também conhecida por Casa dos Diamantes.

Bastante afetada pelo terremoto de 1755, a sua reconstrução integral é realizada na década de 80 do Séc. XX.

Vasco Fernandes, Jesus em Casa de Marta e Maria, Museu de Grão–Vasco, Viseu

Obra influenciada pela pintura do norte da Europa e por Dürer – realismo, ordenação racional e geométrica da composição, sensibilidade.

Maria, num primeiro plano, está nostálgica e contemplativa. Simboliza a vida e está alheia do que se passa à sua volta.

A Adoração dos Magos de Grão Vasco(1501-1506)

A presença dos Descobrimentos na pintura portuguesa

•Pintura realizada óleo sobre madeira;

•Verifica-se uma permanência da arte gótica;

• Os reis magos simbolizam os 3 continentes.

A Última Ceia de Mestre Henriques

(início do século XVI)

Nuno Gonçalves, Painéis de S. Vicente, c. 1470-1480, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa (Painel do Arcebispo)

Nuno Gonçalves, Painéis de S. Vicente, c. 1470-1480, Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa

Vasco Fernandes, S.Pedro Patriarca, c. 1529, óleo sobre madeira

um ser retirado do bestiário antigo que sustenta o escudo onde figuram as chaves cruzadas da heráldica papal.

S. Pedro olha fixamente o observador.

Rigorosa simetria do trono (renascentista) e das janelas que deixam ver duas cenas da vida do Santo.

Agradecimentos às professoras Anabela Farinha e Ana Maltez da Escola Secundária Emídio Navarro, Almada – Portugal que fizeram a maior parte desta apresentação.