Post on 13-Dec-2018
Avaliação de Força Muscular e
Função Sensitiva
Marcos F. Calixto
Terapeuta Ocupacional
Realizou Aprimoramento Profissional em Terapia Ocupacional –
Reabilitação Física – no Instituto Lauro de Souza Lima, Bauru/SP
A AVALIAÇÃO
“Os profissionais de TO estão
preocupados com o desempenho
ocupacional dos clientes, isto é, com suas
capacidades de realizar, com sucesso, suas
atividades de autocuidado, trabalho e
lazer no dia a dia. Consequentemente, os
terapeutas ocupacionais avaliam esse
desempenho ocupacional, seus
componentes e seus contextos”.
(NEISTADT in DE CARLO; LUZO, 2003)
AVALIAMOS:
◦ As áreas de desempenho ocupacional (AVD, produtivas
e de lazer);
◦ Os componentes de desempenho (componentes
sensóriomotores, musculoesqueléticos, cognitivos e
habilidades psicossociais);
◦ Contextos de desempenho (ambiente físico, social e
cultural).
(DE CARLO; LUSO, 2003)
AVALIAÇÃO DO MEMBRO SUPERIOR
INCLUI:
◦ Histórico clínico (procedimentos, cirurgias, Tratt. medicamentoso)
◦ História da Moléstia Atual (HMA)
◦ Dados pessoais
◦ Exame físico (postura, arcos e pregas, dor, características da pele, atrofias e reabsorções, dominância e uso de dispositivos externos)
◦ Edema
◦ Força Muscular
◦ Amplitude de Movimento (ADM)
◦ Sensibilidade
◦ Função Manual/Destreza Manual
FORÇA MUSCULAR
“Força muscular é a habilidade para demonstrar um grau de potência muscular quando um movimento é resistido tanto por objeto como pela gravidade” (TROMBLY, 2008);
A fraqueza muscular (redução do potencial desse músculo) deve ser avaliada pois interfere diretamente no desempenho ocupacional.
FORÇA MUSCULAR
A avaliação é importante para:
◦ Localizar lesões com mais exatidão;
◦ Indicar possíveis transferências tendinosas;
◦ Determinar o grau de reinervação do músculo;
◦ Determinar compensações ao realizar o movimento.
Na presença de espasticidade está contra indicado a avaliação de força muscular!!!
FORÇA MUSCULAR
Alguns quadros:
◦ Lesões de neurônio motores superiores e inferiores;
◦ Doenças Neuromusculares;
◦ Comprometimentos neurológicos generalizados
(Síndrome de Guillain-Barré) e localizados
(neuropatias periféricas).
PARESIA X PLEGIA
A força muscular é avaliada pelo Teste Manual
de Força e/ou pela Dinamometria.
DINAMOMETRIA
Dinamômetro Jamar (preensão palmar):
◦ Paciente sentado confortável, ombro aduzido, cotovelo
flexionado a 90° e antebraço/punho em neutro ou numa extensão máxima de 30°, pés bem apoiados no chão;
◦ O dinamômetro possui 5 manoplas, mas recomenda-se
utilizar na segunda posição;
◦ Mão E e D são avaliadas alternadamente, por três vezes
cada, e feita a média dos valores;
◦ Resultado em Newton ou quilogramas-força (kgf).
(FREITAS, 2006)
DINAMOMETRIA
Dinamômetro Pinch Gauge (polpa-a-polpa,
trípode e lateral):
◦ Polegar em discreta flexão da IF, e demais dedos
não envolvidos na avaliação em semiflexão;
◦ Para o escore final utilizar a média das três
avaliações.
Idade Homens Mulheres
Aperto ( mão principal)
20
20-30
30-40
40-50
50-60
45,3
48,4
49,3
48,9
45,7
24
24,4
30,8
23,5
22,1
Pinça lateral 17-60 9,89 6,83
Pinça Trípode 17-60 8,47 6,02
Pinça polpa a polpa 17-60 6,69 4,47
TESTE MANUAL DE FORÇA
“Arte e ciência da palpação, do posicionamento ou da resistência aplicada por uma força externa e manual direta para determinar se um músculo ou um grupo de músculos pode mover um segmento corporal contra a gravidade ou em caso de gravidade eliminada, com ADM parcial ou total”(DE CARLO; LUZO, 2003);
Graduação vai de 0 (sem contração muscular) até 5 (contração máxima).
TESTE MANUAL DE FORÇA
O examinador fixa o segmento proximal
ao que será avaliado, e com a outra mão,
se necessário, resiste ao movimento;
Palpa-se a contração do músculo com a
mão que estava fixando o segmento;
É uma avaliação subjetiva!!!
Graduação Qualificação Descrição
5 Normal Movimentação contra gravidade e resistência total
4 Bom Movimentação contra gravidade e resistência parcial
3 Regular Movimentação completa contra gravidade
2 Mau Movimentação completa eliminando a gravidade
1 Traços Pouca contrabilidade sem mobilidade articular
0 Paralisado Sem nenhuma evidência de contrabilidade
• O TO pode indicar com sinal positivo ou negativo após o número para
tornar mais precisa a avaliação. (P. ex.: é atribuído o valor de 2- para
pacientes que, eliminando a gravidade não realizam o movimento
completo).
• Quais os tipos de exercícios para cada grau?
AVALIAÇÃO SENSITIVA
AVALIAÇÃO SENSITIVA
Avalia a habilidade de sentir ou perceber
um estímulo aplicado em uma área.
◦ Sensação é uma informação que o nervo
aferente leva ao SNC;
◦ Sensibilidade é uma habilidade de sentir ou
perceber, envolvendo reconhecimento e
discriminação da impressão sensorial;
◦ Auxilia no processamento cognitivo e
orientação do movimento.
AVALIAÇÃO SENSITIVA
Usada para: ◦ Avaliar o status da sensibilidade dos nervos;
◦ Determinar grau de regeneração e reinervação;
◦ Indica um prognóstico funcional;
◦ Auxilia na determinação da melhor órtese a ser utilizada;
◦ Determina o tipo de intervenção (educação para prevenir sequelas, reeducação sensorial e dessensibilização).
Mais utilizados: Estesiômetro (Monofilamentos de Semmes Weinstein) e Discriminação de dois pontos
estáticos de Weber.
AVALIAÇÃO SENSITIVA
Estímulos necessários nas diversas atividades
do cotidiano:
◦ Toque;
◦ Pressão;
◦ Movimento e Posição do corpo.
AVALIAÇÃO SENSITIVA
Indicações:
◦ Lesões do SNC (AVE) do SNP (neuropatias);
◦ Lesão Medular;
◦ Queimaduras;
◦ Artrite;
◦ Fraturas;
◦ Má formações congênitas, transtornos
invasivos do desenvolvimento....
ESTESIÔMETRO
Também conhecido como Monofilamentos de Semmes Weinstein;
Avalia Toque leve ou limiar de pressão profunda;
Usado para avaliar lesão ou compressão de nervos periféricos, bem como déficit sensoriais associados a doenças crônicas (diabetes, hanseníase);
O kit é formado de 5 a 20 filamentos de Nylon com diâmetros diferentes exercendo força de pressão diferentes.
ESTESIÔMETRO
Paciente sentado confortavelmente, mão em supino, sobre um suporte que pode ser um rolo de toalha;
Demonstre em outra região do corpo como será o teste e em seguida peça para o paciente fechar os olhos;
Paciente apresenta hipersensibilidade ao toque? VERIFICAR!
Cada monofilamento é aplicado perpendicular à pele por 1,5s;
Monofilamento verde (0,05g) e azul (0,2g) é aplicado três vezes e espera a resposta do paciente. Os demais são aplicados apenas uma vez;
Paciente indica se sentiu (Sim ou Não).
DISTRIBUIÇÃO SENSITIVA
DISCRIMINAÇÃO DE 2P ESTÁTICO
Utilizado para determinar gnosia tátil, trata-se de um teste de inervação de densidade que mede os múltiplos campos periféricos receptivos e a densidade da região;
Avalia duas regiões simultaneamente;
Começar com distâncias menores entre as pontas aumentando progressivamente até paciente acertar as respostas (pelo menos 7 de 10);
De distal para proximal e paciente com visão ocluída.
DISCRIMINAÇÃO DE 2P ESTÁTICO
DP2 estático Interpretação
<6 mm Sensibilidade normal
6 a 10 mm Sensibilidade regular
11 a 15 mm Sensibilidade ruim
Reconhece só 1P Sensibilidade só protetora
Não reconhece Anestesia total
CO-RELAÇÃO ENTRE TESTES
ESTESIÔMETRO
Funções sensoriais
Grafestesia D2P Texturas Estereognosia Propriocepção Dor Temperatura
Verde (0,05g) + + + + + + + Azul (0,2g) ± + ± + + + + Violeta (2g) - - - - ± ± -
Vermelho fechado
(4g) - ± - -
Vermelho com X
(10g) - -
Vermelho aberto
(300g) - -
Preto (anestesia)
ESTEREOGNOSIA
Função sensorial mais complexa!
“Habilidade para identificar objetos por meio da propriocepção, cognição ou sensibilidade de toque” (TROMBLY, 2008);
Paciente de olhos vendados ou fechados;
Pacientes com afasia irão indicar o objeto em fotografias após o reconhecimento tátil.
PROPRIOCEPÇÃO
“Interpretação de estímulos originados nos músculos, articulações, ou outros tecidos internos que oferecem informação sobre a posição de uma porção do corpo em relação as demais” (TROMBLY, 2008)
Movimente o segmento corporal do paciente e peça que ele reproduza com o lado contralateral.
CINESTESIA
“Habilidade para identificar a excursão e
direção de um movimento articular”
(TROMBLY, 2008)
Terapeuta realiza um movimento com o
segmento corporal, e o paciente de olhos
fechados indica a direção desse
movimento (para cima, para baixo, direita,
esquerda, diagonal..).
REFERÊNCIAS
LATHAM, Catherine A. Trombly; RADOMSKI, Mary Vining. Terapia ocupacional para disfunções físicas. 5. ed. São Paulo: Santos, 2008. xvii, 1157 p. : ISBN 8572885498
DE CARLO, Marysia M. R. do Prado; LUZO, Maria Cândida de Miranda (Org.). Terapia ocupacional: reabilitação física e contextos hospitalares . São Paulo: Roca, 2004. xxvii, 323 p. : ISBN 857241519X
FREITAS, Paula Pardini. Reabilitação da Mão. São Paulo: Atheneu, 2006.
AULA PRÁTICA!!!