Post on 18-Apr-2015
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE DIFERENTES PINOS INTRARADICULARES UTILIZADOS NA
RESTAURAÇÃO DE DENTES TRATADOS ENDODONTICAMENTE VARIANDO SEU COMPRIMENTO
DENTRO DO CONDUTO RADICULAR SUBMETIDOS À CARGA DINÂMICA
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISUL
Orientador: Prof. Dr. Jefferson Ricardo Pereira
Elias Manoel Ribeiro Neto
1. INTRODUÇÃO
Inúmeras técnicas para restaurar dentes tratados
endodonticamente tem sido defendida com critérios para o
sucesso dependendo de: variações de comprimento, forma e
configuração da superfície, a quantidade de estrutura
dentinária, materiais e técnicas utilizados na construção.
O núcleo metálico fundido tem sido considerado como a
restauração de escolha para dentes tratados endodonticamente,
quando não há dentina coronal, no entanto, a utilização de sistemas
de pinos pré-fabricados está aumentando, pois todas as medidas
podem ser concluídas no consultório, e um bom sucesso clínico pode
ser esperado, simplificando os procedimentos restauradores.
1. INTRODUÇÃO
O comprimento de um pino em relação ao comprimento
da raiz é um problema não resolvido. Com as recentes
melhorias na adesividade de resina composta à dentina,
verdadeira retenção interna pode ajudar com o sucesso do
tratamento.
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
Avaliar o efeito do comprimento do pino e tipo do pino pré-fabricado sobre a resistência à fratura de dentes endodonticamente tratados.
- 60 caninos humanos hígidos
3. MATERIAIS E MÉTODOS
- 15mm de remanescente radicular
3. MATERIAIS E MÉTODOS
- Tratados endodonticamentes:
técnica escalonada regressiva (# 35 na constrição apical)
técnica da condensação lateral
3. MATERIAIS E MÉTODOS
- desobturados e alargados por brocas de Largo (nº 2, 3 e 4), a uma profundidade de 10mm, 7,5mm e 5mm.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
- os dentes foram divididos aleatoriamente em seis grupos
(N=10)
- os grupos 1, 2 e 3 foram restaurados com núcleos metálicos
fundidos e os grupos 4, 5 e 6 com pinos pré- fabricados
- os grupos 1 e 4 receberam pinos intra-radiculares inseridos até
dois terços do conduto radicular, os grupos 2 e 5 até a metade e
os grupos 3 e 6 até a distância de 1/3 do comprimeto radicular
3. MATERIAIS E MÉTODOS
- todos esses pinos foram cimentados com cimento ionômero de vidro (Vidrion C) seguindo as instruções do fabricante
- após a completa presa do cimento, os excessos foram removidos e a estrutura coronal sofreu condicionamento com ácido fosfórico a 37% durante 30 segundos e, em seguida, o sistema adesivo Adpter Single Bond 2 foi aplicado
3. MATERIAIS E MÉTODOS
- para reproduzir a porção coronária dos núcleos de preenchimento foi utilizada resina composta Charisma
3. MATERIAIS E MÉTODOS
- finalizada a confecção das porções coronárias dos pinos pré-fabricados e dos núcleos metálicos fundidos todos os dentes foram restaurados com coroas totais metálicas
3. MATERIAIS E MÉTODOS
- constituídos todos os grupos, estes foram submetidos à carga dinâmica com simulação de impacto
- o conjunto que não falhou ao teste de carga dinâmica foi destinado à Máquina de Ensaio Universal (Kratos – São Paulo – Brasil) para ser submetido a compressão estática progressiva controlada sobre o dente com velocidade de 0,5mm/min
- os corpos de prova sofreram um força de compressão num ângulo de 45º com o longo eixo do dente
- A tabela 1 apresenta a média de resistência à fratura (em N), obtida através do teste de compressão e o desvio padrão para cada grupo estudado após o teste de compressão estática.
4. Resultados
Grupo Média (N) SD
1 353,78 (93,78)
2 255,97 (103,39)
4 217,16 (134,26)
5 152,07 (66,34)
4. Resultados
- Os padrões de fratura de todos os grupos estão apresentados na tabela 2:
Profundidade Evento Tipo de Pino Teste X2 pFundido Latão
1/3
Fratura Dente 70% 10% 5,21 0,022479 **
Soltura de Pino 30% 30% 0,24 0,625585
Fratura Pino 0% 60% 5,95 0,014697 **
Resistência 0% 0% 0 0
1/2
Fratura Dente 50% 10% 2,14 0,143235
Soltura de Pino 0% 0% 0 0
Fratura Pino 0% 50% 4,27 0,038867 **
Resistência 50% 40% 0 1
2/3
Fratura Dente 20% 20% 0 0
Soltura de Pino 0% 0% 0 0
Fratura Pino 0% 40% 2,81 0,093532
Resistência 80% 30% 3,23 0,072198
4. Resultados
- A maioria das falhas nos grupos restaurados com núcleos metálicos fundidos ocorreram devido à fratura da raiz. No entanto, nos grupos restaurados com pinos pré-fabricados a falha ocorreu devido à fratura do pino (Tabela 3 e 4):
Evento 1/3 1/2 2/3Fratura Dente 70% 50% 20%
Soltura de Pino 30% 0% 0%Fratura Pino 0% 0% 0%Resistência 0% 50% 80%
Evento 1/3 1/2 2/3Fratura Dente 10% 10% 20%
Soltura de Pino 30% 0% 0%Fratura Pino 60% 50% 40%Resistência 0% 40% 30%
pinos pré-fabricados núcleos metálicos fundidos
O presente estudo aceita a hipótese de que existe uma
diferença significativa no efeito do comprimento do pino sobre a
resistência à fratura e a hipótese de que existe uma diferença
significativa entre os tipos de pinos.
5. Discussão
No presente estudo, foi observado que o grupo 1 apresentou
maior resistência à fratura (p <.05), quando comparados com os grupos 2
e 3. Estes resultados acredita-se estar relacionado à maior resistência da
liga de níquel-cromo, e o módulo de elasticidade maior deste material.
Isto está de acordo com Standlee et al. e Holmes et al. que
mostrou que o aumento do comprimento do pino em dentes resultou em
uma distribuição de tensões mais favorável ao longo do pino.
5. Discussão
O uso de um pino pode enfraquecer a raiz mais do que
reforçar. Isto é explicado devido ao aumento do comprimento do pino
nestes grupos não aumentar a resistência à fratura dessas raízes no
presente estudo.
Nossos resultados estão de acordo com Isidor et al. que
mostrou que o aumento do comprimento do pino, quando o dente foi
restaurado com pinos pré-fabricados não aumentou a resistência à
fratura de dentes tratados endodonticamente.
5. Discussão
Neste estudo quando comparado o grupo restaurado com pino/núcleo metálico fundido e pino pré fabricado e núcleo de resina composta com 5 mm de comprimento de pino cada um todos os espécimes não resistiram a carga dinâmica.
Isto pode ser explicado porque estudos de laboratório mostram que aumentando o comprimento do pino em dentes com núcleo resulta em uma distribuição de tensões mais favorável ao longo do pino, ou seja, quando os pinos apresentam-se curtos geram forças que sobrecarregam o conjunto dente/pino causando sua falha com cargas mais baixas.
5. Discussão
A causa mais comum de falha quando a opção é a técnica
direta (pino pré-fabricado e resina composta) é a fratura do
material restaurador .
Quando o pino metálico fundido foi utilizada a falha mais
comum é a fratura da raiz como foi observado neste estudo.
5. Discussão
Esta investigação demonstrou que as raízes restauradas por
pinos fundidos com 10 mm de comprimento de pino exibiram
maior resistência à força de fratura do que aqueles
restaurados pelos pinos pré-fabricados e resina composta.
Apesar de sua baixa resistência, utilizando a técnica de pinos
pré-fabricados e resina composta pode ser adequada porque
em poucos casos causou fratura da raiz.
6. Conclusão
As limitações deste estudo incluem o fato de ser um estudo
"in vitro", que não replica as condições orais. Para
resultados mais significativos, futuros estudos devem
incorporar termociclagem dos espécimes.
6. Conclusão
Obrigado!
“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.”
(Albert Einstein)