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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
MARCELO MENNA BARRETO SCHWARCKE
AVALIAÇÃO DOSIMÉTRICA DOS PROFISSONAIS EM SERVIÇOS DE MEDICINA NUCLEAR
Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Nuclear do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Nuclear
Orientadores: Proª. Nadya Maria P. D. Ferreira – D.C.
Prof. Domingos D’Oliveira Cardoso – D.C.
Rio de Janeiro 2008
Livros Grátis
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2
c2008
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
Praça General Tibúrcio, 80 – Praia Vermelha
Rio de Janeiro – RJ CEP:22290-270
Este exemplar é de propriedade do Instituto Militar de Engenharia, que poderá incluí-
lo em base de dados. Armazenar em computador, microfilmar ou adotar qualquer
forma de arquivamento.
É permitido a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre
bibliotecas deste trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que
esteja ou venha a se fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações,
desde que sem finalidade comercial e que seja feita a referência bibliográfia
completa.
Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e dos
orientadores.
S 399 Schwarcke, Marcelo Menna Barreto. Avaliação Dosimétrica dos Profissionais em Serviço de Medicina Nuclear / Marcelo Menna Barreto Schwarcke. - Rio de Janeiro: Instituto Militar de Engenharia, 2008.
107f.: il, graf., tab
Dissertação (mestrado) – Instituto Militar de Engenharia. - Rio de Janeiro, 2008
1. Medicina Nuclear. 2. Dosimetria. 3. Proteção
Radiológica. I. Instituto Militar de Engenharia. II. Título. CDD 621.4831
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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
MARCELO MENNA BARRETO SCHWARCKE
AVALIAÇÃO DOSIMÉTRICA DOS PROFISSIONAIS EM SERVIÇOS DE MEDICINA NUCLEAR
Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Nuclear do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Nuclear.
Orientadores: Prof. Nadya Maria do Prado Damasceno Ferreira – D.C. Co-Orientador: Prof. Domingos D Oliveira Cardoso – D.C.
Aprovada em 18 de fevereiro de 2008 pela seguinte Banca Examinadora:
_______________________________________________________________________ Profª. Nadya Maria Prado Damasceno Ferreira – D.C. do IME - Presidente
_______________________________________________________________________ Prof. Domingos D Oliveira Cardoso – D.C. da CNEN
_______________________________________________________________________ Prof. Carmelindo Maliska – D.C. da UFRJ
_______________________________________________________________________ Prof. Luís Alexandre Gonçalves Magalhães – D.C. da UERJ
Rio de Janeiro 2008
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Nossa Senhora de Medianeira pela proteção durante este percurso
de minha vida, a CAPES que junto ao IME concedeu-me a oportunidade da
realização deste trabalho e de mais etapas na minha vida acadêmica. À meus
professores Dr. Réx Nazaré, Dra. Maysa, Coronéis Drs. Cabral, Claudio, Gavazza,
Karan e Vitor pelo conhecimento repassado tanto teórico como experimental que
serão aplicados em toda a continuidade de minha vida.
Agradecimento ao Coronel Maliska, Tenente Schimit, Tenente Joaquim,
Sargento Albuquerque e toda a equipe de profissionais que trabalham no Serviço de
Medicina Nuclear pela compreensão e profissionalismo durante minhas intervenções
em seus procedimentos, assim como apoio logístico para a realização das medidas.
Um obrigado carinhoso a minha família Vera Lúcia, Fernando, Gabriel e Daniela
que durante todo este período de afastamento e dificuldades, sempre me apoiaram
em minhas decisões, nunca permitindo que as adversidades encontradas
interferissem em meus objetivos. Assim como a meus tios Odilon e Suzana pela
acolhida durante o período destinado para a realização deste trabalho, que sem a
sua ajuda não possuiria condições mais favoráveis para a conclusão do mesmo.
Um agradecimento especial a meus orientadores Dra. Nadya e Dr. Domingos
por todo apoio e dedicação para a conclusão desta dissertação.
Não podendo esquecer dos profissionais da Seção de Engenharia Nuclear do
IME que sempre estiverem dispostos a ajudar e ao Cleber, técnico do laboratório,
que me auxiliou com todos os equipamentos que foram utilizados do IME. Assim
como a CNEN que me emprestou alguns dos equipamentos utilizados no trabalho
que sem eles não seria possível a ampla análise dos resultados obtidos.
5
“A teoria sempre acaba, mais cedo ou mais tarde, assassinada pela experiência.”
ALBERT EINSTEIN
6
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ..........................................................................................8
LISTA DE TABELAS .................................................................................................11
LISTA DE SIGLAS ....................................................................................................12
LISTA DE ABREVIATURA ........................................................................................13
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 16
1.1 Histórico ......................................................................................................... 16
1.2 Introdução ...................................................................................................... 20
1.3 Objetivo ......................................................................................................... 21
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA .......................................................................... 22
2.1 Procedimentos em Medicina Nuclear ............................................................. 22
2.2 Protocolos de Realização dos Exames .......................................................... 24
2.1.1 Cintilografia Óssea ......................................................................................... 25
2.1.2 Cintilografia Renal com DMSA ....................................................................... 27
2.1.3 Cintilografia Renal com DTPA ........................................................................ 30
2.3 Testes de aceitabilidade dos equipamentos .................................................. 33
2.3.1 Controle da qualidade da câmara gama ........................................................ 33
2.3.2 Controle da qualidade do medidor de atividade ............................................. 35
2.4 Características técnicas dos detectores utilizados ......................................... 36
2.4.1 Cintilador ........................................................................................................ 36
2.4.2 Câmara de Ionização ..................................................................................... 37
2.4.3 Dosimetro pessoal de leitura direta ................................................................ 39
2.5 Efeito biológico para baixas energias ............................................................. 40
2.6 Dosimetria Pessoal ........................................................................................ 43
2.7 Caracterização do Hospital Central do Exército .............................................44
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................ 46
3.1 Estrutura física do serviço medicina nuclear do HCE ................................... 46
3.2 Estrutura física do SMN-HCE do ponto de vista radiológico ......................... 48
7
3.3 Estudo do tempo de ocupação das salas do SMN-HCE ............................... 50
3.4 Metodologia para comparação entre os monitores ....................................... 53
3.5 Descrição da geometria de aquisição dos dados .......................................... 54
3.6 Avaliação da sala de manipulação ................................................................ 57
3.7 Metodologia para a aquisição dos dados durante os exames ...................... 60
3.7.1 Cintilografia Óssea ........................................................................................ 61
3.7.2 Cintilografia Renal com DTPA ....................................................................... 62
3.7.3 Cintilografia Renal com DMSA ...................................................................... 63
4 Resultados e Discussão ............................................................................. 64
4.1 Comparação entre detectores ....................................................................... 64 4.2 Monitoramento do profissional na sala de manipulação ............................... 68
4.3 Níveis de exposição para a equipe de enfermagem ..................................... 72
4.4 Exposição durante Cintilografia Renal com DMSA ....................................... 74
4.5 Exposição durante Cintilografia Renal com DTPA ........................................ 77
4.6 Exposição durante Cintilografia Óssea ......................................................... 80
4.7 Intervenção no arranjo da sala de manipulação ........................................... 86
5 Conclusão .................................................................................................... 89
6 Referências Bibliográficas ......................................................................... 92
7 Anexos ......................................................................................................... 98
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIG.2.1 Atividades administradas para Cintilografia Óssea segundo
os documentos da AIEA, 2006; ACR, 2003; SNM, 2003; NUNEZ,
2000; SAPIENZA, 2003 e IPEN, 2006 .................................................... 26
FIG.2.2 Tempo de espera para obtenção das imagens de Cintilografia Óssea
segundo os documentos da AIEA, 2006; SNM, 2003; NUNEZ, 2000;
IPEN, 2006 e SAPIENZA, 2003 .............................................................. 27
FIG.2.3 Variação entre o tempo de espera para obtenção das imagens
cintolográficas renais com DMSA de acordo com as entidades
pesquisadas, AIEA, 2006; SAPIENZA, 2003; NUNEZ, 2000; ACR, 2003 e
SMN, 2003 ............................................................................................. 29
FIG.2.4 Valores máximos e mínimos das atividades administradas aos pacientes
para realização de exames cintilográficos renais com DMSA de acordo
com os protocolos da AIEA, 2006; SAPIENZA, 2003; NUNEZ, 2000;
ACR, 2003 e SMN, 2003 ........................................................................ 30
FIG.2.5 Valores de atividade administradas para realização de Cintilografia Renal
com DTPA de acordo com os protocolos da SAPIENZA, 2003; NUNEZ,
2000; AIEA, 2006 e ACR, 2003 .............................................................. 32
FIG.2.6 IndentiFINDER, modelo 21305 do Fabricante Thermo Electron
Corporation ............................................................................................. 37
FIG. 2.7 Câmara de Ionização, modelo 2130 Mini-ION do Fabricante Thermo
Electron Corporation ............................................................................... 38
FIG.2.8 Câmara de Ionização, modelo Babyline 81 do Fabricante Eurisys
Mesures .................................................................................................. 39
FIG.2.9 Dosimetro pessoal pager do tipo Geiger-Müller, modelo PM1703GN do
Fabricante Thermo Electron Corporation ................................................ 40
FIG.3.1 Esquema do Serviço de Medicina Nuclear do HCE para pacientes
injetados .................................................................................................. 46
FIG.3.2 SMN do HCE com suas respectivas blindagens ..................................... 48
FIG.3.3 Descriminação dos ambientes de acordo com o nível de radiação de
fundo encontrado .................................................................................... 49
9
FIG. 3.4 Resultado da análise dos dados referentes aos pontos de maior
exposição do profissional ........................................................................ 53
FIG. 3.5 Arranjo experimental montado para realização da comparação entre os
detectores ............................................................................................... 54
FIG. 3.6 Esquema da sala de exames a gama câmara DH ...................... 56
FIG. 3.7 Esquema da sala demonstrando o posicionamento da gama câmara
TH, utilizada para realização dos exames de tireóide ............................ 57
FIG. 3.8 Esquema da sala de manipulação .......................................................... 58
FIG. 3.9 Geometria utilizada para as leituras da Sala de Manipulação ................ 59
FIG. 3.10 Setup utilizado na sala de exames para a realização das medidas
durante os exames .................................................................................. 60
FIG. 4.1 Gráfico demonstrativo dos dados obtidos na comparação entre os
detectores Babyline 81 frontal, Babyline 81 lateral e IndentiFINDER para
as distâncias em que fora realizado as medidas deste trabalho ........... 65
FIG. 4.2 Gráfico dos valores médios obtidos para a comparação entre os valores
de taxa de dose a diferentes distâncias para a C.I. Mini-ION e o
Cintilador IndentiiFINDER para a região de medidas desta pesquisa .... 66
FIG. 4.3 Níveis de radiação de fundo detectados durante o acompanhamento do
profissional na sala de manipulação ....................................................... 71
FIG. 4.4 Níveis de exposição para o profissional de enfermagem durante
administração do radiotraçador em exames de fluxo ósseo ................... 73
FIG. 4.5 Níveis de exposição do profissional de enfermagem durante
administração do radiotraçador em exames de cintilografia renal com
DTPA ....................................................................................................... 74
FIG. 4.6 Posições do gantry durante a realização do exame de cintilografia
renal com DMSA ..................................................................................... 75
FIG. 4.7 Níveis de taxa de dose obtidos para exames de cintilografia renal
com DMSA .............................................................................................. 76
FIG. 4.8 Níveis de taxa de dose observáveis para exames de cintilografia renal
com DTPA ............................................................................................... 79
FIG. 4.9 Valores médios de taxa de dose para o exame de Cintilografia Óssea
utilizando-se o Protocolo 1 ...................................................................... 82
10
FIG. 4.10 Níveis de Taxa de Dose proporcionais a região anatômica que esta
sendo estudada para o Protocolo 1 ........................................................ 83
FIG. 4.11 Taxa de dose do exame de cintilografia óssea utilizando-se o
Protocolo 2 .............................................................................................. 84
FIG. 4.12 Níveis de Taxa de Dose proporcionais as regiões anatômicas durante a
execução do Protocolo 2 ........................................................................ 85
FIG. 4.13 A) Bancada de manipulação do Serviço antes da intervenção,
características frontais. B) Disposição interna dos itens encontrados na
região amarela da bancada, região de manipulação. C) Disposição dos
itens encontrados na região cinza da bancada, depósito de curto
prazo ....................................................................................................... 87
FIG. 4.14 A) Vista frontal do novo arranjo dos “tijolos” de chumbo. B) Arranjo
interno do espaço para realização da manipulação. C) Arranjo lateral do
espaço de manipulação .......................................................................... 88
11
LISTA DE TABELAS
TAB. 3.1 Resultado do acompanhamento diário sobre os tempos de ocupação
dos profissionais e pacientes no SMN .................................................... 52
TAB. 4.1 Valores médios das eitura das Taxas de Dose para câmara de ionização
Babyline 81 na posição frontal e lateral, com o cintilômetro ................. 65
TAB. 4.2 Resultados obtidos com a comparação entre a câmara de ionização 2130
Mini-ION e o cintilador IndentiFINDER ................................................... 68
TAB. 4.3 Leituras obtidas com uma fonte de 9,15 mCi [338 MBq] para o Geiger-
Müller PM1730GN e o cintilador IndentiFINDER ................................... 67
TAB. 4.4 Valores médios dos níveis de BG encontrados durante o período de
monitoramento e seus respectivos acréscimos em relação o valor de BG
da manhã ................................................................................................ 72
TAB. 4.5 Valores de Taxa de Dose de acordo com a posição do gantry .............. 75
TAB. 4.6 Características físicas dos pacientes submetidos ao exame de
cintilografia renal com DMSA que foram monitorados ............................ 76
TAB. 4.7 Características físicas dos pacientes analisados e as atividades
administradas ............................................................................................ 78
TAB. 4.8 Características físicas dos pacientes analisados nos exames de
cintilografia óssea .................................................................................... 81
12
LISTA DE SIGLAS
ACR American College of Radiology
AIEA Agency International of Energy Atomic
CDTN Centro de Desenvolvimento Tecnológico Nuclear
CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear
HCE Hospital Central do Exército
HCFMUSP Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
IAEA International Agency of Energy Atomic
ICRP International Commission on Radiological Protection
IME Instituto Militar de Engenharia
INCA Instituto Nacional do Câncer
IEN Instituto de Engenharia Nuclear
IPEN Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
IRD Instituto de Radioproteção e Dosimetria
PTMN Protocolos Técnicos en Medicina Nuclear
SNM Society of Nuclear Medicine
UNSCEAR United Nations Scientific Committe on the Effects of Atomic Radiation
TLD Termodosimetry Luminescent
13
LISTA DE ABREVIATURAS
CM - Cintilografia de Miocárdio
CT - Cintilografia de Tireóide
CO - Cintilografia Óssea
C.I. - Câmara de Ionização
DMSA - Ácido Dimercaptosuccínico
DTPA - Ácido Dietilenotriaminopentacético
HLE - Hight Level Energy
LLE - Low Level Energy
MDP - Ácido Metilenodifosfônico
OPD - Oblíqua Posterior Direita
OPE - Obliqua Posterior Esquerda
PET - positron emission tomography
RF - Radiação de Fundo
SESTAMIBI - 2-methoxisobutilisonitrile
SMN - Serviço de Medicina Nuclear
SPECT - single photon emition computer tomography
TETROFOSMIN - 1,2-bis[bis(2-ethoxyethyl)phosphino] ethane
14
RESUMO
Os profissionais ocupacionalmente expostos à radiação possuem um nível máximo permissível de 20 mSv, média ponderada em 5 anos consecutivos não podendo ultrapassar 50 mSv em qualquer ano, de acordo com a Norma 3.01 da Comissão Nacional de Energia Nuclear. O período de exposição às radiações dos profissionais que trabalham em Serviços de Medicina Nuclear é maior do que o dos profissionais que trabalham com os outros tipos de exames diagnóstico.
Por causa do período elevado de realização do exame, quando comparado a outras técnicas investigativas não-invasivas, e devido ao aumento do número de exames, observa-se uma tendência de que este profissional apresente uma exposição ocupacional mais elevada entre os sistemas de diagnóstico médico.
Durante o procedimento de eluição e preparo das atividades administradas aos pacientes do dia, o profissional é exposto durante o processo de eluição e preparo das doses, além de que a Radiação de Fundo (RF) aumenta durante este período de tempo, devido à interação com a coifa metálica, contribuindo para o aumento dos níveis de exposição do profissional durante o período de manipulação.
Para o exame de cintilografia renal com DTPA encontramos um valor de taxa de dose de (2,55 0,25) Sv/h e para o exame de cintilografia renal com DMSA, o nível de taxa de dose é de (1,20 0,12) Sv/h. Para o exame de cintilografia óssea analisamos dois protocolos, um de protocolo de tempo onde obtivemos um valor de taxa de dose de (3,09 0,30) Sv/h e outro protocolo de contagens onde o valor da taxa de dose fora de (2,63 0,26) Sv/h.
Os valores das taxas de dose para o profissional durante a realização dos exames tende a ser baixa para Serviços que possuem uma carga de trabalho menor, comprovando que as boas práticas continuam sendo o melhor método de radioproteção em Serviços de Medicina Nuclear.
15
ABSTRACT
The occupationally professionals exposed to radiation have a maximum permissible level of 20 mSv, weighted average on five consecutive years may not exceed 50 mSv in year, according to Standard 3.01 of Comissão Nacional de Energia Nuclear. The exposition time to radiation of profissionals at Nuclear Medicine Services is more that another tipes of diagnostic tests.
Due to the increase of the utilization of scintigraphic exams, the professional workers responsible for executing this kind of service have been more exposed to radiation. The duration of exposure to radiation of the professional who work in nuclear medicine services is greater then that of the professional who with the other types of diagnostic tests.
During the eluition procedure and the preparing of the administration activities for the patients of the day, the professional in being exposed during the eluition process and dose preparing, besides, the Background (BG) increases during this period of time, due to the interaction with the metallic COIFA. Contributing in the increase of the exposure levels of the professional during the period of manipulation.
For the renal scintigraphic exam with DTPA we find a value of dose rate of (2,55 ± 0,25) Sv/h and for renal scintigraphic with DMSA, the level of dose rate of (1,20 ± 0,12) Sv/h. For the bone sintigraphic we analyzed two protocols, one time protocol were we obtained a dose rate of (3,09 ± 0,30)Sv/h and the counting protocol were we obtained a dose rate of (2,63 ± 0,26)Sv/h.
The values of dose rate for the professionals during an exam realization tend to be low for Services which have a workload lower, proving that good practices are still the best radioprotection method in Nuclear Medicine Services.
16
1 INTRODUÇÃO
1.1 HISTÓRICO
A descoberta dos raios X, 1895, por Wilhelm Conrad Röntgen, foi uma
contribuição para o avanço da Ciência Médica, sendo reconhecido com o Prêmio
Nobel em 1901. Quatro meses depois, Henri Becquerel descobriu a radioatividade
natural. Em 1913, George de Hevesy, introduziu o conceito de marcador radioativo.
Pois ao não conseguir separar o Radium D (Ra D) do Chumbo (Pb), resolveu utilizar
as propriedades do Radium D ser um emissor de radiação gama para estudar as
reações onde o chumbo esta presente (BITELLI, 2006). A importância deste novo
mecanismo para a marcação de células lhe conferiu o Prêmio Nobel em 1943. Este
conceito mantém-se atual e é o princípio da prática da Medicina Nuclear. As
primeiras aplicações datam, então, desde 1934, com a produção do primeiro
radionuclídeo artificial, o Fósforo-32 (32P), por Irene e Fréderic Joliat Curie
(NEWING,1999). A partir deste período iniciou-se a caminhada conducente à
utilização de radionuclídeos em diagnóstico médico.
A Medicina Nuclear está intimamente ligada à descoberta da radiação natural
por H. Becquerel, Marie e Pierre Curie. Marie e Pierre Curie começaram suas
pesquisas tentando isolar o elemento, contido em certos sais de urânio, que
possuíam a propriedade de sensibilizar filmes fotográficos. Em junho de 1898
isolaram o Polônio e em 1899 isolaram o Rádio. Todos os elementos possuíam as
mesmas propriedades físicas quanto a sua emissão de radiação, na época não se
sabia que eram elementos da cadeia do Urânio e Tório, gerados devido ao
decaimento radioativo dos nuclídeos, descobrira-se à radiação natural. Pierre Curie,
em suas palestras, narrou sua experiência utilizando sais de Radio em seu braço por
10 horas e descrevendo diariamente os sintomas e os aspectos físicos por 54 dias.
Formando assim o embrião da utilização de radionuclídeos como forma de
tratamento para lesões provocadas pelo câncer.
17
Em 1919, Rutherford realizou experimentos em seu laboratório na Universidade
de Cambridge, demonstrando a desestabilização do núcleo de Nitrogênio estável
pelo bombardeamento de partículas alfa, transformando-o em Oxigênio-15,
radioativo e com meia vida de alguns minutos. Em 1927, Blumgart já utilizava a
radioatividade para medir o fluxo sangüíneo, utilizando Fósforo radioativo obtido
através do bombardeamento do Alumínio com Polônio, da mesma forma que Geoge
Hevesy, em 1920 na Dinamarca, estudou a absorção de Chumbo radioativo que
ocorria naturalmente por plantas (NEWING, 1999).
Com a invenção do acelerador de partículas por J. D. Cockroft e E. T. S. Walton,
onde através da aplicação de alta voltagem eram capazes de acelerar partículas em
direção a um alvo, e do Cicloton por E.O. Lawrence, utilizando campos magnéticos e
voltagens múltiplas eram capazes de acelerar a partícula em um movimento circular
de forma a atingir o alvo, tornava-se possível produzir material radioativo artificial em
apreciável escala e variedade.
Em 1935, D. Chiewitz estudava a biodistribuição de 32P em animais, medindo
seus efeitos por 20 dias (GEST, 2005). Por ser do mesmo grupo formado por John
H. Lawrence e seu irmão E. O. Lawrence utilizou-se o 32P para tratamento
radioterápico em pessoas, uma vez que já se sabia seus efeitos terapêuticos
comprovados pelos estudos de Chiewitz.
Em 1941, dois grupos em trabalhos independentes utilizavam o Iodo radioativo
no tratamento do hipertireoidismo, os grupos de Berkley e de Boston. Seus trabalhos
evoluíram consideravelmente devido a sua disponibilidade de um Cicloton próximo
aos seus ambientes de pesquisa assim como a exclusividade pela produção de
radionuclídeos adaptados aos seus estudos e com as mais variadas energias que
necessitassem. No final da década de trinta e início da década de quarenta, a
possibilidade da utilização de radionuclídeos em clínicas era real, sendo seu
desenvolvimento impedido pelo alto custo do material e pela pouca produção.
Em 1946 o Projeto Manhattan torna-se a Atomic Energy Commission (A.E.C.) e
o Atomic Energy Arct (US Departament of Energy, 2007). Estes dois órgãos
investiram na energia nuclear e suas aplicações, possibilitando a produção em
escala dos radionuclídeos. Uma nova gama de radionuclídeos possibilitou sua
utilização em outras áreas que não fossem apenas da pesquisa acadêmica. Da
mesma forma, sua produção passou a ser vinculada aos detectores existentes no
18
mercado.
O desenvolvimento do primeiro protótipo de scanner linear em 1949, por
Cassen, constituiu o primeiro sistema de imagem. Este tipo de equipamento tornou-
se a principal arma da Medicina Nuclear na realização de estudos nos anos 50 e
início dos anos 60. No entanto, o importante avanço instrumental no âmbito da
imagem de Medicina Nuclear surgiu com o aparecimento da Gama Câmara de
Anger.
Utilizando-se de uma substância química específica, com afinidade ao tipo de
tecido humano a ser estudado, tornou-se possível realizar exames cintilográficos
utilizando-se um radioisótopo principal, independente de sua afinidade específica
com algum tipo de tecido do corpo humano, que ligada quimicamente a um material
específico capaz de realizar a maior parte dos exames. A união do radioisótopo com
esta substância química chamada de radiofármaco.
Por serem administrados internamente, os isótopos utilizados possuem uma
meia-vida curta, uma vez que se busca uma baixa exposição dos tecidos envolvidos
no processo, respeitando assim os princípios mundiais da ALARA (As Low As
Reasonable Able). Como na maioria dos países, no Brasil a produção e distribuição
do material nuclear são de responsabilidade do governo. No caso do Brasil,
possuímos três centros que são responsáveis pela produção e distribuição dos
isótopos radioativos utilizados no país, sendo para tratamento ou pesquisa. O
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) localizado em São Paulo,
possui dois Cíclotrons um Modelo CV-28 da The Cyclotron Corporation (USA) de 28
MeV e outro Ciclotron Modelo Cyclone 30 da Ion Beam Application (IBA-Bélgica) de
30 MeV. O Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) localizado no Rio de Janeiro,
possui dois ciclotrons modelos Cíclotron RDS-111 (30 MeV) e Ciclotron CV-28 e o
Centro de Desenvolvimento Tecnológico Nuclear (CDTN-MG), possui o reator
TRIGA com potência de 250 kW que utilizado na produção de nêutrons e
radioisótopos.
Mundialmente constatamos um aumento na produção de radiofármacos. Em
março de 2003, o Gabinete de Energia Nuclear, Ciência e Tecnologia, do
Departamento de Energia Nuclear dos Estados Unidos (Office of Nuclear Energy,
2007), fez uma projeção do rendimento anual da produção e distribuição de
radiofármacos nos Estados Unidos de US$ 7,9 milhões no ano de 2001. O Ministério
19
de Ciência e Tecnologia (MCT) do Brasil, também apresentou no relatório referente
ao mesmo ano para a área de produção de radiofármacos um crescimento anual em
torno de 10%, mesmo assim o público alvo não está sendo atendido integralmente.
De acordo com o MCT, foram atendidos cerca de 2.352.000 pacientes utilizando
técnicas nucleares no Brasil no ano de 2001, estimando-se a utilização de 89,7% do
orçamento aprovado de R$ 650,1 milhões (BRASIL/MCT, 2004), estes dados são
comprovados ao se observar os relatórios dos institutos produtores de
radiofármacos. No IEN, a produção do radiofármaco MIBG-Iodo-123, duplicou no
ano de 2003 em relação ao ano anterior (IEN, 2003). No IPEN, a nacionalização na
produção de certos radiofármacos representou uma economia de US$ 700 mil/ano
para a produção do Gálio-67 e US$ 300 mil/ano para a produção do Tálio-201 a
partir de 2005 (OSSO, 2006). O faturamento do IPEN cresceu assim como a
demanda dos radiofármacos, sendo de R$ 31 milhões em 2003 para R$ 37 milhões
em 2004 (BRASIL/GESP, 2004).
Observando estes dados determinamos que a área de Medicina Nuclear esteja
apresentando uma grande expansão, da mesma forma que o incentivo tecnológico
na produção de novos equipamentos de detecção e de novos radiofármacos com
meia-vida mais curta e uma fixação maior ao órgão de interesse.
O 99mTc é o nuclídeo de maior utilização nos Serviços de Medicina Nuclear
(SMN), sendo obtido através de um gerador de 99Mo/99mTc, onde o radionuclídeo
filho, 99mTc possui meia-vida de T1/2 = 6,02 horas e através do decaimento por
transição isométrica do radionuclídeo pai, 99Mo (T1/2 = 66 horas)(SHIHAD-ELDIN,
1978). Sua ampla utilização deve-se a não existência de emissões + ou -,
emissão de fóton único de 140 keV, o que possibilita uma menor dose ao
paciente durante a realização do exame (WEBB, 1998 e SORENSON, 1987).
Tecnologicamente, o desenvolvimento na Medicina Nuclear é bem “visível” pois
primeiramente utilizava-se Cintiladores Lineares, mais conhecidos como “pica-pau”.
Estes detectores possuem uma fotomultiplicadora e suas imagens eram 2D. Seu
grau de mobilidade para a realização de exames era limitado ao campo de ação de
seu braço de sustentação, assim para a realização de imagens de corpo inteiro eram
necessárias várias horas, caracterizando assim uma maior exposição do paciente e
do técnico responsável pela realização do exame. Posteriormente foram substituídos
pelas gama câmaras. Estas já possuíam uma área de detecção maior, com cerca de
20
6-9 fotomultiplicadoras com um cristal único de NaI(Tl). Eram capazes de gerar
imagens 3D devido ao seu software, assim como a realização de imagens dinâmicas
em tempo real, realizando uma rotação completa de 360° no seu eixo vertical e uma
inclinação de 90° em sua cabeça de detecção. Não possuindo um deslocamento
automático no eixo horizontal, necessitavam que a cada nova projeção de uma nova
estrutura um novo posicionamento da maca de exames, tornando a exposição
ocupacional maior. Um novo desenvolvimento aumentou o número de
fotomultiplicadoras para uma ordem de 90 e possibilitou que a cabeça do detector
possuísse os movimentos de 360° no eixo vertical, 180° no próprio eixo da cabeça
da gama câmara e movimentos horizontais, possibilitando juntamente com seu
software a realização de exames 3D. Não era mais necessária à presença do
técnico durante todas as alterações nas projeções dos exames, o que propiciou a
diminuição nas doses recebidas pelos profissionais e pacientes.
Vários estudos foram feitos sobre a qualidade dos radiofármacos administrados
aos pacientes, onde se verifica a possibilidade de contaminação deste por outros
nuclídeos, tais como 99Mo no caso do 99mTc, que não sejam utilizados para a
realização do exame e assim aumentando a dose no paciente, uma vez que estas
energias não serão utilizadas para a obtenção de qualquer tipo de informação válida
para a realização do exame (DANTAS, 2005). Entretanto, poucos estudos foram
realizados na área de dosimetria referentes à exposição dos trabalhadores para
cada fase dos procedimentos diários a que este profissional realiza, sem a utilização
da dosimetria com TLD e sim uma outra forma de monitoração como o apresentado
no estudo de Chiesa e outros. (CHIESA, 1997).
1.2 INTRODUÇÃO
A determinação de uma dose para o profissional em cada procedimento
realizado em um Serviço de Medicina Nuclear (SMN) é complexa, uma vez que,
procede-se com uma análise da logística do Serviço determinando as atividades a
que este profissional é submetido diariamente.
Através de uma análise nos protocolos dos exames executados no Serviço
21
determina-se em qual destes o indivíduo está sendo mais expostos em seu dia-a-dia
para os mais diferentes isótopos encontrados.
Um SMN ao possuir um programa de garantia da qualidade estará promovendo
uma menor dose no paciente e nos profissionais, uma vez que, a atividade
administrada tende a ser a menor possível para a realização do exame. Como sendo
este um fator que poderia influenciar em nosso trabalho, realiza-se um controle de
qualidade nos equipamentos, sendo que o controle de qualidade dos radiofármacos
não fora realizado devido à falta de conhecimento técnico na área para efetiva
realização deste procedimento.
A observação diária dos profissionais fora necessária para determinar os
momentos mais críticos de suas funções a fim de apresentar alternativas viáveis
para uma menor exposição. Estas alternativas podem ser utilizadas na alteração de
sua rotina diária visando diminuir o seu nível de exposição aos procedimentos que
permitirem esta alteração sem o comprometimento de sua funcionalidade ou
alteração de suas características de execução de forma a comprometer os
resultados finais.
1.3 OBJETIVO
O Objetivo desta dissertação é realizar uma avaliação da taxa de dose dos
profissionais de um SMN durante as várias etapas da realização dos exames, de
forma a determinar os níveis de dose recebidos pelos profissionais juntamente com
uma análise dos procedimentos institucionais dos mesmos, buscando otimizar seus
procedimentos visando à diminuição de sua dose.
22
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 PROCEDIMENTOS EM MEDICINA NUCLEAR
O Serviço de Medicina Nuclear é caracterizado pela utilização de radioisótopos,
que podem ser obtidos através do decaimento natural de um núcleo pai ou através
de sua produção artificial utilizando-se um cíclotron ou aceleradores de partículas.
Estes elementos são unidos quimicamente a marcadores que possuem afinidade
com os tecidos de cada órgão a que se deseja estudar, como também podem não
apresentar afinidade alguma com qualquer tecido possibilitando o estudo de
características de fluxo.
A fonte de radiação utilizada para o diagnóstico médico está presente
internamente ao paciente e não externamente como a radiação proveniente de
aparelhos de raios X, sendo as gama câmaras os detectores utilizados na detecção
desta radiação, não emitindo qualquer tipo de radiação. Durante o período em que o
paciente não se encontra na sala de exames, o nível de radiação na sala é
caracterizado pela radiação de fundo do ambiente.
As imagens de medicina nuclear demonstram a parte fisiológica dos órgãos ou
tecidos, sendo possível assim à visualização de certas características como:
assimilação dos produtos, excreção, obstruções, processos regenerativos e outros.
O aumento da resolução da imagem é realizado com a utilização de colimadores, os
quais são feitos em sua maioria por uma placa de chumbo furada, com aberturas
hexagonais, semelhantes a favos de abelhas, forma esta estudada e desenvolvida
pelo Dr. Alipio Luiz Dias Neto (ALASBIMN, 2004). Os colimadores irão atenuar a
radiação proveniente do paciente diminuindo a sua energia o que caracterizará um
evento não válido ou a absorvendo de forma que nem chegue ao cristal.
Os profissionais que realizam suas atividades em SMN estão sujeitos a norma
CNEN-NN-3.05 (CNEN, 1996) e CNEN-NE-3.02 (CNEN, 1988) em que determina
para o funcionamento de um SMN a existência de no mínimo um médico
especialista em medicina nuclear que será responsável pelo SMN, um supervisor de
23
radioproteção qualificado pela CNEN, normalmente um físico, pois este deve ser
responsável pela aplicação do controle de qualidade no SMN, e um ou mais técnicos
de nível superior ou médio qualificado para a função que praticam.
A norma CNEN-NE-3.02 específica que o profissional técnico de nível superior
deve possuir curso universitário completo, curso de radioproteção específico
reconhecido pela CNEN, familiaridade com a organização, estrutura, regulamento e
projetos da instalação, familiaridade com o funcionamento, aferição, ajustes e
operação dos equipamentos de radioproteção, conhecimento das normas e
regulamentos sobre a instalação, competência para o planejamento de
procedimentos seguros de trabalho e possuir treinamento específico para a função
que exerce.
Os técnicos de nível médio devem possuir curso completo de segundo grau ou
equivalente, curso de radioproteção específico reconhecido pela CNEN, possuir
familiaridade com a operação e planta da instalação, familiaridade com o
funcionamento, aferição, ajuste e operação dos equipamentos de radioproteção,
conhecimento de normas e regulamentos relativos a radioproteção aplicada à
instalação, competência para conduzir seu trabalho em segurança para realização
de inspeções, identificação de irregularidade, elaboração e registro de relatórios.
Os profissionais auxiliares devem possuir curso de primeiro grau completo ou
equivalente e competência para realização de suas funções.
Com relação à estrutura física a instalação deve possuir acomodação para o
pessoal, higiene pessoal, troca e guarda de vestimentas, descontaminação externa
de pessoas, aferição, ajuste, guarda e descontaminação de equipamentos,
elaboração e arquivamento de documentos e registros e pronta comunicação entre
as pessoas apropriadas da instalação e com pessoas e instalações externas
relevante para caso de notificação e tomada de decisões de emergência.
Já com relação aos equipamentos, o supervisor de radioproteção deve possuir
equipamentos capazes de realizar um monitoramento individual, monitoração de
área, monitoração ambiental, ensaio de instrumentos, proteção pessoal como luvas,
máscaras e vestimentas e equipamentos necessários para descontaminação
externa de pessoas e superfícies.
A disponibilidade destes equipamentos de radioproteção é exigência para o
profissional de medicina nuclear, para que este respeite os níveis estabelecidos na
24
norma CNEN-NN-3.01 (CNEN, 2005), relacionada aos limites de doses anuais, em
que o profissional não pode possuir uma dose efetiva superior a 20,0 mSv em um
ano de monitoração. Por isso, os níveis dosimétricos mensais são normalmente de
2,0 mSv para o trabalhador que é monitorado diariamente utilizando-se de
dosimetros pessoais do tipo filme ou TLD. A otimização das atividades dos
profissionais contribui na manutenção de baixos níveis de dose recebidos e
conseqüentemente contribui no valor da dose coletiva.
2.2 PROTOCOLOS DE REALIZAÇÃO DOS EXAMES
Para a execução de qualquer exame de medicina nuclear, devemos seguir uma
série de recomendações e preparos tanto do paciente como do equipamento, estes
procedimentos são chamados de protocolos. Para cada exame temos um protocolo
específico que determina a quantidade de radiofármaco que deve ser manipulado e
administrado ao paciente. Certos procedimentos necessitam de um preparo prévio
do paciente para que seja obtida uma melhor qualidade na execução do exame,
assim como demonstre claramente sua função fisiológica desejada. O protocolo do
exame. O protocolo pode ser o recomendado, como os dados demonstrados nesta
pesquisa bibliográfica, assim como de acordo com as condições do Serviço, sendo
este necessita de um protocolo específico para as suas condições de execução dos
exames, a fim de obter-se imagens de qualidade que não comprometam o
diagnóstico dos pacientes.
O estudo bibliográfico dos protocolos sugeridos por organizações internacionais
e nacionais é de grande importância neste trabalho, pois através de seus dados
podemos sugerir um panorama nacional e internacional para a realização dos
exames em um SMN. Foram pesquisadas instituições como a International Agency
of Energy Atomic (IAEA), American College of Radiology (ACR), Society of Nuclear
Medicine (SNM) e protocolos técnicos de alguns SMN no Brasil.
A partir deste estudo preliminar, escolhemos os exames de maior ocorrência no
Hospital Central do Exército (HCE). Os exames que apresentaram esta
característica foram a Cintilografia Óssea, Cintilografia Renal com DTPA e
25
Cintilografia Renal com DMSA.
Os protocolos pesquisados são apenas fontes de referência para realização dos
exames, de forma a serem consideradas apenas recomendações, baseando-se na
prerrogativa de que cada SMN pode e deve elaborar um protocolo específico para
suas condições de trabalho. Para tal considera-se itens importantes como uma
melhor definição de imagem e uma baixa dose para os pacientes.
2.2.1 CINTILOGRAFIA ÓSSEA
A Cintilografia Óssea (CO) é indicada para pacientes que apresentem doenças
neoplasticas, fraturas, osteomelites, necrose vascular, artrite, infecções ósseas e
dores ósseas (THRALL, 2003).
A preparação prévia do paciente não é necessária, apenas recomendações
quanto à utilização de roupas que contenham metais, além de recomendações
durante a realização do exame. Pede-se ao paciente que realize a ingestão de água
de forma a eliminar o excesso de radiofármaco e antes da realização da imagem o
mesmo é instruído a ir ao banheiro para que urine, esvaziando a bexiga, pois esta
região apresentará uma grande atividade e irá mascarar dados relevantes da região
da bacia (SAPIENZA, 2003).
Com relação à equipe do Serviço para a realização do exame, necessita-se de
um profissional responsável pela administração do radiofármaco ao paciente, que
normalmente é executado por um profissional de enfermagem, de um técnico
responsável pela execução do protocolo de imagens e o acompanhamento da
execução do exame, monitorando o paciente afim de que não se altere sua posição,
já que qualquer alteração no posicionamento do paciente durante o exame provoca
o aparecimento de “fantasmas” na imagem final, sendo necessário sua nova
execução e o profissional médico responsável pela determinação da atividade
administrada de acordo com as características físicas do paciente e pela
interpretação do exame.
Para a aquisição das imagens de corpo inteiro, é realizada uma projeção
anterior e outra posterior. Pode-se a partir destas realizar projeções localizadas a fim
26
de determinadas estruturas que necessitem uma ampliação.
Depois de posicionado o paciente na maca, é realizado uma contagem na região
do Tórax, determinando o nível de contagens do equipamento, já que serão
adicionadas informações ao software, como percurso de escaneamento e taxa de
contagem. A taxa de contagem irá determinar o tempo de captação da gama
câmara, uma maior atividade irá necessitar de um tempo menor de exame.
Para a realização das projeções estáticas de partes localizadas do corpo,
podemos utilizar além do próprio colimador de baixa energia o colimador Pinhole,
este colimador produz uma magnificação da região de estudo, possuindo assim uma
alta resolução (THRALL, 2003).
A pesquisa bibliografia verifica a conformidade com relação ao radiofármaco
utilizado, todas as recomendações mencionaram o 99mTc-MDP (99mTc-Ácido
Metilenodifosfônico). Com relação às atividades administradas é observado uma
certa uniformidade quanto a atividade administrada, variando entre os valores de
1110 MBq [30 mCi] (AIEA, 2006; ACR, 2003; SNM, 2003; NUNEZ, 2000;
SAPIENZA, 2003; IPEN, 2006) a 555 MBq [15 mCi] (ACR, 2003), demonstrados no
FIG. 2.1.
FIG. 2.1: Atividades administradas para Cintilografia Óssea segundo os documentos da AIEA, 2006; ACR, 2003; SNM, 2003; NUNEZ, 2000, SAPIENZA, 2003 e IPEN, 2006.
27
Para os tempos de espera do paciente para a obtenção das imagens é
demonstrado na FIG. 2.2.
FIG 2.2: Tempos de espera para obtenção das imagens de Cintilografia Óssea segundo os documentos da AIEA, 2006; ACR, 2003; SNM, 2003; SAPIENZA, 2003 e IPEN, 2006.
2.2.2 CINTILOGRAFIA RENAL COM DMSA
A Cinitilografia Renal com DMSA (Ácido Dimercapto Succínico), é um exame
estático, onde o paciente recebe a atividade indicada para o exame de forma
endovenosa de 99mTc-DMSA. É recomendado a este que aguarde por um período de
tempo necessário para a fixação do radiofármaco nos rins.
O DMSA é captado pelo tecido cortical renal, ligando-se as proteínas do túbulo
proximal o que permite a visualização da morfologia cortical e da função tubular
renal. Por voltar de 40% a 65% do radiofármaco está presente nesta estrutura após
duas horas da injeção (SNM, 2003), sendo que esta é determinada através da
quantificação da porcentagem de atividade retida em cada rim.
O processo de quantificação da captação de cada rim é utilizado como
parâmetro de acompanhamento, chegando a auxiliar na decisão de intervenção
28
cirúrgica, em alguns casos de nefrectomia. Como também é possível realizar uma
avaliação do tamanho e posição dos rins (THRALL, 2003).
Recomenda-se ao paciente que durante toda a fase do exame esteja se
hidratando, uma vez que a desidratação pode levar a um falso diagnóstico do
exame. Quanto à alimentação não existem restrições com relação a qualquer
alteração dos hábitos alimentares do paciente.
A equipe envolvida na execução do exame refere-se a um profissional
qualificado para administração do radiofármaco, o técnico responsável pela
execução do exame e do médico responsável pela interpretação do exame. A
atividade administrada normalmente para a realização deste tipo de exame
independe da massa corpórea do paciente, sendo um valor fixo determinado pelo
protocolo do Serviço (THRALL, 2003).
No momento da realização do exame o paciente é posicionado em decúbito
dorsal na mesa de exames, é selecionado no terminal de aquisição imagens com
500.000 contagens (ACR, 2003). Realiza-se uma aquisição posterior, anterior,
Obliqua Posterior Direita (OPD) e Obliqua Posterior Esquerda (OPE). Para a
realização deste exame utiliza-se o colimador de alta resolução e uma janela de
15%-20% para 140 KeV, utilizando-se uma matriz de 256 X 256 (AIEA, 2006).
Com relação ao tempo de espera para a realização do exame as referências
bibliográficas demonstraram que o período mínimo indicado é de 1 hora e o período
máximo indicado é de 6 horas, esta comparação bibliográfica com relação ao
período de espera demonstrado na FIG. 2.3.
29
FIG. 2.3: Variação entre o tempo de espera para obtenção das imagens cintilográficas renais com DMSA de acordo com as entidades pesquisadas, AIEA, 2006; SAPIENZA, 2003; NUNEZ, 2000; ACR, 2003 e SNM, 2003.
Observa-se na prática a adoção do protocolo da Agência Internacional de
Energia Atômica (AIEA, 2006), onde o tempo de realização do exame é de 3 a 4
horas.
Para os níveis de dose administrados, possuímos uma característica de adoção
de apenas um valor único, sendo um valor para adultos e outro para crianças como
demonstra a FIG. 2.4. Os valores máximos de atividade administrada de 185 MBq
[5 mCi](SAPIENZA, 2003 e ACR, 2003) refere-se a atividade administrada aos
adultos e a atividade mínima administrada de 11 MBq [0,3mCi](SNM, 2003) e
80 MBq [2,0 mCi](AIEA, 2006) referem-se as atividade administradas para crianças.
Valores estes diferentes devido à diferença de massa corpórea entre os dois biótipos
e devido à diferença morfológica e fisiológica dos rins.
30
FIG. 2.4: Valores máximos e mínimos das atividades administradas aos pacientes para realização de exames cintilográficos renais com DMSA de acordo com os protocolos da AIEA, 2006; SAPIENZA, 2003; NUNEZ, 2000; ACR, 2003 e SNM, 2003.
2.2.3 CINTILOGRAFIA RENAL COM DTPA
A avaliação dinámica pode ser realizada utilizando-se os seguintes
radiofármacos, 99mTc-DTPA (Ácido Dietileno Triamino Pentaacético), 99mTc-MAG3
(Mercapto Acetil Triglicina), 131I-OIH e 123I-OIH. Sendo que o radiofármaco mais
utilizado é o 99mTc-DTPA para a avaliação renal dinâmica (THRALL, 2003).
Como preparação paciente é recomendado que se hidrate muito bem antes da
realização do exame, desta forma muito Serviços optam por hidratar o paciente
antes da realização do exame, pedindo a este que ingira de 3 a 4 copos de água
antes de entrar na sala de exames. A desidratação pode resultar em captação ou
excreção retardada, o que simularia uma baixa função renal (THRALL, 2003).
O radiofármaco é administrado de forma endovenosa, sendo que ao contrário
dos demais exames o procedimento de administração do radiofármaco será
realizado após posicionamento do paciente, realizado pelo técnico em conjunto com
o médico responsável, somente após o correto posicionamento do paciente que o
profissional qualificado para a administração do radiotraçador é autorizado a realizar
31
a administração do mesmo. Este procedimento deve-se a necessidade de que as
imagens devem ser obtidas logo nos primeiros momentos do exame, quando o
radiotraçador chega à região renal através da aorta abdominal.
O paciente é posicionado na posição supina, já que esta favorece que os rins
ptóticos não se desloquem para a região ínfero-anterior, a cabeça da câmara gama
é posicionada para uma aquisição posterior. Para casos de rins transplantados
recomenda-se que seja feita a aquisição na projeção anterior.
Dependendo do caso clínico a ser investigado, utilizam-se diuréticos (teste de
wash-out) ou de inibidores de enzimas de conversão da angiotensina (teste com
Captopril). As imagens mostram o aporte vascular, o acúmulo e a eliminação renal
do radiofármaco, assim como sua progressão pelas vias excretoras, permitindo uma
avaliação da função glomerular, já que o radiotraçador é eliminado pela filtração
glomerular de forma semelhante ao da insulina, caso não ocorra secreção ou
reabsorção tubular. Através da quantização renal é possível criar uma curva da
atividade pelo tempo, chamado nefrograma (THRALL, 2003).
Devido a estas características que a Cintilografia Renal com DTPA é utilizada
para casos de Hidronefroses, onde a dilatação das vias excretoras ou obstrução
provocam a retenção de urina, conseqüentemente irá provocar a retenção do
radiofármaco na via excretora, mesmo após a utilização de um diurético. Indicado
para processos de estenose de artéria renal, a cintilografia é utilizada para
investigação da hipertensão renovascular, normalmente este tipo de estudo é
realizado em conjunto com a cintilografia de renal com DMSA, já que aumenta em
85% a sensibilidade do método.
Pode ser utilizado na determinação cintilográfica do ritmo de filtração glomerular,
devido a análise da captação do DTPA com relação à dose administrada
diretamente. No processamento determina-se de forma quantitativa o valor da
filtração de cada rim.
Como na avaliação do fluxo é necessário que o exame seja iniciado no momento
em que o radiotraçador chega à região do abdômen é necessário que o profissional
esteja no comando de aquisição e inicie a aquisição no segundo em que visualizar a
chegada do “bolo radioativo” no monitor (SAPIENZA, 2003). Este é o procedimento
utilizado para a realização do exame, desta forma não é possível determinar um
período de espera, já que é injetado o radiotraçador no momento inicial do exame.
32
Escolhe-se para a aquisição do fluxo uma imagem por segundo durante um
minuto, seguido de imagens de 30 segundos durante 25 minutos e uma imagem
pós-miccional com 500.000 contagens (THRALL, 2003). Devido à imagem pós-
miccional não é possível determinar um tempo de exame, já que este período é
variável entres os pacientes. Devido a estes fatores que não se pode determinar um
tempo máximo ou mínimo para a execução do exame, já que ocorrerá uma grande
variação no tempo de acordo com o tipo de paciente que se esta realizando o
exame, uma vez que este deve realizar uma imagem após ir ao banheiro ou alguns
pacientes não conseguem permanecer durante todo o período do exame sem ir ao
banheiro, necessitando a interrupção do exame antes de seu término.
A atividade administrada variou de acordo com os protocolos pesquisados,
demonstrado na FIG. 2.5, observando-se um valor médio de 370 MBq [10 mCi]
(SAPIENZA, 2003 e NUNEZ, 2000) , existindo um valor máximo de 925 MBq [25 mCi]
(ACR, 2003) e um valor mínimo de 200 MBq [5 mCi](AIEA, 2006) para o exame
cintilográfico renal em adultos.
FIG. 2.5: Valores de atividade administrados para realização de cintilografia renal com DTPA de acordo com os protocolos SAPIENZA, 2003; NUNEZ, 2000; AIEA, 2006; ACR, 2003.
33
2.3 TESTES DE ACEITABILIDADE DOS EQUIPAMENTOS
2.3.1 CONTROLE DE QUALIDADE DA GAMA CÂMARA
Os testes de aceitação da gama câmara são realizados de forma que durante a
realização do trabalho não tenhamos alteração nos procedimentos do Serviço
devido a anormalidades nas imagens decorrentes de problemas no sistema da gama
câmara. Uma vez que, estas alterações podem ocasionar uma maior exposição dos
profissionais, já que o paciente ou permanecerá por um período maior para
execução de seu exame ou necessitará voltar ao Serviço para a realização de
imagens complementares.
Desta forma estes testes permitem ao profissional confirmar adequadamente o
bom funcionamento de seu equipamento, visando assim a não repetição de exames
desnecessariamente ou falso diagnóstico. Os testes que devem ser realizados e sua
periodicidade são encontrados nas normas da CNEN (CNEN, 1996) e da IAEA
(IAEA, 2003).
Teste 1: Teste de Uniformidade de Campo, recomenda-se realizá-lo diariamente,
para este teste utiliza-se um Phantom de campo cheio (flood), que consiste de
placas paralelas de acrílico preenchidas com água onde injeta-se 99mTc, este deve
possuir o tamanho total do campo sensível da câmara gama, ou utilizar-se uma fonte
pontual.
Este pode ser feito da forma intrínseca, utilizando uma fonte localizada a uma
distância superior a 1,0 m sem a utilização do colimador, ou é feito de forma
extrínseca, colocando a fonte a uma distância inferior as 0,5 m com a presença do
colimador. Recomenda-se realizar de uma forma diariamente e da outra forma uma
vez por semana e assim comparar os resultados (THRALL, 2003).
A uniformidade do detector serve como mecanismo de aferição do correto
funcionamento do equipamento, uma vez que manchas escuras na imagem podem
determinar o mau funcionamento de uma fotomultiplicadora, linhas lineares na
imagem podem indicar uma possível fissura do cristal e uma não uniformidade da
imagem pode representar uma performance diferenciada de algum componente
34
eletrônico do equipamento (FARR, 1998).
Caso algum dos problemas anteriormente citados for constatado, procede-se
com sua devida correção. Esta é feita automaticamente através da captação de uma
imagem por um tempo maior, tendo por base o cálculo do desvio padrão das
contagens e a média das mesmas.
A não realização deste teste pode ocasionar um falso diagnóstico, uma vez que
teremos imperfeições na imagem. Indiretamente ocasionará uma exposição maior
dos funcionários, já que o exame deverá ser repetido.
Teste 2: Teste de Centro de Rotação pode ser feito diariamente ou de acordo
com a norma mensalmente para equipamentos que realizem imagens tomográficas.
Utilizando-se phantons cilíndricos, obtemos uma imagem com rotação de 360°.
Certos equipamentos possuem protocolos específicos que plotam os resultados
obtidos em um gráfico, o mesmo deve ser linear. O teste pode ser executado de
forma manual, colocando-se uma fonte linear e realizando imagens estáticas em
tempos constantes com a mesma distância de rotação, analisando posteriormente
as imagens e suas respectivas contagens (IAEA, 2003).
Este teste é muito importante, pois exame de Cintilografia Miocárdica e
Cintilografia Cerebral, estão baseados em exames tomográficos para realizarem a
reconstrução. Erros nas leituras podem ocasionar erros no diagnóstico.
Teste 3: Teste de Resolução Espacial possui uma periodicidade anual ou
quando houver suspeitas. Este teste refere-se à habilidade do sistema de produzir
imagens distintas de duas fontes radioativas que estejam muito próximas. Podemos
separar esta característica em Resolução Intrínseca e Resolução do Sistema.
Para se testar estas características, utilizamos um simulador de barras ou
ortogonais, verificando as propriedades anteriormente citadas, na falta de tais
simuladores podemos utilizar fontes pontuais e estendidas, tais como uma seringa
de 1,0 ml, cheia com 99mTc.
A resolução intrínseca é referente ao sistema da câmara (cristal,
fotomultiplicadora e posição lógica dos circuitos), sendo analisado sem a presença
do colimador. A análise da resolução intrínseca deve-se ao fato de que a radiação
ao interagir com o cristal irá produzir vários fótons de luz, que serão absorvidos por
algumas fotomultiplicadoras, resultando em pulsos elétricos que não seja barrado
pelo analisador de pulso, promovendo assim o aparecimento de manchas na
35
imagem final. Testa-se esta propriedade do equipamento ao se aproximar duas
fontes pontuais e simultaneamente observar a imagem, até que não seja mais
possível a visualização de duas fontes.
Já problemas quanto à resolução do sistema irão ocasionar borramento na
imagem, problema este que é facilmente resolvido com a adoção de colimadores
apropriados para cada tipo de energia, evitando assim o espalhamento dos raios
gama.
Teste 4: Teste de periodicidade anual ou quando houver necessidade é o Teste
de Resolução de Energia, este teste determina a habilidade de distinguir valores
diferentes de energia, sendo importante para diferenciar os raios gamas do
espalhamento dos raios gama do paciente. Assim o analisador de multicanal
presente no sistema, verifica se esta diferenciação esta ocorrendo corretamente.
Sua realização é feita anualmente ou quando houver reparos nos equipamentos,
que alterem suas características (IAEA, 2003).
Este teste é muito importante uma vez que selecionado a janela de operação da
câmara gama de acordo com o radioisótopo utilizado, por exemplo, o 99mTc, a janela
é ajustada de acordo com o protocolo do exame e do equipamento entre os valores
de 130 a 150 keV, já que o 99mTc possui um fóton de 140 keV.
2.3.2 CONTROLE DE QUALIDADE DO MEDIDOR DE ATIVIDADES
Para uma correta dosimetria do paciente é necessário de que a atividade
administrada esteja de acordo com os protocolos adotados. Desta forma realiza-se
os testes de aceitação para o medidor de atividade, estes testes estão citados na
norma CNEN-NN-3.06 (CNEN, 1996).
Para os testes diários é recomendado a verificação de contaminação das
regiões sensíveis do medidor de atividade e a realização de uma contagem com o
suporte para as fontes e uma contagem sem o suporte para as fontes, antes de
iniciais a manipulação das fontes e depois de terminado todos os procedimentos que
necessitem de contagem das fontes. Comparam-se os valores a fim de constatar
possível contaminação, uma vez constatado a contaminação, deve-se proceder com
36
a descontaminação do mesmo.
Nos testes mensais recomenda-se a realização do teste de linearidade, onde é
utilizado uma fonte de 99mTc, medindo-se os valores de atividade durante um tempo
determinado e os comparando com os valores teóricos de decaimento. Pode-se
variar o teste avaliando-se a linearidade de volume, variando o volume e realizando
as contagens, posteriormente plotando os valores em um gráfico. Este deve
apresentar uma reta linear, que de acordo com a norma é permitido uma variação de
20% nos resultados.
Para o teste de exatidão/precisão, é utilizado uma fonte de 57Co, 133Ba ou 137Cs,
calcula-se sua atividade para a data da realização dos testes, realiza-se 5 a 10
medidas, comparando-as entre si. O desvio percentual deve ser de 10%, com uma
confiabilidade de 90%. Da mesma forma compare os valores encontrados com o
valor teórico calculado da atividade da fonte, o desvio percentual deve ser de 5%
com uma confiabilidade de 95%.
Para os Testes Anuais é recomendada a realização do teste de
reprodutibilidade, utilizando uma fonte de 57Co ou 133Ba, realiza-se 5 medidas e
compara-se os valores entre si, é permitido um desvio percentual de 5% com uma
exatidão de 95%.
2.4 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DOS DETECTORES UTILIZADOS
2.4.1 CINTILADOR
O detector cintilador tem por princípio fundamental transformar a radiação
ionizante em luz visível em um comprimento de onda que possa ser coletado. Sendo
assim deve ser capaz de converter integralmente a energia cinética das partículas
em luz com eficiência, sua conversão deve ser linear e o tempo de decaimento
luminescente do cristal ser curto (KNOLL, 1999).
Para o nosso estudo foi utilizado um cintilômetro plástico. É um cintilômetro
orgânico que é dissolvido em um solvente se polimerizando (TSOULFANIDIS, 1995),
37
esta opção deve-se ao fato de que este tipo de material não apresenta uma grande
atenuação aos níveis de energia medidos neste trabalhado.
Para nosso trabalho foi utilizado como verdade (Padrão) das medidas o
cintilometro IndentiFINDER, representado na FIG. 2.6, modelo 21305 do fabricante
Thermo Electron Corporation, possuindo uma faixa de resolução de 15,0 KeV à 3,0
MeV e um cristal do tipo NaI (THERMO FISHER CORPORATION, 2007).
FIG. 2.6 IndentiFINDER, modelo 21305 do Fabricante Thermo Electron Corporation.
Este monitor é capaz de determinar o tipo de nuclídeo presente no ambiente,
sendo sua sensibilidade de 0,5% de acordo com o fabricante. Devido a estas
características este equipamento fora escolhido como padrão para os demais.
O equipamento este pertencente à Comissão Nacional de Energia Atômica que
fora gentilmente emprestado para a realização deste trabalho.
2.4.2 CÂMARA DE IONIZAÇÃO
A câmara de ionização (C.I.) é importante na detecção de radiação gama. A
reação da radiação com o ar contido no interior da câmara provoca a formação de
íons par que serão coletados através da aplicação de um campo elétrico (ATTIX,
1986).
38
Para a realização deste trabalho foi utilizado duas câmaras de ionização, uma
modelo 2130 Mini-ION do fabricante Thermo Electron Corporation, com uma
incerteza intrínseca de 10%, demonstrada na FIG. 2.7. Possui uma faixa de
resolução de 10,0 KeV à 6 MeV e uma faixa de taxa de dose de 1,0 Sv/h à
500mSv/h. Este monitor possui uma janela de poliéster aluminizado com densidade
total de 7,0 mg/cm2 e uma linearidade de 15% (THERMO FISHER
CORPORATION, 2007).
O equipamento pertencente à Comissão Nacional de Energia Nuclear e
gentilmente cedido para a realização deste trabalho.
FIG. 2.7: Câmara de Ionização modelo 2130 Mini-ION do fabricante Thermo Electron Corporation
A segunda C.I. usada foi a modelo Babyline 81 do fabricante Eurisys Mesures,
com erro intrínseco de 10,0%, possuindo uma faixa de detecção de energia de 10,0
KeV à 10,0 MeV e uma faixa de taxa de dose de 10,0 Sv/h à 1000 mSv/h
(EURISYS MESURES, 1991). Possui uma parede de equilíbrio eletrônico de
7,0 mg/cm2 e um volume sensível de 515 cm3, demonstrada na FIG. 2.8.
Equipamento este pertencente do Instituto Militar de Engenharia (IME) e cedido para
realização deste trabalho.
39
FIG. 2.8: Câmara de Ionização modelo Babyline 81 do Fabricante Eurisys Mesures
2.4.3 DOSÍMETRO PESSOAL DE LEITURA DIRETA
Para realização deste trabalho foi obtido um dosímetro pessoal Pager do tipo
Geiger-Müller modelo PM1703GN, do fabricante Thermo Electron Corporation, como
mostra a FIG. 2.9, utilizado para a monitoração dosimétrica dos pesquisadores, sua
faixa de energia detectável é de 60,0 KeV à 3,0 MeV e sua faixa de dose é de
0,1 Sv/h à 50 Sv/h, equivalente a taxa de dose do 137Cs (THERMO FISHER
CORPORATION, 2007). Equipamento este pertencente à Comissão Nacional de
Energia Nuclear e que fora gentilmente cedido para a realização deste trabalho.
40
FIG. 2.9: Dosimetro pessoal pager, do tipo Geiger-Müller, modelo PM1703GN do Fabricante Thermo Electron Corporation
2.5 EFEITOS BIOLÓGICAS PARA BAIXAS ENERGIAS
Cada tecido apresenta uma resposta radiobiológica diferente, da mesma forma
que sua resposta esta relacionada à capacidade de reparo da célula. Alguns tecidos
apresentam uma resposta rápida a irradiação, tais como conjuntivo, mucosas,
aparelho digestivo, ovários e tecidos linfáticos, estes ao serem irradiados possuem
uma alta probabilidade de ocorrência de apoptose. Já outros tecidos apresentam
uma resposta lenta à irradiação, tais como tecido nervoso, ósseo, muscular e
conjuntivo, estes devido a sua baixa capacidade de mitose, apresentando uma
menor probabilidade na ocorrência de apoptose (ALPEN, 1998).
O efeito de mutação e carcionogênese são os efeitos mais relevantes após a
exposição a doses baixas e freqüentes (BITTELLI, 2006). Estes efeitos são
chamados de efeitos estocásticos e desta forma apresentam uma dificuldade em se
determinar um limite seguro para seus níveis de exposição. Pois é concordância
entre os estudiosos do assunto que qualquer exposição a radiação por menos que
seja, pode ser nociva a saúde. Da mesma forma que exposições diárias possuem
seus efeitos somados ao decorrer do ano.
Outro fator importante que deve ser analisado é que a radiação gama não
possui uma profundidade específica de penetração e que a maior probabilidade de
41
interação é com a água provocando alterações em sua composição química, já que
esta está presente no organismo em uma proporção de 80%. Sua quebra ocasiona a
formação de radicais livre que poderão provocar alterações enzimáticas ou no DNA
das células.
Segundo documento da United Nations Scientific Committe on the Effects of
Atomic Radiation (UNSCEAR), para baixas doses a resposta aos efeitos biológicos
são lineares, podendo ser independentes da dose recebida uma vez que a mesma
radiação em seu trajeto pode ocasionar danos celulares em mais de uma célula. Da
mesma forma que é muito difícil determinar uma dosimetria biológica, já que baixas
doses não provocam uma alteração significante na contagem de células linfáticas e
plasmáticas do sangue. Para doses superiores a 250 mGy de radiação gama,
provocam certas alterações no sistema linfático que podem ser detectadas e
atribuídas a radiação recebida (UNSCEAR, 2000).
Para o caso de um SMN, as taxas de dose medidas a um metro do paciente que
fora injetado com 0,74 GBq de 99mTc, tendem a ser de 10 mSv/h. Já para doses
terapêuticas com 131I, onde fora administrado 3,7Gbq, a taxa de dose medida é de
200 mSv/h. Da mesma forma que o profissional seja responsável pelo preparo do
radiofármaco e pela realização dos exames, são registrados doses anuais acima de
5,0 mSv, o que não acontece para os profissionais que são responsáveis apenas
pela realização dos exames, sendo sua dose anual menor do que 1,0 mSv
(UNSCEAR,2001).
Para a realização da cintilografia óssea o valor de dose efetiva para o paciente é
de 6,5 mSv (DE OLIVEIRA, 2001). Para uma radiografia comum de tórax a dose
efetiva é de 0,04 mSv e uma imagem realizada com tomografia computadorizada da
região do tórax é de 8,3 mSv, enquanto que a dose efetiva para 80 MBq de 99mTc-
DMSA é de 3,5 mSv, para um exame utilizando 99mTc-DTPA com atividade de
300 MBq a dose efetiva é de 1,6 mSv (MOUNTFORD, 1997).
Utilizando simulação computacional através do simulador MIRDOSE 3.0 é
possível estimar a dose efetiva para homens submetidos a exame de cintilografia
óssea utilizando 99mTc-MDP é de 4,75 Sv/MBq e para mulheres é de 6,19Sv/MBq,
para pacientes submetidos a exames de cintilografia renal com 99mTc-DMSA a dose
efetiva para mulheres é de 10,7Sv/MBq e para homens é de 9,12Sv/MBq
(STABIN, 1999).
42
Todos estes estudos referem-se a uma dosimetria interna ou muito próxima da
superfície do paciente, mas com a preocupação com relação a dose efetiva a que o
paciente é submetido durante um procedimento de medicina nuclear. Poucos
estudos representam a dose efetiva a que o profissional de medicina nuclear é
submetido durante a realização dos exames.
No artigo de Chiesa (CHIESA, 1997) foi feito estudo, onde a monitoração do
nível de dose foi realizada com um monitor pessoal do tipo Geiger-Müller, Stephen
X, que fora posicionado no profissional. Este dispositivo acumulava a radiação
recebida durante a realização do exame sendo possível estimar a dose do
profissional por exame. Não fora observado uma distância padrão para as leituras
realizadas durante os exames, sendo que o autor realizou um procedimento
comparação do monitor utilizado com duas câmaras de ionização, uma Victoreen
471 e outra Victoreen 450P, e um contador proporcional EG&G Berthold Umo
LB123. Realizando medidas a 60 cm para 99mTc e 131I e a 80 cm para 18F, no ar e
utilizando um phantom de água, realizando medidas e comparando seus valores. Os
monitores foram utilizados para medir a taxa de dose e fora observado uma
diferença de resposta quanto ao espalhamento da fonte e a flutuação direcional. Foi
observado um decréscimo nos valores medidos com o monitor Geiger-Müller em
relação aos demais quando realizando medidas com o 99mTc, um acréscimo quando
comparado aos demais medindo taxas de dose relativas ao 131I e um baixo
decréscimo para medidas com 18F.
No seu trabalho fora monitorado dois profissionais que realizavam exames com 99mTc, 18F, 67Ga e 131I. Observando certas características dos exames, como:
atividade média administrada, o tempo de espera do paciente após administração do
radiotraçador, o tempo de exame, o número de exames e a dose por exame. O
profissional era monitorado com um detector Geiger-Müller do tipo pager e após
cada procedimento era verificado o valor da dose deste profissional para a
realização do exame, expressando assim um valor médio. Para os mesmos exames
pesquisados neste trabalho a dose encontrada fora de (0,3 0,2) Sv para exames
de cintilografia óssea com 99mTc-MDP, de (0,3 0,3) Sv para exames de
cintilografia renal utilizando 99mTc-MAG3.
43
2.6 DOSIMETRIA PESSOAL
A dosimetria pessoal tem por finalidade monitorar o profissional
ocupacionalmente exposto determinando a dose absorvida durante sua jornada de
trabalho. Mantendo assim um registro dosimétrico deste profissional de acordo com
as leis trabalhistas (BRASIL, 1982).
Este procedimento é feito através do cadastramento do Serviço junto a CNEN,
onde é especificado o tipo de Serviço e os responsáveis legais por ele.
Posteriormente ocorre a contratação da empresa especializada em dosimetria
pessoal cadastrada junto a CNEN para a realização do serviço. Todos os
profissionais que trabalham no Serviço passam a ser cadastrados na empresa
prestadora e esta disponibilizará um dosímetro pessoal, do tipo TLD (Lif ou CaSO4)
ou filme, para cada profissional que será substituído mensalmente.
A utilização dos dosimetros do tipo TLD é o mais aplicado uma vez que, são
reutilizáveis e possuem uma capacidade de armazenamento das informações por
um período superior a 30 dias (CAMERON, 1968).
Cada profissional possui seu dosímetro e este não pode ser compartilhado com
outro profissional durante o período de monitoração, pois a dose acumulada durante
este período não pode ser determinada para uma utilização entre dois profissionais
distintos, nem este tipo de monitoração poderá determinar o dia ou período de maior
exposição do profissional durante a realização de seus serviços. O dosímetro deve
ser utilizado sobre o avental plumbífero na altura da lapela do jaleco, de acordo com
o modelo dosimétrico vigente.
É recomendada a não utilização do dosímetro fora das dependências do Serviço
ou sua exposição ao sol ou a umidade. A radiação solar será detectada pelo
dosímetro acarretando em uma leitura de dose maior do profissional e a umidade
pode afetar as características físicas do dosímetro mascarando suas propriedade de
detecção da radiação.
De acordo com o nível registrado a empresa prestadora de serviço realiza
recomendações para o supervisor de radioproteção do Serviço. Sendo considerado
como nível de radiação de fundo leituras inferiores a 0,2 mSv, mesmo assim utiliza-
se um dosímetro igual aos utilizados pelos profissionais que ficará exposto em um
44
quadro onde estão guardados todos os dosímetro que não estão sendo utilizados, a
dose registrada por este dosímetro é subtraída da dose dos dosímetros utilizados
pelos profissionais.
Para níveis até 4,0 mSv o profissional está dentro dos limites permissíveis pela
norma CNEN-NN-3.01 (CNEN, 2005), para níveis entre 4,0 mSv à 50,0 mSv o
profissional é investigado para determinar qual o motivo de uma maior exposição e
acompanhamento de sua leitura dosimétrica no mês subseqüente, para níveis entre
50,0 mSv à 100,0 mSv é realizada uma investigação do profissional a fim de
terminar as causas de sua elevada exposição, acompanhamento de exames
laboratoriais e envio de todos os dados para a Coordenação Geral de Análise de
Doses Elevadas (GADE/CNEN) e para doses acima 100,0 mSv é recomendado que
entre-se em contato imediato com a GADE/CNEN para determinação das medidas a
serem tomadas.
2.7 CARACTERIZAÇÃO DO HOSPITAL CENTRAL DO EXÉRCITO
O Hospital Central do Exército, fundado em 22 de janeiro de 1769, é a mais
antiga Organização Militar de Saúde do Sistema de Saúde do Exército Brasileiro,
uma das forças singulares, integrantes do Ministério da Defesa.
O HCE centraliza a assistência hospitalar a militares e pensionistas do Exército
Brasileiro e seus dependentes sediados na 1ª Região Militar no Rio de Janeiro e
todo Brasil, quando esgotados os meios de diagnóstico e tratamento local.
A clientela do HCE é composta principalmente por militares da ativa e seus
dependentes; militares inativos e seus dependentes; pensionistas; militares do
efetivo variável; alunos de escolas de formação; militares de outras forças; militares
de nações amigas em missão no Brasil; funcionários civis do Exército Brasileiro e
seus dependentes; ex-combatentes; pacientes do Sistema único de Saúde quando
em situações de emergência nas proximidades do hospital.
O hospital tem bem definido a importância do seu papel no meio militar por
intermédio de seu relacionamento com as demais Organizações de Saúde do
Exército através de seus Hospitais Gerais e Guarnições, Policlínicas e Seções de
45
Saúde das Unidades Militares de todo o Território Brasileiro num sistema de
cooperação mútua de caráter permanente, seguindo as diretrizes do Comando do
Exército (SILVA, 2006).
46
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 ESTRUTURA FÍSICA DO SERVIÇO DE MEDICINA NUCLEAR DO HCE
O SMN do HCE, especificado na FIG. 3.1, é composto das seguintes estruturas:
(1) Sala de Espera, (2) Recepção, (3) Corredor principal, (4) Sala da Câmara Gama,
(5) Espurgo, (6) Sala da Câmara Gama, (7) Sala dos Funcionários, (8) Sala de
Laudos, (9) Laboratório de Radiofarmácia, (10) Banheiro dos funcionários, (11) Sala
de Repouso, (12) Sala de Manipulação de Radiofármacos, (13) Sala de espera para
pacientes injetados, (14) Sala de administração de radiofármacos, (15) Banheiro
para pacientes injetados, (16) Depósito de Rejeitos.
FIG. 3.1: Esquema do Serviço de Medicina Nuclear do HCE
A sala da Gama Câmara Nucline DH, do fabricante Mediso, possui dois
terminais de computador ligados ao equipamento, um próximo ao equipamento
(terminal de aquisição) e outro mais afastada que é o terminal de processamento. Ao
47
lado do terminal de processamento existe outro terminal para ser utilizado para
trabalhos internos do Serviço. Os colimadores estão localizados próximos a Gama
Câmara, facilitando sua troca quando necessário. Existe uma porta de acesso ao
corredor externo do Serviço, esta não é utilizada no trabalho diário, apenas quando
necessário na substituição de equipamentos e suas paredes e porta são blindadas
com chumbo.
A sala da Gama Câmara Nucline DH é utilizada para a realização da maioria dos
exames, para a realização dos exames de tireóide é utilizado a sala da Gama
Câmara Nucline TH. A sala ainda possui uma esteira ergométrica, uma maca para a
realização dos exames complementares da cintilografia cardíaca e suas paredes e
porta são blindadas.
O laboratório de radiofarmácia está desativado no momento, uma vez que o
Serviço não possui profissional habilitado para a função. Assim como a sala de
Repouso que deveria ser utilizada para o processo de inalação utilizada em
cintilografias pulmonar inalatórias não esta sendo utilizado mesmo possuindo a
estrutura adequada de exaustão. A sala está sendo utilizada apenas para a
realização do procedimento de repouso em cintilografias cerebrais.
A sala de manipulação de Radiofármacos é acessada somente por pessoal
autorizado, possui tanque para o depósito dos materiais contaminados, uma
geladeira para armazenamento e conservação dos kits, um medidor de atividades,
uma pia com fundo de 1,0 m para que não possibilite respingos durante o processo
de lavagem de algum material contaminado e capela onde são manipulados os
radiofármacos. A sala ainda possui uma pequena janela de acesso por onde a
seringa contendo o radiofármaco é transferida para a sala de administração.
A sala de administração dos radiofármacos é ocupada pela equipe de
enfermagem para a realização dos procedimentos de administração do
radiofármaco. A equipe de enfermagem informa o paciente sobre os procedimentos
do exame e o encaminha para a sala de espera e indica o banheiro de uso exclusivo
do mesmo.
Já o depósito de Rejeitos é utilizado para o armazenamento dos geradores e
materiais utilizados no transporte do 131I, ou doses terapêuticas.
Todas as estruturas mencionadas anteriormente possuem suas paredes
blindadas, assim como piso não-poroso e os cantos das paredes arredondados para
48
facilitar a limpeza em caso de contaminação.
3.2 ESTRUTURA FÍSICA DO SMN-HCE DO PONTO DE VISTA RADIOLÓGICO
Durante os procedimentos de reconhecimento do Serviço e do levantamento
radiométrico do mesmo, observou-se sua estrutura física do ponto de vista
radiológico. Observado-se os ambientes e quais medidas foram adotadas para a
proteção radiológica dos pacientes e acompanhantes, como dos profissionais que ali
trabalham.
Na FIG. 3.2 é mostrado o esquema do Serviço suas respectivas blindagens. Os
dados demonstrados na FIG. 3.2 são de exclusiva observação por parte do autor
deste trabalho. As paredes das áreas controladas foram todas baritadas, sendo
representado na figura pela cor preta, já as portas que dão acesso às áreas
controladas, foi utilizado chumbo como material de blindagem, sendo representado
pela cor vermelha. As salas 4, 6 e 11 possuem paredes e portas blindadas com
chumbo, além de que os pisos da salas 12, 13, 14 e 15 possuem placas de chumbo
de 6,0 mm.
FIG. 3.2: SMN do HCE com suas respectivas blindagens
49
Juntamente com a análise das blindagens existentes no Serviço, fora realizado
um levantamento radiométrico com a câmara de ionização Babyline 81 e 2130 Mini-
ION, juntamente com o Identificador IndentiFINDER. De acordo com norma CNEN-
NN-3.01 (CNEN, 2005) o supervisor de radioproteção irá determinar os limites a qual
considera área controlada ou área livre. Neste trabalho resolvemos adicionar uma
área supervisionada independente do projeto realizado pelo Supervisor de
Radioproteção do Serviço, esta área com relação aos níveis de radiação de fundo é
considerada como livre, sendo apenas uma área controlada quando existir a
permanência de um paciente irá realizar algum procedimento no Serviço e já tenha
recebido à administração do radiofármaco.
Foi considerado como valores de radiação de fundo os níveis inferiores à 0,6
Sv/h, representados pela cor verde, área supervisionada com valores superiores à
0,6 Sv/h e inferiores à 0,8 Sv/h, sendo representado pela cor amarela e a área
controlada fora determinada para valores superiores à 0,8 Sv/h, como é observado
na FIG. 3.3. Os níveis são estipulados pelo autor deste trabalho, já que a norma não
determina um nível e não foi utilizado os níveis estipulados pelo Supervisor de
Radioproteção do Serviço.
FIG. 3.3: Descriminação dos ambientes de acordo com o nível de radiação de fundo encontrado.
50
Durante o procedimento de levantamento radiométrico utilizando a câmara de
ionização 2130 Mini-ION observou-se que seus valores não eram similares aos da
câmara de ionização Babyline 81 e ao identificador identiFINDER, apresentando
valores inferiores aos registrados, além de que sendo manuseada apresentava uma
grande flutuação no seu leitor analógico. Devido a este motivo sua utilização não foi
recomendada neste trabalho.
Na sala de número 13, sala de administração de radiofármaco, durante o
levantamento radiométrico os níveis da sala foram elevados, utilizando o
identificador identiFINDER, fora possível determinar que o acréscimo da radiação de
fundo deste ambiente era proveniente de uma falha na blindagem realizada na
parede da sala de manipulação, número 12. Como medida de segurança optou-se
por adicionar tijolos de chumbo próximo a parede, corrigindo a falha na blindagem.
3.3 ESTUDO DO TEMPO DE OCUPAÇÃO DAS SALAS DO SMN-HCE
Através do acompanhamento diário durante o período de 02 de Abril a 04 de
junho de 2007, observou-se que os funcionários possuíam uma ocupação média nas
salas do Serviço como demonstra a TAB. 3.1. Como os tempos são variáveis optou-
se pela adoção de intervalos, de 0 a 5 minutos fora nomeado como ocupação rara,
normalmente neste intervalo estão situadas ações como informações rápidas ao
paciente injetado e passagem por regiões onde existe a presença de fontes. De 5 a
15 minutos ocupação esporádica, refere-se a ações de injetar o paciente, conduzir o
paciente injetado até a sala de exames e aquisição do histórico médico do paciente
pós-exame. De 15 a 30 minutos ocupação relativa, refere-se as ocupações normais
de manipulação do radiofármaco e execução dos exames e acima de 30 minutos
ocupação plena, é para exames muito demorados para realização e permanência
além do necessário.
Os profissionais de enfermagem estão destinados a ocupação da sala de
exames quando necessária sua presença, na sala de administração de
radiofármacos sua presença é permanente em todos os momentos em que fora
51
administrado o radiofármaco ao paciente, sendo que a equipe de enfermagem é
composta por uma enfermeira e duas técnicas de enfermagem que se revezam na
execução de suas funções.
O Serviço possui um técnico responsável pela execução dos exames juntamente
com os médicos, sendo responsável pelo preparo das doses administradas aos
pacientes para a realização dos exames, no caso de sua impossibilidade o médico
assume esta função e é responsável pelo controle das fontes radioativas e rejeitos
radioativos gerados pelo Serviço.
Os médicos são em número de três, sendo responsáveis pela implantação do
programa de garantia da qualidade, responsáveis pela eluição do dia e preparo da
dose quando o técnico não esta presente, além da função de acompanhamento dos
exames e diagnóstico.
A sala de espera para os pacientes injetados não possui ocupação plena por
parte dos profissionais, isso porque este ambiente quando ocupado por pacientes é
apenas rota de passagem para o profissional ir à sala de manipulação ou para a sala
de rejeitos, assim como o funcionário da limpeza não está autorizado a executar seu
trabalho naquele ambiente até que o último paciente retire-se do Serviço.
Analisando os dados da FIG. 3.2 juntamente com os dados referentes a TAB.
3.1 foi possível determinar onde seriam realizadas as medidas, demonstradas na
FIG. 3.4. Onde as salas em vermelho representam as regiões onde será feita a
monitoração diária, a região em amarelo será feita um levantamento radiométrico a
fim de verificar a contribuição a que o profissional é submetido e as regiões em
verde não serão monitoradas em virtude de que os níveis de radiação são
equiparáveis à radiação ambiental, valores encontrados na região exterior ao
Serviço.
52
TAB. 3.1: Resultado do acompanhamento diário sobre os tempos de ocupação dos profissionais e pacientes no SMN. Na tabela: Rara, representa um intervalo de permanência de 0 a 5 min; Esporádica, representa um intervalo de 5 a 15 min; Relativa, representa um intervalo entre 15 a 30 min e Plena, representa um intervalo superior a 30 min.
Tempo de Ocupação Espaço Físico Paciente Funcionário
do Serviço Injetado Técnico Enfermagem Médicos
Limpeza Sala de espera Rara Rara Rara Rara Rara Recepção Rara Rara Rara Rara Rara Corredor principal Rara Esporádico Esporádico Esporádico Rara Sala da Gama Câma- ra DH
Plena Plena Esporádico Plena Rara
Espurgo Rara Rara Rara Rara Esporádico Sala da Gama Câma- ra TH
Plena Plena Esporádico Plena Rara
Sala dos funcionários Rara Esporádico Plena Esporádico Plena Sala de laudos Rara Esporádico Esporádico Plena Rara Laboratório de radio- farmácia
Nula Rara Rara Rara Rara
Banheiro dos funcio- nários
Nula Esporádico Esporádico Esporádico Esporádico
Sala de repouso durante exame
Esporádica Esporádico Esporádico Esporádico Rara
Sala de manipulação de radiofârmacos
Nula Plena Rara Esporádico Nula
Sala de espera para pacientes injetados
Plena Esporádico Esporádico Rara Rara
Sala de administração de radiofârmacos
Esporádica Rara Plena Rara Rara
Banheiro para pacien- tes injetados
Esporádico Rara Rara Rara Rara
Depósito de rejeitos Nula Esporádico Nula Rara Nula
53
FIG. 3.4: Resultado da análise dos dados referentes aos pontos de maior exposição do profissional.
3.4 METODOLOGIA PARA COMPARAÇÃO ENTRE OS MONITORES
A fim de determinar se a C.I. Babyline 81 do IME poderia ser empregada para a
realização do trabalho sem o comprometimento das medidas, optou-se por realizar
uma pesquisa de comparação entre os monitores, tendo por base o contilômetro
IndentiFINDER, uma vez que o seu valor de incerteza de acordo com o manual é o
menor entre todos os detectores.
Para isso montamos um arranjo experimental (AR) onde era variada a distância
fonte-detector e comparado os resultado. A superfície onde foi montado o arranjo
experimental é impermeável e de fácil limpeza caso ocorre-se qualquer tipo de
vazamento da substância radioativa. Desta forma utilizamos uma bancada de inox,
sabendo assim este fator provocará um aumento na radiação espalhada, já que os
fótons irão interagir com a superfície e devido ao predomínio de Efeito Fotoelétrico,
teremos uma maior quantidade de espalhamento. Mas esta característica se
mantém constante para todos os monitores. Por se tratar de apenas uma
comparação desprezamos esta característica em nossos resultados.
54
Utilizou-se uma garra metálica para fixar a fonte a uma altura de 15,0 cm da
superfície de inox da mesa, da mesma forma que outro suporte metálico fora
utilizado para manter os detectores na mesma altura da fonte. O AR utilizado é
mostrado na FIG. 3.5, onde podemos observar que a fonte de radiação é o próprio
frasco do eluido do dia, que possui um volume total de 30,0 cm3.
FIG. 3.5: Arranjo experimental montado para realização da comparação entre os detectores.
No caso da FIG. 3.5, a C.I. presente é um modelo da RadCal Corporation 180cc,
que fora descartado de nossas medidas uma fez que apresentava em sua eletrônica
um grande valor de fuga.
3.5 DESCRIÇÃO DA GEOMETRIA DE AQUISIÇÃO DOS DADOS
Após a análise dos dados obtidos através do acompanhamento diário expresso
na TAB. 3.1. Foi determinado os possíveis pontos onde ficarão situados os
monitores, com uma à distância de forma que fosse possível à aquisição dos dados
sem alteração na rotina do Serviço. Da mesma forma foi realizado um levantamento
das fontes existentes no Serviço e sua localização, determinando assim a sua
55
influência nas leituras realizadas.
Na sala de exames da Gama Câmara Nucline DH, a análise diária demonstrou
que tanto o técnico como os médicos possuem um tempo de permanência
acentuado nesta região, onde um dos profissionais permanecia no terminal de
laudos e o outro no terminal de aquisição, ocorrendo o revezamento de acordo com
o procedimento. Optando-se por colocar os monitores próximo ao terminal de
aquisição de dados, estando os monitores direcionados para a região sensível da
câmara gama, a uma distância de 1,0 m do ponto central do detector da gama
câmara.
A FIG. 3.6 mostra o esquema da sala de exames da gama câmara DH. A sala
possui um terminal de processamento composto por uma mesa, cadeira, um
microcomputador e uma impressora, este terminal é conectado ao terminal de
aquisição e processamento da gama câmara TH e a um terminal de processamento
instalado na sala dos médicos.
O terminal de processamento só é utilizado para o processamento das imagens
e impressão das mesmas. O terminal de Aquisição é utilizado apenas para a
execução dos protocolos de aquisição dos exames. O terminal para Laudos é
constituído de uma cadeira, mesa, um microcomputador e uma impressora, é
utilizado para a digitação dos laudos dos exames e esta conectado a internet. Os
três terminais são acessados pelos médicos e pelo técnico do Serviço apenas, os
demais profissionais não possuem acesso a estes terminais. A caixa de alta tensão
esta posicionada na parede a uma altura de 1,40 m do piso, nesta está posicionado
o controle do ar condicionado para manter a temperatura constante da sala em
23ºC.
Os colimadores na FIG. 3.6 já estão demonstrados na posição onde
permaneceram durante a realização das medidas, mas anteriormente encontravam-
se entre a caixa de alta tensão e o terminal de aquisição, é necessário modificar os
colimadores de lugar, pois estes estavam muito próximos a região de medida e
poderia provocar retroespalhamento da radiação, interferindo nos resultados. Esta
modificação não favoreceu nenhuma alteração na rotina de trabalho dos
profissionais.
A Gama Câmara encontra-se posicionada na forma como está representada na
FIG. 3.6, sendo que à parte que esta próxima da cabeça da gama câmara pode ser
56
deslocada na direção da parede ou na direção oposta, para o procedimento de troca
dos colimadores e para a realização dos testes do controle de qualidade da mesma.
FIG. 3.6: Esquema da sala de exames da gama câmara DH.
Foi verificado que a gama câmara apresentava problemas técnicos que
impediam uma realização plena dos exames, este fator explica a grande
permanência de um dos profissionais próximo ao terminal de aquisição durante a
realização dos dados.
No equipamento não está funcionando a função de corpo inteiro, o que permite a
maca deslizar durante a realização da aquisição da imagem de uma cintilografia
óssea de corpo inteiro. Desta forma tornasse necessário a aquisição de várias
imagens estáticas para a realização do laudo médico. Este defeito só influência na
realização do exame de cintilografia óssea, nos demais exames este defeito não
influência nas suas aquisições.
Na sala de exames da gama câmara Nucline TH é realizado os exames de
cintilografia de tireóide e o protocolo de esforço do exame de cintilografia de
coração. Devido a problemas na gama câmara, os exames de tireóide estão
suspensos.
Na FIG. 3.7, está demonstrado o posicionamento da Gama Câmara TH e a
57
posição de seu detector, a maca que pode ser utilizada tanto para a execução de
algum exame como para a realização do teste de esforço farmacológico utilizado na
execução do exame de cintilografia cardíaca, assim como a esteira ergométrica
utilizada para o teste de esforço sem a utilização de componentes farmacológicos.
O terminal de aquisição e processamento possui uma cadeira, mesa e um micro
computador com conexão para o terminal de processamento da sala da gama
câmara DH. O terminal de monitoramento cardíaco não possui conexão com os
demais terminais, sendo utilizado apenas para o acompanhamento cardíaco do
paciente durante os testes de esforço.
Como observado na FIG. 3.7, esta sala não possui grandes dimensões físicas, o
paciente e o técnico ficam durante toda a realização do exame com uma distância
de separação entre eles inferior a 1,0 m fator determinante para uma maior
exposição durante a realização do exame.
FIG. 3.7: Esquema da sala demonstrando o posicionamento da gama câmara TH, utilizada para a realização dos exames de tireóide.
O terceiro ponto de medida é o laboratório de manipulação de radiofármacos,
representado na FIG. 3.8. Esta sala possui dimensões pequenas, desta forma
localizamos os detectores posteriormente a região de maior permanência do
funcionário encarregado da manipulação. Foram realizadas medidas sem a
58
presença do técnico na sala, sendo possível aproximar os detectores da mesa de
manipulação, verificando assim o nível de radiação a que o técnico é submetido sem
que esteja manipulando alguma radiofármaco.
Para o posicionamento do monitor na sala teve de ser levada em conta à altura
em que ficaria com relação à blindagem da bancada, evitando a radiação direta
proveniente da fase de eluição do gerador.
Foi realizado um levantamento radiométrico antes de realizar as medidas nesta
sala, visando a confirmação da blindagem utilizada do tanque de decaimento,
utilizado para armazenamento dos materiais contaminados durante a realização dos
procedimentos do Serviço até que estes possam ser liberados.
FIG. 3.8: Esquema da sala de manipulação.
3.6 AVALIAÇÃO DA SALA DE MANIPULAÇÃO
Fator importante na avaliação da dose do profissional de medicina nuclear é o
levantamento dos níveis de exposição a que o trabalhador é submetido dentro do
ambiente da sala de manipulação de radiofármacos.
Por não ser um ambiente de maior permanência do profissional durante sua
rotina diária e que dependendo do tipo de SMN, esta função é executada por outro
profissional encarregado apenas deste trabalho, no caso um radiofarmacêutico ou
um técnico especializado nos procedimento. No SMN do HCE esta função é
realizada pelo técnico, em sua falta é realizado pelo médico responsável pela
execução dos exames no dia.
59
Para determinar com exatidão os níveis de radiação à que esta profissional é
exposto diariamente, foi realizado um acompanhamento diário dos níveis de taxa de
dose durante suas etapas de trabalho dentro da sala de manipulação.
1) Mediram-se os níveis de radiação de fundo, realizando leituras antes que o
responsável fizesse a eluição do 99mTc do dia.
2) Durante o processo de eluição e preparo das doses, foram feitas leituras de
forma a estimar a dose recebida pelo profissional durante esta atividade.
3) Após término de suas funções foram realizadas medidas do nível de radiação
de fundo e novamente foram feitas medidas do nível de radiação de fundo no final
do expediente do Serviço.
Para evitar qualquer tipo de interferência da radiação oriunda do espalhamento,
foi posicionado o monitor a altura de 0,80 m do chão, região das gônodas, e a uma
distância de 1,60 m do balcão de manipulação, esta distância foi necessário, pois
devería realizar as leituras durante os procedimentos e não poderia atrapalhar a
rotina do profissional. A geometria de aquisição dos dados referentes à sala de
manipulação estão demonstrados na FIG. 3.9.
FIG. 3.9: Geometria utilizada para as leituras da Sala de Manipulação.
Após a escolha do local de leituras, foi realizada uma vistoria para determinar
possíveis focos de contaminação ou de fontes que viessem a alterar os dados
obtidos. Sendo assim verificaram-se os níveis de radiação do tanque de decaimento
que se encontram posterior ao detector e fora retirado da sala o fantoma flud. Este
60
fantoma é utilizado para o teste de uniformidade de campo e poderia estar localizado
na sala de decaimento, mas devido as suas dimensões os profissionais optaram por
deixá-lo na sala de manipulação. Optamos por retirar o fantoma durante a realização
das medidas de modo que não interferissem, mesmo assim realizamos uma
varredura na superfície do fantoma com um medidor Geiger-Müller. Segundo norma
CNEN-NE-6.05, os níveis de radiação devem estar abaixo de 30 Kcpm durante a
varredura em sua superfície para que o material possa ser liberado para descarte
como lixo hospitalar.
Para a obtenção dos dados dentro da sala de manipulação, optou-se por realizar
10 medidas a cada 30 s em cada fase do processo diário mencionado
anteriormente. Realizando um total de 50 leituras durante o dia, sendo 40 leituras
durante 20 min do período da manhã e 10 leituras durante 5 min no período final do
expediente, durante o período de segunda-feira até quinta-feira durante duas
semanas.
3.7 METODOLOGIA PARA A AQUISIÇÃO DOS DADOS DURANTE OS EXAMES
Todos os exames monitorados foram feitos com 99mTc, evitando assim
diferenciação quanto ao tipo de energia trabalhada ou quanto ao protocolo de
realização dos exames. Optando-se por monitorar o exame em que fora
administrada a maior atividade e o exame em que fora administra a menor atividade
ao paciente, sendo assim a monitoração dos exames de cintilografia óssea de corpo
inteiro e dos exames de cintilografia renal, nos dois protocolos de DTPA e DMSA.
Para isso foi posicionado os monitores a 1,0 m de distância do gantry da gama
câmara, a uma altura do chão de 0,80 m, como mostra a FIG. 3.10. Selecionou-se
no equipamento os valores de taxa de dose e realizamos as leituras sucessivas ao
longo do tempo de execução de cada exame.
61
FIG. 3.10: Arranjo experimental utilizado na sala de exames para a realização das medidas durante os exames.
A gama câmara do SMN ainda apresentava um problema na cabeça 2 do
equipamento que inviabilizava que a mesma fosse utilizada para a aquisição de
alguma imagem, determinando assim que todos os exames fossem realizados com
apenas a cabeça 1 do equipamento. Ocasionando com isso um aumento no tempo
de aquisição das imagens, principalmente das cintilografias que necessitassem de
uma varredura de corpo inteiro, como cintilografia óssea e cintilografia com 67Ga.
Estes exames estavam sendo realizados com o dobro do tempo que poderiam
ser realizados, limitando o número de pacientes atendidos durante o dia. O que
causava um prejuízo no Serviço, já que estavam sobrando doses nos kits
preparados para a realização dos exames do dia. Da mesma forma que a opção
scan do equipamento não estava operacional, o que resultava em um aumento de
período de ocupação da sala para a realização dos exames.
3.7.1 CINTILOGRAFIA ÓSSEA
Como no Serviço existe dois médicos e de escolas diferentes, ocasionou a
situação de para o mesmo exame termos dois protocolos diferentes de execução
das imagens. O protocolo 1 feito através do número fixo de contagens, para cada
estrutura do corpo humano, resultando normalmente em 14 imagens, todas com
62
500.000 contagens. Já o protocolo 2 optava por realizar uma primeira imagem na
região do tórax com 500.000 contagens, marcar o tempo até que estivesse
concluída e fazer as demais imagens com este tempo, totalizando também um
número de 14 imagens por paciente.
Devido a estes fatores, realizou-se três medidas em intervalos de 1 minuto para
cada parte do corpo posicionada para ser realizada à aquisição, resultando numa
média de 42 medidas para cada exame, excluído imagens estáticas realizadas após
a varredura total do exame e dependendo do exame do período de aplicação do
radiofármaco para a realização do fluxo ósseo.
Desta forma realizou-se para o exame de cintilografia óssea três análises
distintas, a primeira quanto aos níveis de exposição durante a realização do exame
de fluxo ósseo, a segunda foi com relação aos níveis de exposição utilizando-se o
protocolo 1 e a terceira com relação aos níveis de exposição utilizando-se o
protocolo 2.
Para a determinação dos níveis de exposição durante a realização do exame de
fluxo ósseo, realizou-se a leitura dos níveis de taxa de dose a cada 1 min, já que
esta fase do exame caracteriza-se por um protocolo dinâmico e mais duas imagens
estáticas e os valores das leituras eram anotados na planilha de aquisição de dados
demonstrada no ANEXO B.
Para a realização das medidas das taxa de dose para o protocolo 1 e para o
protocolo 2 optamos por realizar três leituras em intervalos de 1 min para cada
seção do corpo que estivesse sendo feita a aquisição e os valores das leituras eram
anotados na planilha de aquisição de dados demonstrada no ANEXO C.
O protocolo base do Serviço determina que seja administrado 30,0 mCi de 99mTc-MDP, de forma endovenosa, aguardando 3 horas para realização das
imagens, sendo que as imagens podem ser obtidas através do valor fixo de
contagens ou através de uma tempo fixo de captação.
3.7.2 CINTILOGRAFIA RENAL COM DTPA
Como a cintilografia renal com DTPA é um exame dinâmico, onde se injeta o
radiofármaco na hora em que o paciente já esta posicionado na maca para a
63
realização do exame, optou-se por realizar a leitura das taxas de dose em intervalos
de 2 min. O protocolo utilizado é de um exame dinâmico com 40 min de duração e
uma Atividade média administrada de 11 mCi [407 MBq] de 99mTc e os valores das
leituras eram anotados na planilha de aquisição de dados demonstrada no ANEXO
D.
Para este caso de exame não ocorreram prejuízos devido as característica da
câmara gama, com defeito, já que a cabeça do gantry é posicionado na região
posterior e permanece na mesma posição durante toda a realização do exame,
salvo para casos especiais que necessitem de alguma alteração de seu
posicionamento.
Permitindo assim que realizássemos uma simulação das reais condições de
realização do exame nos mais diversos SMN do país, sendo este um bom exemplo
de comparação dos níveis de taxa de exposição que podem ser encontrados nos
demais Serviço.
3.7.3 CINTILOGRAFIA RENAL COM DMSA
Para a análise do nível de exposição na realização do exame de cintilografia
renal com DMSA, observou-se a administração de uma atividade média de 8,0 mCi
[296 MBq] e um tempo de espera para a realização do exame de 5 horas.
Por ser um exame com imagens estáticas, optamos por realizar três leituras a
cada 1,0 min para cada posição do gantry, e os valores das leituras eram anotados
na planilha de aquisição de dados demonstrada no ANEXO E.
Os níveis não se mostraram homogêneos uma vez que é realizada uma
aquisição anterior, posterior, obliqua direita e obliqua esquerda, sendo assim durante
a realização da aquisição das imagens oblíquas posterior direita (OPD) e oblíquas
posterior esquerda (OPE), a outra cabeça da câmara gama ficava blindando a
radiação que chegava aos detectores.
64
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 COMPARAÇÃO ENTRE DETECTORES
Foi realizado a comparação primeiramente entre o monitor IdentiFINDER com a
Câmara de Ionização Babyline 81, sendo que a câmara de ionização, devido ao seu
volume sensível, optamos por utilizá-la para fator de comparação de duas posições
distintas: Uma como é apresentada pelo fabricante, em que direcionamos a câmara
na mesma direção da fonte, chamada esta posição de frontal nas medidas e a outra
forma é posicionar a C.I. de forma perpendicular em relação a fonte, que fora
chamada nos dados de posição lateral.
A alteração na forma de leitura da C.I. ocorreu devido ao fato de que
posicionada da forma frontal, não era possível a leitura de seus valores sem que
ocorresse um erro devido ao ângulo de visão, pois a parede do SMN encontrava-se
muito perto do detector. Desta forma optou-se pela realização das medidas com a
C.I. posicionada de forma lateral a fonte de irradiação, de forma a minimizar este
erro de leitura em nossas medidas.
Variando a distância fonte-detector a cada 20,0 cm, utilizando uma fonte de 99mTc com atividade de 5,05 mCi [187 MBq], estão expressos na Tabela 4.1.
Através do estudo demonstrado na TAB. 4.1, é possível determinar que a
câmara de ionização Babyline 81 pode ser utilizada, tanto na posição frontal como
na posição lateral para a distância de 1,0 m, distância esta utilizada na maior parte
das medidas demonstradas neste trabalho, sem interferência em seus resultados.
65
TAB. 4.1: Valores médios das leituras das Taxas de Dose para a Câmara de Ionização Babyline 81 na posição frontal e lateral, com o Cintilômetro.
Câmara de Ionização Câmara de Ionização Cintilômetro Distâncias Babyline 81 (frontal) Babyline 81 (lateral) IndentiFINDER
m Sv/h ±incerteza Sv/h ±incerteza Sv/h ±incerteza 0,2 136,85 13,685 84,00 8,400 71,42 0,357 0,4 32,57 3,257 25,42 2,542 21,72 0,109 0,6 10,28 1,028 9,14 0,914 10,22 0,051 0,8 6,14 0,614 5,71 0,571 5,98 0,030 1,0 4,28 0,428 4,28 0,428 3,93 0,020 1,2 3,14 0,314 2,85 0,285 2,82 0,014 1,4 2,28 0,228 2,28 0,228 2,09 0,010 1,6 2,00 0,200 1,85 0,185 1,60 0,008 1,8 1,28 0,128 1,42 0,142 1,27 0,006 2,0 1,14 0,114 1,00 0,100 1,02 0,005 2,2 0,85 0,085 1,00 0,100 0,85 0,004 2,4 0,57 0,057 0,85 0,085 0,72 0,004
FIG. 4.1: Gráfico demonstrativo dos dados obtidos na comparação entre os detectores: Babyline 81 frontal, Babyline 81 lateral e IndentiFINDER para as distâncias em que fora realizado as medidas deste trabalho.
É observado na FIG. 4.1, de que a C.I. Babyline 81 possui seus valores
próximos ao do Cintilador IndentiFINDER, estando dentro da faixa dos 10% de erro.
Para manter uma boa linearidade nos resultados, optamos por realizar a
comparação entre a C.I. Mini-ION com o cintilômetro IndentiFINDER com outra fonte
de 99mTc, para que não ocorresse algum prejuízo nos dados com relação ao
66
decaimento natural do mesmo. Para isso foi utilizado uma fonte de 9,15 mCi
[338 MBq]. Mantendo o mesmo arranjo experimental da comparação anterior e fora
obtido os resultados, demonstrados na TAB. 4.2 e FIG. 4.2.
TAB. 4.2: Resultados obtidos com a comparação entre a câmara de Ionização 2130 Mini-ION e o cintilador IndentiFINDER.
Câmara de Ionização Cintilador Distância Thermo Coorporation IndentiFinder
m Sv/h ±incerteza Sv/h ±incerteza 0,4 22,50 2,250 28,68 0,143 0,6 11,50 1,150 15,68 0,078 0,8 7,50 0,750 9,98 0,050 1,0 5,00 0,500 6,92 0,035 1,2 3,50 0,350 5,18 0,026 1,4 3,00 0,300 4,31 0,022 1,6 3,00 0,300 3,18 0,016 1,8 2,00 0,200 2,58 0,013 2,0 1,50 0,150 2,08 0,010 2,2 1,00 0,100 1,78 0,009 2,4 1,00 0,100 1,51 0,008 2,6 1,00 0,100 1,28 0,006
FIG. 4.2: Gráfico dos valores médios obtidos para a comparação entre os valores de taxa de dose a diferentes distâncias, para a C.I. Mini-ION e o cintilador IndentiFINDER para a região de medidas desta pesquisa.
67
Como se observa na FIG. 4.2, os valores da C.I. Mini-ION são próximas ao do
cintilador IndentiFINDER, estando dentro da faixa dos 10% de incerteza,
apresentando uma melhor resposta a partir de 1,6 m.
Através deste experimento foi possível determinar a utilização da C.I. Babyline
81 para realização de nossos estudos, comprovando sua estabilidade nas leituras,
assim como sua reprodutibilidade, já que seus valores nominais durante a realização
do experimento se mantiveram fixos, contribuindo para uma média mais estável
comparada aos valores obtidos com a C.I. Mini-ION, onde seus valores nominais
apresentaram certas discrepâncias durante a leitura, sendo representativo na média
dos valores obtidos abaixo de 1,6 m de distância fonte-detector.
Durante esta fase, utilizou-se para a monitoração pessoal um dosímetro Geiger-
Müller, modelo PM1703GN utilizado para detecção gama e nêutrons, observou-se
que cada vez que ocorria deslocamento em direção a fonte o dosímetro acusava
uma baixa taxa de dose, sendo assim optou-se por compará-lo com os demais
monitores, seus valores de comparação estão mostrados na TAB. 4.3, sabendo que
não é o mesmo mecanismo de medida e nem possui a finalidade de medir a taxa de
dose ambiental, para a qual os demais detectores foram projetados.
Devido aos dados mostrados na TAB. 4.3, foi descartado o monitor PM1703GN,
como dosimetro pessoal já que a maior parte das medidas seria realizada a
distância de 1,0 m. Este monitor fora indicado para realização de maiores estudos a
fim de se verificar suas características em um ambiente mais controlado e assim
determinar os motivos para valores muito baixos de taxa de dose em distâncias
fonte-detector inferiores a 2,0 m.
68
TAB. 4.3: Leituras obtidas com uma fonte de 9,15 mCi [338 MBq] para o Geiger-Müller PM1703GN e o cintilador IndentiFINDER.
Geiger-Müller Identificador Distância
PM1703GN IdentiFINDER
(m) Sv/h Sv/h
0,2 10,96± 0,55 71,42±0,357
0,4 3,14± 0,18 21,72±0,108
0,6 1,28± 0,11 10,22±0,051
0,8 0,76± 0,09 5,98±0,030
1,0 0,49± 0,05 3,93±0,020
1,2 0,42± 0,04 2,82±0,014
1,4 0,24± 0,06 2,09±0,010
1,6 0,23 0,02 1,60±0,007
1,8 0,18± 0,01 1,27±0,006
2,0 1,49± 0,11 1,02±0,005
2,2 1,40± 0,12 0,85±0,004
2,4 0,89± 0,07 0,72±0,003
4.2 MONITORAMENTO DO PROFISSIONAL NA SALA DE MANIPULAÇÃO
Através da monitoração diária dos procedimentos e das características de
proteção radiológicas executadas pelo profissional que realiza a manipulação dos
radiofármacos pode-se estimar os pontos mais críticos neste processo.
Os dados observados durante o período de duas semanas, estão demonstrados
nos gráficos dos ANEXOS F, G, H e I, onde o nível de taxa de dose em função das
atividades exercidas pelo profissional na sala de manipulação durante a semana.
Através da analise dos gráficos é possível acompanhar os valores de taxa de
dose ao longo da semana, onde na primeira semana de monitoração a atividade do
gerador, na segunda-feira, foi de 764 mCi [2827 MBq]. Na segunda semana de
monitoração a atividade foi de 817 mCi [3023 MBq].
Demonstrando os valores mais preocupantes de taxa de dose referentes ao
processo de eluição do gerador e durante o processo de preparo das doses. No
processo de eluição do gerador a exposição pode ser minimizada ao se utilizar uma
69
proteção de chumbo por sobre o frasco durante a eluição do gerador, procedimento
este não verificado na maioria dos SMN.
Durante o processo de preparo da dose é necessário que o profissional visualize
o nível de radiação existente na seringa, sendo então necessária a sua exposição
por um período curto que vai da retirada de um certo volume radioativo, contagem
da seringa para verificar sua atividade e efetuar acertos quanto ao nível de radiação
que será administrado e deposição da seringa na blindagem de chumbo
etiquetando-a de forma que não seja trocada pela equipe de enfermagem durante
administração. Toda esta fase compreende intervalos de poucos minutos, mas a
distância da fonte ao profissional é pequena e a média dos valores máximos e
mínimos durante a semana de taxa de dose a distância em que estávamos medindo
fora de 35,0 Sv/h à 11,0 Sv/h.
A representação gráfica demonstrativa dos valores de taxa de dose ao longo da
semana em que a atividade do gerador foi de 764 mCi [2827 MBq], correspondente
aos gráficos A, C, E e G dos ANEXOS F, G, H e I respectivamente e dos valores de
taxa de dose ao longo da semana em que a atividade do gerador fora de 817 mCi
[3023 MBq], correspondente aos gráficos B, D, F e H dos ANEXOS F, G. H e I
respectivamente.
Os níveis obtidos foram considerados baixos quando comparado ao valor de
Background (BG) utilizado pela dosimetria pessoal, mas a sua repetição ao longo do
tempo pode contribuir nos efeitos hereditários, até porque todas as medidas foram
realizadas a altura de 0,80 m, compatível com a região das gônadas dos
profissionais. Na monitoração de área encontramos valores mais elevados para
alturas acima de 1,60 m uma vez que esta altura permite a influência da radiação
oriunda da capela de manipulação.
Todos os níveis de taxa de dose eram esperados, devido à observação dos
hábitos dos profissionais envolvidos nos procedimentos. Mesma constatação não
pode ser feita quanto aos níveis de BG encontrados, se for isolado os dados
relativos às taxas de dose do processo de eluição e do preparo das doses, teremos
a FIG. 4.3, esta representa somente os níveis de BG monitorados durante nossa
pesquisa.
Como é observado na FIG. 4.3, os níveis de BG logo após todo o processo de
eluição e preparo de dose é maior do que os valores obtidos antes que o profissional
70
entre na sala para realizar a manipulação. Lembrando ainda que a pesquisa foi
realizada apenas com 99mTc, não havia presença de 131I, 128I, 67Ga ou 133Sm durante
todo o processo de monitoramento.
Para uma melhor visualização dos níveis à que referimos neste trabalho,
podemos observar a TAB. 4.4, nela esboça-se o valor médio dos níveis de BG, nos
três períodos, comparando com o BG da sala antes que houvesse qualquer tipo de
manipulação, demonstrando o nível de aumento constatado.
Após análise dos dados mostrados nos ANEXOS F, G. H e I, optamos pela
realização de uma medida com a C.I. à 0,40 m de altura das fontes na segunda-
feira, resolvendo avaliar qual o nível de taxa de dose obtido quando o castelo de
chumbo está fechado e quando está aberto, obtendo o nível de taxa de dose quando
o castelo de chumbo está aberto é de 300,0 Sv/h e no mesmo período com o
castelo de chumbo fechado o nível de taxa de dose passa a ser de 20,0 Sv/h. O
procedimento foi repetido no período da tarde e fora obtido um valor de taxa de dose
de 260,0 Sv/h para o castelo de chumbo aberto e de 10,0 Sv/h para o castelo de
chumbo fechado.
Observa-se na FIG. 4.3, que no período da segunda semana relativo as leituras
realizadas na quinta-feira, o BG após o preparo e durante a tarde são superiores aos
valores encontrados na primeira semana, isso se deve ao fato de que no referido dia
não havia pacientes para a realização dos exames, sendo assim a eluição fora feita
em um horário diferente ao habitual da mesma forma que o expediente do Serviço
foi reduzido naquele dia, explicando assim os altos valores encontrados naquele dia.
71
FIG. 4.3: Níveis de radiação de fundo detectados durante o acompanhamento do profissional na sala de manipulação.
Da mesma forma que os valores referentes a quarta-feira da segunda semana,
quando o médico realizou o procedimento de eluição, os valores do BG após o
preparo e na tarde são menores do que os valores do mesmo período referentes a
primeira semana de monitoração.
72
TAB. 4.4: Valores médios dos níveis de BG para a duas semanas de monitoramento e seus respectivos acréscimos em relação ao valor de BG da manhã.
BG Manhã BG Pós Preparo BG Tarde
Valor Médio Valor Médio Acréscimo Valor Médio Acréscimo
Segunda-feira 0,68 Sv/h 4,0 Sv/h 6,0X 2,6 Sv/h 4,0X
Terça-feira 0,94 Sv/h 2,16 Sv/h 2,3X 1,5 Sv/h 1,6X
Quarta-feira 1,02 Sv/h 2,08 Sv/h 2,0X 1,38 Sv/h 1,3X
Quinta-feira 0,74 Sv/h 2,04 Sv/h 2,7X 1,3 Sv/h 1,7X
Para excluir as possibilidades de interações, blindamos todas as fontes
presentes no local, tapamos com castelos de chumbo todos os frascos que
contivessem radioatividade dentro da capela, medimos os níveis de BG e apuramos
que com todas as fontes blindadas, seu valor era comparável aos níveis de BG
antes de qualquer procedimento do dia. Retiramos boa parte do chumbo presente
dentro da capela, para evitar qualquer tipo de Raios-X característico e realizamos
novas medidas agora com as tampas dos castelos de chumbo abertos, os níveis de
BG se elevaram novamente.
4.3 NÍVEIS DE EXPOSIÇÃO PARA A EQUIPE DE ENFERMAGEM
Durante o período de monitoramento determinaram-se às situações de maior
exposição do profissional de enfermagem dentro de um SMN. Sendo responsável
pela administração do radiofármaco ao paciente, este é seu período de maior
exposição, mas utilizando-se a técnica correta os níveis de exposição do profissional
serão baixos. Uma vez que o fator de proteção radiológica distância não pode ser
aplicado a este caso, deve-se fortalecer os fatores tempo e blindagem.
Desta forma recomendações básicas como retirar a seringa contendo o
radiotraçador da proteção de chumbo apenas após possuir uma veia segura. Outra
recomendação é de que após injetar o radiofármaco se retire da sala de exames ou
da sala de administração, este hábito contribuí para a diminuição da dose recebida
73
por este profissional.
Nos exames de cintilografia óssea, onde se injeta um valor médio de atividade
de 30 mCi [1110 MBq] de 99mTc, observa-se níveis de taxa de dose como o
demonstrados na FIG. 4.4, durante a administração do radiotraçador em exames de
fluxo ósseo. É obtido um valor médio para os níveis de taxa de dose de
(5,17 0,52) Sv/h.
FIG. 4.4: Níveis de exposição para o profissional de enfermagem durante administração do radiotraçador em exames de fluxo ósseo.
Da mesma forma para a realização da cintilografia renal com DTPA, o
profissional de enfermagem é submetido a níveis de taxa de dose demonstrados na
FIG. 4.5. Realizando a média dos valores obtidos, pode-se dizer que o profissional é
submetido à níveis de taxa de dose de (2,2 0,2) Sv/h durante o processo de
administração do radiotraçador ao paciente.
74
FIG. 4.5: Nível de exposição do profissional de enfermagem durante administração do radiotraçador em exames de cintilografia renal com DTPA.
Não foi possível realizar uma avaliação sobre os demais tipos de exames, mas
através destes resultados e do acompanhamento diário, pode-se dizer que a maior
contribuição de dose neste tipo de profissional refere-se às boas práticas realizadas
durante os procedimentos de administração do radiofármaco.
4.4 EXPOSIÇÃO DURANTE CINTILOGRAFIA RENAL COM DMSA
Para a realização deste tipo de procedimento utiliza-se uma baixa atividade
administrada ao paciente, o que resulta em uma baixa exposição do profissional de
enfermagem e conseqüentemente do profissional que realiza a aquisição das
imagens.
Durante a realização do exame observou-se um valor médio de taxa de dose de
(1,20 0,12) Sv/h, mas como o gantry da câmara gama altera sua posição durante
o exame, representado na TAB. 4.5 o valor médio para cada posição referentes à
posição do gantry demonstrados na FIG. 4.6.
75
FIG. 4.6: Posições do gantry durante a realização do exame de cintilografia renal com DMSA.
TAB. 4.5: Valores de Taxa de Dose de acordo com a posição do gantry.
Posição Descrição Taxa de Dose 1 Posterior 1,34 Sv/h 2 OPE 1,10 Sv/h 3 Anterior 1,33 Sv/h 4 OPD 0,83 Sv/h
Nos exames observados a característica física do paciente variou, como
demonstra a TAB. 4.6, fator este determinante para a variação dos valores das taxas
de dose devido ao espalhamento e atenuação dos tecidos por onde a radiação
atravessa.
76
TAB. 4.6: Características físicas dos pacientes submetidos ao exame de cintilografia renal com DMSA que foram monitorados.
Peso Altura Atividade Paciente Kg m mCi 1 65 1,52 7 2 72 1,58 7 3 68 1,54 9 4 66 1,60 8 5 48 1,50 8 6 67 1,70 8 7 68 1,72 8 8 53 1,66 8 9 72 1,70 8
10 25 1,10 8
Os valores de taxa de dose para o profissional durante a realização do exame
estão demonstrados na FIG. 4.7. Observa-se uma certa relação coerente entre a
atividade administrada e o nível de taxa de dose observado.
FIG. 4.7: Níveis de taxa de dose obtidos para exames de cintilografia renal com DMSA.
Para a realização do exame o profissional responsável pela execução é exposto
a estes níveis de taxa de dose por um período médio de 18,4 min. Sendo que deste
77
tempo apenas 8,0 min o profissional está a distância representativa das leituras
realizadas neste trabalho. O tempo de espera observado foi de 5,0 horas,
contabilizados do momento da injeção até a realização do exame.
4.5 EXPOSIÇÃO DURANTE CINTILOGRAFIA RENAL COM DTPA
Para a realização do exame é administrada uma dose média de 12 mCi
[444MBq] de 99mTc, onde inicia-se o processo de aquisição quando o radiotraçador
chegar ao campo de visão da câmara gama, este tempo varia de acordo com o
paciente, não ultrapassando 2 min, período este em que o profissional de
enfermagem estará sendo exposto, como demonstra a FIG. 4.8.
Como a cabeça do detector durante a realização do exame fica posicionada na
região posterior durante todo o tempo de realização do exame, determina-se que o
fator de alteração na taxa de dose seja o espalhamento provocado pelas
características físicas do paciente, demonstrado na TAB. 4.7 e por algum problema
de filtração renal, onde o radiofármaco permaneça por um período maior no corpo
do paciente.
78
TAB. 4.7: Características físicas dos pacientes analisados e as atividades administradas.
Peso Altura Atividade Paciente
(Kg) (m) (mCi)
1 79 1,52 10
2 60 1,55 12
3 66 1,60 12
4 78 1,72 11
5 48 1,50 11
6 56 1,70 11
7 53 1,66 11
8 67 1,57 10
9 72 1,70 11
10 82 1,55 10
11 67 1,70 10
Como devido ao preparo para a realização do exame ser necessário ao paciente
à ingestão de 750 ml a 1000 ml de água, a tendência de que o mesmo saia antes do
término do exame, devido a necessidade de urinar, é muito grande. Este fator
diminui o nível de exposição do profissional devido à diminuição da atividade
presente no paciente ter diminuído.
79
FIG. 4.8: Níveis de taxa de dose observáveis para exames de cintilografia renal com DTPA.
Observa-se um valor de taxa de dose médio para a distância de 1,0 m do
paciente de (2,55 0,25) Sv/h, não se podendo afirmar se a diminuição da
exposição quando este paciente retorna para dar continuidade ao seu exame
representaria uma influência muito grande na taxa de dose obtida, já que a diferença
encontrada nos valores de taxa de dose antes de ir urinar e após retornar a sala de
exame é de 0,3 Sv/h. Como normalmente o profissional só libera o paciente para
esta prática após a aquisição de 80% do exame, nos dados estatísticos esta
alteração não provoca uma variação significativa, além de que o tempo médio de
realização de exame de 37 min diminuirá em 4 min.
No artigo de Chiesa etal (CHIESA, 1997), em que encontraram uma dose
de (0,3 0,3) Sv por exame, de 30 min, a taxa de dose foi de 0,6 Sv/h. Estes
autores trabalharam com uma atividade entre 1,0 mCi e 3,0 mCi [37,0 MBq e 111,0
MBq]. O valor da taxa de dose é aproximadamente quatro vezes inferior ao valor
obtido no trabalho.
Calculando de forma comparativa os mesmos dados é obtido um valor de dose
acumulada durante o exame de 0,64 Sv, já que a taxa de dose média é de
2,55 Sv/h e o tempo de permanência médio do profissional próximo ao paciente é
de 15 mim. Esta variação é explicada pela diferença de atividade administrada no
80
trabalho de CHIESA em relação ao nível de atividade administrado em nosso
trabalho.
Como observado o profissional de medicina nuclear durante a realização deste
exame estará somente próximo ao paciente na hora do posicionamento e retirada do
paciente, além de que certas salas de exames possuem o terminal de aquisição a
uma distância superior a 2,0 m do paciente, contribuindo para a diminuição na dose
recebida por este profissional.
Da mesma forma que a preocupação quanto ao procedimento do paciente ir ao
banheiro antes do término do exame interfira na dosimetria do profissional, pois será
necessário um novo posicionamento do paciente, conseqüentemente o profissional
estará à distância inferior a 1,0 m do paciente novamente para o mesmo exame.
Radiologicamente este hábito não é aconselhável uma vez que o profissional estará
sendo submetido a uma exposição desnecessária, mas caso não seja permitida a
ida do paciente ao banheiro, provavelmente este urinaria na mesa de exame,
ocasionado uma parada dos exames do dia até limpeza da mesa de toda radiação,
pois esta influenciaria nas futuras aquisições de imagens e a um processo de
exposição desnecessário para limpar descontaminar a superfície.
Devido a estas características é recomendável ao profissional liberar o paciente
para sair antes do término do exame caso necessário, uma vez que a exposição
devida ao processo de descontaminação da superfície e alteração de todos os
exames do dia ocasionando prejuízos maiores ao SMN, além de que a exposição
devida ao processo de reposicionamento do paciente é menor do que os níveis de
exposição a que é submetido durante o exame.
4.6 EXPOSIÇÃO DURANTE CINTILOGRAFIA ÓSSEA
Como mencionado anteriormente na análise deste tipo de exame foi feita em
duas fases, uma de fluxo e outra após 3 horas desta fase de fluxo. Para a segunda
fase do exame observou-se a adoção de dois protocolos por parte da equipe
médica, que serão analisados separadamente.
Neste tipo de exame as características físicas do paciente não influenciarão
81
apenas o espalhamento da radiação que será detectado, como também o cálculo da
atividade administrada leva-se em conta a massa corpórea do paciente, estas
características estão demonstradas na TAB. 4.8.
TAB. 4.8: Características físicas dos pacientes analisados no exame de cintilografia óssea.
Paciente Peso Altura Atividade Paciente Peso Altura Atividade (Kg) (m) (mCi) (Kg) (m) (mCi) 1 75 1,52 35 17 89 1,71 40 2 76 1,55 36 18 85 1,75 35 3 94 1,76 43 19 72 1,67 40 4 75 1,55 36 20 72 1,69 40 5 71 1,52 35 21 72 1,73 38 6 55 1,58 30 22 58 1,68 38 7 89 1,74 40 23 57 1,48 38 8 94 1,62 42 24 62 1,47 40 9 86 1,72 41 25 63 1,68 40 10 60 1,62 38 26 84 1,63 40 11 75 1,58 42 27 60 1,60 38 12 70 1,70 40 28 78 1,69 40 13 64 1,70 42 29 102 1,72 42 14 85 1,80 35 30 84 1,65 40 15 84 1,71 42 31 65 1,67 38 16 75 1,62 39 32 72 1,65 40
Através da análise dos dados da TAB. 4.8, é possível verificar um valor médio
de atividade administrada de (38,84 2,89) mCi [(1437 107) MBq] de 99mTc, este
valor encontra-se acima da faixa dos valores administrados para a realização deste
exame, assim como o tempo de espera de 3 horas e a recomendação de uma
grande ingestão de água durante o período de espera para a aquisição das
imagens.
Na fase de fluxo ósseo, apenas alguns exames necessitaram deste
procedimento. Durante esta fase o profissional é exposto aos valores de taxa de
dose mostrados na FIG. 4.5, da mesma forma que a equipe de enfermagem, com
um diferencial importante, de que o tempo de exposição a estes níveis de radiação é
de 33 min à níveis de taxa de dose de (6,0 0,6) Sv/h, sendo que durante esta
fase por se tratar de imagens dinâmicas e mais algumas estáticas, o profissional
permanece a distância de 1,0 m do paciente por um período de 15 min.
82
Devido as análises da observação diária dos procedimentos do SMN, este
tempo a distância de 1,0 m do paciente só poderá ser modificado caso o terminal de
aquisição seja posicionado a uma distância superior a atual, o que também não
adiantaria muito uma vez que dependendo do caso necessita-se de várias
aquisições estáticas localizadas, o que explica um tempo de exposição maior para
estes níveis de radiação.
A análise do Protocolo 1, realizado através da obtenção de imagens estáticas
com 500.000 contagens é demonstrado na FIG. 4.9.
FIG. 4.9: Valores médios de taxa de dose para o exame de Cintilografia Óssea utilizando-se o Protocolo 1.
Para a utilização do Protocolo 1, observou-se uma atividade média administrada
de (38,31 3,30) mCi [(1417 122) MBq] de 99mTc, apresentando uma taxa de dose
de (2,63 0,26) Sv/h e um tempo médio de aquisição de 66,3 min. Este valor alto
de tempo é decorrente da falta da função de corpo inteiro no equipamento e porque
ao mesmo tempo que regiões do corpo que possuem mais estruturas ósseas irão
necessitar de uma imagem com menor tempo de aquisição, já uma região com uma
menor quantidade óssea irá resultar em um maior tempo de aquisição da imagem, já
que esta região possui uma menor atividade.
Observou-se também que durante a utilização do protocolo 1, o profissional
83
permanece por um período médio de 16 min a uma distância inferior ou igual a 1,0m
do paciente. Sendo que nas imagens da região do Tórax e Pelve o profissional
permanece próximo ao terminal de aquisição e conseqüentemente na distância de
1,0 m do paciente por um período maior, já que o terminal de aquisição situa-se a
1,0 m do paciente.
Aproveitando que a opção de corpo inteiro do equipamento não está funcional,
fora possível realizar um acompanhamento das diferentes taxas de dose, de acordo
com a região anatômica que esta sendo estudada. Estes valores estão
demonstrados na FIG. 4.10, onde pode-se notar que as regiões de maior quantidade
óssea apresentam uma taxa de dose maior do que as regiões com uma quantidade
óssea menor, como os membros inferiores.
FIG. 4.10: Níveis de Taxa de Dose proporcionais a região anatômica que esta sendo estudada para o Protocolo 1.
O fator importante para estes dados é que de acordo com a imagems que estão
sendo adquiridas, teremos diferentes níveis de exposição a que o profissional ou
84
qualquer pessoa que esteja localizada próximo ao paciente será submetida.
Para os profissonais que utilizam o Protocolo 2, onde é posicionado a cabeça
da câmara gama no peito do paciente, realiza-se uma imagem com 500.000
contagens e utiliza-se o tempo para completar a aquisição para as demais
projeções. Para este caso obteve-se o comportamento da taxa de dose mostrada na
FIG. 4.11.
FIG. 4.11: Taxa de Dose do exame de Cintilografia óssea utilizando-se o Protocolo 2.
Observa-se um valor médio para a taxa de dose de (3,09 0,3) Sv/h, em um
tempo de médio de realização do exame de 42,6 min. Da mesma forma o
profissional durante o posicionamento do paciente para cada projeção ficará em
torno de 16 min há distância inferior a 1,0 m do paciente. E possuímos uma
atividade média de (37,0 2,5) mCi [(555 92) MBq] de 99mTc para a realização do
exame.
Da mesma forma aproveitou-se para realizar uma avaliação da taxa de dose
proporcional a cada região anatômica observada durante o exame, demonstrada na
FIG. 4.13. Observando-se o mesmo comportamento do Protocolo 1, com um
diferencial interessante de que os valores de taxa de dose para o Protocolo 2 são
relativamente maiores do que os apresentados pelo Protocolo 1.
85
FIG. 4.13: Níveis de Taxa de Dose proporcionais as regiões anatômicas durante a execução do Protocolo 2.
Para o exame de cintilografia óssea o estudo de Chiesa (CHIESA, 1997),
determina uma dose acumulada de (0,3 0,2) Sv, para um exame com duração de
20 min e uma atividade de 15,0 mCi [555 MBq], passando estes dados para um
valor de taxa obteve-se 0,9 Sv/h, é um valor mais baixo que os valores encontrados
neste trabalho, mas isto deve-se ao fato de que, Chiesa em seu trabalho optou por
determinar a dose acumulada durante o exame e como na maioria das vezes o
profissional não permanece na mesma posição durante o período de realização do
exame com observado neste trabalho, pode-se dizer que os valores encontrados
nos trabalho de Chiesa são representativos ao tempo observado de permanência do
profissional há distância de 1,0 m do paciente.
Realizando este cálculo comparativo teremos os seguintes dados, o tempo de
permanência do profissional na distância de 1,0 m do paciente é em média de
16min, para uma taxa de dose de 3,09 Sv/h, obteve-se um valor de dose
acumulado de 0,8 Sv. Ainda é um valor superior ao demonstrado no estudo de
Chiesa, mas observa-se que a atividade com que este trabalhou foi de 15,0 mCi
86
[555,0 MBq], menor que os valores praticados de 38,0 mCi [1406,0 MBq], fator este
que demonstraria a diferença encontrada entre os estudos.
4.7 INTERVENÇÃO NO ARRANJO DA SALA DE MANIPULAÇÃO
No período de estudo e medidas, observou-se uma grande preocupação por
parte da equipe do Serviço com relação à proteção radiológica dos mesmos.
Sabendo-se que o maior nível de exposição a que são submetidos ocorria durante
os procedimentos realizados na sala de manipulação, optaram pelo aumento da
quantidade de chumbo presente na bancada de manipulação, afim de que
aumentasse a blindagem da radiação à que são submetidos quando exercem suas
funções na respectiva sala.
A bancada já possuía “tijolos” de chumbo com espessura de 5,0 cm e
acrescentaram castelos de chumbo em que o material radioativo presente em seu
interior já havia decaído, formando assim mais duas fileiras internas aos tijolos de
chumbo na bancada, como mostra a FIG. 4.13.
87
FIG. 4.13: A) Bancada de Manipulação do Serviço antes da intervenção, características frontais. B) Disposição interna dos itens encontrados na região amarela da bancada, região de manipulação. C) Disposição dos itens encontrados na região cinza da bancada, depósito de curto prazo.
Após realização das medidas deste trabalho e conclusão de todos os
procedimentos, optou-se pela realização da intervenção nesta área, através da
demonstração dos níveis de radiação monitorados através da alteração da
disposição dos chumbos na bancada e de sua retirada do local.
Resultado na geometria atual do Serviço mostrada na FIG. 4.13, onde
observamos uma retirada da quantidade de “tijolos” de chumbo e um arranjo da
blindagem de forma a facilitar a operação dos profissionais durante a manipulação,
já que uma das reclamações era de que a barreira de “tijolos” era muito alta, fazendo
com que os profissionais tivessem de realizar suas funções de uma forma de pouca
praticidade, aumentando o período de exposição dos mesmos.
Outra alteração realizada fora da retirada parcial da grande quantidade de
castelos de chumbo presentes na bancada, ampliando o espaço para a manipulação
dos radiofármacos e facilitando o acesso dos profissionais. Não foi realizado a
retirada total dos castelos de chumbo, pois estes estão auxiliando na sustentação
dos “tijolos” de chumbo.
88
FIG. 4.14: A) Vista frontal do novo arranjo dos “tijolos” de chumbo. B) Arranjo interno do espaço para realização da manipulação. C) Arranjo lateral do espaço de manipulação.
Na FIG. 4.14-A pode-se observar que os “tijolos” de chumbo foram re-arranjados
de forma que os braços dos profissionais não necessitassem estar em uma posição
acima do tronco durante o processo de manipulação, aumentando a altura da
blindagem de chumbo apenas da região do tórax do manipulador. Da mesma forma
que fora realizado a retirada parcial dos castelos de chumbo presentes na região de
manipulação, abrindo espaço para os procedimentos que ali são realizados.
O procedimento futuro será um novo arranjo para a região da bancada onde
estão os tijolos de chumbo de cor cinza, onde se encontra o depósito de decaimento
de curta duração e os geradores de 99mTc, prevemos a retirada parcial dos castelos
de chumbo mostrados na FIG. 4.13-C e o aumento na altura da blindagem referente
à região onde se encontram os geradores.
89
5 CONCLUSÕES
Neste trabalho determinou-se o nível de confiança de um monitor de radiação do
tipo câmara de ionização para ser utilizado em trabalhos científicos ou inspeções de
órgãos competentes em um SMN. Seus resultados são comparáveis aos de um
monitor do tipo cintilador, demonstrando sua alta sensibilidade para o monitoramento
da radiação devida aos nuclídeos de baixa energia normalmente utilizado pelos
SMN.
Na avaliação dos pontos escolhidos para o monitoramento do profissional a sala
de manipulação, é considerada por todos como sendo de maior contribuição na
dosimetria. Como demonstrado, os níveis de radiação a que o profissional é exposto
referem-se aos padrões de manuseio do radiofármaco e a radiação de fundo da
sala, sendo constatado sempre o mais elevado do Serviço. Com relação a
manipulação, recomenda-se, para diminuir os níveis de exposição, que as fontes
sejam mantidas o maior tempo nas blindagens, minimizando o tempo de exposição.
Já com relação à radiação de fundo da sala, observamos que este fator deve-se
a interação da radiação com a coifa, feita de aço inoxidável. A interação da radiação
com este material provoca um maior espalhamento dentro da sala, que
conseqüentemente aumenta à radiação de fundo da mesma. A solução para este
problema é de simples aplicação, já que manter todas as fontes presentes em suas
respectivas blindagens ocasiona a diminuição da interação da radiação com a coifa
e conseqüentemente a diminuição da radiação de fundo na sala.
No exame de cintilografia renal com DTPA os níveis de taxa de dose
encontrados foram de (2,55 0,54) Sv/h e para os exames de cintilografia renal
com DMSA observa-se valores de taxa de dose de (1,20 0,12) Sv/h. Para o
exame com DTPA o valor da taxa de dose é comparável ao valor encontrado na
realização do exame de cintilografia óssea, considerado por todos o exame de maior
exposição com a utilização de 99mTc. Isto pode ser atribuído ao fato que no exame
de DTPA a administração da atividade e o inicio do exame ocorrem no mesmo
tempo, diferente do exame ósseo, sendo a taxa de dose semelhante a encontrada
durante a realização do exame na região abdominal da cintilografia óssea, mesmo
90
tendo uma baixa atividade administrada.
Para o exame de cintilografia óssea, a fase de fluxo é a que possui o maior nível
de taxa de exposição, de (6,0 0,6) Sv/h. Já 3 horas após a administração os
valores observáveis são de (3,0 0,3) Sv/h. No SMN observado estes valores são
muito representativos uma vez que a função scan do equipamento não esta
funcional, obrigando o profissional a ficar por um período mais elevado a uma
distância inferior a 1,0 m do paciente.
Nos procedimentos com o equipamento nas condições atuais, os profissionais
tentam prever um tempo de espera para a realização da imagem, mas este tempo
pode ser ultrapassado devido à necessidade de um exame mais completo em um
paciente anterior, neste caso o aumento do tempo de espera comprometerá todos
os exames subseqüentes, devido a baixa atividade encontrada nestes pacientes,
fator este que pode prejudicar o diagnóstico.
No uso do protocolo de tempo e do protocolo de contagens em equipamentos
que não possuem a função scan, os valores de atividade média observados foram
próximos. O protocolo de contagens apresenta uma administração de 38 mCi[1406
MBq] e o de tempo um valor de 37 mCi[1390 MBq], já o valor de taxa de dose
encontrado para o protocolo de contagem foi (2,63 0,26) Sv/h e para o protocolo
de tempo (3,09 0,3) Sv/h. Além da diferença com relação as taxas de dose o
grande diferencial deve-se ao tempo de exame, em que o protocolo de contagens
apresenta um tempo médio de 66,3 minutos e o protocolo de tempo apresenta um
tempo médio de 42,6 minutos.
Apesar do profissional ficar, no protocolo de contagens, por um período maior de
tempo com o paciente na sala de exames, seus hábitos são de posicionar o paciente
e sair para a realização de outra atividade longe do terminal de aquisição. Ao
contrário, no protocolo de tempo, em que as imagens são adquiridas de uma forma
mais rápida, exige que o profissional fique a maior parte do tempo próximo ao
terminal de aquisição.
No caso do SMN-HCE o concerto da função scan de corpo inteiro do
equipamento permitirá que os exames sejam realizados com um tempo médio de
aquisição de 30,0 minutos, além de que não necessitará da presença do profissional
próximo ao paciente durante a realização do exame, sendo necessária a sua
intervenção somente no momento de girar a cabeça do detector para a aquisição da
91
imagem, diminuindo o tempo de exposição a que o profissional é submetido e,
conseqüentemente, sua dose.
Com relação à análise em separado do nível de exposição das estruturas
anatômicas, demonstramos que mesmo possuindo uma grande preocupação pela
região pélvica, onde se concentra maior parte da radiação que esta sendo
excretada, as demais regiões anatômicas produzem valores muito próximos e se
fosse fazer uma representação dos níveis de exposição, esta seria quase
semelhante a um cilindro em torno do paciente.
Caracterizando que o nível de exposição está relacionado à quantidade da área
do corpo do paciente que está direcionada ao profissional, recomenda-se fazer a
anamnese antes de injetar o radiofármaco. Caso não seja possível, que a realize
com o paciente deitado e não com o paciente de pé ou sentado, pois o nível de
exposição será maior.
Todas estas recomendações são importantes a medida que o dosímetro pessoal
para registros radiológicos, apresenta uma grande deficiência na determinação dos
valores reais de exposição a que o profissional é submetido. Isso porque o
profissional de medicina nuclear transita muito durante a realização do exame. E
conseqüentemente o dosímetro fica nas mais variadas posições, perdendo muitas
das interações que estão ocorrendo, registrando assim um valor inferior ao que o
profissional é submetido.
Mostra-se neste trabalho que SMN que utilizam apenas fontes de baixa energia
tendem a não apresentar valores altos de dosimetria pessoal de seus funcionários,
da mesma forma que as boas práticas em medicina nuclear tendem a favorecer
além de uma baixa dosimetria pessoal, uma baixa dosimetria ambiental dentro do
Serviço.
Da mesma forma que de acordo com a dinâmica do Serviço a opção pelo
protocolo de tempo em detrimento ao protocolo de contagens, irá depender
exclusivamente da logística do Serviço, se o profissional que realiza a aquisição do
exame for o mesmo responsável pelo preparo diário das Atividades, recomenda-se a
adoção do protocolo de contagens, a fim de preservar os níveis radiológicos deste,
em contrapartida se o serviço possui um responsável pela eluição e outro pela
aquisição, logisticamente opta-se pela adoção do protocolo de tempo.
92
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97
5 ANEXOS
98
ANEXO A
Análise dos Tempos de Ocupação das Áreas do SMNE análise dos Protocolos de Exames Folha
Dados dos PacientesSexo Altura Peso Idade
Dados do ProtocoloTipo de ExameNúmero de ProjeçõesAtividade AdministradaTempo de Dinâmica
Tempo em Sala QuenteTécnico Médico
Tempo do Paciente no SMNEm Espera Durante Exame
Tempo de Permanência durante realização dos ExamesTécnico Médico
Dados dos PacientesSexo Altura Peso Idade
Dados do ProtocoloTipo de ExameNúmero de ProjeçõesAtividade AdministradaTempo de Dinâmica
Tempo em Sala QuenteTécnico Médico
Tempo do Paciente no SMNEm Espera Durante Exame
Tempo de Permanência durante realização dos ExamesTécnico Médico
99
ANEXO B
CINTILOGRAFIA DE FLUXO ÓSSEO Data: / / Pressão: Kpa Inicio exame: Atividade: mCi Temperatura: ºC Fim exame:
Babyline Medida Sv/h
Região Anatômica Observações
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Valor Médio: Sv/h Peso: Valor da Correção: Altura: Valor Final: Sv/h Tempo de permanência do médico na sala min Tempo de permanência do técnico na sala min Tempo de permanência do enfermeiro na sala min Presença de acompanhante na sala
100
ANEXO C
CINTILOGRAFIA ÓSSEA Data: / / Temperatura: ºC Inicio Exame: Atividade: mCi Altura: m Fim Exame: Pressão: Kpa Peso: Kg Duração Exame:
Babyline Babyline Medida Sv/h
Observações Medida Sv/h
Observações
1 Cabeça anterior 22 Cabeça posterior 2 Cabeça anterior 23 Cabeça posterior 3 Cabeça anterior 24 Cabeça posterior 4 Tórax anterior 25 Tórax posterior 5 Tórax anterior 26 Tórax posterior 6 Tórax anterior 27 Tórax posterior 7 Abdômen anterior 28 Abdômen posterior 8 Abdômen anterior 29 Abdômen posterior 9 Abdômen anterior 30 Abdômen posterior
10 Pélve anterior 31 Pelve posterior 11 Pelve anterior 32 Pelve posterior 12 Pelve anterior 33 Pelve posterior 13 Perna anterior 34 Perna posterior 14 Perna anterior 35 Perna posterior 15 Perna anterior 36 Perna posterior 16 Joelho anterior 37 Joelho posterior 17 Joelho anterior 38 Joelho posterior 18 Joelho anterior 39 Joelho posterior 19 Pé anterior 40 Pé posterior 20 Pé anterior 41 Pé posterior 21 Pé anterior 42 Pé posterior
Imagens Complementares 1 10 2 11 3 12 4 13 5 14 6 15 7 16 8 17 9 18
Valor Médio: Sv/h Valor da Correção: Valor Final: Sv/h Tempo de permanência do médico na sala min Tempo de permanência do técnico na sala min Tempo de permanência do enfermeiro na sala min Presença de acompanhante na sala
101
ANEXO D
CINTILOGRAFIA RENAL COM DTPA Data: / / Altura: m Peso: Kg Temperatura: ºC Atividade: mCi Pressão: Kpa
Babyline Medida mSv/h
Observação
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Valor Médio: Sv/h Valor da Correção: Valor Final: Sv/h Tempo de permanência do médico na sala min Tempo de permanência do técnico na sala min Tempo de permanência do enfermeiro na sala min Presença de acompanhante na sala
102
ANEXO E
CINTILOGRAFIA RENAL COM DMSA Data: / / Altura: m Inicio Exame: Atividade: mCi Peso: Kg Fim Exame: Pressão: Kpa Temperatura: ºC Duração:
Babyline Medida Sv/h
Incidência Observação
1 Posterior 2 Posterior 3 Posterior 4 OPD 5 OPD 6 OPD 7 Anterior 8 Anterior 9 Anterior
10 OPE 11 OPE 12 OPE
Valor Médio: Sv/h Valor da Correção: Valor Final: Sv/h Tempo de permanência do médico na sala min Tempo de permanência do técnico na sala min Tempo de permanência do enfermeiro na sala min Presença de acompanhante na sala
103
ANEXO F
104
ANEXO G
105
ANEXO H
106
ANEXO I
Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )
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