Capital registra 35 homicídios em 48 horas e onda de saques

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Ontem, no quarto dia de paralisação de parte da PM, o cenário era de caos na Grande Salvador: medo, mortes e roubos a estabelecimentos comerciais

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SALVADOR SÁBADO 4/2/2012A8 SALVADOR REGIÃO METROPOLITANA

SEGURANÇA Ontem, no quarto dia de paralisação de parte da PM, o cenário era decaos na Grande Salvador: medo, mortes e roubos a estabelecimentos comerciais

Capital registra 35 homicídiosem 48 horas e onda de saques

WAGNER FERREIRA, EUZENIDALTRO E JULIANA BRITO

Cenário de caos na GrandeSalvador, ontem, no quartodia da paralisação de partedos policiais militares. Ocor-reram homicídios, saques aestabelecimento comerciais,e o desespero da populaçãonas ruas da cidade. Os nú-meros das ocorrências refle-tem a insegurança: em me-nos de 48 horas foram 35 ho-micídios em Salvador e Re-gião Metropolitana, de acor-do com registros da Secreta-ria de Segurança Pública.

Apenas em Pituaçu, ontem,foram mortas quatro pessoasde identidade ignorada. Tam-bém foram registrados homi-cídios em Ipitanga, Sete deAbril, Engomadeira, Madrede Deus, Jaguaribe, Bom Juá,Vila Canária e Liberdade.

Diversas lojas foram sa-queadas, entre as quais cincosão da Cesta do Povo. As lojasda Cesta do Povo dos bairrosde Caixa D'Água, Ogunjá, Li-berdade, Mata Escura e Pirajásofreram arrombamentos.Na Mata Escura, só restaramas prateleiras.

Na madrugada, as lojas daCasas Bahia e Laser Eletro, daAv. Lima e Silva, na Liberdade,foram saqueadas. Apenasmercadorias de grande portecomo geladeiras e fogões nãoforam levadas. Na Sete Portas,a loja da Ricardo Eletro teveeletrodomésticos roubadosapós ter a porta arregaçada.

Adultos, adolescentes ecrianças – muitas crianças –aproveitaram a ausência depoliciais militares nas ruaspara saquear diversas lojas natarde de ontem, na Rua 8 deNovembro, em Pirajá. A lojade móveis e eletrodomésticosSelfShopEletro,aGLCalçadose Pegadas Calçados, o Super-mercado Todo Dia e pelo me-nos duas mercearias foramsaqueadas. Na madrugada, aCesta do Povo também haviasido saqueada.

O pequeno efetivo policialineficiente na madrugada foiaproveitado pelos saqueado-res também na Cidade Baixa.Várias lojas da Rua Barão deCotegipe, no bairro da Calça-da, foram arrombadas.

A Polícia Militar prendeuoitopessoasquearrombaramuma loja de eletroeletrônico,localizada na Baixa dos Sa-pateiros. Outros três forampresos ontem à tarde, suspei-tos de realizar arrastões noVale das Pedrinhas.

Boatosdeassaltosnaregiãodo Rio Vermelho assustarammoradores e comerciantes daregião. O comércio fechou asportas, inclusive a loja doBompreço, que fica no bairro.De acordo com informaçõesda28ªDelegacia,umgrupodedez homens foi surpreendidopela polícia quando assaltavalojas e pedrestres no bairro.

SustoOs centros comerciais fecha-ram as portas no final da tar-de, motivados pelos boatossobre arrastões no ShoppingItaigara e na Avenida Paralela.O fotógrafo Fernando Césarestava no Shopping Barraquando este estabelecimentocomeçou a fechar as lojas.“Começou um boato de que oshopping seria invadido e aspessoas começaram a se abri-gar em lojas ainda abertas e aligar para seus parentes”, con-ta.

O presidente do Sindicatodos Lojistas do Comércio Es-tado da Bahia (Sindloja Ba-hia), Paulo Mota disse que aorientação dada aos lojistasfoi manter o comércio aberto.Ele admite que a medida vaiter um alto custo para os co-merciantes do Estado. “Cal-culo um prejuízo de 80% nasvendas do varejo. É uma si-tuação muito difícil”, diz.

Arestides Baptista / Ag. A TARDE

Parte do estoque de televisores e computadores da Ricardo Eletro, na Sete Portas, foi destruída durante arrastão

Populares saqueiam loja de eletrodomésticos em Pirajá Sexta-feira atípica: orla estava deserta na tarde de ontem

Redes sociais multiplicam boatosNos últimos dois dias, a greveda Polícia Militar vem sendotema recorrente das conver-sas no Facebook e no Twitter-nestaúltimaredesocial,che-gou a virar trending topic naquinta-feira. Muitas das in-formações trocadas nesses si-tes têm como base boatos cap-tados no pânico que se ins-talou nas ruas.

Para o cientista políticoPaulo Fábio Dantas Neto, asredes refletem o clima gene-ralizado de insegurança dapopulação. Ele acredita que a

greve é uma pressão sob umasociedade já assustada no co-tidiano. “Uma sociedade quevive isso está mais predispos-ta ao pânico”, observa.

Ele destaca o caráter impre-visível das redes sociais. “Vo-cê encontra todo tipo de in-formação. Pode desde cobrirlacunas de informação comofomentar o pânico a partir desituações verídicas”, diz.

PânicoA jornalista e professora daUniversidade Federal da Ba-

Músico da bandaOlodum é mortoem Mata Escuraao voltar de show

O percussionista da bandaafro Olodum Denilton SouzaCerqueira o “Negão”, 34, foibaleado por dois assaltantesna madrugada de ontem naMata Escura. Denilton retor-nava para casa de um show,realizado em comemoração àFesta de Iemanjá em sua mo-to, quando foi alvejado na ca-beça e nas costas. O músico foilevado ao Hospital RobertoSantos, mas não resistiu.

Ironicamente, o show emque havia tocado na noite an-terior ao crime tinha o nomede Manifesto pela Paz, no RioVermelho. “Todos da bandaestão consternados com a on-da de violência na cidade. La-mentamos a morte de qual-quer pessoa seja da banda ounão”, clama João Jorge, pre-sidente do Olodum.

IncêndioFuncionário da empresa detelefonia Oi viveram momen-tos de tensão no início da tar-de de ontem, quando um in-cêndio atingiu o depósito decampânulas de orelhão, queseriam descartados, naBR-324. Apesar de o depósitoficar distante do prédio ondeos funcionários ficam, deze-nas de profissionais ajuda-ram a brigada de incêndio daempresa, retirando as cam-pânulas de orelhão que aindanãohaviamsidoatingidaspe-lo fogo. Ninguém se feriu.

Agentes da Polícia Rodoviá-ria Federal (PRF) interrompeuo trânsito porque a fumaçacomprometeu a visualizaçãodos motoristas. A PRF recebeudenúncia de que o incêndiofoi causado por dois homensque estavam em um carrosem placa.

EUZENI DALTRO EWAGNER FERREIRA

Insegurançaprovoca ocancelamentode eventos

FÚLVIO GONÇALVES EHENRIQUE MENDES

Em razão do clima de inse-gurança, vários eventos queestavam agendados para estefinal de semana foram can-celados como a República doReggae e o Música no Parquee o Cerveja e Cia Folia.

O ensaio da Timbalada queaconteceria amanhã foi adia-do para o dia 10, às 19 horas noMuseu du Ritmo, caso a pa-ralisação tenha acabado.Quem não puder comparecere desejar o ressarcimento de-ve se dirigir à sede do bloco naAlameda Benevento, 113, Pi-tuba. A República do Reggae,que reuniria Alpha Blondy,Ponto de Equilíbrio, no Wet´nWild, foi adiada para o dia 12,também um domingo.

ACaderno2Produçõescon-firmou que o show do projetoMúsica no Parque deste do-mingo foi adiado. O showcom o grupo Bailinho deQuinta fica transferido para odia 26. O Cerveja e Cia Folia,que teria a presença de IveteSangalo, Gusttavo Lima, TucaFernandes e Psirico, e iriaacontecer hoje, na Praia doForte, foi adiado para dataainda a ser informada.

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hia, Malu Fontes acredita queo pânico instalado no Estadonos últimos dois dias temmais a ver com as interaçõespresenciais do que das redessociais. “Minha experiênciacomousuáriadoTwitteréqueas redes estão servindo comoreplicação de notícias da im-prensa e também para con-firmar eventos perto da áreade circulação dos usuários.Mas não vejo sensacionalis-mo barato de coisas que nãoaconteceram. O pânico acon-tece mais na rua, no dis-

se-me-disse”, avalia Malu.Para o professor de comu-

nicação da Ufba, André Le-mos, as redes sociais têm tidoum papel inegável em mo-vimentos sociais recentes.

“Elas são hoje um excelentemecanismo de conversaçãopública e de contestação so-cial. Devemos estar atentos aoque dizem as pessoas nessasredes. À mídia impressa, ra-diofônica e televisiva tam-bém”, diz.

JULIANA BRITO

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