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Centro Universitário do Triangulo
Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão.
A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA “LINGUAGEM CORPORAL GINÁSTICA
E LUTAS” NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Marcus Vinícius Patente Alves
Uberlândia 2008
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Marcus Vinícius Patente Alves
A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA “LINGUAGEM CORPORAL GINÁSTICA
E LUTAS” NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Dissertação apresentada à banca julgadora do Centro Universitário do Triângulo - UNITRI, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em EDUCAÇÃO, Magistério Superior, sob a orientação do Professor Drº. Armindo Quillici Neto.
Uberlândia Centro Universitário do Triângulo
2008
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Ficha Catalográfica elaborada pelo Departamento de Catalogação da Biblioteca da UNITRI
Bibliotecária responsável: Gizele Cristine Nunes do Couto CRB6/2091
796.09 A 474 i Alves, Marcus Vinícius Patente. A importância da disciplina “linguagem corporal ginástica e lutas” na formação do professor de educação física [manuscrito] / Marcus Vinícius Patente Alves. – 2008. 148 f. : il. ; 33 cm. Cópia de computador (Printout(s)).
Dissertação (mestrado) – Centro Universitário do Triângulo, 2008. “Orientação: Dr. Armindo Quillici Neto”.
1. Educação física - história 2. Estudo da educação física. I. Título.
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Dissertação apresentada e aprovada, em __ de março de 2008, pela
comissão examinadora constituída pelos professores:
___________________________________
Prof. Dr. Armindo Quillici Neto – Orientador
___________________________________
Profª. Drª. Kênia Maria de Almeida Pereira
___________________________________
Prof. Dr. Marcos Luiz Ferreira Neto
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Aos meus pais Benedito e Helena, pelo carinho e apoio.
Aos meus irmãos pela amizade e incentivo
constante.
À minha companheira Ruth pela compreensão,
paciência, carinho e apoio
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AGRADECIMENTOS
Dirijo-me com profunda gratidão e reconhecimento a todas as pessoas que
colaboraram para a realização deste estudo.
À grande amiga Profa. Dra. Graziela Giusti Pachane, pelas primeiras orientações
na elaboração deste trabalho e por acreditar que fosse capaz de fazê-lo
Meu especial agradecimento ao meu orientador, Professor Doutor Armindo
Quillici Neto, pela generosidade, atenção e respeito com que lidou com as minhas
angústias e incertezas. O seu interesse pelo tema, as leituras, sugestões e análise foram
fundamentais para o meu desempenho nesta empreitada. Agradeço aos participantes da
banca de qualificação, professora Doutora Kênia Maria de Almeida Pereira e Professor
Doutor José Carlos Souza Araújo, por suas atentas leituras e valiosas observações que
permitiram uma reorganização e estruturação do trabalho final.
Agradeço a discussão para a elaboração dos instrumentos da pesquisa e a busca
de fontes e informantes no transcorrer da elaboração da tese, a Eduardo Vasconcelos.
Aos colegas da Pós-Graduação UNITRI, com os quais compartilhei angústias,
incertezas e descobertas, teóricas e práticas. Em especial a Fernanda Nasciuti, pela
amizade e carinho na jornada do curso e nas discussões no nosso trabalho.
À coordenação e professores do curso de Mestrado em Educação da UNITRI–
Centro Universitário do Triângulo.
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RESUMO
Este trabalho tem como análise, a importância da disciplina “Linguagem Corporal Ginástica e Lutas” do Curso de Educação Física do Centro Universitário do Triângulo – UNITRI, na formação do futuro profissional de Educação Física, considerando a importância de uma disciplina que se firmou em quase todos os cursos de Educação Física pelo Brasil. Vem discutir se uma disciplina de lutas pode ser usada de forma significativa ou mesmo ser interpretada como uma ferramenta da linguagem corporal no futuro trabalho destes profissionais que hora se instrumentalizam para sua formação. Diante de indagações como: um aluno de graduação poderia aprender o conteúdo sobre o judô ou caratê em apenas seis meses e, assim, pudesse estar apto a empregar o conhecimento adquirido no momento em que estivesse trabalhando em escolas? Estes futuros professores usariam lutas em suas aulas? De que forma? Quais as estratégias utilizariam para aplicá-la? O que pensam sobre a aplicação desta disciplina na escola? Elegemos como hipótese diretriz deste trabalho, “Qual a importância do conteúdo ministrado na disciplina “Linguagem Corporal: Ginástica e Lutas” na formação do professor de educação física?” Para tanto, elegemos as turmas do 4º período do primeiro semestre de 2007 dos turnos vespertino, noturno e modular do curso de Educação Física do Centro Universitário do Triângulo – UNITRI, onde constava no currículo do curso a disciplina “Linguagem Corporal, Ginástica e Lutas”. Fizemos uma pesquisa experimental onde empregamos um processo de amostragem proporcional estratificada, além de para construção do primeiro e segundo capítulos a pesquisa investigativa de natureza bibliográfica, via Internet, coleta de dados, formulação de quadros informativos, fichamentos diversos de livros, Dissertações e Teses.
Palavras – Chaves: Disciplina, Educação Física, História, Lutas
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ABSTRACT
This work has as analysis, the importance of the subject “Linguagem Corporal – Ginástica e Lutas” from the Physical Education course of the Centro Universitário do Triângulo – UNITRI, on the formation of the future Physical Education professional, giving credit to the importance of this subject that has already been consolidated itself on the most Physical Education courses of Brazil. It comes to discuss if the martial arts subject can be used on a signifying way or even to be known as a corporal language’s tool on these professionals’ future work that had took place on their formation. Facing questions as: Could a graduation student learn the ways of karate and judo in only 6 months, and than, be prepared to pass on the knowledge while he/she was working on a school? Would these future teachers use the martial arts subject on their classes? In what way? What would be the strategies to use it? What do you think about martial arts classes on school? We have elected as a directive hypothesis for this work, “What’s the relevance of the contents learnt on this subject “Linguagem Corporal: Ginástica e Lutas” for the formation of a future Physical Education teacher?”. To that, we have elected the 4th school term of the first semester of 2007 on the evening, night and modular shifts from the Physical Education course of the Centro Universitário do Triângulo – UNITRI, where the subject of “Linguagem Corporal – Ginástica e Lutas” used to take place. We have done an experimental research where we applied a proportional process of stratified samples, also a bibliographic research took place in order to construct the first and second chapters, this research was made on the internet, collecting data, construction of informative frames, filing of several books, Disserts and thesis. Key-words: Discipline, Physical Education, History, Martial arts
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Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
(Alberto Caeiro)
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SUMÁRIO
RESUMO _________________________________________________________VI
ABSTRACT_______________________________________________________VII
1. Introdução: _____________________________________________________01
2. Capítulo 1 - A História da Educação Física ___________________________06
2.1. Da Pré-história a Civilização Greco-Romana________________________ 06
2.2. Idade Média___________________________________________________26
2.3. Do Renascimento aos Dias Atuais_________________________________28
2.4. Métodos Ginásticos, Baseados no Levantamento Histórico da Época______38
3. Capítulo 2 - A Educação Física e a Luta _____________________________47
3.1. A Gênese da Presença da Luta nas Atividades de Educação Física_______50
3.2. Luta, Artes Marciais e Esportes de Combate: Busca de uma Conceituação_68
3.3 A Luta para o Professor de Educação Física__________________________71
4. Capítulo 4 - A contribuição do conteúdo “Linguagem Corporal Ginástica e Lutas” para a atuação, formação profissional e pessoal do professor de Educação Física do Centro Universitário do Triângulo – UNITRI___________________________________________________________90
5. Considerações Finais___________________________________________143
6. Referências Bibliográficas_______________________________________148
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INTRODUÇÃO
Lendo a história da humanidade e mesmo a história da educação, fica evidenciado
como as lutas e mesmo os esportes de combate, sempre tiveram grande ligação com a cultura
corporal humana. Com o passar dos tempos e com o desenvolvimento da civilização, estes
ensinamentos foram disseminados ora informalmente, ora academicamente.
Mesmo assim, para falar da importância da disciplina luta na formação do
professor de educação física, muitas dificuldades foram encontradas, a começar pela própria
definição do termo luta e sua diferenciação entre esporte ou cultura, ou mesmo elemento de
violência. O modo como a sociedade encara e define lutas pode ser fundamental para o
desenvolvimento ou não de atividades voltadas para o crescimento desta disciplina no âmbito
social.
Isto porque dentro de uma sociedade, esta denominação está impregnada de muitos
significados no que diz respeito ao estabelecimento de uma idéia formada sobre luta.
Sustentando a afirmação, citamos Barbosa (1996):
Cientes do fato de que a cultura e a sociedade imprimem estas concepções
aos seus indivíduos, e de que a Educação Física é uma prática social, torna-se
importante compreender o sentido/significado que o corpo assume dentro da
mesma, considerando-se que este sentido/significado é de profundo interesse
para a Educação Física, pois a nosso ver, a partir da visão de corpo que as
pessoas possuem é que elas vão se relacionar consigo mesmas, com os outros
e com o mundo. Conceitos como motricidade, movimento, dualismo corpo-
mente, vão estar profundamente relacionados com as concepções de corpo e
de mundo que as pessoas têm. (Barbosa, 1996, p.4)
Essa dissertação surgiu da necessidade de entender como a disciplina “Linguagem
Corporal: Ginástica e Lutas”, incluídas no currículo de 2002 a 2007 do Curso de Educação
Física do Centro Universitário de Triângulo - UNITRI pode auxiliar o trabalho dos futuros
profissionais da Educação Física.
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Sendo que diante de minha experiência profissional observei que estes profissionais a utilizam
em pequena escala. Assim as lutas são uma possibilidade diante de outras práticas, tais como
esportes coletivos, esportes diferenciados, atividades aquáticas, ginásticas, dança e expressão,
técnicas alternativas, que são capazes de provocar novas posturas tanto no que se diz respeito à
confraternização, às diferenças e ao adversário, entre outras. Além disto, muitas outras
características no desenvolvimento motor, na respiração, e melhor utilização dos aparelhos
perceptivos, trabalho postural etc.
Se pensarmos no número de professores de educação física que passam por um
curso de formação universitária que na quase totalidade tem no currículo como disciplina uma
ou mais lutas, poderíamos imaginar a princípio que os acadêmicos são preparados para atuarem
com lutas nas escolas, já que esta é a perspectiva das licenciaturas. Supondo que a educação
física da escola não pode estar afastada do projeto de formação de novos cidadãos, perguntamos
se algo não estaria dissonante, já que a associação luta a violência parece ser verdadeira e em
sua grande maioria este conteúdo não é abordado nas escolas. O desafio é fazer das lutas mais
um recurso à disposição do professor que vai atuar na escola. É fato que temos verificado que
por motivos diversos os egressos dos cursos de formação em educação física, em princípio não
se sentem a vontade para incutir esta importante manifestação de cultura corporal em suas
atividades pedagógicas, o que não ocorre com outras modalidades esportivas que na grande
maioria das vezes o próprio professor veio a ser sensibilizado pela primeira vez durante sua
formação acadêmica. Imputamos a isto a um equivoco na formação e em especial no ensino do
que estamos chamando de lutas, e que merecerá as reflexões que aqui procuraremos pontuar.
Outro fator importante a ser colocado, é o fato de que nem todo o conhecimento adquirido pelo
professor no seu período de formação é colocado em prática, muitas vezes também pela
limitação do contexto.
Assim sendo, muitas perguntas sugiram de observações feitas na disciplina
“Linguagem Corporal: Ginástica e Lutas”. Tais como um aluno de graduação poderia aprender
o conteúdo sobre o judô ou caratê em apenas seis meses e, assim, pudesse estar apto a empregar
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o conhecimento adquirido no momento em que estivesse trabalhando em escolas? Estes futuros
professores usariam lutas em suas aulas? De que forma? Quais as estratégias utilizariam para
aplicá-la? O que pensam sobre a aplicação desta disciplina na escola?
Diante de tantos questionamentos elegemos um que norteará o nosso trabalho:
“Qual a importância do conteúdo ministrado na disciplina “Linguagem Corporal: Ginástica e
Lutas” na formação do professor de educação física?”
Várias possibilidades podem ser traçadas, afirmando ou negando a relação
existente entre as concepções de luta e de Educação Física. E muitas questões podem ser
desdobradas a partir dessa problemática inicial. Assim temos como hipótese que a concepção de
luta pelos professores de Educação Física, influencia na aplicabilidade da disciplina.
Para tanto, elegemos as turmas do 4º período do primeiro semestre de 2007 dos
turnos vespertino, noturno e modular do curso de Educação Física do Centro Universitário do
Triângulo – UNITRI, que constava no currículo do curso a disciplina “Linguagem Corporal,
Ginástica e Lutas”.
Foi feita a primeira coleta dos dados para a análise nessas turmas de 4º períodos,
onde constava no currículo a disciplina foco de nosso estudo. A segunda coleta foi feita com a
mesma população, quando esta estava no 5º período, no segundo semestre de 2007. Assim a
nossa pesquisa pode-se enquadrar como Pesquisa Experimental, pois que segundo Gil (1989),
“a pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis
que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos
que a variável produz no objeto”. Vemos a importância do tipo de nossa pesquisa na
argumentação de Gil (1989) que diz que “o experimento representa o melhor exemplo de
pesquisa científica”.
A população de estudo possuía 157 indivíduos, sendo 77 do sexo feminino e 80 do sexo
masculino; quantia que consideramos próxima, o que nos levou a constituir amostras femininas
e masculinas de quantidades iguais. E, para constituir nossa amostra elegemos 24 alunos, sendo
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12 do sexo feminino, o que corresponde a uma porcentagem de 15,6% sobre a população, e 12
do sexo masculino, total que corresponde a 15% da população. Pois, faremos em nosso estudo
uma análise descritiva do grupo através dessa amostra. A quantidade de indivíduos foi mantida
na segunda amostragem, pois manteve uma população muito próxima da avaliada
anteriormente.
Empregamos o processo de amostragem proporcional estratificada, sendo que a amostra
foi constituída de forma aleatória simples. A amostra da primeira coleta em termos qualitativos,
não necessariamente, deveria ter os mesmos indivíduos da segunda coleta, pois, consideramos
que a influência da disciplina seria comum a todos os alunos (indivíduos da amostra).
Utilizamos como instrumento um questionário no qual avaliamos os quesitos sexo, faixa
etária, contribuição da disciplina de estudo na atuação, formação profissional e pessoal do aluno
de Educação Física da UNITRI.
No desdobramento da pesquisa proposta, buscaremos como objetivos: 1) Abordar a
história da Educação Física da pré-história a revolução industrial. 2) Estudar a história da
Educação Física e sua relação com a Luta, ressaltando as principais tendências da atualidade. 3)
Identificar os princípios que influenciam na prática pedagógica do futuro professor na
disciplina: “Linguagem Corporal: Ginástica e Lutas”.
Adotamos, também, como procedimentos metodológicos para construção do
primeiro e segundo capítulos a pesquisa investigativa de natureza bibliográfica, via Internet,
coleta de dados, formulação de quadros informativos, fichamentos diversos de livros,
Dissertações e Teses.
Na tentativa de responder à pergunta norteadora do trabalho e cumprir os objetivos
traçados construímos a presente produção em três capítulos. Sendo que, no primeiro,
abordaremos a história da Educação Física, da pré-história à civilização greco-romana, passando
pela Idade Media, Renascimento e chegando aos dias atuais, e também sobre métodos
ginásticos, que surgiram a partir da revolução industrial.
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No segundo capítulo falaremos sobre a história da educação física e a sua relação
com a luta, buscando entender a gênese da presença desta nas atividades de Educação Física, na
busca de uma conceituação da luta, artes marciais e esportes de combate, e também entender as
suas tendências no decorrer da história. Finalizaremos o capítulo com uma breve abordagem
sobre as principais tendências da atualidade.
No terceiro capítulo faremos a análise das contribuições dos conteúdos da
disciplina “Linguagem Corporal Ginástica e Lutas” na formação dos professores de Educação
Física do Centro Universitário do Triângulo – UNITRI.
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CAPÍTULO 1
A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Os homens fazem sua própria história, mas não fazem como querem, não a fazem
sob a circunstância de sua escolha e sim sob aquelas que se defrontam diretamente, ligadas e
transmitidas pelo passado. Karl Marx.
1. Da Pré-história à Civilização Greco-Romana
A idéia principal deste capítulo é a de resgatar um pouco da história da educação
física, faço baseado em levantamentos bibliográficos, visto que, a história é construída em
diferentes tempos e diferentes culturas, que se alicerçam de diferentes fontes: documentos,
registros oficiais de competições e instituições, fotografias, súmulas, diários, reportagens,
depoimento de quem viu, viveu e sentiu diferentes possibilidades do acontecer deste importante
elemento da cultura corporal, como possibilidades de compreender que ali estão inscritas
sensações, ideologias, valores, mensagens e preconceitos que permitem conhecer parte do
tempo onde foram produzidos e que podem nos auxiliar a compreender um tempo pouco
conhecido.
A história da humanidade e da educação revela-nos que nos povos primitivos a luta
é utilizada como forma de sobrevivência. Para o homem pré-histórico, a atividade física tinha
papel relevante, expresso principalmente na necessidade vital de atacar e defender-se. Realizava
assim conforme RAMOS (1983) toda uma sorte de exercícios naturais, praticando uma
verdadeira educação física espontânea e ocasional (RAMOS, 1983, p.16). O exercício físico de
caráter utilitário e sistematizado de forma rudimentar era transmitido por meio das gerações e
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fazia parte dos jogos, rituais e festividades. Este ambiente hostil em que viviam possibilitou-lhes
melhor apurar seus sentidos, forças e habilidades que o permitiram sobreviver neste meio,
impunham-se pela bravura de seus guerreiros. Este fato, segundo Marinho lhes proporcionava
excepcionais qualidades físicas, que governavam com inteligência superior à dos outros
animais. Por terem que se deslocar à procura de proteção e de alimento, dava lhes uma boa
resistência, a necessidade de correr para fugir do inimigo ou atacar, acertar um alvo quase
sempre em movimento, o tipo de terreno a percorrer, a busca de refúgios em cavernas e árvores,
toda sua atividade da vida diária melhorava e mantinha o seu vigor físico e sua fabulosa força
muscular. Tiveram que aprender a atravessar lagos e rios, mergulhar, flutuar para recolher a
pesca. Analogicamente, um dia vivido pelo homem primitivo nada mais é que uma intensa e
longa lição de educação física.
Se pensarmos na atividade do movimento, perceberemos que a vida diária dos
primitivos era carregada de atividades, pois envolvia muita atividade física e esforço pessoal,
quais sejam: marchar, trepar, correr, saltar, lançar, atacar e defender, levantar e transportar.
Como diz Marinho (1980) no cerne das lições de educação física dos métodos de Hébert,
Amoros, Francês e tantos outros, são denominações eruditas daquela simples e natural
repetição de movimentos, que a hostilidade do “habitat” do homem primitivo o obrigava a
empreender (MARINHO, 1980, p. 29).
A necessidade de aprimoramento do movimento nas horas de ócio do homem
primitivo, para adquirir precisão no que tange o sucesso de sua luta, fez com que eles
utilizassem este tempo para treinar os movimentos dando assim a primeira característica da
educação física que foi o caráter utilitário do exercício.
Devemos lembrar que os seus ritos e cultos
eram características fortes, sendo a vida subordinada às
forças naturais, um favor dos Deuses. Assim, nesta época
a dança era uma atividade física mística e lúdica, pois ao
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mesmo tempo em que servia pra agradecer aos Deuses
pelas bênçãos, servia também como forma de expressar
suas necessidades de socialização, inclusive o culto aos
mortos. Este misto de culto e recreação ficaram
incorporadas até os dias de hoje em nossas civilizações, o
ato ritual de que alguns atletas fazem, por exemplo, antes
das competições uma breve oração.
Os homens primitivos acreditavam que as cerimônias fúnebres firmavam suas
ligações com os Deuses e assim se ligavam aos poderes da natureza. A realidade contemporânea
está muito próxima da própria realidade dos povos primitivos, no que tange à valorização e à
preparação guerreira. Os jogos e as práticas guerreiras, conforme modernos pedagogos podem
ser considerados os meios empregados pela natureza para preparar os seres vivos para a vida,
então, o homem primitivo ou o selvagem é e sempre foi o maior jogador.
Segundo RAMOS (1983), para ganhar é preciso saber perder, forma antiqüíssima
do atual “fair play”. Para o autor, refletindo sobre as atividades dos homens antigos, diz que, as
atividades físicas do homem das civilizações primitivas apresentam cinco aspectos: natural,
utilitário, guerreiro, ritual e recreativo (RAMOS, 1983, p.56).
Sendo assim, pode-se dizer que nesta época a
prática da educação física era feita de forma espontânea e
ocasional. Nossa leitura sobre o tema nos encaminha para
entender que a educação física encarada como uma
necessidade de sobrevivência pelos povos primitivos,
enquanto nômades, deixa esta relação para a medida que o
homem começa a se fixar em determinadas regiões para
formas mais utilitárias e guerreiras de manutenção e
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preservação de determinados territórios. Assim à medida
que evolui o ser, suas atividades diárias também tomam
novas formas, exigindo de maneira diferente a
movimentação e a utilização do seu corpo. Portanto é
valioso perceber que os estudos dos homens primitivos
nos orientam em muitas das atividades físicas que
cultuamos até os dias de hoje.
A educação física também pode ser observada nas antigas civilizações da
Mesopotâmia, dentre elas os etruscos que foram à base dos exercícios em Roma. Pode-se
observar pela leitura histórica, que O desporto ocupava um importante lugar na cultura etrusca.
A luta e o pugilismo constituíram práticas de largo interesse, sendo a última a mais antiga
representação artística da Etruria. Bastante praticados também eram os esportes aquáticos e
atividades hípicas e coreográficas. As mulheres etruscas participavam das festas e dos
espetáculos desportivos (RAMOS, 1983, p.58).
Já na terra dos Faraós, apoiados nas descobertas do francês Champollion
(decifrador dos hieróglifos), dentre outros, pudemos ter acesso à beleza deste mundo de forma
tão empolgante. Assim, as revelações do desenho, pinturas estátuas, etc., os exercícios físicos
(por volta de 45 a 40 séculos a.C.), nas mais variadas formas, de certo modo familiares e
praticados, visando com eles adquirir saúde e vigor, qualidades indispensáveis nos trabalhos
agrícolas, na preparação guerreira e na formação desportiva. As atividades físicas desta época
causam admiração pela riqueza documentária do antigo Egito, que são divididas em:
• Exercícios instintivos – atividades naturais, pequenos jogos e dança, eram
executadas para a satisfação das necessidades individuais: a marcha, o trepar, o saltar, o levantar
e transportar, a luta, o correr, etc.;
• Ginástica – bastante variada e fazem acreditar ser superior a dos gregos, como
se tivesse um sistema completo de educação física. Segundo (RAMOS. 1988) A ginástica não
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tinha a forma atual, mas os antigos egípcios conheciam certos exercícios próprios para
desenvolver a forca muscular e o adestramento no combate, utilizando para isso, pesos, lanças,
troncos de arvores e outros materiais (RAMOS. 1988. p.78). Muitos desses exercícios são
utilizados até hoje por diferentes escolas modernas de ginástica;
• Desportos individuais – consideradas nesta categoria, o atletismo (arremessos,
corridas e saltos), o levantamento de peso e a natação (vários estilos e salvamento);
• Desportos de combate – a luta livre, o boxe e a esgrima, talvez foram os
esportes de maior aceitação no antigo Egito. Segundo RAMOS os murais encontrados nas
tumbas de Beni-Hassan, no ano 2000 a.C., constituem magnífica revelação da técnica da luta
livre;
• Desporto do exterior – eram considerados, o remo, a vela, a pesca, a equitação,
a caçada, o arco e flecha e as corridas com carro, eram as atividades populares entre as
praticadas em plena natureza (RAMOS, 1988, p.78).
A educação física, nos albores da civilização grega, era quase exclusivamente utilitária e
guerreira. Tornando-se pedagógica, formativa e eugênica. Como disse RAMOS (1983), foram
os gregos, os primeiros entre os povos antigos, a compreender a importância das atividades
físicas para a melhoria da espécie humana e para a educação do povo em geral. Os exercícios
físicos mesclavam-se com o espírito imaginativo do povo grego ao mesmo tempo em que se
manifestava como sobrenatural e com a religiosidade é aqui que mitologicamente na cultura
grega os primitivos habitantes da Grécia eram deuses e heróis com poderes divinos que
desceram a terra para ensinar aos homens os bens da vida social.
Acreditavam os gregos, que estes deuses ou divindades habitavam o Monte Olímpo.
Estes deuses tinham fraquezas, as paixões e as virtudes humanas, dentre estas divindades e
semideuses, muitas figuras eram amadas e veneradas por toda a população. Um exemplo é
Hermes, que além de ser o mensageiro de Zeus, era confundido como grande corredor de
velocidade e protetor do povo, aqui se verifica como os gregos aliavam a mitologia as suas
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necessidades sociais e como tudo que acontecia na terra poderia ser explicado por meio do mito
(RAMOS, 1983, p79).
A formação do pensamento pedagógico do mundo grego foi regida durante muitos
séculos por duas cidades-líderes, Esparta e Atenas. As diferenças estavam na forma de
condução de seus legisladores, em Esparta onde legislou Licurgo, a valorização aos exercícios
corporais ocorria principalmente pela preparação militar e este povo cultivava a agressividade e
a energia na ação (característica mais guerreira), Já em Atenas regida por Péricles que possuía
grande habilidade e talento de liderança, a educação física adquiriu padrões de eficiência
educacional. É desta civilização que apesar de mais de 25 séculos de separação que afirmações
de seus pensadores, parecem ainda serem estabelecidas por nossos modernos filósofos,
pedagogos e cientistas. Muitos destes pensadores preocuparam-se bastante com a prática dos
exercícios físicos e dentre eles destacamos Sócrates, Platão e Aristóteles enquanto pensadores
como Hipócrates dentre outros serviram de fundamentos para a criação da medicina desportiva.
Estes estudos mostram como o povo grego se orientava e direcionava já nesta época boa parte
do que vivenciamos hoje em termos de conhecimentos e utilização destes conhecimentos para o
desenvolvimento da sociedade.
MANACORDA (1999) escreve que a forma típica da “Escola” grega da época, o
ginásio, que era o centro de cultura físico e intelectual, surgiu como centros de cultura física e
intelectual para os adultos e adolescentes. O autor baseia-se na Paidéia para explicar o sucesso e
a identificação com a tradição do helenismo:
Em seguida, para cada especialização ginástica e relativa competição, foi
criado um inventor humano: Teseu da luta, Pólux do pugilato,
Belerofonte da corrida de cavalos. (Manacorda,1999, p. 68).
É interessante neste trecho de Manacorda (1999), perceber como em outros
autores a importância da mitologia como meio de desenvolvimento da cultura de um povo.
Aqui, o mito é capaz de explicar o real e dá sentido a este real. Ou seja, como Platão na
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República, é preciso que comecemos a ensinar nossas crianças pela música (fábula). Segundo
esta linha de raciocínio Manacorda, perceberemos que nas Olimpíadas foram gradativamente
introduzidos jogos para adolescentes. O que dá segundo o autor uma preparação “escolar”
sistemática e institucionalizada para toda a juventude. Isto trouxe uma indubitável fusão da
educação física o que gerou uma popularização dos jogos, antes reservados apenas aos nobres.
Manacorda (1999) exemplifica assim a educação física na Grécia:
Os gymnasia e toda a atividade física praticada como livre
treinamento para o “fazer” guerreiro eram, então, reservados aos capazes
(ikanoi). Mas a sociedade muda e a escola é, ao mesmo tempo,
conseqüência da mudança ocorrida e instrumento da mudança futura. Foi
assim que a nobre arte – noble art, como se diz hoje nos mundos das
atividades antagônicas – da ginástica se democratizou e, deixando de ser
privilégio dos aristocratas, tornou-se campo aberto a todos e se
profissionalizou (Manacorda,1999, p. 69).
Karl Diem, citado por Ramos (1983), sobre a influência da civilização grega nos
fundamentos de nossa civilização, diz:
(...) Escrevemos com letras gregas, falamos com palavras gregas, pensamos com
conceitos gregos, construímos segundo modelos gregos e vemos as coisas com olhos gregos
(Ramos, 1983, p.100).
Assim, podemos perceber pela revisão histórica que o exercício físico estava
integrado na cultura grega. Desde os tempos heróicos até a época da sua decadência e que esta
educação física constituiu-se em prática de interesse, acompanhando o grego durante toda sua
vida.
Para Marrou (1966) a educação física na Grécia era um elemento, senão
preponderante, ao menos característico da formação do jovem grego. Isto permanecia porque o
esporte para os gregos não era apenas um divertimento apreciado e sim algo mais sério que se
relacionam com todo um conjunto de preocupações higiênicas, médicas, estéticas e éticas a um
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só tempo. A educação física também permanece como um dos aspectos essenciais da iniciação à
vida civilizada – da educação (Marrou, 1966, p.185).
Aos jovens era dada especial atenção no que
tange a educação. Platão, no capítulo V do livro “A
República” 1, deixa claro em seus diálogos a importância e
relevância da educação Grega, a obra está dividida em dez
livros que se transcorrem sempre na forma de diálogos nos
quais Sócrates é o principal personagem. Marinho (1981)
resume o plano educacional previsto por Platão da
seguinte forma:
(...) dos sete aos dezesseis ou dezessete anos, a ginástica e a música se encarregam de estabelecer a harmonia do corpo e da alma. Dos dezessete aos vinte anos eram os jovens submetidos aos exercícios militares, acrescentando-lhes a leitura, a escrita, a aritmética, a geografia, etc.. Segundo as suas aptidões, sofria os jovens um processo de seleção em todos os períodos desses. Dos vinte aos trinta anos, aqueles que demonstrassem superior capacidade intelectual consagrar-se-iam ao estudo das ciências de modo sistematizado. Entre os trinta e os trinta e cinco anos, deviam os homens dedicar-se aos processos de investigação após o que aqueles que demonstrassem uma capacidade superior podiam considerar como terminada a sua aprendizagem intelectual e cientifica, merecendo então que fossem tidos como filósofos. Aos cinqüenta anos cabia ao sábio retirar-se à vida privada, isolando-se a fim de entregar-se, a meditação sobre as coisas justas e belas. E, desta forma, só lhe restava aguardar serenamente a morte (Marinho, 1981, p.50).
Em vários trechos do seu livro da República, Platão confere a educação física
especial atenção (Pinheiro, 2001, p.76). No livro segundo, traduzido por Pinheiro (2001) para o
português, e em Marinho (1980 p.50), no discurso que se segue entre Sócrates e Adimanto,
sobre qual a educação que deveria ser ministrada aos Guerreiros da República, descreve abaixo
para percebermos a importância da educação ao povo grego (Pinheiro, 2001, p.77).
Adimanto – Qual será sua educação?
1 A República, segundo especialistas, obra do período da maturidade de Platão, escrita em forma de narrativa dramática, em diálogos.
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Sócrates – Será possível encontrar melhor que a que, de longa data, se encontra
em uso em nosso meio e que consiste em formar o corpo pela ginástica e a alma pela música?
Adimanto – Não.
Sócrates – Devemos começar pela música antes que pela ginástica?
Adimanto – Como assim?
Sócrates – Os discursos são parte da música?
Adimanto – Sim.
Sócrates- Há duas espécies de discursos, uns verdadeiros e outros falsos?
Adimanto – Sim.
Sócrates – Pois uns e outros devem contribuir para a educação, a começar pelos
falsos.
Adimanto – Não entendo o que pretendes significar.
Sócrates – Pois então não entendes que nossas primeiras falas às crianças são
fábulas? São falas, em geral, cheias de mentiras, mas também encerram verdades. Com elas
distraímos as crianças antes de levá-las ao ginásio.
Adimanto – É verdade.
Sócrates – Eis porque disse que convém começar pela música antes da ginástica.
Nesta passagem do livro nota-se a importância que Platão atribui à educação e a
importância de se começar pela história, pelos contos de fábula que encerram todo um contexto
social e relaciona o bem e o mal o certo e o errado. É com este pensamento envolvido e
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embebecido de imaginação que devemos começar todo o aprendizado incluindo a educação
física.
Marinho (1980) cita também um trecho do livro terceiro um diálogo entre Sócrates
e Glauco no qual Sócrates afirma que depois da música é pela ginástica que se devem educar os
jovens e que é preciso incutir estes hábitos desde cedo para que possam continuar a fazê-lo por
toda a vida. Nesta mesma página, o autor cita também Aristóteles e a importância da sua obra
“A Política” em que ele dedica o quinto livro, a educação no qual defende o princípio de que a
educação compreende três etapas distintas: a vida física, o instinto e a razão. O que dá a sua
doutrina um esboço de educação progressiva. Assim como seu mestre Platão, Aristóteles
também dedicou uma grande importância ao desenvolvimento físico das crianças sendo o que
poderemos chamar de precursor da eugenia (já nesta época). Para Aristóteles, a verdadeira
educação se iniciava aos 5 anos e se estenderia até o vinte e um. Entre os sete e o quatorze anos,
a crianças deveria receber noções elementares de música e cultivar a ginástica. Até os vinte e
um anos, este educando deveria submeter-se a pesados exercícios corporais, regime alimentar
adequado, para que assim pudesse tonificar e endurecer corretamente o corpo destes jovens para
as necessidades guerreiras. Aristóteles atesta então que a educação compreende, geralmente,
quatro partes, a gramática, a ginástica e a música e o desenho. E neste contexto a ginástica serve
para formar a coragem e que a sociedade deveria formar os hábitos dos filhos antes de sua razão
assim como o corpo antes do espírito. Daí então, deveria se ensinar ginástica e a pedotríbica:
uma para dar ao corpo, graça e vigor e a outra educá-los nos exercícios. A diferença básica entre
as duas, é que a ginástica acrescentava à ciência dos exercícios um conhecimento exato de todas
as suas propriedades em relação ao vigor e a saúde, enquanto a pedotríbica limitava-se aos
exercícios mecânicos. Em suma o ginasta era teórico e o pedotríbo o prático (Marinho, 1980,
p.51).
É interessante notar que os povos gregos viviam em constante luta, isto nos vale
lembrar como diz Ramos (1983),
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Lutas constantes e rivalidades marcavam suas vidas. Uniam-se muitas
vezes, embora parcialmente, para a defesa contra o inimigo comum.
Havia o povo grego, porém não existia uma nação integrada (grifo
meu). (Ramos, 1983, p.99),
Para Will Durant, citado por Marinho (1980), foram os desportos a única atividade
que efetivamente conseguiram, periodicamente, unificar a Grécia, pois nem mesmo em meio à
guerra estes jogos não eram interrompidos, ao contrário, eram as guerras que momentaneamente
entravam em trégua para participação das cidades nas disputas dos jogos. Segundo este mesmo
Will Durant, somente os cidadãos gregos por nascimento podiam participar dos Jogos
Olímpicos (Durant, apud Marinho, 1980, p.52).
Pensando no texto acima fica muito claro verificar a importância da educação física
e dos jogos esportivos para o povo grego que por todas as suas diferenças, paravam e se
rendiam à prática dos jogos que traduziam toda a beleza de uma cultura deste grande povo.
Na Antigüidade, principalmente no Oriente, os exercícios físicos aparecem nas
várias formas de luta, na natação, no remo, no hipismo, na arte de atirar com o arco, como
exercícios utilitários, nos jogos, nos rituais religiosos e na preparação guerreira de maneira
geral. O seu ensino era confiado ao paidotribés, que era muito mais do que um monitor de
ginástica. Tratava-se de:
(...) um verdadeiro educador que, à sua competência desportiva, devia
reunir profundo conhecimento das leis da higiene e de tudo o que a
ciência médica grega elaborara quanto a observações e prescrições
relativas ao desenvolvimento do corpo, aos efeitos dos diversos
exercícios, aos regimes convenientes aos diversos temperamentos
(Marrou, 1966, p.196).
Segundo Marrou (1996) o paidotribés era dotado de uma grande autoridade,
A sua autoridade é representada pela insígnia que tem na mão: "uma
longa vara forquilhada que lhe serve menos para indicar ou retificar a
posição de um membro do que para impor uma correção vigorosa no
aluno desajeitado ou que, no decorrer de uma partida, trapaceia ou tenta
um golpe irregular” (Marrou, 1966, p. 202).
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Tal como no ensino literário, também na ginástica o mestre dispensava ao discípulo
uma teoria, sob a forma de um conjunto de instruções. No que se refere ao ensino da luta, por
exemplo, o paidotribés ensinava sucessivamente as diferentes posições que o lutador teria de
utilizar nos cursos de combate.
Marrou (1996), cita vários tipos de desportos praticados pelos gregos, mas
enfatiza que nenhum deles despertava tanto interesse ao povo grego como os grandes concursos
pan-helênicos ou dos concursos municipais e cita que:
O programa destes últimos não variou desde o século VI e define o
quadro de todo o ensino da ginástica: sua lista é bem conhecida:
compreende a corrida à pé, o salto, o lançamento do disco, o do dardo, a
luta, o boxe e o pancrácio (Marrou, (1996, p.190).
Mas, se é verdade que a maior parte da vida dos jovens era dedicada ao treino
físico, no entanto, importa perceber que "o desporto não é para os gregos apenas um
divertimento; é algo de muito sério, que se relaciona com todo um conjunto de preocupações
higiênicas e médicas, estéticas e éticas a um só tempo" (Marrou, 1966, p. 185).
A luta era bastante mais popular que a corrida. "Testemunha-o, de maneira
bastante nítida, o fato de a palavra p a l a i s t r a significar «área de luta», servindo para
designar, de maneira geral, a praça de desporto ou a escola de educação física.
No que se refere ao ensino da luta, por exemplo, o paidotribés ensinava
sucessivamente as diferentes posições que o lutador teria de utilizar nos cursos de
combate. Entre as modalidades desportivas mais praticadas contavam-se a corrida, o salto, a
luta, o lançamento do disco e do dardo. Estas cinco modalidades - o pentathlon - constituíam
um conjunto habitual nos jogos olímpicos. Mais tarde, o boxe e o pancrácio (espécie de luta em
que poderia ser usada além do soco, qualquer outra parte do corpo para subjugar o adversário),
passaram a fazer também parte das modalidades desportivas praticadas pelos gregos.
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Cuidado com o Corpo, esta era outra prática característica da ginástica grega e
consiste nas fricções com unção de azeite
(...) friccionava-se o corpo inteiro antes de todo exercício num compartimento
tepidamente aquecido. Após uma primeira fricção moderada a seco, aplicava-se azeite (...) e
friccionava-se com a mão nua, docemente de início, depois de maneira mais enérgica (levando
em consideração, bem entendido, o que podia suportar a idade da criança). À fricção
preparatória opunha-se a fricção «apo terapêutica», que encerrava todo exercício e era destinada
a descansar os músculos e afastar a fadiga, assim como a primeira havia servido para adestrá-
los. (Marrou, 1966, p. 201).
A finalidade destas fricções era principalmente higiênica. Poderia, no entanto ser-
lhe reconhecida outra vantagem, nomeadamente a de, com o azeite, a pele se tornar escorregadia
e, deste modo, ser dificilmente agarrada pelo adversário durante o pancrácio. Todavia, na
realidade, esse uso combinava-se com outro, cujo efeito, neste sentido, era contraditório:
devidamente massageado, o atleta cobria-se com uma fina camada de poeira (Marrou, 1966, p.
201). Mas também este uso tinha uma finalidade higiênica: regular a transpiração.
Fica evidente, assim, como a educação física, com todo seu esplendor, a partir do
século VI a.C. e durante o período áureo da civilização grega, constituía-se em uma grande
realidade. Com o tempo, suas práticas foram sendo depreciadas, culminando com a dominação
romana e, sobretudo, o progresso do Cristianismo. Com a invasão romana, o início do
Cristianismo, os gregos foram influenciados pelas práticas decadentes de Roma. Assim, como
diz Ramos (1983):
(...) e de maneira incessante, a realização de lutas, pugilatos e pancrácios,
que, ao lado das corridas de carros, se haviam tornado, nos últimos
tempos, a sensação máxima para a plebe. (Ramos, 1983, p. 124).
Estes novos jogos criaram uma nova espécie de atleta, o profissional, que
passou a ter uma especialização excessiva, o que gerava uma estupenda hipertrofia muscular,
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em detrimento do organismo como um todo. Neste momento histórico, a educação física deixa
de ser parte dominante da Educação, como outrora. Os jogos se tornaram espetáculos brutais e
corruptos, perdendo assim toda sua energia que atraía a juventude grega, que passou a se
interessar por outras atividades.
Isto fez com que muitos pensadores gregos como Aristófanes, por exemplo,
fizessem uma campanha contra tal estado das coisas. Muitas críticas feitas ao novo sistema que
valorizava a hipertrofia descomunal, sem a preocupação com a formação moral do homem, sem
a formação espiritual. Esta mudança de costume adquirida com o transcorrer dos tempos levou
muitos jovens a procurar outras vitórias que não as desportivas.
Segundo Ramos (1983),
Em 146 a.C. os jogos já estavam decadentes. Os romanos atraíam todos
os povos de seu vasto Império para suas próprias competições. Porém,
Augusto, mudando de política, procurava proteger os festejos gregos,
ensaiando dar-lhes novo esplendor. A “Pax Romana” ensejou-lhes, por
curto tempo, um período de grandeza. Porém havia chegado o final dos
tempos. (Ramos, 1983, p.124).
A decadência da civilização grega culmina com a ascendência do domínio
romano. Militarmente mais fortes, asfixiaram todos os setores das atividades humanas gregas,
em todos os sentidos. A profissionalização dos atletas, descrita anteriormente junto com a
corrupção dos atletas dentre outros fatores, determinaram a decadência dos jogos olímpicos,
suprimidos pelo Imperador romano Teodosio no ano de 394 d.C.
Então, apesar de um período de euforia da ginástica, entre os séculos II e III
d.C. a unidade entre o físico e o intelecto estará definitivamente perdida.
A educação física em Roma tem uma conotação diferente da grega, pelo fato de
sua civilização ser caracterizada pelo espírito prático, utilitário e organizador. A origem dos
romanos segundo a lenda, quando Rômulo e Remo, no século VIII a.C. foram abandonados
num barco do rio Tibre, que os levou por suas correntezas até a base do Monte Palatino, sendo
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amamentados por uma loba, e em seguida, adotados por um pastor. Foi neste local que surgiu
Roma, sendo Rômulo seu primeiro rei.
Manacorda (1999) ressalta ainda que em Roma a educação física, que preparava
o futuro cidadão para o uso de suas armas na defesa da pátria (e na ofensa à pátria alheia), era o
principal e mais importante aspecto da formação do homem. A educação se estendia às crianças,
pois segundo o autor, o jogo infantil prefigura imediatamente a guerra conforme o estilo
romano. Ou seja, brincar de guerra que serve de preparação para a guerra. Isto pressupõe uma
preparação física básica, mas todas as exercitações voltadas para o caráter guerreiro.
A educação Romana dependia muito do nascimento do filho, se ele fosse
reconhecido pelo pai, teria uma educação, se não fosse seria colocada sob tutela do Estado ou
adotada por alguma família nobre.
Caso fosse aceita seria assim a educação, segundo Marinho (1988):
A educação, limitava-se a ensinar a ler, escrever e contar; os exercícios
físicos estavam representados pro jogos e pequenas tarefas agrícolas ou
militares. (...) a ginástica foi muito combatida porque os romanos
achavam imoral e repulsiva a nudez dos ginastas e atletas. (Marinho,1980,
p. 61).
Ramos (1983), acompanhando de perto a clássica divisão histórica de Roma,
para facilitar didaticamente o estudo dos exercícios físicos entre os romanos, dividiu o assunto
em três períodos, sendo eles: Primeiro Período – Fundação da cidade (573 a.C.) até o ano de
510 a.C., chamado de tempo da Monarquia. Segundo Período – 516 a.C. até o ano 30 a.C.,
chamado de tempo dos cônsules e do início das grandes conquistas e por fim o Terceiro Período
– da Implantação do Império até a invasão dos germanos, marcando o fim do domínio de Roma.
No primeiro período, o exercício físico de influência etrusca, visava somente a
formação militar, os poucos achados sobre esta época, dificultam o que se sabe sobre esta época,
bem como o segundo período. É da época Imperial os escritos que podem revelar algo sobre as
atividades físicas. Dentre elas destaca-se conforme Ramos (1983):
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Papinius Statius, protegido de Domiciano (81–96 d.C.), destacou-se
como cronista. Excelente narrador e poeta maravilhoso, em forma lírica e
exaltação brutal, descreve-nos a ferocidade da luta, os pormenores da
preparação física e as sensações de atleta diante da vitória e da derrota.
Da leitura dos autos citados, pode-se estabelecer uma lista dos exercícios
praticados: marchas, corridas, saltos, transporte de fardos, arremesso do
disco, esgrima, lutas, pugilismo, exercícios eqüestres e natação (no rio
Tibre). (Ramos, 1983, p.153).
O segundo período, mais se acentuou a predominância militar dos exercícios
físicos que se juntaram a alguns ensinamentos de práticas higiênicas e desportivas vindos da
Grécia. Neste período em que conviveram Grécia e Roma, é notória a diferença da educação
física grega e romana, enquanto a primeira era caracterizada pela beleza e pelo Bem, a segunda
tinha sempre em primeiro plano a formação guerreira. Os jovens romanos eram adestrados no
Campo de Marte, onde faziam exercícios militares à semelhança dos espartanos.
Julio César, um dos maiores generais romanos, interessado no máximo
rendimento guerreiro, procurava difundir, sob forma desportiva, o hipismo, as acrobacias
tessálicas sobre o touro e a natação, de valor muito apreciado. Com todo este adestramento
militar, a finalidade dos exercícios diferia daquele homem harmonioso grego para o homem
forte e maciço de Roma, o chamado “homo Quadratus”.
Ramos (1983) relata:
(...) sem solução de continuidade, foram mantidas as práticas anteriores
até certa época, para passar, pouco a pouco, a absoluto abandono, salvo
quanto aos espetáculos deturpadores do exercício útil e salutar. Cada vez
mais, os exercícios romanos degeneraram em espetáculos circenses cruéis
e sanguinários, com seus combates de gladiadores, naumáquinas
(simulacros de batalha naval) e venações. Havia também, as célebres
corridas de carros e exercícios de saltos sobre o touro. (Ramos, 1983, p.
154).
Os jogos romanos tinham sempre a base na religião e todos sem especial
interesse para a educação física. O que se tem de certeza é que estes jogos que eram realizados
em Roma ou em outras cidades, tinham como interesse a pacificação e a integração social.
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A origem dos jogos romanos, com base na religião, é remotíssima. Havia jogos
fúnebres, solenes, honorários e votivos, todos sem especial interesse para a educação física.
Nem todos os jogos eram realizados em Roma, mas também em muitos pontos do Império,
algumas vezes em vários lugares ao mesmo tempo. Roma buscava, em todos os seus domínios,
por meio deles, pacificação e integração social. Os atletas amadores gozavam de certo respeito,
sendo distinguidos dos profissionais e dos gladiadores.
As Instalações Desportivas desta época são encontradas nos grandes museus de
arte da Itália, são abundantes as obras de elevado valor cultural, mostrando que, apesar da
inferioridade da educação física romana em relação à grega, os artistas romanos sempre
estiveram motivados pelos assuntos desportivos, sobretudo no campo da escultura e da
arquitetura. A maior parte das obras não passa da escola helênica em época romana, mas sente-
se nelas o espírito romano. A arquitetura, apesar de certo avanço, foi influenciada pela riqueza e
grandiosidade das obras orientais.
Roma conserva, até hoje, muitas recordações de suas admiráveis instalações
desportivas da Antiguidade, construídas com luxo e perfeição técnica, são elas: as termas, o
circo, o anfiteatro, o estádio. Ramos (1983), descreve estas admiráveis instalações que ora
resumidamente transcrevo:
a) As Termas: figuram entre as mais grandiosas construções que o gênio romano
espalhou por todo império. Locais apropriados para banhos, duchas, massagens e fricções. Mas
não somente para isso; comumente, constituíam-se em centros de atividades físicas, e mesmo
mais, pois serviam também para atividades socioculturais e religiosas, abrangendo no seu
conjunto, vestiários, salas de aula, salões de conversação, biblioteca e santuários. Dispunham de
todos os requisitos exigidos pelo homem daqueles tempos, que nelas, além da prática de
exercícios físicos, buscavam o descanso espiritual e o aprimoramento das suas qualidades
intelectuais.
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b) O Circo: representavam magníficas construções arquiteturais de forma
retangular, com pavimentos, arcadas, escadarias interiores,colunas, pilastras, muralha exterior e
fachada monumental. Era uma fraca representação dos hipódromos gregos, de linhas simples e
sempre localizados próximo aos celebre torneio de “Tróia”). No período de decadência do
Império Romano as lutas de gladiadores, entre si ou com as feras, constituíam também parte
importante dos espetáculos.Muitos imperadores investiram muito nas construções dos Circos
pois o espetáculo gozava do entusiasmo popular, como hoje, em grande parte do mundo, as
partidas de futebol.
c) O Anfiteatro: diferia do Circo pela sua finalidade, forma e disposição interna,
mas se nivelava, no fausto, na majestade e na capacidade de publico. Era o local onde se
desenrolavam os combates de gladiadores, de feras e os sacrifícios. Estes se constituíam de em
lançar as feras os cristãos indefesos, que eram devorados ante os aplausos sádicos e frenéticos
da multidão. Os combates de gladiadores, guardadas as devidas proporções, eram presenciados
delirantemente pelo publico, como hoje, em grande parte do mundo, as partidas e futebol.
Organizados com grande luxo, eram espetáculos de sensacionalismo, crueldade e baixas
paixões, destinados a satisfazer o sadismo de uma civilização sedenta de sangue.
d) O Estádio: era destinado as competições às lutas atléticas ( corridas,saltos,
arremessos de disco e dardo etc).
Muitas são as causas da decadência das atividades físicas em Roma, dentre eles o
surgimento do Cristianismo que dentre outras coisas relegou, ao segundo plano, a integridade
corporal, tornando-se assim, funesto às atividades físicas, o espetáculo bárbaro, a opulência, o
luxo as orgias foram, pouco a pouco, abastardando o povo; tornaram-se indolentes e deixaram
de praticar os exercícios, preferindo os fáceis prazeres de Roma às duras lides nos campos de
combate. O profissionalismo, principalmente as práticas sangrentas e amorais, fez o desporto
cada vez mais perder sua nobreza e suas essências mais pura e finalmente os germanos,
esmagando a civilização romana, acabaram liquidando o pouco que ainda existia de atividades
físicas, muito deturpadas em seus benefícios e finalidades.
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Esta visão acima de que compartilham Ramos e Marinho permitem que reflitamos
um pouco sobre como o exercício físico muda com a própria mudança e desenvolvimento da
civilização humana e como ela historicamente inclui em todas as suas atividades. Sejam elas
físicas, culturais, assim podemos entender que os novos efeitos dos acontecimentos passados
mudam o significado do passado, o significado do que aconteceu. As características fortes de
um povo que subjuga outro e impõe por toda sorte, sua cultura e seu modo de viver e que por
sua vez é influenciado pelo oprimido. Ficou muito claro que os prazeres e as orgias foram aos
poucos mudando a civilização romana que preferia os prazeres a trabalhos duros. Assim com o
acúmulo dos impostos e pesadas expedições punitivas, o advento do Cristianismo e o
enfraquecimento da têmpera dos romanos. Permitiu que as tribos mais revoltadas com a
opressão imposta pelos romanos começaram a invadir as tribos bárbaras foram paulatinamente
invadindo os domínios romanos arrasaram o antigo e poderoso Império Romano o que
destruíram seu império, sua força e seu orgulho. Cabe aqui ressaltar que foi sob o comando de
Gensérico, hordas de bárbaros invadiram e saquearam Roma, desaparecendo o esplendor de um
grande império e todas as manifestações de cultura.
2. Idade Media
Na Idade Media as disputas religiosas tomaram um grande vulto e que
praticamente foi decretado um obscurantismo nas manifestações culturais com opressões e
limitações impostas ao espírito. Ramos (1983) e Marinho (1980) concordam que a Idade Media
caracteriza-se pela disputa entre três poderes para a direção do mundo europeu: a força dos
bárbaros representada pelo poder militar; as organizações municipais e provinciais estabelecidas
pelo Direito Romano, os costumes e a família traduziam o poder civil; a substituição do
paganismo pelo Cristianismo e sua disseminação e estruturação alicerçavam o crescente poder
religioso. Começa então o que Manacorda (1999) chama de decadência da cultura clássica na
educação na alta Idade Media. Baseado em Marinho e Ramos que são unânimes em afirmar que:
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O horror aos circos e aos jogos que neles se celebravam e uma religião
que pregava o descaso pelas coisas do corpo para a salvação da alma, o
desprezo por tudo o que era terrestre para a conquista de uma vida
celestial, tudo isto concorreu para que a Educação Física se tornasse
inexpressiva durante a Idade Media. (Marinho,1980, p.76).
Se observarmos na Idade Media, os exercícios físicos foram à base da preparação
militar dos soldados, que durante os séculos XI, XII e XIII lutaram nas Cruzadas empreendidas
pela Igreja. Entre os nobres, eram valorizadas a esgrima e a equitação como requisito para a
participação nas justas e torneios, jogos que tinham como objetivo enobrecer o homem e fazê-lo
forte e apto (Ramos, 1982, p.166). Há ainda registros de outras atividades praticadas neste
período, como o manejo do arco e flecha, a luta, a escalada, a marcha, a corrida, o salto, a caça e
a pesca e jogos simples e de pelota, um tipo de futebol.
Surge a Cavalaria, que não é uma instituição e sim o ideal mesmo da Idade Media.
Ramos, afirma que o cavaleiro é sempre nobre, mas é mais que nobre: representa uma nobreza
dentro da nobreza. A do cavaleiro não se herda, se adquire. Com o próprio esforço, colocando-
se ao serviço das causas justas, da defesa dos ideais da Igreja, ao serviço da pátria, ao apoio dos
desvalidos e ao império da justiça. Tudo isto constituía o ideal da Cavalaria. Os Jogos e os
Desportos Medievais, na Idade Mediam não existiam nenhuma educação física escolar popular.
Na educação adquire maior predomínio à destreza na equitação e no manejo das armas. Ramos
(1983) descreve assim os jogos:
Mas os grandes desportos da Idade Media, com a caça de feras e a caça
por meio do falcão, serão o torneio e a justa. Foram praticados
intensamente na França, Alemanha, Inglaterra, Itália e Espanha,
alternados com a cavalaria de tourear, dos entreveros e outros
divertimentos fortes, durante vários séculos. Em todos eles, não só se
porão à prova a força, a habilidade e a resistência, como a arte e a
fidalguia. Estes desportos tendem a um só fim:” Enobrecer o homem e
fazê-lo forte e apto. Pelo visto, tal educação física ‘cavalheiresca’ era
privilégio da nobreza e de certa parte da burguesia. O povo divertia-se
com atividades menos custosas, exercitando-se com a prática de
exercícios naturais e alguns jogos tradicionais: arremesso, lutas, caça,
arco e flecha, equitação, pelota, etc.. (Ramos, 1983, p.167).
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A Idade Media, apesar do pouco interesse pela educação física clássica, surge,
com características bem definidas, os desportos de equipe e é aí também que surge o modelo
para o desportista contemporâneo “o ideal cavalheiresco”, o que exalta ao espírito esportivo.
Ramos (1983) apud Bernardo Gillet:
É no ideal cavalheiresco que devemos precisar as raízes mais profundas
do espírito esportivo. Com efeito, os atletas gregos desejavam alcançar
apenas “honor” (gloria, estima pública), os cavalheiros cristãos
praticavam, na sua atuação, a verdade, a justiça e a lealdade. (RAMOS,
1983, p.169).
Podemos notar nos cavalheiros o resgate da moral, da ética, o que se notou no
elevado espírito de lealdade ocorrido nas pelejas. Assim, embora a intervenção cristã pudesse
ofuscar a cultura, as artes e até mesmo a educação física. Ela resgata na figura dos cavalheiros
um espírito desportivo de intensidade e brilho superiores na própria Grécia Antiga. E embora a
Idade Media tenha sido considerada como um período de trevas na cultura do antigo mundo
europeu pôde perceber que, houve avanços e que a cultura não desapareceu. É nesta época que
podemos observar várias personalidades importantes, dentre eles, São Tomás de Aquino e
Dante Alighieri.
3. Do Renascimento aos Dias Atuais
O Renascimento, época que segundo alguns autores trás de volta a luz no
obscurantismo que a Idade Media assinalara nas manifestações culturais, se processa em todos
os setores de atividades contra a opressão e as limitações impostas ao espírito. Ocorre a
redescoberta das civilizações Grega e Romana que faz com que os povos se extasiam ante tais
culturas. Aqui surgem muitos nomes que simbolizaram esta época, como Leonardo da Vinci,
Galileu dentre outros que, de forma bastante expressiva, simbolizam o domínio cultural.
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Os sistemas educacionais assimilam a nomenclatura das instituições gregas e
surge o ginásio na Alemanha, o liceu na França e a academia na Inglaterra.
Marinho apud Compayré, assim se refere a esta época:
A educação na Idade Media, excessivamente rígida e repressiva, que
condenava o corpo a um regime demasiadamente severo e a mente a uma
disciplina demasiadamente estreita, foi sucedida, pelo menos em teoria,
por uma educação mais ampla e mais liberal, que concedeu a devida
atenção à higiene e aos exercícios físicos..., que busca o desenvolvimento
do homem integral, mente e corpo, gosto e conhecimento, coração e
vontade. (MARINHO, 1980, p. 80).
A educação física do renascimento ou da renascença como caracterizam alguns
autores, recebeu numerosas contribuições da Idade Media embora muitos historiadores não
coloquem desta forma, mas devemos ressaltar na perspectiva de Ramos (1983) quando diz que:
O Renascimento recebeu da Idade Media, numerosas contribuições. Sem
as fontes materiais e espirituais que ela criou, ele teria sido muito
diferente. Na realidade, podemos considerá-lo como uma ponte, vacilante
talvez, mas que permitiu, com segurança, a passagem entre a Antigüidade
e a Idade Moderna (Ramos, 1983, p 170).
Para Marinho (1982), o renascimento é uma reação que se processa em todos os
setores de atividade contra a opressão e as limitações impostas ao espírito, é um raio de luz no
obscurantismo.
Pouco a pouco se pode perceber que os exercícios praticados de maneira
espontânea pelo povo, foram retornando, por indicação de uns tantos educadores, seu lugar no
quadro da educação integral.
Nesta época em vários países, figuras notáveis se destacaram no cenário
educacional, o que concordam também Ramos e Marinho. Segundo estes autores, na Itália, três
figuras destacaram-se das demais: Vittorino de Feltre, Maffeo Veggio e Gerolomo Mercuriale.
Na França, Rabelais, Montaigne, Fénelon, Boisregard e Rousseau, os ingleses Locke, Thomas
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Morus e Mulcaster; os alemães Hoffmann, Basedow, Saltzmann, Froebel e Herbart; o suíço
Pestalozzi.
Devido à importância destes educadores discorreremos um pouco sobre as
características das personalidades de alguns deles.
Vittorino de Feltre (1378 – 1446) – de espírito clarividente, foi professor de
filosofia e retórica, é considerado um verdadeiro raio luminoso que surge em fins do século XIV
no campo educacional italiano. Dedica-se inteiramente à educação, dirigindo a sua escola
denominada “La giocosa de mantova” (casa alegre).
De acordo com as obras de Ramos e Marinho, fazia seus alunos praticarem a
ginástica, os jogos, a esgrima, a natação, a equitação, a corrida, a luta, o arco e flecha, a bola, as
longas marchas, os exercícios de resistência ao frio e ao calor, procurando assim a vista dos
gregos, harmonizarem o corpo e o espírito. Embora tenha publicado poucas obras, era
eminentemente prático e procurava realizar integralmente em sua obra escolar, o ideal grego de
educação integral, expresso pela perfeita harmonia entre corpo e o espírito.
Maffeo Veggio (1407 – 1458) – Considerado o mais completo pedagogo de sua
época, era grande conhecedor de ginástica e fisiologia. Em 1941, publica em Milão, a obra
”Educação da Criança”, na qual estabelece que não se devam exercitar crianças até 5 anos e que
daí por diante, deve-se exercitar para que afugente a preguiça do corpo e que os exercícios
deveriam ser dosados isto é nem demasiadamente brandos e nem muito fatigantes.
François Rabelais (1483 – 1553) – Filósofo, médico e grande escritor francês, era
amigo da natureza, contrário ao ensino escolástico de sua época e também parece ter sido o
primeiro a observar na pedagogia o realismo. Defendeu de maneira constante e tenaz, o direito
do homem de viver ao ar livre e desenvolver o máximo de suas atividades físicas e espirituais.
Comentou segundo Ramos, os trabalhos de Hipócrates e Galeno, foi o autor de Gargântua e
Pantagruel, onde demonstra todo seu amor a humanidade, justiça e a ciência, e talvez
influenciado pela cultura grega, ressalta ao mesmo tempo a importância da higiene e a
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necessidade o exercício físico. Ramos e Marinho destacam um trecho de Gargântua em que
ressalta a preocupação de Rabelais com a educação e como a natureza é uma verdadeira escola
de atividade e sabedoria e como se consegue ampliar os horizontes educacionais através de
idéias modernas e de atividades físicas naturais.
Mudando, então, de roupa, Gargântua montava num cavalo de corrida, num rocim,
num ginete, num bárbaro, num ligeiro, fazendo-o disparar cem vezes, dar voltas no ar, transpor
os valados, pular as cercas, fazer rapidamente uma volta a direita ou a esquerda. Quebrava,
então, não a lança (porque o maior absurdo do mundo é dizer: “Quebrei dez lanças num torneio
ou numa batalha”, coisa que ficaria bem para um carpinteiro, e glória mais louvável seria
quebrar com a lança a cabeça de dez inimigos), mas, com sua lança, bem acerada, vigorosa e
rija, arrebentava uma porta, amassava um armadura, derrubava uma árvore, atravessava uma
argola, arrancava uma sela de armas, com uma cota de malhas, uma manopla. Fazia tudo isto
armado dos pés à cabeça. Em fanfarronadas e estrepolias, em cima do cavalo, ninguém foi
melhor que Gargântua. O acrobata de Ferrara não passava de um macaco em comparação com
ele. Já tinha aprendido a saltar, sem tocar no chão, de um cavalo para outro. Sabia montar de
qualquer lado, com a lança em punho, sem estribeiras nem freio, e assim guiar a montaria à sua
vontade, pois tais coisas fazem parte da disciplina militar.
Um dia manejou o machado tão bem, fazendo-o subir e descer tão
vigorosamente, cortando madeira com tanta facilidade, que foi consagrado, em todos os
exercícios como o cavaleiro armado de campanha. (....) Brincava de barra com os mais fortes e,
quando chegava o momento, sustentava-se nos pés com tanta força que se deixava segurar pelos
mais ousados, para que tentassem tirá-lo do lugar, como outrora fazia Milo, e também como
este, tinha na mão uma romã, para dá-la a quem pudesse afastá-lo (Ramos, 1988, p.78).
Fica evidente depois desta leitura de Gargântua, que esta obra não obteve uma
larga repercussão, apenas depois de sua época e que segundo Ramos influenciou no povo
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práticas educacionais naturais, em particular no fortalecimento do corpo e no arejamento do
espírito, educando integralmente o homem, com a ajuda da natureza.
Na França destacaremos Miguel Eyquem Montaigne e Jean Jacques Rousseau
devido à intensidade de suas obras e a influência destas na educação.
Miguel Eyquem Montaigne (1533–1592) Publicou uma obra denominada de
“Ensaios” em além de criticar os principais defeitos da educação de sua época, recomendava
para a educação das crianças o que devessem fazer quando fossem homens. Ele propunha uma
educação fundamentada em metódicos exercícios que facilitem o desenvolvimento da razão e
alcançam a cultura do intelecto, sem esquecer, para tanto, o estudo dos clássicos.
Falando da educação dum menino, é preciso, segundo Montaigne, para enrijar a
alma, endurecer-lhe os músculos, acostumando-o ao trabalho, acostumando-o a dor; é
necessário exercitá-lo na aspereza dos exercícios, para adestrá-lo na aspereza das luxações, da
cólica, e de todos os males.
Jean Jacques Rousseau (1712–1778), nascido em Genebra, publicou várias
obras, dentre a quais se destaca, pelo seu conteúdo pedagógico, Emílio ou da Educação em
1762, obra ligada profundamente à pedagogia. Nesta obra, ele estabelece um programa
educacional, baseado em quatro princípios:
1 – O menino deve ser educado pela e para liberdade.
2 – A infância na criança deve ser amadurecida.
3 – A Educação do sentimento deve preceder a educação da inteligência.
4 – O saber importa menos que o exercício do juízo.
Segundo Marinho (1982):
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Para que Emilio tivesse assegurada toda a liberdade física; era preciso que
conquistasse a sua liberdade interior ou moral, constituída de dois elementos: autonomia de
vontade e razão.
(...) pelo segundo princípio Rousseau entende que não se deseja que o menino
sinta, pense e haja como um homem, devendo muito ao contrário, persistir dentro da sua
natureza de menino. (...) ‘Defende a teoria da “educação progressiva”, considerando que o
menino não é o mesmo em todas as idades; se o aparecimento de novas faculdades corresponde
a certas fases do desenvolvimento, a educação forçosamente deverá ser progressiva.
Com o terceiro princípio Rousseau pretende que o importante não seja tanto
adquirir grandes conhecimentos, mas formar bons hábitos. E afirma: ‘ A única lição de moral
que convém à infância, e a mais importante para qualquer idade, é a de não causar mal a
ninguém’.
Pelo quarto princípio Rousseau preconiza que na educação do espírito, importa
menos a aquisição de conhecimentos que a formação do bom sentido; o saber é menos
importante que a aptidão de aprender (Marinho, 1980, p. 89,90)
Pela visão de Marinho e Ramos, Rousseau considera o corpo um instrumento do
espírito, e alguns de seus pensamentos deixavam bem claro, sua posição em relação às
atividades físicas. Eis alguns:
- quem quiser ser forte espiritualmente deve cultivar suas forças físicas;
- Quanto mais fraco é o corpo, mais ele domina; quanto mais forte, mais obediente
será ao espírito;
- Cultivai a inteligência de seu filho, mas antes de tudo, cultivai o seu físico,
porque é ele que orienta o desenvolvimento mental; é necessário primeiro, tornar seu filho são
e forte, para poder vê-lo, mais tarde, inteligente e sadio;
- Um corpo débil enfraquece a alma.
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Fica claro aqui que para Rousseau, que os exercícios para o corpo servem também
para facilitar as operações do espírito tornando-as fáceis e seguras. Neste sentido, Rousseau
apóia as idéias de Montaigne que para enrijecer a alma é necessário antes endurecer os
músculos.
Jhoann Heinrich Pestalozzi (1746 – 1827), filósofo e educador suíço que imbuído
das idéias de Rousseau, consegue pô-las em prática nas escolas que dirigiu. Para ele, educar
significa o desenvolvimento natural, progressivo e sistemático de todas as forças. Sua trajetória
de vida foi um rastro luminoso de saber e de devotado amor à humanidade. Segundo Ramos foi
o primeiro educador a chamar a atenção para os dois elementos fundamentais da execução do
exercício: a posição e a correção perfeita, sem as quais o praticante não alcança os objetivos
visados, instituindo, assim, as possibilidades corretoras da ginástica. Em suas obras Leonardo e
Gertrudes e Como Gertrudes Educa seus Filhos é que se verifica o cuidado com que ela trata do
desenvolvimento físico de seus filhos. Foi um dos que brigou para que fosse dada aos pobres
uma educação geral e já na sua época reconheceu os prejuízos que a industrialização impunha
ao corpo.
João Frederico Herbart (1776 – 1841), nascido em Oldemburgo, na Alemanha,
pode ser considerado, sob o ponto de vista pedagógico o fundador da verdadeira pedagogia
científica. Definiu a educação como a ‘arte de construir, de edificar e de dar forças necessárias’.
Salientou o mérito das atividades físicas praticadas racionalmente.
Existiram inúmeros nomes não menos ilustres dos que aqui citados e que de certa
forma vinculados diretamente ou não com a História da Educação Física, em virtudes de suas
afinidades com elas, como precursores ou figuras representativas do quadro educacional que
serão considerados a seguir quando apreciarmos as linhas doutrinárias, sueca, francesa, alemã
que deram grande impulso a educação física atual.
O exercício físico na Idade Moderna, considerada simbolicamente a partir de 1453,
quando da tomada de Constantinopla pelos turcos, passou a ser altamente valorizado como
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agente de educação. Vários estudiosos da época, entre eles inúmeros pedagogos, contribuíram
para a evolução do conhecimento da Educação Física com a publicação de obras relacionadas à
pedagogia, à fisiologia e à técnica. A partir daí surgiu um grande movimento de sistematização
da Ginástica.
Segundo Langlade e Langlade (1970), até 1800 as formas comuns de exercício
físico eram os jogos populares, as danças folclóricas e regionais e o atletismo. Para estes
autores, a origem da atual Ginástica data do início do século XIX, quando surgiram quatro
grandes escolas: A Escola Inglesa, a Escola Alemã, a Escola Sueca e a Escola Francesa, sendo a
primeira, mais relacionadas aos jogos, atividades atléticas e ao esporte.
As demais escolas foram as responsáveis pelo surgimento dos principais métodos
ginásticos, que por sua vez determinaram a partir de 1900 o início dos três grandes movimentos
ginásticos na Europa. São eles: o Movimento do Oeste na França, o Movimento do Centro na
Alemanha, Áustria e Suíça e o Movimento do Norte englobando os países da Escandinávia
Estes movimentos vão até 1939 quando foi realizado a primeira Lingiada em
Estocolmo, um festival internacional de Ginástica em comemoração ao centenário de morte de
Per Henrik Ling, o maior nome da Ginástica Sueca, dando início ao período que se estende até
os dias de hoje, denominado “Influências recíprocas e universalização dos conceitos ginásticos”,
segundo Langlade e Langlade (1970).
A denominação Ginástica, inicialmente utilizada como referência à todo tipo de
atividade física sistematizada, cujos conteúdos variavam desde as atividades necessárias à
sobrevivência, aos jogos, ao atletismo, às lutas, à preparação de soldados, adquiriu a partir de
1800 com o surgimento das escolas e movimentos ginásticos acima descritos, uma conotação
mais ligada à prática do exercício físico.
De acordo com Soares (1994), a partir desta época, a Ginástica passou a
desempenhar importantes funções na sociedade industrial, apresentando-se como capaz de
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corrigir vícios posturais oriundos das atitudes adotadas no trabalho, demonstrando assim, as
suas vinculações com a medicina e, desse modo, conquistando status (Soares, 1994, p.64),
A relação de reconhecimento da ginástica pelos círculos de intelectuais da Europa
no final do século XVIII e século XIX, foi o fator decisivo para sua aceitação por uma nova
elite: a burguesia, que a desejava transformada e devolvida à população como um conjunto de
preceitos e normas de bem viver e que carregam consigo princípios de ordem e disciplina
coletiva que podem ser potencializados.
Assim o movimento ginástico europeu que surge e se constrói como expressão da
cultura, das relações cotidianas, do divertimento e festas populares, do espetáculo do circo, dos
exercícios militares, bem como dos passatempos da aristocracia, aos poucos se afasta do
divertimento para uma prática capaz de potencializar a necessidade de utilidade das ações e
gestos. Visando uma economia de energia de tempo e de cultivo a saúde como princípios
reguladores e organizadores do cotidiano.
Soares (1998) em seus estudos é muito feliz quando assim reporta:
(...) Quando os círculos científicos se debruçam sobre seu conteúdo, desejam então
aprisionar toas as formas/linguagens das práticas corporais sob uma única denominação:
GINÁSTICA. (Soares, 1994, p.20),
Nesta época, a Europa consolida duas revoluções, construindo uma nova sociedade
e um novo homem, regidos por um “espírito capitalista”, que passa a dominar quase que
exclusivamente aquele presente.
Segundo Soares (1994):
O Movimento Ginástico Europeu foi, um primeiro esboço deste esforço e o lugar
de onde partiram as teorias da hoje denominada Educação Física no Ocidente. (...). Este é o
Movimento que pode ser pensado como o conjunto, sistematizado pela ciência e pela técnica, do
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que ocorreu em diferentes países ao longo de todo o século XIX, especialmente na Alemanha,
Suécia, Inglaterra e França. (Soares, 1994, p.20),
De acordo com Soares (1994),
a partir desta época, a Ginástica passou a desempenhar importantes
funções na sociedade industrial, “apresentando-se como capaz de corrigir
vícios posturais oriundos das atitudes adotadas no trabalho, demonstrando
assim, as suas vinculações com a medicina e, desse modo, conquistando
status. (Soares, 1994, p.64).
Essas questões são amplamente analisadas por autores como Ramos (1982),
Marinho (1980), Langlade e Langlade (1970), Castellani Filho (1988), Soares (1994) entre
outros, os quais têm estudado os aspectos históricos relacionados à Educação Física e à
Ginástica e contribuído de forma significativa para a compreensão de sua evolução em nível
nacional e internacional.
Inúmeros métodos ginásticos foram sendo desenvolvidos principalmente nos países
europeus, os quais influenciaram e até os dias de hoje influenciam, a Ginástica mundial e em
particular a brasileira. Dentre aqueles que tiveram maior penetração no Brasil destacam-se as
escolas alemãs, suecas e francesas.
4. Métodos Ginásticos, Baseados no Levantamento Histórico da Época
Momento Histórico: Período: Final do Século XIX, local: Europa, principalmente na
França (Revolução Francesa) e na Inglaterra (Revolução Industrial).
Necessidades Sociais: Redefinição das relações entre o estado e sociedade civil,
necessidade de instrução, necessidade de força de trabalho nas fábricas e no comércio, formação
de recursos humanos para acumulação de capital.
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Papel da Instrução: Acentuar a divisão entre o trabalho intelectual e manual, não
ameaçar os privilégios e ordem estabelecida – controle social e pirâmide educacional. Conflito
do Sistema Educacional Burguês: Necessidade do trabalhador receber instrução para lidar com
as máquinas em relação a formação de consciência que esta instrução poderia tornar o
trabalhador independente e menos humilde.
Reorganização da família: Após sua desarticulação em nome do capital, surge a
necessidade de reorganizá-la com a criação de leis (criança), espaço e respeito (mulher).
Exercício Físico/Ginástica: Objetivo: regenerar e revigorar o corpo debilitado, devolver
a saúde física, controlar a liberdade, garantir a igualdade, assegurar a propriedade. Espaço como
conteúdo: introduziu tom de laicidade na escola – pedagogos liberais, porém com caráter
conservador e utilitário – a luz da ciência biológica (disciplina dos movimentos, modelo de
corpo, de atividade física, de saúde e visão de mundo – concepção burguesa.)
Conhecimento do Corpo Biológico: Significados – libertação (doenças), sistematização
(cuidados), limitação (homem enquanto ser social). Conseqüências: Questões sociais naturais e
homem social homem biológico, evidencia a biologização e naturalização do homem e da
sociedade (regenerar raça, fortalecer vontade, desenvolver moralidade e defender a pátria).
Influências do Liberalismo: regras, universalidade, individualismo. Positivismo: homem
biológico, necessidade de adestramento e disciplina.
Surge aqui à necessidade da chamada Educação Física Higienista, que era um projeto de
higienização da sociedade, corpo anátomo-fisiológico, a - histórica. É construída de forma
autônoma em relação à sociedade, uma prática neutra, altera a saúde, os hábitos e a vida do
indivíduo. Passa a ser um problema do estado, veicula como uma necessidade. Tem o poder de
resolver problemas causados pela sociedade industrial, neutralizar os conflitos sociais, equilibrar
a vida no mundo do trabalho e ser um remédio para os males necessários da nova ordem social.
Esta Educação Física Higienista surge e se alastra na Europa em todas as escolas e métodos
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ginásticos correspondente aos quatro países que a sistematizaram primeiro: Alemanha, Suécia,
França e Inglaterra.
Tinha uma função: Médica – correção vícios posturais: ordem disciplinar que era
necessário a ordem industrial e a nova sociedade. Revelou-se por um viés médico higienista:
concepções científicas que as sustentam e a moral social presente. Sua principal finalidade era a
de regenerar a raça (nº. de mortes – guerras e doenças); promover a saúde sem alterar condições
de vida; desenvolver a vontade, coragem, força e energia de viver (servir a pátria – guerras e
indústria); e desenvolver a moral (intervenção nas tradições e cultura dos povos).
A Escola / Método Alemão
Finalidade / Características: Defesa da pátria – unidade territorial; desenvolvimento do
espírito nacionalista – caráter militar/calistenia; ser construída a partir de bases científicas –
biologia, fisiologia e anatomia; organizada pelo Estado, realizada todos os dias e com todos –
homens: força, ágil – soldado; mulheres: saúde para gerar filhos da pátria; crianças: exercício
capaz de gerar saúde em si mesmo.
Os idealizadores deste método foram:
Guts Muths: Cuidados higiênicos com o corpo e com o espaço em que vive; Formação
do homem completo – Rousseau, Basedow e Pestallozzi; Ginástica Natural – divisão das
atividades em 3 classes: exercícios ginásticos, trabalhos manuais e exercícios corporais (Ramos,
1988, p.79).
Friedrich Jahn: Além da saúde e da moral, reforçará o caráter militar; estimulação a
aplicação de jogos; criação de obstáculos artificiais – tornariam os aparelhos de ginásticas;
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conteúdo de caráter higiênico – formar corpos ágeis, fortes e robustos, e ideológicos – moral
burguesa. Elaboração do manual de Jahn – compilação de exercícios básicos para vida:
1ª parte: exercícios de caminhar, correr, saltar, equilíbrio, barras fixas, paralelas, trepar,
lançar, lutar e saltar.
2ª parte: Jogos de Turnen – grandes festas gímnicas de massas muito disciplinadas seria
a primeira forma de instrução física militar destinada as massas.
3ª parte: Construção de área específica para prática da ginástica com equipamentos e
instalações apropriadas para 400 pessoas (aproximadamente).
4ª parte: como exercitar os exercícios – regras de Turnen (Soares, 1994, p.70).
Adolph Spiess: Fundador da Ginástica Escolar – exercitar por classe com avaliações –
metódico e funcional; a ginástica deve educar para obediência e ordem; havia a preparação de
professores para esta profissão (Soares, 1994, p.72).
A chegada da Ginástica Alemã no Brasil tem sua implantação devido ao grande número
de migrantes alemães no sul do Brasil. Estes imigrantes já praticavam a ginástica como um
hábito de vida. Muitos destes descendentes eram da Guarda Imperial e tinham uma origem
prussiana. Por volta de 1860, se tornou o método oficial do Exército Brasileiro até sua
substituição pelo Método Francês em 1912.
Dentre o sistema de Ginástica Alemã, destaco o Modelo Spiess a seguir que foi um dos
primeiros a serem aplicados no Brasil. (Soares, 1994, p.76)
A Escola / Método Sueco
Finalidades: Combater os vícios da sociedade – alcoolismo, prostituição, tabagismo,
etc.; Propiciar saúde física – criar indivíduos fortes e saudáveis – respiratória, viril e energética;
Propiciar a beleza – efeitos corretivos e ortopédicos; Propiciar a formação social – educação
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disciplinada do homem a serviço social Base Científica – concepção anátomo-fisiológica do
homem – série racional de movimentos; impregnada de nacionalismo com a função de regenerar
o povo – formação de homens para preservar a paz (Soares, 1994, p.82).
Idealizador: Per Henrik Ling (1776-1839), foi considerado o pai da ginástica sueca; se
inspirou na ginástica Grega, direcionada para os homens; baseava-se num trabalho rígido e
estático; ele esperava obter através da ginástica racional e científica, uma raça liberta do
alcoolismo e da tuberculose.
Sua ginástica possuía um viés médico/higiênico onde a ginástica tem uma finalidade
científica e pedagógica; e essencialmente educativa e social; dualismo (corpo e mente) destina-
se a prática de todos dos dois sexos, todas as idades, locais e condições materiais e sociais;
aparece como um conteúdo dotado de magia para atingir seus objetivos (Soares 1994, p.86).
A Ginástica Sueca era dividida de quatro maneiras: Ginástica Educativa; Ginástica
Militar; Ginástica Médica e Ginástica Estética.
Características do antigo Método Sueco: Ginástica pedagógica ou educativa: aplicado a
todos as pessoas, sexo, idade, condições sociais para assegurar saúde, evitar vícios e defeitos
posturais. Objetivo manter e melhorar a saúde. Evitar vícios posturais e enfermidades; fazendo
com que ocorra o desenvolvimento normal do indivíduo.
Ginástica Militar: Tinha como base o trabalho educativo e acrescentava exercícios
militares como: Tiro; Esgrima; Lançamentos. Incorporava os exercícios militares para preparar
o guerreiro e colocar fora de combate o adversário.
Ginástica médica e ortopédica: baseada na ginástica pedagógica visa o desenvolvimento
harmônico do corpo completado pela dança, movimentos suaves que proporcionam beleza e
graça e através de movimentos especiais, eliminar vícios ou defeitos posturais e prevenir certas
enfermidades.
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Ginástica Estética, também apoiada nos movimentos pedagógicos, para seguir uma
linha de trabalho, no sentido de desenvolver o organismo harmonicamente, com atividades que
proporcionem beleza e graça ao corpo.
Classificação dos Movimentos quanto à concepção fundamental do antigo Método
Sueco: Efeito sobre o desenvolvimento normal dos órgãos; seus efeitos corretivos; grau de
dificuldade (simples para o complexo).
Organização dos movimentos no antigo Método Sueco: Posição inicial ou de partida:
execução do movimento; atitude final
Divisão da aula no antigo Método Sueco: Exercícios de ordem e de marcha;
movimentos ginásticos e jogos.
Os princípios da Ginástica Sueca, basicamente eram: legislador da estética aplicada aos
movimentos corporais preocupava-se com a execução correta dos exercícios e o princípio básico
o desenvolvimento natural e harmônico do corpo, tinha que ser acessível a todos. As sessões de
ginástica tinham um “Estado de alegria” e também desenvolver o corpo de forma regular com
exercícios bem orientados (dos mais simples aos mais complexos), o que até hoje, consiste em
um dos fundamentos básicos da Educação Física que são: desenvolvimento do domínio afetivo,
progressão pedagógica e a necessidade da prática regular de atividades físicas (Soares, 1994,
p87).
Algumas contribuições da Ginástica Sueca são: ênfase a estética e a formação corporal;
técnica: ritmo, soltura e trabalho estruturado; metodológica: imagens, verbais, o comando e a
música; prática: flexibilidade, preocupação com a prevenção e correção de posturas e a ênfase
na destreza e melhor aproveitamento do tempo e mais qualidade do trabalho.
Ginástica Sueca no Brasil: sua implantação de divulgação se deve a dois ilustres
pensadores brasileiros e foi por eles bastante defendida, (Rui Barbosa e Fernando de Azevedo),
por causa de suas bases na ciência e se relacionar com a medicina e conseqüentemente com os
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médicos (magos republicanos da época). Motivados pela característica pedagógica da Ginástica
Sueca, estes pensadores, defendem sua implantação nos estabelecimentos de ensino. Acreditam
que a Ginástica Sueca torna-se adequada para a Educação Física Civil (escolar ou não) e a
Ginástica Alemã se restringe aos estabelecimentos militares.
Escola / Método Francês
Características: Concepção Liberal, onde o exercício físico é indispensável na educação
do homem universal; Voltada para o desenvolvimento social. Orientada sob o espírito da
Revolução, onde todo cidadão tem direito a educação: necessidade de homens completos;
Baseada na concepção Alemã de um corpo anátomo-fisiológico e forte traço moral e patriótico
foi organizada para atender a todos, tanto os militares, quanto toda a população; Promoção da
saúde por si própria e ser a receita e o remédio contra a fraqueza e desenvolver a virilidade ao
povo. (Soares, 1994, p.92).
Idealizadores: D. Francisco de Amorós Y Ondeano: A ginástica deve desenvolver
qualidades físicas, psicológicas, morais, saúde o prolongamento da vida e melhoramento da
espécie humana; promoção da saúde, criação do homem forte, possibilidade de aumento das
riquezas e a força tanto do indivíduo quanto do estado; com ideais patrióticos e morais.
Divisão quanto a sua finalidade: Ginástica civil e industrial; militar; médica e cênica ou
funambulesca.
Caráter utilitário: Conforme ideologia da época; desenvolvimento da força física, da
destreza, da agilidade e da resistência (essencial para trabalho, defesa da pátria) conforme ótica
da burguesia.
Presença no currículo escolar: obrigatoriedade, mesmo sem pessoal capacitado, a
princípio era ministrada por suboficial do exército sem conhecimento pedagógico e científico.
Após 1871 nascem às concepções inovadoras na educação.
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Desenvolvimento da ginástica na França: além dos trabalhos de Amorós, crescente
envolvimento de estudiosos em biologia e fisiologia; de médicos no exercício físico; elevação
do nível dos exercícios físicos na França; sistematização do exercício físico pautado pelo
conteúdo médico-higiênico.
Geoarge Demeny: A Educação Física longe do empirismo e próximo das leis físicas e
biológicas; utilização de método científico par construção de uma doutrina; tratar o problema da
Educação Física por todos os meios científicos; considerado inovador – precauções em relação
ao exercício físico e conservador – propõe em aumentar a energia física do indivíduo e
acrescentar-lhe rendibilidade. (Soares, 1994, p.94).
Definição sobre o que é Educação Física: como o conjunto de meios destinados a
ensinar ao homem executar um trabalho mecânico qualquer, com a maior economia do gasto de
força muscular.
Ginástica: necessidade da realização do movimento completo, contínuo e basear na
independência das contrações musculares; deve ser interessante e gerar motivação para um
esforço mais acentuado.
Exercícios físicos para mulher: trabalho com a ginástica feminina; busca sua saúde –
função de reprodutora; combate os hábitos elegantes;
Ginástica Francesa no Brasil: sua implantação foi em 1907 com a chegada da Missão
Militar Francesa – ministrar instrução militar em São Paulo, porém foi implantada no Brasil em
1921. Foi criado um anteprojeto de Lei que cria a obrigatoriedade da Educação Física nos
estabelecimentos de ensino e que fosse praticada por todos. Assim o Brasil adota o Método
Francês enquanto não for criado um Método Nacional de Educação Física.
Soares (1994) define assim algumas evidências dos três Métodos Ginásticos: eram
voltados para o desenvolvimento físico e saúde; respondiam a necessidade da classe burguesa;
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enalteciam o indivíduo abstrato descolado das relações sociais; objetivo de defender a prática
neutra; e o culto do mito homem natural e biológico.
Assim pudemos observar que o processo de reestruturação socioeconômica vivido pela
população mundial, proporcionou um grande processo migratório pelo mundo, o que levou a
difundir os métodos ginásticos mais proeminentes da época bem como suas implicações sociais.
No próximo capítulo, abordaremos a luta e sua relação com a Educação Física,
procurando entender como ela se faz presente nos cursos e sua importância para a formação de
futuros profissionais da área.
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CAPÍTULO 2
A EDUCAÇÃO FÍSICA E A LUTA
Não é Possível acrescentar nada na mente de um homem letrado, dotado de
conhecimento e discernimento racional. Deve existir um aprendizado e aculturação para
permitir que a mais simples verdade possa ser explorada no interior do seu ser (Wagner
Barbosa Cunha)
Naturalmente, é fácil entender que as lutas estão ligadas às questões de filosofia
das mais diversas culturas e se manifestam nos movimentos e jogos corporais, até mesmo nas
brincadeiras. As atividades rítmicas revelam, por seu lado, a cultura corporal de cada grupo
social, constituindo-se em atividades privilegiadas nas quais o movimento é aprendido e adquire
significado.
Assim, freqüente a brincadeira de luta entre crianças de cinco ou seis anos, situação
em que se pode constatar o papel expressivo dos movimentos, já que essa brincadeira envolve
intensa troca afetiva. Impregnada de atitudes éticas, as lutas agem na formação pessoal e social
dos alunos, além de melhorar as condições de saúde. (Neira, 2003, p. 117).
Escrever sobre a importância da luta na formação do professor de Educação Física
é entrar num campo ainda pouco explorado e que esbarra, ao mesmo tempo, em uma história de
receio e medo bem como em uma disciplina que embora esteja no currículo da maioria das
escolas de Educação Física, ainda são objetos quase inexploráveis pelos egressos deixando
assim de incutir manifestações da cultura corporal em suas atividades pedagógicas. De acordo
com Paulo Martins, professor da Universidade Técnica de Lisboa, Faculdade de Motricidade
Humana, essa história de receios e medos está relacionada a algumas analogias que sempre
estão presentes nas relações humanas, mas são pouco discutidas na escola, e se caracterizam
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pela violência e relações sociais que a envolvem, pelo medo de transformar as pessoas em seres
mais agressivos. Entre outros tabus no aprendizado da luta enquanto tradição cultural, que se
transmite de geração a geração por intermédio de um mestre, que por sua vez teve outro mestre.
Isto não é um fato isolado, ligar a luta à violência que ela pode gerar como
qualquer jogo institucionalizado, que, embora, possa ser até mais desleal e agressivo, mas que
passam despercebidos ou que são melhores aceitos como, por exemplo, os esportes coletivos
onde o contato se faz por todo momento. Se fizermos uma pequena retrospectiva veremos que a
luta surgiu como forma de defesa e de resolver situações de conflito e que para ELIAS (1992),
se esportivizou como resultado de um processo civilizatório na medida em que regras cada vez
mais estritas foram sendo elaboradas com o objetivo de controlar a violência, regular nossa
excitação, diminuindo os riscos de possíveis acidentes no que vem a ser este novo fenômeno
social moderno que são os esportes.
Hoje o que é destaque na mídia passa no que ALVES JUNIOR (2006), chama
de processo “anti-civilizatório” no sentido inverso da evolução humana, que surge em países
como Brasil, Estados Unidos e Japão, um desafio que poderemos chamar de novo “Pancrácio”
ressurgido da civilização Greco-romana que enche estádios para assistir ao mais novo
espetáculo de barbárie onde basicamente a regra é vencer e para isto quase todo tipo de
violência é permitido. São os novos gladiadores da era moderna. Como a mídia faz questão de
divulgar estes eventos, seus efeitos são sentidos dentro do próprio contexto escolar, uma vez
que a escola faz parte desta conjuntura social. Assim, mesmo aqueles profissionais que
defendem o uso das atividades de lutas em suas aulas e como o próprio objeto de resolução da
violência escolar e como forma de resolver conflitos internos e externos, procurando utilizá-la
como um recurso pedagógico ficam em sua maioria impossibilitado devido ao mau uso desta
atividade.
Isso fez com que o ensino das lutas denominado artes marciais se
institucionalizasse em academias. Olhando rapidamente para a história da luta na sociedade
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brasileira, veremos que ela também surgiu da necessidade de resolver conflitos como a capoeira
e uma luta típica dos índios, a Uka Uka, que eram ilícitas na sociedade da época, apesar de
serem as principais manifestações destes povos. Detalharemos adianta, mas curte ressaltar que a
esgrima parece ser a primeira forma de luta praticada enquanto meio de educação física. Ela era
praticada principalmente dentro das instituições militares e fez parte da formação dos primeiros
instrutores de educação física (MELO, 1996). Já o boxe, que aparece na segunda década do
século XX, foi introduzido no país por marinheiros e foi difundido a partir de desafios ou
exibições, na forma profissional. Se no Brasil estrangeiro durante algum tempo a prática de
referência social relacionada às lutas era o boxe e a esgrima, tempos depois passou a ser o judô
e outras atividades orientais, principalmente trazidas durante o período de forte imigração
ocorrida a partir dos anos vinte do século passado.
Por outro lado, o professor tem o receio de utilizar-se dos elementos pedagógicos
das lutas, pois teria que superar, além de seus próprios conceitos, os preconceitos escolares
influenciados pela mídia de que luta significa briga2.
Não é raro encontrar pessoas que aprenderam a lutar na infância ou na
adolescência, em academias particulares ou em atividades extracurriculares oferecidas nas
escolas, mas é preciso lembrar que muitos dos graduados na área de Educação Física,
atualmente em exercício, não tiveram contato com lutas na formação universitária; outros
tiveram contato apenas com uma determinada luta (judô, capoeira, ou outra), geralmente como
matéria optativa.
A nosso ver, esse contato limitado, muitas
vezes voltado apenas ao aspecto técnico, à repetição de
2 Se concentrarmos nosso foco sobre o professor, no seu processo de formação, poderemos
entender a história de receio e medo do trabalho com a luta expressa por muitos professores
de Educação Física nas entrevistas feitas pelos alunos do curso de Educação Física do Centro
Universitário do Triângulo – Unitri, na disciplina Construção da Prática Docente, quando vão a
campo investigar os motivos de se usar ou não as lutas na programação dos conteúdos da
Educação Física escolar, mesmo estando estes previstos nos PCNs.
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movimentos e à memorização de algumas poucas regras
de competição leva os alunos a não saber efetivamente o
que é luta, a não acreditar que precisam saber luta e, pior,
podem levar o (futuro) professor de Educação Física a não
compreendê-la como instrumento pedagógico.
Partindo da contextualização apresentada
anteriormente, o objetivo do presente capítulo, é elaborar
um conceito de luta, salientando o que é necessário a um
professor de Educação Física saber sobre luta, com
especial ênfase nos instrumentos pedagógicos da mesma.
1. A Gênese da Presença da Luta nas Atividades de Educação Física
Ao tentar buscar o significado de como as lutas se inseriram nos cursos de Educação
Física, temos que nos reportar a história da educação. Assim poderemos entender como se
tornou matéria a ser ensinada e quais foram os motivos, do mesmo modo entendendo a história,
poderemos perceber seu significado e sua função na Educação Física em nosso tempo. Na
medida em que o presente se constrói em atitudes do passado é intrigante, percorrer o caminho
da luta até os dias atuais, ressignificando nosso olhar atentos a compreender cada momento
histórico.
Através do tempo o instinto de luta foi gradualmente crescendo e criou-se então a
necessidade de se organizar treinos e competições de luta. Tal organização começou para se
proteger a vida e a saúde dos lutadores. A luta tradicional é o resultado de um processo
universal e histórico, é parte integral da vida humana e seu dia a dia, e seu desenvolvimento
multilinear e heterogêneo é resultado das condições sociais, nas quais a luta foi moldada.
O desenvolvimento de movimentos artificiais como: pegadas, quedas, domínios e
fixação de base, dentro das possibilidades genéticas, foram uma das mais importantes
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descobertas da mente humana, e ao mesmo tempo, um dos fatores mais importantes para o
desenvolvimento intelectual que se seguiu para toda a humanidade.
Buscando na história da humanidade, encontraremos nos povos primitivos a luta
utilizada como forma de sobrevivência. Para o homem pré-histórico, a atividade física tinha
papel relevante para sua sobrevivência, expresso principalmente na necessidade vital de atacar e
defender-se. O exercício físico de caráter utilitário e sistematizado de forma rudimentar era
transmitido através das gerações e fazia parte dos jogos, rituais e festividades.
Manacorda (1999) quando escreve sobre a História da Educação, nos trás diversas
passagens mostrando a consolidação e a utilização da educação na sociedade. Evidencia em seus
apontamentos, que existia no Antigo Egito, uma distinção entre o ensinamento aos nobres e
outro as classes populares. Os nobres aprendiam educação física que de fato era a preparação
para a guerra e a “oratória”,
O fato é que conviver em guerra poderia trazer a morte; portanto, o
treinamento dos guerreiros é uma escola, isto é, um ambiente separado
para os adolescentes. (Manacorda, 1999, p.29)
Com esses princípios, fica marcada a instituição da luta como componente da
educação, isto é, a necessidade do confronto das nações nesta época gerou a necessidade do
aprendizado e o vinculando-a com a educação. Tanto que Manacorda (1999) escreve que no
início do Novo Império (época de Ramsés ou segundo império tebano, 18ª-20ª dinastias, cerca
de 1552 -1069 a,C.):
Um outro texto da 19ª dinastia, de conteúdo mitológico, fala-nos do filho da
Verdade que foi mandado para a escola e aprendeu perfeitamente a escrever, cumpriu todos os
exercícios de luta e superou todos os seus colegas maiores, que estavam na escola com ele
(Manacorda, 1999, p.29).
Esta educação físico-militar e a instrução intelectual continuaram no Novo
Império. A Grécia tem dado ao mundo a substancia e a beleza de suas melhores coisas. O
exercício físico não foge a regra. Quando cuidamos deste assunto, também estamos falando em
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cultura, lembrando que segundo RAMOS (1983) o Humanismo derivado da “paidéia” vem a ser
uma criação do espírito grego, ao qual está incluída a educação pelo exercício”.
Platão apud Manacorda (1999):
Foram inventadas para as crianças pequeninas, no que se refere ao
cálculo, noções aritméticas a serem aprendidas através do jogo e da
diversão; subdivisão de maças e de coroas entre um número mais ou
menos grande de alunos, dando a cada um sempre o mesmo número; ou
distribuição alternada e sucessivamente, segundo a sua ordem habitual, do
papel de lutador ou pugilista e respectiva, reserva, acoplados em pares
para o combate (...) (Manacorda,1999, p.37).
Na Antigüidade, principalmente no Oriente, os exercícios físicos aparecem nas
várias formas de luta, na natação, no remo, no hipismo, na arte de atirar com o arco, como
exercícios utilitários, nos jogos, nos rituais religiosos e na preparação guerreira de maneira
geral. O seu ensino era confiado ao paidotribés, que era muito mais do que um monitor de
ginástica. Tratava-se de:
(...) um verdadeiro educador que, à sua competência desportiva, devia
reunir profundo conhecimento das leis da higiene e de tudo o que a
ciência médica grega elaborara quanto a observações e prescrições
relativas ao desenvolvimento do corpo, aos efeitos dos diversos
exercícios, aos regimes convenientes aos diversos temperamentos
(Marrou, 1966, p. 196).
No que se refere ao ensino da luta, por exemplo, o paidotribés ensinava
sucessivamente as diferentes posições que o lutador teria de utilizar nos cursos de
combate. Entre as modalidades desportivas mais praticadas contavam-se a corrida, o salto, a
luta, o lançamento do disco e do dardo. Estas cinco modalidades - o pentathlon - constituíam
um conjunto habitual nos jogos olímpicos. Mais tarde, o boxe e o pancrácio (espécie de luta em
que poderia ser usada além do soco, qualquer outra parte do corpo para subjugar o adversário),
passaram a fazer também parte das modalidades desportivas praticadas pelos gregos.
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Acompanhando a educação literária, a ginástica era praticada desde muito cedo, a
partir dos sete ou oito anos. O seu ensino era confiado ao paidotribés, que era muito mais do
que um monitor de ginástica. Tratava-se de um verdadeiro educador que, à sua competência
desportiva, devia reunir profundo conhecimento das leis da higiene e de tudo o que a ciência
médica grega elaborara quanto a observações e prescrições relativas ao desenvolvimento do
corpo, aos efeitos dos diversos exercícios, aos regimes convenientes aos diversos
temperamentos (Marrou, 1966, p.196).
Era um verdadeiro ensino que se formava diante de um todo sistematicamente
organizado e que nem sempre o paidotribés recebia um salário mensal, mesmo assim baseado
em puro empirismo, exigia uma tomada de consciência, uma análise minuciosa dos diferentes
movimentos postos em jogo pelos exercícios atléticos. A sua autoridade é representada pela
insígnia que tem na mão.
“uma longa vara forquilhada que lhe serve menos para indicar ou retificar
a posição de um membro do que para impor uma correção vigorosa no
aluno desajeitado ou que, no decorrer de uma partida, trapaceia ou tenta
um golpe irregular”. (Marrou, 1966, 202).
Tal como no ensino literário, também na ginástica o mestre dispensava ao discípulo
uma teoria, sob a forma de um conjunto de instruções. No que se refere ao ensino da luta, por
exemplo, o paidotribés ensinava sucessivamente as diferentes posições que o lutador teria de
utilizar nos cursos de combate.
Mas, se é verdade que a maior parte da vida dos jovens era dedicada ao treino
físico, no entanto, importa perceber que o desporto não é para os gregos apenas um
divertimento; é algo de muito sério, que se relaciona com todo um conjunto de preocupações
higiênicas e médicas, estéticas e éticas a um só tempo (MARROU, 1966:185).
Entre as modalidades desportivas mais praticadas contavam-se a corrida, o salto, a
luta, o lançamento do disco e do dardo. Estas cinco modalidades - o pentathlon - constituíam
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um conjunto habitual nos jogos olímpicos. Mais tarde, passaram a fazer também parte das
modalidades desportivas praticadas pelos gregos, o boxe e o pancrácio.
A luta era bastante mais popular que a corrida. "Testemunha-o, de maneira
bastante nítida, o fato de a palavra p a l a i s t r a significar «área de luta», servindo para
designar, de maneira geral, a praça de desporto ou a escola de educação física.
A luta propriamente dita, ou «luta a pé» verificava-se, como o salto, numa área
arranjada; os atletas aí se defrontavam aos pares, após sorteio; o objetivo era atirar o adversário
ao solo, sem cair (MARROU, 1966, p.194).
O pancrácio era o exercício mais violento e mais brutal do atletismo grego:
combinação de boxe e luta em que podiam ser usados tanto as mãos como os pés ou qualquer
outro meio de derrotar o adversário.
Em limite, trata-se de pôr o adversário fora de combate, ou porque ele desfalecia,
ou porque, levantando o braço, se confessava vencido. Para isso, todos os golpes eram
admitidos (MARROU, 1966, p.195).
Outra prática característica da ginástica grega é a das fricções com unção de azeite.
(...) friccionava-se o corpo inteiro antes de todo exercício num
compartimento tepidamente aquecido. Após uma primeira fricção
moderada a seco, aplicava-se azeite (...) e friccionava-se com a
mão nua, docemente de início, depois de maneira mais enérgica
(levando em consideração, bem entendido, o que podia suportar a
idade da criança). À fricção preparatória opunha-se a fricção
«apoterapêutica», que encerrava todo exercício e era destinada a
descansar os músculos e afastar a fadiga, assim como a primeira
havia servido para adestrá-los (MARROU, 1966, p. 201).
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A finalidade destas fricções era principalmente higiênica. Poderia, no entanto, ser-
lhe reconhecida outra vantagem, nomeadamente a de, com o azeite, a pele se tornar escorregadia
e, deste modo, ser dificilmente agarrada pelo adversário durante o pancrácio. Todavia, na
realidade, esse uso combinava-se com outro, cujo efeito, neste sentido, era contraditório:
devidamente massageado, o atleta cobria-se com uma fina camada de poeira (MARROU,
1966, 201). Mas também este uso tinha uma finalidade higiênica: regular a transpiração.
Quando falamos em formação, estamos nos referindo à definição grega do termo,
que parte da idéia de educação como um processo de construção consciente, ou seja, da
elucidação das leis universais que regem a natureza humana, que, por sua vez, elucida as normas
que regem a vida individual e em sociedade. Somente a estes conhecimentos agregados a
educação, forjadores do “Homem vivo” – um ser perfeito, constituído de corpo e espíritos
conscientes – se refere o termo “formação” para o povo grego. (JAEGER, 1995, p.13) A esta
“formação” atribuiu-se o termo Paidéia, que, em seu sentido mais amplo, significa “educar” e
“civilizar”.
Se observarmos na Idade Media, os exercícios físicos foram a base da preparação
militar dos soldados, que durante os séculos XI, XII e XIII lutaram nas Cruzadas empreendidas
pela Igreja. Entre os nobres, eram valorizadas a esgrima e a equitação como requisitos para a
participação nas justas e torneios, jogos que tinham como objetivo enobrecer o homem e fazê-lo
forte e apto (RAMOS, 1982, p. 23). Há ainda registros de outras atividades praticadas neste
período, como o manejo do arco e flecha, a luta, a escalada, a marcha, a corrida, o salto, a caça e
a pesca e jogos simples e de pelota, um tipo de futebol.
Na tentativa de resgatar as lutas nas atividades de educação física, encontramos na
China traços importantes deste envolvimento. Marinho (1980), descreve que embora a China
tenha aproximadamente 80.000 anos de existência, (segundo os chineses), somente a partir de
(3000 a.J.C.) que as notícias de valor histórico começam. Afirma Marinho (1980) que: “Muitas
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das práticas desportivas que perduraram durante vários séculos, datam dessa época. A caça, a
luta, o arco e flecha, a esgrima de sabre, as danças”... (MARINHO,1980, p.33).
Foi na dinastia do imperador Hoang-Ti que se preconizou e codificou um conjunto de
exercícios físicos de denominação Cong-Fou onde Cong significa obreiro, artista e Fou
(homem), para designar o homem que trabalha com arte, o ginasta. Marinho (1980) resume
assim as principais atividades físicas realizadas pelos chineses em diferentes épocas do ano:
“Luta – inicialmente desporto militar, que depois se populariza integrando as festas
tradicionais (...). Box chinês – ocupou o lugar dos mais importantes entre os chineses”.
(MARINHO,1980, p.35).
A ausência de documentos oficiais, não nos permite aferir com certeza que na chamada
primeira fase da imigração chinesa para o Brasil, vieram também à presença dos elementos
marciais, embora Sônia Maria de Freitas3 faça uma ligação entre a imigração chinesa e a
disseminação desta arte marcial no Brasil. Num trabalho de resgate histórico onde ela
entrevistou 13 representantes da colônia chinesa de São Paulo: deles, seis explicitaram uma
relação com a arte marcial chinesa, dos quais dois como difusores (Chan Kowk Wai, mestre de
Kung-Fu, e Wong Sun Keung, que na entrevista informou ser o introdutor do Tai-Chi-Chuan
em São Paulo) e quatro como praticantes de Tai-Chi-Chuan. Vale lembrar que, ainda que seja
uma arte marcial, o Tai-Chi-Chuan ingressou na moderna sociedade ocidental como uma prática
mais sofisticada, assumindo um prisma terapêutico e "estético". Em 1959 O Kung Fu começou
a ser ensinado para os ocidentais, tornando a arte progressivamente mais popular em âmbito
mundial. No Brasil, esta transmissão de conhecimentos e técnicas começou neste mesmo ano,
com a chegada dos primeiros Mestres chineses vindos de Cantão (província do sul da China) e
de Hong Kong.
3 FREITAS, S., "Falam os imigrantes...", op. cit. Ementas dos depoimentos dos chineses entrevistados por Sônia Maria de Freitas estão disponíveis em http://www.memorialdoimigrante.sp.gov.br/Horal/China.html>
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Em1960 A expansão do Kung Fu continuou no Brasil com o estabelecimento no país
dos Grãos-Mestres Wong Sun Keung (Tai Chi Chuan), Chan Kowk Wai (Shaolin do Norte) e
Chiu Ping Lok (Fei Hok Pai). Em 1961-1968 O Kung Fu é introduzido e ensinado na
Universidade de São Paulo-USP pelo Grão-mestre Chan Kowk Wai.4
Em sua pesquisa para dissertação Apolloni entrevistou Chan Kowk Wai que informou
que, em um determinado período dos anos 60, deu aulas apenas para chineses no Centro Social
Chinês de São Paulo. Ainda nos anos 60 e também na década seguinte, graças, entre outros
motivos, ao sucesso dos filmes de Bruce Lee e da série de TV "Kung Fu" no Brasil, ele fundou
uma academia freqüentada por descendentes e não-descendentes de chineses.
Segundo Ferreira (2006), algumas informações nos levam a crer que os sistemas de
lutas chegaram à China e à Índia, no século V a.C., através do comércio marítimo. Muitos
artistas marciais consideram a China como o berço desta cultura, como se referem Reid e
Croucher (2003):
(...) um monge indiano chamado Bodhidharma chegou certo dia ao
templo e mosteiro de Songshan Shaolin, na China, onde passou a ensinar
um tipo novo e mais direto de Budismo, que envolvia longos períodos de
estática (...) para ajudá-los a agüentar as longas horas de meditação,
ensinou-lhes técnicas de respiração e exercícios para desenvolver a força
e a capacidade de defender-se na remota e montanhosa região onde
residiam. A filosofia do budismo influenciou profundamente os sistemas
de lutas de todo o oriente, principalmente na China, na Coréia, no Japão,
na Índia e nos países do Sudeste Asiático. Assim, as técnicas de luta se
orientem. (FERREIRA, 2006, p.38)
Em sua obra, Apolloni (2004) relata como o budismo avançou pela Ásia aproveitando o
descrédito do confucionismo e afirma que embora não seja possível determinar o momento
exato do contato, os pesquisadores aceitam o ano de 64 d.C. como o da entrada “institucional”
das primeiras obras budistas na China e que nesse ano foi fundado em Luoyang (na atual
província de Henan) o Baima (“Mosteiro do Cavalo Branco”). Para as artes marciais, o
4 http://www.fkferj.com.br/historia.htm (acessado em 04/11/2007) 22h01min
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momento é significativo: pois segundo ele teria gerado práticas corporais decorrentes da fusão
entre preceitos budistas, hinduístas (através do Budismo) e taoístas. Essas práticas estariam na
origem das artes marciais chinesas. Segundo Holcombe, na Dinastia Han Posterior houve um
cruzamento entre as antigas práticas respiratórias taoístas (chinesas) e hindus (indianas): Assim,
a tradição taoista chinesa de exercícios para o prolongamento da vida introduzido na China
pelos Indus, aceitou o budismo pelos mesmos princípios e espírito de imortalidade no outro
mundo, tanto que a própria prática medicinal incluíam exercícios físicos que relacionavam
formas de respiração, movimento e mentalização
No século IV (...) Kumarajiva inundou a China com obras budistas.
Desde essa época, os Budas e os Bodhisattvas, seres transcendentes,
foram confundidos com sábios taoístas. Eles acabaram vencendo nas
devoções populares; o budismo ensinou igualmente preceitos de higiene e
as suas comunidades favoreceram os exercícios coletivos (...). É
personagem desse período o médico taoísta Hua To (136 ou 141 a 208
d.C.) tido como o criador dos "Jogos dos Cinco Animais" (exercícios
zoomorfos que imitavam os movimentos da grua, do urso, do tigre, do
veado e do macaco). (APOLLONI, 2004, p.26)
No Japão em que sua história começa por volta de 660 a.C., e tiveram grande influência
chinesa com relação ao confucionismo e ao budismo. Segundo Mialaret & Vial, no Japão feudal
do período de Edo (Tókio hoje), o espírito guerreiro, o espírito comercial e o espírito artesão
eram tomados no sentido mais restrito do termo. Era mesmo o princípio do modo de vida, da
maneira de pensar e da linha de conduta de cada uma das classes, princípio esse que forçava
todo o indivíduo a adaptar-se à sociedade. Esta ditava aos indivíduos uma conduta tradicional
sem a qual eles não poderiam substituir. (Mialaret & Vial s/d, p.46).
Segundo Wawzyniak (2004), no século XI, os proprietários dos shõens (daimyos) e os
funcionários do governo criaram leis e grupos armados para defender suas posses de possíveis
invasores e estenderam sua proteção aos pequenos agricultores, adquirindo dessa forma grande
poder de mando. "As tropas armadas nas províncias gradualmente se transformaram em
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apêndice de uma nova nobreza militar de guerreiros samurais ou bushi".5 A partir do século
seguinte, os domínios dos daimyos passariam a ser defendidos pelos samurais.
Dedicados exclusivamente às armas e aos estudos, esses guerreiros, presos a um rígido
código de honra6, serviam aos seus senhores com fidelidade extrema e eram mantidos pelos
camponeses e artesãos do clã. A educação de um samurai começava ainda na tenra idade, com a
mãe repassando aos filhos os princípios de um guerreiro: "destemor diante da morte, piedade,
obediência e lealdade ao senhor". Aos cinco anos, o menino deveria iniciar-se nas lides com o
arco-e-flecha e treinar equitação. Aos dez anos, ele era enviado a um mosteiro budista para
dominar a escrita chinesa (kanji) e aperfeiçoar-se no manejo das armas. A maturidade como
guerreiro era atingida aos 15 anos, e demarcada pelo gempuku, um rito de passagem que
alterava sua vestimenta e seu penteado, que o declarava guerreiro. (Wawzyniak, 2004, p.19).
É curioso observar que a educação japonesa era separada pela distinção de cada classe,
portanto, havia uma educação para os filhos dos comerciantes, outra para os filhos dos artesãos
e outra para os filhos dos guerreiros.
Mialaret & Vial (s/d), relatam que para salvaguardar o seu poder, os Tokugawas (clã
TOKUGAWA no poder desde 1603), atribuíam aos guerreiros o lugar mais elevado da
hierarquia, a dignidade e a autoridade, em suma, consideravam-nos como os dirigentes da
sociedade.
5 ANDERSON, op. cit., p.434. 6 YAZUN, Daidoji. O código do samurai (Bushidô). Tradução: Marcos Souza e Ivan Shinobu. Rio Pomba (MG): Antítese, 2003. A difusão popular do código de honra dos samurais pode tomar este formato: "Eu não tenho pais, faço do céu e da terra meus pais. Eu não tenho casa, faço do mundo minha casa. Eu não tenho poder divino, faço da honestidade meu poder divino. Eu não tenho pretensões, faço da minha disciplina minha pretensão. Eu não tenho poderes mágicos, faço da personalidade meus poderes mágicos. Eu não tenho vida ou morte, faço das duas uma, tenho vida e morte. Eu não tenho visão, faço da luz do trovão a minha visão. Eu não tenho audição, faço da sensibilidade meus ouvidos. Eu não tenho língua, faço da prontidão minha língua. Eu não tenho leis, faço da autodefesa minha lei. Eu não tenho estratégia, faço do direito de matar e do direito de salvar vidas minha estratégia. Eu não tenho projetos, faço do apego às oportunidades meus projetos. Eu não tenho princípios, faço da adaptação a todas as circunstâncias meu princípio. Eu não tenho tática, faço da escassez e da abundância minha tática. Eu não tenho talentos, faço da minha imaginação meus talentos. Eu não tenho amigos, faço da minha mente minha única amiga. Eu não tenho inimigos, faço do descuido meu inimigo. Eu não tenho armadura, faço da benevolência minha armadura. Eu não tenho espada, faço da perseverança minha espada. Eu não tenho castelo, faço do caráter meu castelo." (Wawzyniak, 2004, p.19).
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Com a abertura dos portos japoneses na dinastia Meiji que governou de 1868 a 1912,
deu-se a transformação do Japão em uma das potências mundiais da atualidade, mas com isto
algumas tradições forma deixadas de lado e entre elas a figura do Samurai. Nesta época o Japão
passava por intensas mudanças, assim, o processo de reestruturação socioeconômica vivido pelo
Japão, desde a segunda metade do século XIX, favoreceu o surgimento de correntes migratórias
que se encaminharam para diversas partes do mundo. Dentre os vários destinos desse
movimento, estava o Brasil. Foi assim que, em 18 de junho de 1908, aportou em Santos, São
Paulo, o navio Kasato Maru, trazendo 165 famílias, inaugurando a rota oficial de imigração
entre o Brasil e o Japão. No século XIX da era Meiji (renascença japonesa), com a abertura dos
portões japoneses ao ocidente no ano de 1877, o Japão foi testemunha de mudanças radicais na
sociedade, na política, na agricultura e nos costumes. Com o colapso do sistema feudal, os
japoneses foram esquecendo e deixando de lado as velhas tradições para buscar as novidades
ocidentais. Com isso, as Artes Marciais (militares) foram sendo extintas e as classes dos
samurais, com a proibição do porte de armas como a espada (katana), foi desaparecendo.
Percebendo o que estava acontecendo, um jovem chamado Jigoro Kano, aperfeiçoou as antigas
técnicas transformando-as num novo estilo de luta ao qual denominou de judô (Caminho da
suavidade) então, em 1882, resolveu fundar a sua própria escola, a qual deu o nome de
Kodokan, que se propunha a difundir amplamente o caminho da moral, com métodos e
princípios filosóficos básicos, ou seja, "máximo de eficiência com o mínimo de dispêndio de
energia e o bem estar e benefícios úteis para todos."
Galgou um a um os degraus da Escala Imperial Japonesa, chegando ao segundo grau
após sua morte, ocorrida em 4 de maio de 1938 , portanto, com 77 anos de idade, quando
voltava do Cairo onde participou da Assembléia Geral do Comitê Internacional do Jogos
Olímpicos. Era de baixa estatura, medindo 1,50 metros e seu peso, proporcional a altura, não ia
além de 50 quilos. Aos dezessete anos, teve o seu primeiro professor, mestre Fukuda, da escola
Coração de Salgueiro, depois, mestre Iso, e ainda Iikugo. Buscou conhecimento também em
outras escolas, para tanto estudando com rara persistência, o que lhe permitiu um pouco mais
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tarde formar um conjunto de técnicas, regras e princípios que viriam a se constituir o Judô que
hoje conhecemos.
Formado pela universidade Imperial de Tóquio, em Letras e Ciências Estéticas e
Morais, no ano da sua formatura, 1882, funda sua escola, o Kodokan, na qual pretendeu
impulsionar um novo método de luta, mais esportiva, mais intuitiva, mais segura e sem os
segredos que impediam uma divulgação generalizada, para que todos pudessem usufruir, desde
crianças até adultos de idade mais avançada.
Sua vida não ficou conhecida, nem marcada e não atingiu as culminâncias só através do
Jiu-Jitsu e do Judô, mas a sua cultura lhe possibilitou galgar altos postos no Ensino, no esporte e
no governo de seu país. Foi professor, vice-presidente e reitor do Colégio dos Nobres, adido do
ministro da Casa Imperial, conselheiro do ministro da Educação Nacional, diretor da Escola
Normal Superior e, ainda, secretário da Educação Nacional.
Fundou sociedades e institutos para jovens e também o primeiro clube de Baseball do
Japão. Editou revistas, viajou para a Europa e América do Norte em missão cultural. Foi ainda
diretor da educação primária, presidente do Centro de Estudos das Artes Marciais e o primeiro
Japonês a pertencer ao Comitê Olímpico Internacional e, ainda, presidente da Federação
Desportiva do Japão. Notadamente, para quem como Kano introduziu também o desporto e a
Educação Física no plano educacional do Japão, fato esse que já seria o suficiente para
perpetuar seu nome como educador e como esportista. Leva Jigoro Kano o galardão de Pai da
Educação Física do Japão.
A vinda das artes marciais japonesas para o Brasilnão são bem claras, mas alguns
autores tecem algumas versões, uma delas sobre o judô de Kano, Trabalhos elaborados sobre a
Historia do Judô dentro do Brasil são muito raros, sendo poucas publicações específicas. Alguns
relatos são mencionados na introdução de livros técnicos ou trabalhos gerais (Virgílio,1986 ;
Manual de Educação Física, 1979; Soares, 1977; MEC, s.d.; Garcia, 1995; Amorim, 1997).
Nestes trabalhos relacionam o pioneirismo de Mitsuyo Maeda na demonstração, divulgação e
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introdução do Judô no Brasil. Já Hunger (1995), cita que o "Judô chegou no Brasil em 1908, 26
anos depois da fundação da Kodokan", além de relatar a escassez da bibliografia sobre o
assunto, relatando apenas em 1922, surge no país o nome de Maeda.
Calleja (1979) relata a importância da imigração japonesa para introdução do Judô no país, e diz
"tal fato ocorreu de forma desordenada e sem nenhum planejamento.
Virgilio (2002) no livro Conde Koma o invencível yondan da história, relata que Maeda
foi o maior divulgador das artes marciais japonesas de todos o tempos. Segundo a Biografia de
Maeda na História Seriada (s.d.), Maeda veio para a América, primeiramente nos Estados
Unidos como enviado especial da Kodokan para divulgar o Judô, coloca-se ainda que vieram
junto com ele quatro personagens importantes, Tomita, Sakate, Ono e Ito, percorrendo desde os
Estados Unidos, América Central até a América do Sul. Vieram para divulgar a "arte do
Kodokan" por demonstração e em combates de desafios ("Vale Tudo").
Em, Virgílio (1996), Lamentavelmente, não houve uma missão oficial, com o intuito de
divulgar, segundo os princípios da “Kodokan”, o que seria realmente o novo método do ju-jitsu.
Esse relato demostra a dificuldade de determinar as formas de introdução e divulgação do início
do Judô para o país. Apoio para esta idéia advém do professor Massao Shinorrara (9º Dan) em
que afirma que o judô foi implantado no Brasil por volta do ano 1908 ou pouco mais, com o
advento da "imigração japonesa, cujo primeiro contingente chegou ao porto de Santos em 18 de
junho de 1908, a bordo do navio Kasato Maru, com referências ao Judô, entretanto não há
registros de nomes, datas e locais".
Contrariamente, em Virgilio 2002, existe a afirmação da missão oficial da Kodokan
para a divulgação do Judô pela Europa e pelas Américas que além de Maeda enviou também
Geo Omori e Ono no Brasil, através de confrontos sempre vitoriosos contra todas as formas de
lutas e lutadores, dos mais leais e corretos aos mais “sujos” e perversos. Depois de viajar com
sua trupe lutando em vários países da Europa e das Américas, chegou ao Brasil em 1915 e se
fixou em Belém do Pará, no ano seguinte, onde conheceu Gastão Gracie. Pai de oito filhos,
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cinco homens e três mulheres, Gastão tornou-se um entusiasta do jiu-jitsu e levou o mais velho,
Carlos, para aprender a luta com o japonês. Deste aprendizado surgiu o Brazilian Jiu Jistu,
conhecido e respeitado internacionalmente.
A imigração alemã para o Brasil e o hábito de suas práticas de exercícios tornou o
sistema de exercícios físicos idealizado por Friedrich Ludwig Jahn (1778-1852), o Turnkunst,
matriz essencial da ginástica olímpica hoje praticada, fato que rendeu a Jahn o título de "Pai da
Ginástica", um modelo adotado pelo exército em 1860, sendo substituído pelo francês em 1912.
Desde as origens das escolas militares brasileiras pode-se observar a preocupação com o ensino
de práticas ligadas a exercícios físicos, por exemplo, esgrima e natação (para os cursos de
infantaria e cavalaria da Escola Militar). Para atender ao ensino prático havia um mestre de
esgrima e um mestre de equitação. (MARINHO, 1980, p. 37)
Tão importante quanto identificar a precoce presença de militares ligados à docência de
exercícios físicos, é perceber a forte influência e presença do Método Alemão7 nos primórdios
dessa prática no Brasil. O grande número de migrantes alemães que no Brasil continuavam com
seus hábitos gímnicos; a guarda imperial, uma força militar brasileira que possuía raízes
austríacas devido à influência de nossa imperatriz8; e a influência do exército, que adotou como
oficial o método alemão em 1860, tiveram grande influência na implantação da ginástica no
Brasil, segundo os moldes desse método.
No meio civil a influência alemã estendeu-se a nosso sistema escolar da época. Essa
influência dava-se por conta da atuação direta dos instrutores, mas também através de ações
governamentais como a publicação do Novo guia para o ensino da ginástica nas escolas
públicas da Prússia, traduzido em 1870 por determinação do Governo Imperial, que assim
parecia, no mínimo, querer difundir esse método em nossas escolas (Melo, 1996, p. 21). Em
seguida, tivemos a implantação e divulgação do método sueco, defendido por Rui Barbosa e
7 O método Alemão, principalmente a partir de Friederich Ludwig Jahn (1778-1825), pensava a prática da ginástica, com forte caráter militar, como forma de manter o povo 'forte e saudável'. Com forte teor de civismo e patriotismo, estava diretamente ligado aos movimentos nacionalistas alemães. 8 Maria Leopoldina Josefa Carolina de Habsburgo nasceu na Áustria (1797) e além de imperatriz do Brasil, esposa de Dom Pedro I e mãe de Dom Pedro II, era arquiduquesa da Áustria.
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Fernando de Azevedo – baseia-se na ciência e se relacionar com a medicina e,
conseqüentemente, com os médicos.
Motivados pela característica pedagógica da ginástica sueca, tornando-a adequada para
a Educação Física Civil, escolar ou não, estes pensadores defendiam sua implantação nos
estabelecimentos de ensino e restringiam a ginástica francesa aos estabelecimentos militares.
A importância militar na arte das lutas é inquestionável, e isto também ocorreu no
Brasil, cabe aqui lembrar a figura de Alberto Latorre Faria, militar que segundo Melo (1999) se
envolveu com os primeiros momentos de sistematização mais efetiva da Educação Física
brasileira, escreveu um dos primeiros livros brasileiros de defesa pessoal.
Nas palavras de Melo (1999), “Como professor fundador da Escola Nacional de
Educação Física e Desportos – ENEFED (cadeira XVII – Desportos de Ataque e Defesa), foi
lutador de boxe (conhecido pela imprensa e pelo público, como um valoroso e gentil
sportsman), luta livre e jiu-jitsu, promoveu e arbitrou a célebre luta entre Waldemar Santana e
Hélio Grace, treinou a guarda oficial de Getúlio Vargas e antes da ENEFED, já tinha se
envolvido com lutas na Escola Militar de Realengo e na Escola de Educação Física do Exército
(EsEFEx). Também foi instrutor de defesa pessoal no curso de emergência de formação de
professores de Educação Física organizado por Fernando de Azevedo e pelo Centro Militar de
Educação Física em 1928. Assim sentiu a necessidade e procurou organizar metodologicamente
o ensino das lutas para melhor alcance de objetivos claros, sempre atentos as suas possibilidades
educacionais.(Melo, 1999, p. 87,88). Esta passagem confirma estreitamento das relações entre
educação física, militarismo e lutas e o próprio surgimento da educação física no Brasil.
Ao falarmos de lutas como um conteúdo da educação física, alguns podem pensar que
se refere a uma das tendências da disciplina: a educação física militarista, que possui como
objetivo a obtenção de uma juventude capaz de suportar o combate, a luta e a guerra (Ferreira,
2006 p.40). Esta tendência da educação física teve seu apogeu durante o período nazi-fascista.
Então, Ferreira deixa claro que a inclusão das lutas na disciplina de educação física não é
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promover alunos-soldados, nem prepará-los para a guerra, como proposta no início, mas sim,
oferecê-las, na escola, com o objetivo de proporcionar diversidade cultural e amplitude de
atividades corporais. (Ferreira, 2006, p.40)
Ferreira 2006 reportando Alves Jr., (2001) diz que:
A Educação Física passa a ser uma disciplina que vai tratar
pedagogicamente de uma área de conhecimento denominada de ‘cultura
corporal’, configurada na forma de temas ou de atividades corporais.
Devemos ter consciência que a atividade física das lutas não é nem nociva
nem virtuosa em si, ela transforma-se segundo o contexto. A luta na
universidade, na escola, ou em qualquer outro local, torna-se o que dela a
fazemos, e a competição, acrescentaríamos, não é uma imposição deste
esporte. Pierre Parlebas (1990) lembra que as lutas em geral são
atividades esportivas com uma oposição presente, imediata, e que é o
objeto da ação, existe uma situação de enfrentamento codificado com o
corpo do oponente. Desta forma, mais do que lutar contra o outro, a
educação física escolar deve ensinar a lutar com o outro, estimulando os
alunos a aprenderem através da problematização dos conteúdos e da
própria curiosidade dos alunos. (Ferreira, 2006, p.40).
A educação física passa por transformações em busca de
uma nova identidade, haja vista a pluralidade de suas
funções tendo por objetivo a melhoria da qualidade da
saúde, ligada ao bem estar físico, emocional e social das
pessoas, contribuindo assim, junto com a ciência da saúde
para uma melhora nessa relação da evolução humana
auxiliando em vários aspectos como: melhoria na
qualidade do envelhecimento, controle de doenças
cardíacas entre outras.
Como pudemos perceber nesse breve histórico, a luta, uma forma de preparação militar,
sempre esteve vinculada à educação física, ajudando mesmo a divulgação e propagação da
mesma. De certa maneira inicialmente ligada à preparação de soldados ou guerreiros, tornando-
se posteriormente um conteúdo da educação física, a luta é uma forma de atividade que visa
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desenvolver algumas capacidades como condicionamento físico, concentração, disciplina,
responsabilidade, respeito, lealdade, superação, criatividade, força explosiva, resistência
aeróbica dentre outras, capacidades que são desenvolvidas até hoje por profissionais de
Educação Física, muitos dos quais, como temos constatado em nossa experiência profissional,
desconhecem esta relação do conteúdo com as lutas.
2. Luta, Artes Marciais e Esportes de Combate: Busca de uma Conceituação
De maneira geral, quando as pessoas se referem à luta, têm sempre em mente a
idéia de violência, de confronto direto, sem regras, de imposição de uma força ou poder sobre
outro, talvez até pela gênese histórica da luta, relacionada à disputa pela sobrevivência. A nosso
ver, é notória, também, a influência da mídia nesta conceituação. Com intenções ideológicas, ou
mesmo por desconhecimento, suas produções, muitas vezes, misturam briga, luta, arte marcial e
guerra, dando muita ênfase ao que pode existir de ruim nas artes marciais e deixando de lado a
noção de que, como atividade humana, a luta pode, entre outras coisas, ser a mola equilibradora
das emoções e da disciplina.
Na busca por entender luta, partimos do senso comum para o referencial mais à mão no
momento de buscas de definições: os dicionários.
Segundo o dicionário Aurélio (p. 466), luta é um combate corpo a corpo, sem
armas, entre dois atletas; qualquer combate corpo a corpo; peleja guerra, antagonismo entre
forças contrárias; conflito, esforço (Aurélio, 1996, p. 466).
Para o Dicionário Larousse (2001), luta é “combate de dois atletas corpo a corpo e sem
armas. Combate com ou sem armas, peleja. Esforço feito por duas pessoas, dois grupos, para
vencer um ao outro. Conflito controvérsia, pleito. Ação de duas forças que agem em sentido
contrário. Empenho, esforço, lida” (Larousse, 2001, p.567).
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Tomando como base tais definições, observamos que, os dicionários nos trazem uma
visão mais ampla do conteúdo, o que pode gerar muitas interpretações e confusões na hora de
conceituar e trabalhar com esta atividade, pois lidam com informações como combate, guerra,
vencer um ao outro, que ficam sem a real interpretação da existência de regras e situações
reguladoras, ética e respeito.
A fim de esclarecermos esta diferença, consideramos importante citar Del Vecchio
(2005), que estabelece diferenças significativas para interpretação e diferenciação entre lutas,
artes marciais, esportes de combate, confrontos ou brigas e guerras.
Segundo Del Vecchio (2005)9, luta é um jogo de oposição entre duas ou mais pessoas
no qual o alvo é o próprio oponente é permitido ataque a qualquer momento e a mutualidade é
presente.
Já as artes marciais são práticas culturais fortemente ligadas ao regionalismo.
Influenciadas por aspectos culturais, são práticas que podem atuar nas esferas física, espiritual e
social. Está implícita na prática das artes marciais a defesa de uma comunidade. Segundo Reid e
Croucher (2003), em obra citada por Del Vecchio (2005), as artes marciais têm somente um
objetivo: neutralizar o mais rápido possível os ataques, empregando para isso todos os meios
necessários.
Segundo Del Vecchio (2005), os esportes de combate são lutas obrigatoriamente regidas
por entidades reguladoras: Associações, Federações, Confederações, e que têm campeonatos
com disputas diretas, regras, classificações e pódios.
Já os confrontos, ou brigas, dizem respeito à oposição direta entre duas ou mais pessoas,
sem regras e situações reguladoras, a não ser as intrínsecas ao próprio indivíduo. Geradas e
guiadas por sentimentos de aversão, repúdio e ódio, são momentâneas ou podem durar gerações.
9 Curso ministrado no Centro Universitário do Triângulo - Unitri em junho de 2005.
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Finalmente, por guerra entende-se a oposição direta entre nações ou comunidades, com
utilização ilimitada da tecnologia e meios de destruição em massa. É um embate com objetivo
concreto: territorial, econômico, financeiro e ideológico.
Observando a diferenciação feita por Del Vecchio (2005), percebemos que a amplitude
de significado apresentada pelos dicionários acaba por sedimentar a mistura entre luta e briga, o
que, de certa maneira, representa o senso comum acerca da concepção de luta, levando ambas a
ser repudiadas em qualquer instância social onde se precisa de um convívio harmonioso e
salutar, o que seria, em linhas gerais, o objetivo principal dos conteúdos pedagógicos da luta.
Por outro lado, partindo das próprias definições oferecidas pelos dicionários, podemos
afirmar que, durante nossa vida acadêmica e em nossas aulas, a Educação Física está repleta de
lutas. Uma vez que todo estudante se lembra de ter participado de jogos de ataque e defesa com
emulação, com grande diversidade e semelhança com algumas posições básicas das lutas ou
mesmo de esportes de combate. Alguns exemplos simples de luta que usamos em nosso
cotidiano escolar sem sequer imaginarmos que são atividades de lutas são, por exemplo: cabo de
guerra, briga de galo, jogos de tirar a fita ou como em alguns estados tirar o rabo, estourar o
balão no pé do colega, etc.
Se observarmos bem, estes jogos têm regras que os participantes devem respeitar para
poderem jogar, sendo atividades que, se bem trabalhadas, podem iniciar o jovem na modalidade
de forma lúdica e prazerosa.
Pela concepção equivocada, originada do senso comum, apresentada pela mídia e
reforçada pelos dicionários, temos que ter discernimento na hora de compreender o sentido de
luta. Consideramos importante proporcionar ao professor de Educação Física uma oportunidade
de compreensão e vivência mais ampla das lutas, que lhes permita conhecer mais a fundo o seu
lado positivo e os benefícios que sua utilização pode trazer para seu trabalho e para a formação
de seus alunos.
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3. A Luta para o Professor de Educação Física
Entendendo luta como expõe Del Vecchio (2005), fica visível a importância da
utilização deste conteúdo no contexto curricular e na formação integral do aluno. Evidenciando
que não precisamos, assim como em qualquer conteúdo da Educação Física, ser técnicos ou
mestres, o que importa é termos o conhecimento adequado do conteúdo a ser ministrado, bem
como sabermos como e quando utilizá-lo, oportunizando aos nossos alunos uma vivência
prazerosa ao mesmo tempo em que, imbuídos de um fazer pedagógico, os orientamos para uma
vida de superação. Porque, na luta, não é ao confronto, combate ou competição que o aluno
deve dar importância, mas à vivência da modalidade que permite:
• O Sentimento de extensão do corpo e não um constrangimento como se
encontra no treino desportivo de competição;
• A percepção o seu corpo e o corpo do outro como elementos fundamentais no
desempenho da performance;
• O fator de diferenciação é o contato direto, o que permite conhecer a técnica de
contato diferente da técnica desportiva.
Por fim, é preciso que o professor de Educação Física possa entender que precisa do
instrumento pedagógico das lutas enquanto este possa trabalhar alguma de suas características
básicas como: ações de preensão (judô, luta, jiu-jitsu), projeções; quedas; rolamentos; rotações;
imobilizações; luxações; estrangulamentos, (boxe, karate, full-contact), pés e/ou mãos, armas
(esgrima, jogo do pau). Utilizando ainda de características como duelo individual; limitado;
diálogo com o opositor. De objetivos reais, ou seja, uma morte simbólica e de variáveis como:
velocidade angular; binários de força; alavancas; dissipação de energia.
Diante do exposto, fica evidente que as lutas permitem uma variável gama de
instrumentos a serem trabalhados, cabendo ao professor entender a riqueza dos jogos de luta,
concentrando-nos aqui, apenas no nível motor. Segundo Olivier (2000):
É um dos objetivos prioritários da escola no ciclo de aprendizagens
fundamentais é justamente desenvolver nas crianças sua capacidade de
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agir e de adaptar-se. Ora, combater é antes de tudo, agir utilizando
competências particulares para tentar vencer o outro. (Olivier, 2000, p.14)
Pensando, então, sobre o combate, podemos dizer que é também agir procurando
analisar e controlar o oponente para podermos perceber sua falha, seja pelo desequilíbrio, seja
pela falta de atenção e, assim, rapidamente aproveitar a situação para superá-lo. Dessa maneira,
estamos desenvolvendo a adaptação do corpo às diversas formas de movimentos e posições
inabituais, bem como facilitando a conscientização da imagem do corpo em construção no
espaço e tempo estabelecidos. Segundo o mesmo autor, a luta também trabalha no nível sócio-
afetivo:
1) A propósito do corpo contra o corpo, o que produz uma oposição direta, no contato
físico com tudo que isto implica de emocional, sendo que é preciso tocar o colega, pegá-lo,
agarrá-lo e até mesmo dominá-lo com todo seu peso.
Isso porque, efetivamente, dominar suas frustrações, bem como seus ímpetos de
alegria, é justamente progredir dos estágios inferiores de desenvolvimento aos estágios
superiores, começar a vencer um pouco de sua “herança arcaica”, é socializar-se no
sentido de Nietzsche, para quem: ‘ O objetivo de toda civilização é fazer do homem –
uma presa – um animal domado e civilizado (Olivier, 2000, p. 15).
2) A propósito do encontro com o outro e do respeito pelo outro, o que para uma criança
sacia a necessidade de ter um parceiro real (ou imaginário). O que pode se transformar ao
mesmo tempo em um modelo ou em um ser imitado ou superado enquanto uma resistência
agradável que pode ou não ser vencida, que pode significar também encontrar e reconhecê-lo e
respeitá-lo como adversário-parceiro. Por isso, existe todo um ritual de saudação antes e depois
do combate demonstrando que o oponente é um indivíduo e deve ser respeitado.
3) A propósito do respeito às regras, sejam elas de origem social ou relativa às
imposições da atividade, elas refletem uma importância capital nos jogos de luta, pois
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organizam a atividade por limitar tempo, espaço e comportamentos ao mesmo tempo em que
orquestram o diálogo conflitual que, segundo Olivier, permite à criança satisfazer sua
necessidade de ação, seu desejo de ultrapassar, respeitando, ao mesmo tempo, a reversibilidade
dos papéis. É a regra que oferece a cada um, a possibilidade de ganhar, de ter prazer. As regras
obrigam a um controle de si mesmo, das ações e emoções, para sancionar as agressões e
disciplinar, comportamentos desempenhando uma função socializante. Aqui cabe acrescentar
Norbert Elias quando nos diz que os desportos forma criados para combater a própria violência.
O que diz de maneira breve:
“que os modelos sociais de conduta e de sensibilidade,
particularmente em alguns círculos das classes sociais altas, começam a
transformar-se muito drasticamente, numa direção específica, desde o
século XVI em diante... De forma idêntica a investigação sobre o
desenvolvimento do desporto mostrou que existia uma transformação
global do código de conduta e de sensibilidade na mesma direção”.
(ELIAS, 2006, p.41,42).
No nível cognitivo, quando ao final de cada luta, o aluno pode estabelecer
imediatamente uma relação entre a ação, o modo de fazer e o resultado. Então, brincar de lutar é
relacionar as causas aos efeitos, é comparar para reorganizar suas novas ações.
Portanto, lutar exige ações motoras específicas de ataque, como agarrar, reter,
desequilibrar e imobilizar, e de defesa, como se esquivar, resistir e livrar-se. Para isso,
utilizamos jogos de rapidez e de atenção, de conquista de objetos, de territórios, jogos para
desequilibrar, para reter, imobilizar e livrar-se e os próprios jogos de combate, levando a criança
a adquirir uma enorme gama de competências motoras, cognitivas, afetivas e de atitudes.
Deveremos, assim, fazer uma nova sistematização do modelo de observação, uma nova
sistematização do modelo pedagógico, lembrando sempre que: “Oposição não é sinônimo de
rivalidade ou confrontação”.
Poderemos, então, fazer uma nova sistematização do modelo pedagógico como a que
propõe Paulo Martins (2006), quando diz que as regras e leis da luta são a peça fundamental na
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qual se estabelece e acontecerão os confrontos, visando às normas de segurança e as proibições
gerais. Para que os jogos de luta possam ocorrer, é necessário que tenhamos em mente sempre
que devemos que atribuir grande significado às habilidades pessoais; favorecer a participação
interativa dos alunos nas atividades valorizando a superação individual, ensinar que competir e
entrar em contato físico com o outro, nunca deve ser interpretado como atitude de rivalidade e
confrontação e, por fim, aplicar o ensino em progressões pedagógicas, aplicando a metodologia
e didática específica das lutas.
Dessa forma, poderemos dar um tratamento pedagógico às lutas dentre os conteúdos da
Educação Física no que tange às características de representação antecipatória, esquema
corporal, performance infanto-juvenil, performance dos adultos, aprendizagem versus
performance, o objetivo do combate (que o aluno entenda que é necessário dominar formas
específicas de contacto), jogos de ataque e defesa com caráter lúdico e biodinâmico,
semelhantes às técnicas "alvo” da aula.
Portanto, fica evidente que o conteúdo lutas precisa ser mais bem entendido pelos
alunos universitários e futuros profissionais como um campo ainda pouco explorado, mas que
fornece uma riqueza de oportunidades que, se bem aproveitadas, são capazes de gerar grandes
transformações nos alunos, como respeito às diferenças, melhora da consciência corporal,
melhora na noção espaço-corporal, melhora na agilidade, melhora na coordenação motora,
melhora no equilíbrio corporal e emocional dentre outros. Há, portanto, a necessidade de, dentro
do conceito de que luta é um jogo de oposição e não sinônimo de rivalidade ou confrontação,
perceber que utilizamos muitos jogos de luta em nossas atividades, porém que passam apenas
como jogos recreativos ou como jogos pré-desportivos, como rouba-bandeira, cabo de guerra
entre tantos.
Nesse sentido, ressaltamos a importância de que o trabalho incorpore a expressividade e
a mobilidade próprias às crianças. Assim, é necessário compreender o caráter lúdico e
expressivo das manifestações da motricidade infantil, da expressividade e mobilidade próprias
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às crianças, poderá ajudar o professor a organizar melhor sua prática, organizando atividades
pedagógicas que oferecem aos sujeitos uma oportunidade de participar em diversos jogos e
lutas, respeitando as regras e não discriminando os colegas. Além de ser um conteúdo
importante a ser oportunizado a todos os alunos, as lutas podem servir de ponto de partida para
muitos debates sociais. De acordo com Darido as lutas são uma possibilidade diante de outras
práticas, tais como esportes coletivos, esportes diferenciados, atividades aquáticas, ginásticas,
dança e expressão, técnicas alternativas (DARIDO, 2005, p. 246). Independente da
modalidade, algumas características são comuns aos praticantes, como por exemplo, o
envolvimento com a disciplina e o respeito pelo adversário. Isto é um exemplo claro de ética
relacionado aos jogos de luta.
A origem das Lutas vem sendo feita desde que o homem começou a tomar consciência
do mundo ao seu redor e começou a tentar entender as relações existentes neste mundo, e a
desenvolver conceitos como o da causa e efeito. Gradualmente, começou-se a entender a
importância vital das qualidades físicas e, particularmente, a habilidade de se saber derrubar,
dominar, e contra-atacar em conflitos com outros seres humanos ou animais.
É notório, o fascínio que as lutas provocam nos nossos alunos e que os mesmo se
apoderam deste conteúdo de várias formas, sejam elas em filmes, em revistas em desenhos,
matriculando-se em academias dentre outras práticas, por isto concordo com Ferreira (2006)
quando afirma que:
Portanto, as lutas devem fazer parte dos conteúdos a serem ministrados nas aulas de
educação física, seja na educação infantil, ensino fundamental ou médio, ressaltando-se que as
lutas não são somente as técnicas sistematizadas como Caratê e Judô. O braço de ferro, o cabo
de guerra, as técnicas recreativas de empurrar, de puxar, de deslocar o parceiro do local, as lutas
representativas como a luta do sapo (alunos agachados, um tentando derrubar o outro), a luta do
saci (alunos de mãos dadas, somente com um pé no chão, tentando provocar o desequilíbrio do
parceiro, forçando o colega a tocar com o pé que estava elevado no chão), são apenas alguns
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exemplos de como se trabalhar as lutas de forma estimulante e desafiadora na aula de educação
física. Pode-se levar em visitas às escolas, especialistas, promovendo palestras, ministrando
pequenos cursos ou fazendo demonstrações específicas. Os alunos podem visitar academias de
lutas, assistir a filmes e documentários ou, ainda, realizar pesquisas sobre o tema.
Não se pode esquecer que, no ensino médio, a filosofia das lutas, a prática competitiva
das modalidades e o estudo dos clássicos de Sun Tzu e Miyamoto Musashi, já citados, poderiam
motivar e afirmar o sentido das lutas como conteúdo.
Além disso, conforme a revista do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF,
2002): A prática da luta, em sua iniciação esportiva, apresenta valores que contribuem para o
desenvolvimento pleno do cidadão. Identificado por médicos, psicólogos e outros profissionais,
por sua natureza histórica apresentam um grande acervo cultural. Além disso, analisada pela
perspectiva a expressão corporal, seus movimentos resgatam princípios inerentes ao próprio
sentido e papel da educação física na sociedade atual, ou seja, a promoção da saúde.
Segundo os PCN’s (Brasil, 1988), os objetivos da prática das lutas na escola, são:
A compreensão por parte do educando do ato de lutar (por que lutar, com quem lutar,
contra quem ou contra o que lutar; a compreensão e vivência de lutas no contexto escolar (lutas
X violência; vivência de momentos para a apreciação e reflexão sobre as lutas e a mídia; análise
dos dados da realidade positiva das relações positivas e negativas com relação a prática das lutas
e a violência na adolescência (luta como defesa pessoal e não para “arrumar briga”).
Já a construção do gesto nas lutas, ainda sobre o prisma dos PCN’s (Brasil, 1998)
requer:
A vivência de situações que envolvam perceber, relacionar e desenvolver as
capacidades físicas e habilidades motoras presentes nas lutas praticadas na atualidade; vivência
de situações em que seja necessário compreender e utilizar as técnicas para as resoluções de
problemas em situações de luta (técnica e tática individual aplicadas aos fundamentos de ataque
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e defesa); vivência de atividades que envolvam as lutas, dentro do contexto escolar, de forma
recreativa e competitiva. Visando estes objetivos, os conteúdos ministrados na aula de educação
física devem procurar atender ao desenvolvimento do aluno no que se refere aos aspectos
histórico-sociais das lutas. (Ferreira, 2006, p 40-41).
O meu modo de pensar vem de encontro com os trabalhos publicados que
enfatizam a importância de se utilizar de um elemento tão rico quanto as lutas na formação de
uma corporeidade dos nossos alunos que os possibilite na construção de uma melhora da auto-
imagem, autoconfiança, disciplina, respeito, responsabilidade (consigo e com o próximo),
socialização, sentimento de grupo dentre tantos benefícios descritos durante este trabalho.
Lembrar que uma das inteligências propostas por Gardner que é a inteligência cinestésica e que
pode ser segundo o autor treinada.
Se olharmos o desenvolvimento motor sobre o prisma de Gallahue (2005), poderemos
facilmente entender que o movimento é a primeira forma de expressão do ser humano e que é
através do movimento que ele aprende a se interagir com o mundo, e é exatamente isto que as
lutas fazem: “Uma utilização do movimento que permite a cada um, a sua maneira, interagir
com o mundo resolvendo problemas simples de relacionamento bem como de desenvolvimento
de todas as suas inteligências”.
A luta é um jogo e o jogo faz parte da atividade física, portanto deve estar presente na
formação do professor de educação física, não num sentido técnico e sim no entendimento de
sua oportunidade da exploração dos movimentos possíveis do seu corpo para resolver os
problemas do embate bem como conseguir dominar com maior efetividade os conflitos
ocorridos no embate.
Partindo do princípio de que para haver jogo deve existir o outro, tornando assim um
elemento da cultura corporal que poderemos oportunizar aos nossos futuros alunos no prazer
que a luta oferece, e nas possibilidades de resolução deste conflito sem, no entanto usar de
qualquer ato de violência.
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Segundo Baptista:
“A iniciação esportiva em qualquer modalidade não necessita de
profissionais especializados e experimentados na prática competitiva, pois
as minúcias técnicas do esporte não são importantes nessa fase do
aprendizado (Baptista, 2000, p.14)
Se pensarmos na educação como o processo pelo qual se torna possível a gestação do
novo e a ruptura com o velho, que é como o ato de conduzir de um estado a outro. Poderemos
considerar o ato pedagógico de educar como uma sistemática de interação entre seres sociais,
tanto em nível intrapessoal como no nível da influência do meio, visando provocar mudanças
tão eficazes que possam torná-los elementos ativos da própria ação exercida.
Segundo a visão Piagentiana, conhecer implica na existência de uma relação sujeito-
objeto, considerando a ação como condição para que o sujeito construa novas estruturas. Neste
caso específico, não se trata de qualquer ação executada, mas daquelas que têm significado para
o sujeito.
Torna-se necessário ao professor pensar numa nova forma de ensinar e aprender que
inclua a ousadia de “inovar as práticas de sala de aula, de trilhar caminhos inseguros, expondo-
se e correndo riscos, não se apegando ao poder docente, com medo de dividi-lo com os alunos e
também de desvencilhar-se da racionalidade única”, pondo em ação outras habilidades que não
apenas as cognitivas. Torna-se necessário, ainda, que os professores passem a pensar-se como
“participantes do desvelamento do mundo e da construção de regras para viver com mais
sabedoria e mais prazer” (CASTANHO, 2000, p. 87)
Assim, no terceiro capítulo faremos a análise das contribuições dos conteúdos da
disciplina “Linguagem Corporal Ginástica e Lutas” na formação dos professores de Educação
Física do Centro Universitário do Triângulo – UNITRI.
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CAPÍTULO 3
A contribuição do conteúdo “Linguagem Corporal Ginástica e Lutas” para a atuação,
formação profissional e pessoal do professor de Educação Física do Centro
Universitário do Triângulo – UNITRI
De acordo com um velho ditado chinês, alguém só é capaz de chegar a um filhote de
tigre se adentrar a Montanha do Tigre. Analogicamente, podemos comparar este ditado à busca
de soluções de nossas hipóteses que nada mais são que o nosso filhote de tigre. Devemos
aprofundar nas nossas avaliações, ou seja, nosso conjunto de desafios (nosso tigre), para
alcançarmos as respostas pretendidas.
Assim, podemos afirmar que para melhor acharmos a tão buscada solução para nossas
hipóteses, perfizemos um caminho até aqui de uma pesquisa investigativa de natureza
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bibliográfica, via Internet, coleta de dados, formulação de quadros informativos, fichamentos
diversos de livros, Dissertações e Teses, contudo não nos descuidamos do nosso pequeno tigre
que é a resposta as nossas investidas, por isto fizemos esta avaliação das respostas de nossos
alunos buscando entendermos a contribuição do conteúdo “Linguagem Corporal Ginástica e
Lutas” para a atuação, formação profissional e pessoal do professor de Educação Física do
Centro Universitário do Triângulo – UNITRI.
Através desta pesquisa, com os alunos do 4º períodos do curso de Educação Física do
Centro Universitário do Triângulo – UNITRI pudemos organizar um perfil desta contribuição.
A partir desses dados, e de sua confrontação com as conclusões obtidas no levantamento junto
às fontes documentais, adquirimos os elementos essenciais para a confirmação ou refutação de
nossas hipóteses
Passaremos agora a análise de nossos questionamentos.
Ao analisarmos os gráficos 01 e 02, podemos afirmar que para o sexo feminino a disciplina
contribui de forma muito adequada para sua formação moral. Que no transcorrer do conteúdo
ficou clara a contribuição na formação de valores e princípios transmitidos pela mesma.
GRÁFICO 01
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GRÁFICO 02
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Ao analisarmos os gráficos do sexo masculino de números 03 e 04 pudemos constatar
que para este grupo a formação moral também é presença marcante quando falamos da
contribuição do conteúdo “lutas” para sua atuação, formação profissional e pessoal.
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GRÁFICO 03
GRÁFICO 04
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Na comparação feita no gráfico 05, pudemos observar que a formação moral está muito
presente no conteúdo lutas. O interessante é que Yves de La Taille numa palestra para pais e
professores no Centro Educacional Da Vinci, desenvolveu suas idéias acerca dos conceitos de
ética e moral – palavras que, embora sejam etimologicamente sinônimas, têm sido utilizadas
com diversos sentidos ao longo da história. Para ele, a moral é um grupo de regras prescritivas,
enquanto a ética é o conjunto de princípios norteadores dos quais as regras são derivadas.
Metaforizando, compara a moral a um mapa e a ética a uma bússola. Assim, a ética englobaria a
moral, mas ambas estariam em função de criar e manter uma sociedade na qual valha a pena
viver.
GRÁFICO 05
Os gráficos 06 e 07, apontam para como a matéria colabora para a disciplina pessoal no
entendimento e aprendizagem e na formação de cada aluno do sexo feminino. Ocorre uma
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mudança de postura desde o início até o término do conteúdo, onde praticamente toda a mostra
se organiza e valoriza este quesito.
GRÁFICO 06
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GRÁFICO 07
Considerando o resultado dos gráficos 08 e 09 podemos atestar que para o sexo
masculino embora em sua maioria o item disciplina tenha colaborado de forma muito adequada
a sua formação pessoal, não houve um aumento deste item, mas mesmo assim ele se manteve
importante para os alunos.
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GRÁFICO 08
GRÁFICO 09
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No gráfico comparativo de nº 10, observamos uma diferença quanto ao gênero neste
componente, pois teve uma influência muito maior para o sexo feminino do que para o
masculino, talvez pelo fato de ser tradicionalmente, luta uma característica do sexo masculino.
GRÁFICO 10
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A parte que se refere ao respeito para com o outro e consigo mesmo, examinado nos
gráficos 11 e 12, demonstrou que para o sexo feminino este dado foi muito adequado o que
pode ser percebido facilmente com o andamento da matéria.
GRÁFICO 11
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GRÁFICO 12
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Já os gráficos 13 e 14, mostram que para o sexo masculino esta questão da disciplina
que ela também é muito adequada a sua formação embora com menos intensidade do que a
feminina.
GRÁFICO 13
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GRÁFICO 14
Fazendo um comparativo desta mesma questão antes e depois de passarem pela
disciplina podemos ressaltar que os alunos acharam na muito adequada em sua formação e que
embora no sexo masculino ela tenha tido uma pequena diferenciação em relação ao sexo
feminino, ela também conseguiu afetar de maneira muito satisfatória aos gêneros. Conforme
podemos constatar no gráfico 15.
.
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GRÁFICO 15
Ao consideramos os gráficos de nº 16 e 17 podemos notar que esta disciplina afeta
positivamente nos futuros professores do sexo feminino do curso de educação física do centro
universitário do Triângulo – UNITRI. Isto é o aluno melhorou sua auto estima durante o
transcorrer da disciplina, o que é um fator de grande valia para quem se propoem a trabalhar
com pessoas.
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GRÁFICO 16
GRÁFICO 17
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A análise dos gráficos 18 e 19 é interessante, pois podemos notar que para o sexo
masculino, a auto estima também é muito adequada para sua formação, mas as sensações que
eles tinham não se alteraram durante a participação na disciplina. O que pode demonstrar que a
maioria já tinha uma noção ou uma percepção de sua importância na auto estima ocasionando
assim uma pequena elevação no grau de satisfação desta questão.
GRÁFICO 18
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GRÁFICO 19
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Se, Em psicologia, auto-estima inclui a avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si
mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau (Sedikides & Gregg,
2003).
O gráfico 20 demonstra como os gêneros perceberam este item de forma diferente, o
sexo feminino teve uma resposta muito positiva no período anterior e posterior a disciplina, já o
sexo masculino teve uma pequena alteração. Não se preocupou em se ater a este detalhe, mas
podemos reportá-lo ao fato de que as lutas serem predominantemente uma atividade do gênero
masculino, assim poderíamos entender a pequena variação ocorrida neste grupo em relação ao
feminino.
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GRÁFICO 20
Com relação aos gráficos de nº 21 e 22 a questão da saúde no sexo feminino, para sua
atuação, formação profissional e pessoal teve um aumento considerável na categoria de
adequado, o que demonstra que outras atividades também influenciam neste grupo de forma
mais eficiente.
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GRÁFICO 21
GRÁFICO 22
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Com relação aos gráficos de nº 23 e 24 a questão da saúde no sexo masculino, para sua
atuação, formação profissional e pessoal teve um aumento considerável na categoria de
adequado, mas que se manteve num nível muito adequado para este gênero. O que pode sugerir
que para este grupo, as atividades de luta têm um papel muito relevante no que tange a sua
atuação, formação profissional e pessoal.
GRÁFICO 23
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GRÁFICO 24
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A análise do gráfico 25 mostra como este item se apresenta de forma diferente para os
gêneros, o sexo feminino o considera apenas adequado, após passar pela disciplina enquanto
que o sexo masculino o considera muito adequado, podemos entender como um dos possíveis
motivos para que isto ocorra possa ser o fato de que para os homens esta atividade suprima as
suas necessidades e seu comportamento e para as mulheres outras atividades possam ser mais
atraentes, visto que lutas sempre esteve ligado ao confronto direto de forças o que é mais
peculiar ao sexo masculino.
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GRÁFICO 25
Avaliando os gráficos de nº 26 e 27 é possível perceber que a disciplina proporciona um
desenvolvimento físico muito adequado para sua atuação, formação profissional e pessoal e que
este conceito sofreu pouca alteração no seu nível de satisfação dos futuros professores do sexo
feminino, embora possamos observar que o pré-conceito de nada adequado diminuiu
significativamente par o conceito de adequado, o que demonstra uma mudança positiva de
postura em relação à matéria.
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GRÁFICO 26
GRÁFICO 27
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Os gráficos 28 e 29 nos fornecem uma visão positiva em relação ao desenvolvimento
físico em que durante o percurso da disciplina para o gênero masculino, esta questão evidenciou
um aumento significativo de satisfação para muito adequado, mesmo tendo surgido uma
porcentagem que a entendesse como pouco adequado e nada adequado.
GRÁFICO 28
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GRÁFICO 29
O gráfico 30 mostra que mesmo tendo uma pequena diferença na forma de
entendimento desta questão entre os gêneros, ambos o consideraram muito adequado, para sua
atuação, formação profissional e pessoal.
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GRÁFICO 30
Relacionando os gráficos 31 e 32, podemos observar como a disciplina atua de forma a
melhorar o auto controle do sexo feminino de forma muito adequada o que de certa forma, ajuda
muito na sua atuação, formação profissional e pessoal.
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GRÁFICO 31
GRÁFICO 32
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Interpretando os gráficos de nº 33 e 34, podemos observar uma diminuição da
percepção da disciplina como uma forma de auxiliar no auto-controle pelo sexo masculino, mas
embora um número significativo de respostas apontem no final da disciplina para um meio
adequado, a tendencia geral é que mesmo assim esta disciplina se torna muito adequada para sua
atuação, formação profissional e pessoal.
GRÁFICO 33
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GRÁFICO 34
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No gráfico 35 podemos perceber como esta disciplina afeta diferentemente os sexos
embora o resultado final tenha atingido de forma muito adequada, o sexo masculino teve uma
percepção muito diferente do feminino, se observarmos atentamente o gráfico, poderemos
perceber que para o sexo feminino este item ocorreu de forma crescente e positiva e no sexo
masculino isto ocorreu de forma decrescente mas também positiva.
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GRÁFICO 35
Conforme evidenciam os gráficos de nº 36 e 37, percebemos que à medida que a
disciplina transcorria, esta pôde agir para sua atuação, formação profissional e pessoal, de forma
muito adequada no sexo feminino.
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GRÁFICO 36
GRÁFICO 37
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Nos gráficos 38 e 39, podemos observar que antes de passar pela disciplina, 80% dos
alunos acreditavam que a disciplina melhorariam sua auto confiança, de forma muito adequada,
no final porém apenas 62% confirmaram suas espectativas. Podemos constatar que embora
percebamos o desprendimento do sexo masculino no final da disciplina, sua avaliação foi
positiva no que se refere a percepção que se tem deste item, para sua atuação, formação
profissional e pessoal.
GRÁFICO 38
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GRÁFICO 39
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Se, autoconfiança é confiança em mim, "fé no meu taco", como se diz na gíria. FÉ,
como afirmou S. Paulo, “é eu acreditar naquilo que eu não vejo e a recompensa da fé é ver
aquilo que eu acredito”. A maior parte das coisas que eu não posso, eu não posso não porque eu
realmente não posso, mas porque eu acredito que eu não posso. Não que eu possa tudo que eu
acho que posso, mas reconhecer e afirmar para mim mesmo que eu posso é o primeiro passo
para eu realmente vir a poder até mesmo coisas que eu sempre julguei que eu jamais poderia.
Na prática, autoconfiança é: eu crer firmemente que eu sou capaz, que eu posso, que eu
consigo, que eu tenho capacidade e disposição para ir em frente, para aprender o que eu não sei,
para reconhecer e aproveitar as oportunidades, para ultrapassar os obstáculos que surgem, para
superar meus bloqueios e para vencer minhas limitações. No gráfico 40 temos a constatação de
que embora atinja de forma característica, cada sexo, este elemento, característico de quem luta,
colaborou de forma muito adequada, pois para nossa profissão precisamos adquirir esta
autoconfiança para nosso trabalho diário. E se a disciplina consegue fazer com que os futuros
professores percebam que são capazes de executá-la isto por si já compensaria tê-la feito.
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GRÁFICO 40
Os gráficos de nº 41 e 42, nos mostra que no transcorrer da disciplina, ela deixa de ser
pouco adequada para se dividir equitariamente, entre adequada e pouco adequada, ou seja esta
percepção que se tem desta virtude fica equilibrada no sexo feminino, para sua atuação,
formação profissional e pessoal.
GRÁFICO 41
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GRÁFICO 42
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Os Gráficos 43 e 44, a seguir, admiti-nos visualizar a quantidade percentual da
humildade antes da disciplina estava muito adequada, ao final, embora sua maioria ainda a
classificasse como muito adequada, ela se transformou em pouco adequada e nada adequada
para sua atuação, formação profissional e pessoal.
GRÁFICO 43
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GRÁFICO 44
Considerando que: Humildade vem do Latim humus que significa "filhos da terra".
Refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar
ser superior a elas. A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa fraqueza,
modéstia, respeito, pobreza, reverência e submissão. O gráfico 45 permite que percebamos o
quanto esta qualidade é importante em nossas vidas, também pode ser mascarada pela própria
sociedade que busca vitória a qualquer preço e melhoria de status social, também pode intervir
nesta percepção de humildade, para sua atuação, formação profissional e pessoal.
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GRÁFICO 45
Quando falamos da perseverança, os gráficos 46 e 47 propiciam-nos considerar que para
o sexo feminino, este é um item muito adequado na sua atuação, formação profissional e
pessoal.
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GRÁFICO 46
GRÁFICO 47
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Os gráficos 48 e 49 nos evidenciam que embora a perseverança seja um dado muito
adequado para o sexo masculino, embora ao final da disciplina esta questão teve um ganho no
nível adequado, e uma perda no seu nível muito adequado na sua atuação, formação profissional
e pessoal.
GRÁFICO 48
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GRÁFICO 49
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Visualizando o gráfico 50 podemos observar que neste quesito, os sexos reagiram de
forma diferente, embora o mantivesse num nível muito adequado, o sexo feminino teve um
aumento neste item enquanto o sexo masculino teve uma ligeira diminuição. Isto pode ter
ocorrido em virtude de ser a luta uma característica do sexo masculino, exigindo do sexo
feminino uma maior constância na aula o que refletiu na sua atuação, formação profissional e
pessoal.
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GRÁFICO 50
Comparando os gráficos 51 e 52, verificamos que a tolerância não foi uma questão
muito adequada para a atuação, formação profissional e pessoal, e se manteve equilibrada
depois de passar pela disciplina entre muito adequada e pouco adequada, distribuída
equitativamente ao final da disciplina.
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GRÁFICO 51
GRÁFICO 52
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Nos gráficos 53 e 54 fizemos uma comparação em que percebemos que do mesmo
modo que refletiu o sexo feminino, o sexo masculino ao final da disciplina também a
considerou num nível adequado e muito adequado equitativamente
GRÁFICO 53
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GRÁFICO 54
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Conforme visualizamos no gráfico 55, a tolerância, não é um item que traga muita
importancia na atuação, formação profissional e pessoal dos futuros professores do curso de
Educação Física do Centro Universitário do Triângulo – UNITRI.
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GRÁFICO 55
Nos gráficos 56 e 57 fizemos uma comparação entre a cooperação antes e depois de
passar pela disciplina, o sexo feminino considerou que ao final, esta cooperação aprendida com
a disciplina lutas, fui muito adequada a sua atuação, formação profissional e pessoal.
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GRÁFICO 56
GRÁFICO 57
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Conforme visualizamos nos gráficos 58 e 59, para o sexo feminino a
cooperação aprendida na disciplina linguagem corporal ginástica e lutas, também se manteve
muito adequada para a sua atuação, formação profissional e pessoal.
GRÁFICO 58
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GRÁFICO 59
No gráfico 60 fizemos a correlação entre os sexos feminino e masculino antes e depois
de decorrerem a disciplina e percebemos uma diferença no valor da cooperação para a atuação,
formação profissional e pessoal. Para o sexo feminino esta questão foi muito mais importante do
que para o sexo masculino. Dentre muitos fatores, podemos dizer que este fato se deu por
necessidade da participação do outro no aprendizado da disciplina.
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GRÁFICO 60
Comparando dos gráficos 61 e 62, derivamos que ao final da disciplina, a questão da
generosidade se dividiu como muito adequada e adequada a atuação, formação profissional e
pessoal dos futuros professores do sexo feminino, do Curso de Educação Física do Centro
Universitário do Triângulo - UNITRI
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GRÁFICO 61
GRÁFICO 62
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Conforme visualizamos nos gráficos 63 e 64, a generosidade ao final da disciplina se
manteve num patamar muito adequado embora a espectativa que se tinha antes da disciplina é
que esta questão fosse percentualmente mais importante.
GRÁFICO 63
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GRÁFICO 64
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No gráfico 65 fizemos a correlação entre os sexos feminino e masculino antes e depois
de decorrerem a disciplina para ambos os sexos e podemos observar que esta questão tanto antes
como ao final da matéria, refletiu posições diferentes entre os sexos. Para o sexo feminino, esta
espectativa inicial de pouco adequada, se dirigiu ao final para adequada e muito adequada
equitativamente. Para o sexo masculino a espectativa de muito adequada e nada adequada
passaram para adequada, embora se mantivesse como muito adequada na sua a atuação,
formação profissional e pessoal dos futuros professores do Curso de Educação Física do Centro
Universitário do Triângulo – UNITRI.
GRÁFICO 65
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Os gráficos de nº 66 e 67 permite-nos visualizar que o item coragem inicialmente com
grande expectativa pelo sexo feminino como muito adequado a sua formação, ao final da
disciplina se revelou ainda muito adequado mas com uma menor probalidade de atuar na sua
formação profissional e pessoal.
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GRÁFICO 66
GRÁFICO 67
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Conforme visualizamos nos gráficos 68 e 69 o quesito coragem para o sexo masculino
também se impunha com uma espectativa alta entre os investigados na pesquisa de forma muito
adequada e que após a disciplina embora se mantivesse num patamar também muito adequado,
porém com um percentual menor, compunha um elemento de importancia na sua sua formação
profissional e pessoal.
GRÁFICO 68
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GRÁFICO 69
O gráfico 70 permite que façamos uma comparação melhor desta questão coragem antes
e depois de passar pela disciplina paraos sexos feminino e masculino. O gráfico demonstra que
embora a espectativa inicial elevada para ambos os sexos, não se manteve após a conclusão da
mesma embora se mantivesse num patamar muito adequado. Isso pode demonstrar que o
simples fato de sabermos uma luta não nos torna mais corajosos e como filosoficamente as artes
marciais nos demonstra que coragem não é um ato de enfrentamento e sim de não
enfrentamento, então a disicplina ginástica e lutas cumpriu seu papel o que diz respeito a,
atuação, formação profissional e pessoal dos futuros professores do Curso de Educação Física
do Centro Universitário do Triângulo – UNITRI.
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GRÁFICO 70
Analizando os gráficos 71 e 72, percebemos que para o sexo feminino, o item cortesia
não ofereceria uma contribuição adequada a atuação, formação profissional pessoal dos alunos,
pois sua espectativa girava em torno de pouco adequada e ao final da matéria este ítem passou
para um equilibrio entre muito adequado e nada adequado na sua atuação, formação profissional
e pessoal
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GRÁFICO 71
GRÁFICO 72
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Conforme visualizamos nos gráficos 73 e 74, a espectativa do sexo masculino em
relação ao item cortesia antes e depois de passar pela disciplina se manteve estável. Para os
homens, não houve um acréscimo em sua atuação, formação profissional e pessoal no item
cortesia além do já esperado pelos mesmos.
GRÁFICO 73
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GRÁFICO 74
O gráfico 75 permite fazer uma comparação na forma como a cortesia implícita no
conteúdo linguagem Corporal Ginástica e Lutas atua de forma similar nos gêneros. Para o sexo
feminino ao final da disciplina, sua expectativa sobre como a disciplina poderia influenciar de
forma pouco adequada na sua atuação, formação profissional e pessoal se concretizou como
pouco adequada e adequada já para o sexo masculino, a expectativa se manteve antes e depois
de passar pela disciplina, embora pudéssemos observar que ocorreu uma diminuição da
percepção pouco adequada e aumentando os alunos que chegaram após a disciplina, sem
opinião.
Se lembrarmos que cortesia em se tratando de comportamento humano, pode referir-se à
qualidade de uma pessoa que é cortêz. Pode significar uma maneira delicada e civilizada de
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agir, cumprimentar ou mesmo um gesto de doação ou favor para outra pessoa, este item deveria
estar num nível muito adequado para quem vai trabalhar com pessoas e que deveria ser de
grande valor para a atuação, formação profissional e pessoal dos futuros professores do Curso
de Educação Física do Centro Universitário do Triângulo – UNITRI.
GRÁFICO 75
Este capítulo nos fornece em detalhes, as respostas dos entrevistados ao questionamento
relacionado ao nosso objeto de pesquisa. A partir delas é possivel verificar alguns elementos
relevantes da disciplina como a melhoria no auto-controle, no estado de saúde, na perseverança,
entre outros aspectos positivos da disciplina dentro do curso de Educação Física, podendo
assim, nos fornecer a base para a conclusão de nossa dissertação.
Diante deste quadro, conclui-se que a hipótese que orientou este trabalho foi
confirmada, uma vez que as condições objetivas da disciplina ofereceram ao futuro profissional,
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qualidades que são capazes de influenciar positivamente em sua atuação, formação profissional
e pessoal dos futuros professores do Curso de Educação Física do Centro Universitário do
Triângulo – UNITRI.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo descritivo, após realizar uma análise do surgimento das
Concepções de Educação Física presentes em seu histórico, associando estas Concepções com
as correntes científicas e também com as correntes pedagógicas, destacou algumas dessas
Concepções mais marcantes na história da Educação Física e na sociedade. Procurou traçar
também uma perspectiva histórica da luta como disciplina do Curso de Educação Física.
Ao final desta pesquisa, pudemos encontrar mudanças significativas na maneira de
pensar sobre as lutas e que os alunos do Curso de Educação Física do Centro Universitário do
Triângulo – UNITRI que podem utilizar mais uma cultura corporal como as lutas para
possibilitar aos seus futuros alunos em idades escolares a oportunidade de descobertas e dos
benefícios que as lutas podem proporcionar.
Ao analisarmos a influência desta disciplina podemos considerar que o estudo
realizado responde nossos questionamentos iniciais: “Qual a importância do conteúdo
ministrado na disciplina “Linguagem Corporal: Ginástica e Lutas” na formação do professor
de educação física?”. O estudo teve a importante tarefa de sinalizar para a realidade da mesma,
contextualizando o processo, apontando limites e possibilidades encontrados em sua
operacionalização.
Assim, diante do quadro apresentado, identificamos que a inserção da disciplina
promoveu um significativo avanço, proporcionando ao aluno uma nova perspectiva para o
aumento no processo e no seu perfil profissional.
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Ao analisar os dados da pesquisa, podemos verificar alguns fatos interessantes, dentre
eles, apontaremos alguns resultados que marcaram significativamente a pesquisa. Não
trataremos de todos os gráficos, porém, os analisados compreendem a leitura dos gráficos
anteriores. Conforme demonstram os Gráficos 1 e 2, entendemos que a participação é
significativa, porque a disciplina contribuiu para o desenvolvimento de sua formação moral de
forma muito adequada, o mesmo ocorreu nos resultados referentes aos gráficos 3 e 4, que tratam
do sexo masculino. O GRÁFICO de nº 5, como síntese dos anteriores, demonstrou que, a ética
englobaria a moral, mas ambas estariam em função de criar e manter uma sociedade na qual
valha a pena viver e isto se tornou muito importante para os analisados que participaram desta
pesquisa.
O GRÁFICO 15 nos revelou que o respeito é uma categoria muito importante nesta
disciplina mostrando que a filosofia das artes marciais influencia positivamente os alunos, pois
todos acharam na muito adequada em sua formação demonstrando que a disciplina vai além do
conhecimento teórico prático, porque auxilia na formação de um indivíduo mais íntegro.
O GRÁFICO 20 nos permitiu revelar que a auto-estima proporcionada aos alunos atua
significativamente nos pesquisados indicando, assim, percebemos que esta disciplina agiu de
forma a melhorar sua capacidade de se relacionar com as pessoas.
O GRÁFICO 25 corrobora para afirmarmos que a disciplina influencia de forma
diferente para a manutenção da saúde para os sexos, visto que para as mulheres, existem outras
atividades mais atraentes, enquanto para o sexo masculino estas atividades suprimem suas
necessidades de atividades para melhoria na saúde.
No GRÁFICO 30 podemos observar que para os pesquisados, a disciplina proporciona
um bom desenvolvimento físico para os alunos, o que pode ser um indicativo de sua utilização
nas suas atividades profissionais junto a seus futuros alunos.
O GRÁFICO 35 mostra que o autocontrole, influenciou diferentemente o sexo feminino
e masculino sendo muito adequado para ambos os sexos, mas as expectativas antes e após
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passarem pela disciplina houve um acréscimo desta satisfação para o sexo feminino e um
decréscimo para o sexo masculino.
O GRÁFICO 40, mostrou que a autoconfiança influenciou positivamente em ambos os
sexos fator importante em qualquer trabalho. Se a disciplina consegue fazer com que os futuros
professores percebam que são capazes de executá-la, isto por si já compensaria tê-la feito.
Já o GRÁFICO 45 permite que possamos perceber que o item humildade importante em
nossas vidas, pois nos dá o sentido exato do que somos, ficou num patamar muito adequado;
interessante visto que numa sociedade que busca a vitória a qualquer preço e melhoria de status
social, raramente procuramos entender o que realmente somos.
Analisando o GRÁFICO 50, que mesmo o item perseverança tenha influenciado de
forma diferente entre os sexos, este item afetou positivamente os sexos propiciando aos futuros
professores uma base muito adequada para realização de seu trabalho.
O GRÁFICO 60 faz uma correlação entre os sexos feminino e masculino antes e depois
de passarem pela disciplina e percebemos uma diferença no valor da cooperação. Sendo que
para o sexo feminino esta questão foi muito mais importante do que para o sexo masculino. Isto
se deve entre outras coisas da necessidade da participação do outro para o aprendizado da
disciplina, visto que sem a presença do outro não existe o embate.
No GRÁFICO 65 fizemos a correlação entre os sexos feminino e masculino antes e depois
de decorrerem a disciplina para ambos os sexos e podemos observar que esta questão tanto
antes como ao final da matéria, refletiu posições diferentes entre os sexos. Para o sexo
feminino, esta espectativa inicial de pouco adequada, se dirigiu ao final para adequada e
muito adequada equitativamente. Para o sexo masculino a espectativa de muito adequada e
nada adequada passaram para adequada, embora se mantivesse como muito adequada na sua
a atuação, formação profissional e pessoal dos futuros professores do Curso de Educação
Física do Centro Universitário do Triângulo – UNITRI.
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O GRÁFICO 70, pode demonstrar que para ambos os sexos embora coragem seja um item
muito adequado, não significa que seja um ato de enfrentamento e sim de não enfrentamento.
Se lembrarmos que cortesia em se tratando de comportamento humano, pode referir-se à
qualidade de uma pessoa que é cortêz. Pode significar uma maneira delicada e civilizada de
agir, cumprimentar ou mesmo um gesto de doação ou favor para outra pessoa, então o gráfico
75 demonstra que a disciplina cumpriu seu papel neste item.
Como pudemos observar, os gráficos indicaram que a disciplina “Linguagem Corporal
Ginástica e Lutas” pode contribuir significativamente na formação do futuro professor de
Educação Física do Centro Universitário do Triângulo – UNITRI, no que tange a sua formação
profissional e pessoal, podendo ser utilizada pelos mesmos como uma ferramenta a mais em seu
campo de atuação profissional.
O maior desafio neste momento continua sendo o de aprofundar as discussões e de tornar
claro à comunidade universitária, que o desenvolvimento de habilidades passa pelo
conhecimento explícito (através das disciplinas e outras atividades curriculares formais), mas
não se restringe a ele. Deve levar em conta a necessidade de desenvolver a competência de
trabalhar a parte tácita deste conhecimento, para que a mesma possa emergir no explícito,
num processo constante de aprimoramento formativo de verdadeiros cidadãos, capazes de
responder aos constantes desafios impostos pela sociedade.
Assim, apesar das muitas dificuldades encontradas, no começo deste trabalho, a
começar pela própria definição do termo luta e sua diferenciação entre esporte ou cultura, ou
mesmo elemento de violência, o modo como a sociedade encara e definem luta, esta pesquisa
apontou que a disciplina atuou de forma positiva em todos os alunos pesquisados e, que itens
como: formação moral, disciplina, respeito, perseverança entre outros, foram muito importantes
na atuação e formação profissional e pessoal dos futuros professores do Curso de Educação
Física do Centro Universitário do Triângulo – UNITRI.
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