Post on 11-Nov-2018
CLUSTERS DE SERVIÇOS E ANÁLISE
DA COOPERAÇÃO ENTRE EMPRESAS
DO SEGMENTO FINANCEIRO
Agostinho Celso Pascalicchio (UPM)
1081842@mackenzie.br
Virginia do Socorro Motta Aguiar (UPM)
virginia_aguiar@bol.com.br
Carlos Eduardo Tacola Filho (UPM)
carlos.tacola@gmail.com
Paulo Roberto Ferres Padilha (UPM)
paulorfpadilha@gmail.com
Este trabalho acadêmico tem por objetivo a análise de um cluster de
serviços e os impactos para uma empresa do segmento. A
competitividade entre empresas tornou acirrada a disputa entre
diversos segmentos do mercado, expondo a necessidade ddas
organizações em encontrar novas maneiras de buscar espaço no
mundo dos negócios. Nesse processo de disputa de mercado, o
surgimento dos clusters foi um meio encontrado pelas empresas,
através da cooperação, para sua consolidação. A importância dos
clusters na esfera nacional é explicada neste estudo, através da análise
de suas facilidades e vantagens competitivas, o que traz grande
interesse das empresas em conhecer regiões adequadas para o
desenvolvimento em um determinado segmento. Para análise do local
de formação de um cluster de serviços financeiros foi realizada uma
pesquisa exploratória como estudo preliminar dos objetivos, assim,
foram definidos os problemas a serem abordados e as técnicas mais
adequadas a serem utilizadas na identificação do aglomerado de
empresas de um mesmo setor. Neste trabalho foi realizado também, um
estudo de caso baseado em um levantamento de dados quantitativos e
qualitativos da cidade de São Caetano do Sul e analisada a formação
do cluster de serviços financeiros no local, concluindo que a
competitividade entre as empresas em uma região traz impactos
positivos para as próprias empresas, para a região e para a
população.
Palavras-chaves: Clusters, competitividade, negócios
XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.
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1. Introdução
Aglomerações de empresas instaladas em clusters pode ser uma alternativa para o
desenvolvimento dos negócios no Brasil, já que o país tem potencial para suportar esse tipo de
negócio e as oportunidades de crescimento vêm aumentando ao longo do tempo. Em um
período no qual a competitividade entre empresas tornou a disputa de mercados cada vez mais
acirrada, a necessidade das empresas encontrarem novas formas de organização se torna
importante para proporcionar a elas um ganho maior de produtividade.
Segundo Amato Neto (2000) a maneira de se organizar em forma de aglomerados industriais
aparece como alternativa para as indústrias de maneira a promover o desenvolvimento
econômico de regiões e países, e transformar as empresas no campo da competitividade.
Porter (1989) mencionou que é possível ocorrer a cooperação em qualquer segmento de
atividade econômica, portanto, é viável também que o setor de serviços possa compor um
cluster, mesmo que o setor não tenha recebido tanta atenção quanto seus congêneres
industriais.
As dificuldades em mensurar as atividades do setor de serviços não impedem que seja visível
a grande contribuição do setor para a economia do país. O Brasil vem evoluindo na
constituição de clusters em suas regiões e é através dessa evolução que o presente trabalho
procura demonstrar os impactos que os aglomerados de empresas no setor de serviços podem
trazer para a sociedade em quase todos os aspectos.
Esse trabalho tem por justificativa a própria história e a eficiência industrial advinda do
conceito e desenvolvimento dos clusters. Vantagens dentro de um cluster podem aparecer no
compartilhamento de mão-de-obra especializada e de recursos, troca de informação,
mobilidade da mão-de-obra, além do desenvolvimento tecnológico mútuo entre as empresas
(PORTER, 1989).
O objetivo deste trabalho acadêmico foi desenvolver uma análise a respeito da cooperação
entre empresas do segmento financeiro inseridas em um cluster de serviços. Para isso foi
realizada uma pesquisa exploratória, complementada por um estudo de caso da formação de
um cluster de serviços financeiros na cidade de São Caetano do Sul.
2. Clusters
O cluster resulta de um aglomerado de empresas que de alguma forma se relacionam dentro
de uma concentração regional, e que também possuem características semelhantes. Dentro
deste contexto, as empresas buscam obter mais eficiência com colaboração entre si.
Segundo Porter (1989), um aglomerado é um concentrado de empresas inter-relacionadas e
instituições correlatas numa determinada área, vinculada por elementos comuns e
complementares. Assim, os clusters se definem não apenas por um conjunto de empresas em
uma determinada região, mas também por possuir uma serie de características comuns, como
setores produtivos e comunicação eficiente entre ambas.
Com esse relacionamento mais evidente, Montgomery (1998) diz que clusters se tornaram
comum, mas por um interessante “crescimento inesperado”. Esses aglomerados de indústrias
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sempre foram comuns em diversas regiões, mas não era estudado e muito menos percebido
pelos diversos tipos de negócios da época. A proximidade de empresas antigamente era vista
apenas como oportunidade de negócio, e mesmo sem a intenção dos comerciantes em juntar-
se para crescer mutuamente, era evidente a formação de polos comerciais.
Para transformar o cluster em um modelo de negócio competitivo deve-se, segundo Hoffmann
(2004), ter a necessidade de empregar métodos de inteligência competitiva que levam à
eficiência competitiva desses arranjos. Essa inteligência é uma área emergente do
conhecimento humano que trata do processo de monitoramento do ambiente para subsidiar as
decisões dos dirigentes das organizações.
3. Distritos Industriais
A concentração industrial se tornou um fenômeno recorrente em virtude de uma maior
conscientização a respeito das alusões econômicas e de políticas de concentração industrial,
fenômeno recorrente, principalmente, a partir da década de 70.
Segundo Braga e Mascolo (1982), o sentido de concentração industrial tem uma acepção de
certos tributos econômicos por correspondentes unidades de controle como, por exemplo,
indivíduos, firmas e estabelecimentos industriais o que se torna extremamente benéfico nas
áreas de investigação econômica e que essa expressão também possui emprego de categorizar
de maneira econômica métodos de mensuração e analise de problemas distintos.
Conforme Lastres e Cassiolato (2003, p. 5-6), os distritos industriais se tratam de uma
aglomeração de empresas com especialização produtiva e interdependência horizontal ou
vertical, e para os casos dos distritos industriais objetiva-se a especialização da produção.
Deste modo, existe a busca para atingir ganhos em escala de produção para as empresas de
pequeno e médio porte estabelecidas no espaço territorial delimitado, determinados como
distrito industrial.
Geograficamente além de reduzidas economias de escala e elevada cooperação entre agentes
econômicos, existem várias fases do ciclo de produção. Apresentam também reduzida
interação com agentes externos ao próprio distrito industrial com força de trabalho flexível
entre empresas além de coexistência de serviços especializados de assistência técnico-
financeira, internos ao distrito, mas exteriores à empresa com boas perspectivas de
crescimento e emprego em longo prazo.
4. Serviços
O termo serviço designa um tipo específico de bem com características de intangibilidade,
isto é, sem existência física. Distingue-se, portanto, do produto, o qual apesar de ser também
um bem, é um bem tangível. Outra forma de caracterizar um serviço é pelo fato deste não
poder ser armazenável, isto é, apenas é possível de ser consumido na hora em que for
produzido (NUNES, 2009).
Conceitualmente muitos autores procuram definir serviços como atividades ou benefícios e
satisfações de grande valor das quais o cliente possa, ou não, realizar por si próprio. Porem
para Kon (1999), as formas tradicionais de conceituação e classificação dos serviços já não
são mais suficientes para definirmos as mais recentes formas de serviços ocasionadas pela
constante transformação gerada pela introdução de novas tecnologias.
Para Brandão e Ferreira (1992), a linha de análise que mais se difundiu sobre o setor de
serviços foi aquela que segmentou o setor a partir da destinação das atividades nele
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desenvolvidas. Muitas dessas atividades necessárias para a indústria, que utiliza o setor para
obter, com mais rapidez e facilidade, os insumos para produção.
4.1. Qualidade em Serviços
Para Juran (1997) as definições para qualidade podem ser vistas em conceitos como de
Características dos Produtos e Ausência de Deficiência. Para o cliente quanto melhores forem
as características dos produtos melhor será sua qualidade. Quando o autor fala de ausência de
deficiência, para o cliente, o menor número de deficiências no produto gera reconhecimento
da qualidade.
Segundo Fitzsimons (2005), para serviços, o termo qualidade surge ao longo de um processo
de prestação de serviços é definido como momento de verdade a hora em que se satisfaz, ou
não, o cliente. Sendo assim quando o serviço excede as expectativas, sua percepção é de
qualidade excepcional e o mesmo ocorre quando o serviço não atinge as expectativas que
também provoca uma percepção inaceitável.
Juran (1989 apud Renesto e Ramos, 2000) também diz que, qualidade é sustentada como uma
revolução continua que para seu sucesso deve ser um processo bem gerenciado, ou seja, para
a qualidade esse gerenciamento é dividido em três partes: planejamento da qualidade, controle
da qualidade e melhoramento da qualidade.
Para Oliveira (2006), qualidade é sinônimo de excelência absoluta e amplamente
reconhecível, onde qualquer que seja sua natureza, o entendimento do cliente não vai além da
sua percepção, pois ele a reconhece quando a vê.
Oakland (1994) diz que se qualidade é atender as expectativas dos clientes, isso poderá
implicar na inclusão de alguns aspectos como efetividade, confiabilidade, condições de
manutenção e adequação aos custos.
5. Vantagens Competitivas
Para Porter (1989) a vantagem competitiva é uma teoria de investimento e inovação e que as
indústrias internacionalmente competitivas têm a capacidade e vontade de melhorar e assim
poder manter esse tipo de vantagem.
A figura abaixo mostra o Modelo de Diamante criado por Porter, que visa mostrar os
aglomerados de setores competitivos não se dispersando, tendo a ideia de que o ambiente
competitivo promove a criação de outros setores.
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Figura 1: Modelo de Diamante de Michael Porter
Fonte: Porter (1989)
Seguindo a mesma linha de raciocínio para que uma empresa se torne bem sucedida em seu
setor, ela deve procurar desenvolver vantagens competitivas ao longo do tempo, assim o
modelo “Diamante” faz prevalecer forças fomentadoras que se tornam igualmente
importantes para a competitividade.
Amorim (2007) ainda diz que, os fatores para o sucesso competitivo variam de setor para
setor que, de acordo com os padrões de concorrência vigentes, podem ser avaliados em
função se sua importância presente, bem como naquilo que se pode esperar em um futuro
próximo.
A competição em qualquer setor esta fortemente relacionada à sua forma de organização
econômica. Porter (1986 apud Toledo e Silva, 2004), sugere três estratégias competitivas
básicas que podem ser usadas de forma isolada ou combinadas: liderança no custo total,
diferenciação e enfoque.
As vantagens competitivas vêm se destacando em todos os tipos de clusters, mesmo nos de
serviços, que possuem muitos ramos e necessitam dessa competitividade como um agente
facilitador para o crescimento das empresas.
6. Ganhos de Logística
Logística, segundo Branski e Lima Jr. (2010), é a parte do processo da cadeia de suprimento
que planeja, implementa e controla os fluxos e armazenagem de bens, serviços e informações,
de forma eficiente e eficaz, desde a aquisição de matéria prima até o consumo final. O
objetivo da logística é garantir a sincronização e continuidade das atividades, evitando falhas
e interrupções (BALLOU, 2007).
Nesse contexto, pode-se relacionar a logística em clusters de serviços com os tipos de redes
de empresas que implementam e controlam qualquer tipo de fluxo e armazenagem das
informações necessárias para o abastecimento dos clientes em uma região, favorecendo todos
os negócios dependentes do cluster.
No ganho de logística, sobre fornecedores, matéria prima, distribuição de produtos e clientes,
é importante ressaltar a eficiência da produtividade e facilidade para execução do atendimento
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através dos clusters industriais e/ou serviços. As redes de cooperação advindas das economias
de aglomeração (ou clusters), baseadas em vocações e priorizações de atividades podem se
tornar ágeis e alcançar resultados promissores para empreendimentos com transbordamento
benéfico para a sociedade graças à oportunidade de geração de renda e emprego que ensejam
no desenvolvimento local (CARVALHO, 2001).
Crescendo as oportunidades, a sociedade se beneficia e o desenvolvimento local torna a
existência dos clusters favoráveis para o ganho de produtividade e logística de distribuição,
tanto para os fornecedores quanto para os clientes.
As relações de cooperação entre as empresas de um mesmo segmento de atuação podem vir a
resultar na melhoria dos índices de qualidade e produtividade, redução de custos e de tempo
fabricação e, principalmente, no aprendizado entre as empresas envolvidas (LASTRES e
CASSIOLATO, 2003 apud AQUINO e BRESCIANI, 2005, p. 11-12).
Destacam-se diversas soluções logísticas que podem ser desenvolvidas para clusters, tais
como a coleta e abastecimento programado, consolidação de cargas por destinos, rotas ou
clientes, estocagem conjunta, investimentos compartilhados, unificação de call centers e de
serviços de atendimento a clientes, gestão de paletes, retirada e destinação de lixo e sucata,
gerenciamento do pedido do cliente, etc.
7. Estudo de Caso
O presente estudo, caracterizado como um estudo de caso, vem através de uma pesquisa
exploratória buscar uma análise por meio de observações de campo a respeito de uma possível
existência de um cluster de serviços na cidade de São Caetano do Sul e como se dá o processo
de instalação de uma empresa do setor financeiro na cidade.
Para a implantação de uma empresa ou planta de produção é necessário um estudo prévio de
alguns fatores que podem influenciar sua viabilidade de instalação. Para que se alcancem
esses objetivos é realizado um levantamento: da planta da região/cidade, de um estudo de
como funciona as atividades de seus concorrentes e dos dados socioeconômicos da população
local. Realiza-se então uma análise de campo para a obtenção destes dados, descritos à seguir.
7.1. Quantificação do Mercado
São necessários para uma análise “in-loco” coletas de dados bibliográficas e documentais
para verificação do como implantar uma empresa em um cluster de serviços financeiros de
uma determinada região.
Para atingir essa finalidade se buscou a análise de uma planta urbana (Guia de ruas ou mapa)
da área a ser analisada na cidade de São Caetano do Sul, bem como foram identificadas todas
as empresas na área a ser estudada e fez-se um levantamento dos endereços das empresas
concorrentes ou passiveis de aquisição. Isso se torna essencial para analisar a quantificação do
mercado na região.
A seguir, no Mapa 1, observa-se a região estudada e a identificação da formação de um
cluster de serviços financeiros, onde a disposição das 5 instituições financeiras, em azul, na
Av. Goiás, indica a possível formação de um cluster. Em vermelho, têm-se empresas do setor
de serviços que crescem e buscam a cooperação ao redor desse cluster.
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Mapa 1: Disposição das empresas do setor de serviços na região estudada
Fonte: Google Maps Instituição
Finaceira
Numero de
Agências
A 4.005
B 3.945
C 5.138
D 865
E 103
C
D
A
B
E
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O gráfico abaixo mostra o crescimento na quantidade de instituições financeiras de 2007 a
2010 na região. Analisando-se o trecho da Avenida Goiás em São Caetano do Sul é possível
identificar a presença de cinco instituições financeiras, o que justifica a caracterização de um
cluster do setor financeiro.
Gráfico1: Quantidades de Instituições Financeiras/ Agências Bancárias em São Caetano do Sul
Fonte: SEADE
Outro dado importante no estudo da região para inserção de uma empresa do setor de serviços
financeiros em uma região é a análise da renda da população. No gráfico abaixo se pode notar
que a renda média per capita no município de São Caetano do Sul é 47% maior que a média
do Estado de São Paulo.
Gráfico 2: Comparação entre as médias da renda per capita no Estado de São Paulo, Região Metropolitana de
São Paulo e o município de São Caetano do Sul
Fonte: IBGE
7.2. Qualificação do Mercado
Estando “em campo” para uma análise de mercado para a inserção de uma empresa em um
cluster de serviços financeiros, os principais indícios que devem ser observados são:
Qualificação do mercado, Fluxo e Forças de Atração do Mercado, e Empresas/Instituições
Financeiras no Mercado.
As variaveis observadas para a qualificação do mercado para a instalação de uma empresa em
um cluster de serviços financeiros, podem ser definidas a partir de uma análise prévia de uma
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atividade economica predominante. No gráfico abaixo observa-se o predomínio da atividades
de serviços na região.
Gráfico 3: Comparação do valor adicionado bruto entre os setores de serviços e industriais em São Caetano
Fonte: IBGE
Por meio de pesquisa realizada baseada em dados disponibilizados pelo IBGE, é possivel
fazer uma análise do setor de serviços em relação à industria na cidade de São Caetano do
Sul. Observa-se um aumento consideravel no número de estabelecimentos do setor de
serviços de 2006 a 2009, o que agrega grande aumento no valor adicionado a serviços
superando o mesmo valor adicionado a indústria, conforme visto no gráfico 4.
Gráfico 4: Número de Estabelecimentos de Serviços em São Caetano do Sul
Fonte: IBGE
Além dos fatores apresentados anteriormente, a análise feita a respeito da comparação entre o
numero dos vinculos empregaticios na cidade de São Caetano do Sul, observa-se a
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superioridade do setor de serviços em relação a indústria definindo o setor como principal
atividade econômica.
Gráfico 5: Comparação do vínculo empregatício entre os setores de serviços e industrial
Fonte: SEADE
7.3. Fluxo e Forças de Atração de Mercado
Para entender melhor a inserção de uma empresa do setor financeiro em um cluster de
serviços também é necessário observar o fluxo de pessoas no local. O sentido desse fluxo
facilita identificar os caminhos mais comuns para a população, as principais ruas e avenidas, e
quais seriam as direções “naturais” dos indivíduos e as possíveis razões para que esse fluxo
esteja direcionado para o cluster.
A existência e a qualidade dos serviços de transporte coletivo também facilitam o acesso dos
indivíduos ao ponto/região que é analisado.
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Gráfico 6: Aumento da frota de ônibus na região
Fonte: SEADE
Outro ponto para observação da instalação de uma empresa do setor financeiro em um cluster
de serviços é a verificação da existência de pólos de atração, que também seria o motivo para
o grande fluxo de pessoas no local. Como mostra o mapa abaixo, a localização do Shopping
na cidade, no ponto A, é a grande fonte de atração de pessoas para as atividades de serviços.
Mapa 2: Localização do Shopping São Caetano
Fonte: Google Maps
7.4. Empresas/ Instituições Financeiras do Mercado
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O conhecimento das agências da instituição analisada bem como as agências dos concorrentes
foi feita de maneira a observar alguns fatores como o layout dos estabelecimentos, seu
tamanho e a existência de estacionamento, pois, isso se torna um fator importante para análise
da concorrência local e a disputa de mercado.
Observando o Mapa 1 pode-se observar a localização física das instituições financeiras bem
como a importância estratégica de planejamento em relação aos seus concorrentes mostrando
e sua participação no mercado.
8. Conclusões
A pesquisa exploratória realizada sobre clusters e a identificação da formação desses
aglomerados de empresas de serviços possibilitou o entendimento do efeito de mudanças
regionais através da competição entre empresas que, na busca pelo desenvolvimento e
competitividade, acabam criando juntas vantagens competitivas e podem crescer mutuamente.
Apesar de ser pouco estudado no Brasil, o conceito de cluster de serviços vêm crescendo
junto com o setor no país. A evolução dessa estratégia competitiva pode trazer impactos
positivos não só para as empresas inseridas no cluster, como também para o desenvolvimento
socioeconômico da região, superando as indústrias em alguns aspectos.
A análise dos tipos de cluster em regiões pré-dispostas ao desenvolvimento mostra que a
aplicação dessa estratégia competitiva ainda é pouco explorada, apesar de existirem
aglomerados industriais desde o século XIX, onde as concentrações aconteciam
espontâneamente.
Através do estudo de caso, percebe-se que para a inserção de uma empresa em um cluster em
serviços foi imperativo uma análise da região e um levantamento socioeconômico da
população. A partir dos dados, identificou-se que em São Caetano do Sul existe uma
concentração de empresas do setor de serviços financeiros na Av. Goiás, localizada no centro
da cidade, que traz impactos na região devido ao fato de, uma vez instalado o cluster, espera-
se um aumento do número de empresas no local, bem como a melhora da economia do
município.
Com o surgimento do cluster constata-se que a cooperação entre as empresas cresce
naturalmente, pois a logística para distribuição do serviço e o alto número de clientes que
passam pelo local, desenvolvem todo o processo de prestação de serviços, visto que a
qualidade do serviço cresce para que possa haver competição e divisão do mercado.
Em trabalhos futuros, sugere-se que haja uma pesquisa mais aprofundada nesta área, pois a
escassez de material no Brasil impossibilitou um desenvolvimento mais aprimorado do tema.
Ressalta-se que, o campo para desenvolvimento na área é muito grande, podendo ser
abordadas diferentes variáveis de pesquisa que identifiquem outras formações de clusters em
locais pouco explorados. Assim, espera-se que este trabalho inicial possa contribuir com
informações úteis acerca do desenvolvimento do país nos setores econômicos em
crescimento, como o de serviços.
Referências
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