Complexo Convectivo de Mesoescala

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Complexo Convectivo de Mesoescala

CCiirroo LLooppeess

Os CCMs são caracterizados por um conjunto de

nuvens de grande desenvolvimento vertical (cb), que se

extendem por centenas de quilômetros com duração

mínima de 6 horas. Na imagem de satélite apresentam

forma circular com alta reflectância devido ao gelo no

topo das nuvens.

Complexo convectivo de Mesoescala (CCM) no Brasil

Os CCMs são responsáveis pela maior

parte da precipitação nos trópicos e em várias

localidades de latitudes médias durante a

estação quente.

Complexo convectivo de Mesoescala (CCM) no Brasil

1. Tamanho

2. Forma

3. Tempo de vida

Critérios de classificação Maddox (1980)

Tamanho

O sistema deve apresentar cobertura de

nuvens com temperaturas no infravermelho

menores que -32°C e com área de 100.000

Km². A região mais interna da nuvem deve

apresentar temperaturas inferiores a -52°C e

com área de 50.000 Km².

Forma

O sistema deve ter formato circular

com excentricidade (eixo

menor/maior) maior que 0,7.

Tempo de vida

É caracterizado quando as duas

condições descritas na classificação

de tamanho ocorrem por um período

superior a 6 horas.

Observação

Quando as características incluídas

na definição não forem observadas,

os sistemas são denominados

genericamente de SCMs.

Ciclo de Vida

Gênese

Maduro

Dissipação

Gênese

Nas regiões subtropicais ocorre no

final da tarde e início da noite, quando

células convectivas isoladas se

desenvolvem e se unificam em áreas

com condições favoráveis a convecção.

No Brasil

Os fluxos de calor e umidade

(durante o período da noite)

provenientes da região amazônica

passam a fornecer condições

necessárias para que esses sistemas

cresçam.

Estágio maduro

Geralmente, ocorre durante a madrugada,

coincidindo com o horário de máxima

intensidade do Jato de baixos níveis. Nessa

fase, tempestades severas podem ocorrer.

Entretanto, a condição principal de tempo são

as fortes chuvas localizadas.

Estágio de dissipação

Os fluxos de calor e de umidade são

reduzidos (por volta das 12:00 UTC), em

razão do aumento dos processos turbulentos.

A circulação do tipo vale-montanha também

contribui durante o processo de dissipação.

Ocorrência dos CCMs

Grande número de ocorrências durante a

primavera e verão, de preferência na faixa

latitudinal entre 15° e 30°S.

Dependência geográfica

A gênese dos complexos revela grande

dependência da situação geográfica

relacionadas a:

– Topografia

– Circulação noturna (vales)

– Fluxo de ar quente e úmido proveniente da

região amazônica.

Topografia

A cadeia de montanhas dos Andes a

oeste, o vale dos rios Paraná e

Paraguai e, mais a leste, a Serra do

Mar.

Circulação noturna

A baixa pressão à superfície no vale da bacia do

Prata inicia o processo de convecção, associada à

brisa vale-montanha proveniente das encostas dos

Andes. A convecção local é realimentada por ar

quente e úmido vindos da Amazônia transportados

pelos JBNs. Os JBNs são mecanismos eficientes que

afetam o transporte de umidade e calor em baixos

níveis, ligados a estrutura dos CCMs.

Muitas vezes na forma de um jato

de ar com máxima velocidade

aproximadamente a 3.000 m acima

do nível médio do mar, o chamado

Jato de Baixos Níveis.

Fluxo de ar quente e úmido proveniente da região amazônica

Grande escala

A Alta da Bolívia e a Baixa do Chaco atuam

para gerar convergência e movimentos

ascendentes, condições necessárias para

desencadear a convecção.

Jato de Baixos Níveis

O JBN representa um dos mecanismos

dinâmicos responsáveis pelo transporte de

calor e umidade da região amazônica para as

regiões preferenciais de formação de CCMs,

contribuindo com os índices pluviométricos

nessa região.

Cordilheira dos Andes

Exerce um papel fundamental no ciclo de vida dos CCMs. O ciclo de vida dos complexos pode ser explicados principalmente pela associação de dois mecanismos:– O ciclo diurno do JBN e o escoamento

catabático, que são “combustíveis” necessários para a convecção.

Sudeste do Brasil

Verifica-se uma correlação negativa dos

CCMs com a presença da ZCAS. Durante

períodos de ZCAS os CCMs não são

observados, porque os JBNs que fornecem

calor e umidade para os CCMs são fracos.

Trajetória dos CCMs

Os CCMs subtropicais iniciam-se a leste dos

Andes em torno de 250 S e sobre os vales dos rios

Paraná e Paraguai. Figueiredo e Scobar (1996)

verificaram que dos 25 casos estudados 70% deslocaram

para leste e sudeste, atingindo o Rio Grande do Sul,

Santa Catarina e Paraná, e 30% deslocaram-se para

nordeste e norte, atingindo a região sudeste do Brasil.

Trajetória dos CCMs

Segundo Figueiredo e Scobar (1996) os CCMs na fase de gênese ocorrem predominantemente no nordeste da argentina ou nas áreas central e sul do Paraguai, e se deslocam em direção a leste, para a região sul do Brasil. Apenas uma pequena parcela se desloca nas direções norte e nordeste, atingindo as regiões sudeste e centro-oeste do Brasil. Ocorrem preferencialmente entre os meses de novembro e março.

Regiões de ocorrência

Além da bacia do Prata, os CCMs ocorrem em toda parte e em outras regiões brasileiras, como na costa do nordeste e Amazônia. Os CCMs tropicais geralmente são modulados por ventos de leste em baixos níveis e ventos de norte em altos níveis, que intensificam a convecção e a forma circular. Os CCMs tropicais são menos intensos que os subtropicais que ocorrem a leste dos Andes próximos ao Paraguai e Argentina.