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www.computerworld.com.br | maio/junho de 2014 | ano XX | no 561 | r$ 14,95
o porta-voz do mercado de tecnologia da informação e comunicação
inclui
negócios • tecnologia • liderança
Leia tambem: Nove companhias de Hadoop que sua empresa precisa conhecer | Como recrutar um cientista de dados
empresas querem ter dados preciosos para ganhar mais competitividade, mas enfrentam o desafio de encontrar a estratégia
certa para analisar informações de negócios
big dataGestãoAgilidade exige repensar todos os processos para que a TI faça parte da estrategia de negócios
LiderançaTrês passos para você ganhar velocidade e ser inovador
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MAIO/JUNHO de 2014FIQUe ATUALIZAdO ACeSSANdO O SITe: www.COMpUTerwOrLd.COM.br
AGILIDADE EXIGE REPENSAR TODOS OS PROCESSOS
Entregas não realizadas, prazos não cumpridos, usuários insatisfeitos, oportunidades de mercado
perdidas, executivos pressionando, cobrança e equipe desmotivada. A culpa é da TI? n
egó
cio
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tecn
olo
gia
• l
ider
an
ça
Índice
Empresas querem ter a preciosidade dos dados analíticos para melhorar atendimento ao cliente, ser mais inovadoras e tomar decisões com maior velocidade, mas muitas ainda enfrentam o desafio de encontrar a estratégia certa para mensurar o valor das informações para seus negócios.
10 | CAPA
O SONHO DO BIG DATA
15Página
?MERCADO 8 MARCO CIVIL DA INTERNET
Nova lei exige que redes sociais simplifiquem termos de uso de contratos e esclareçam sobre proteção de informações dos internautas, muitas delas usadas para Big Data. Advogados recomendam que empresas coletem dados pessoais com cautela para evitar problemas na Justiça
GESTÃO15 DECISÕES ANALÍTICAS
Pesquisa da Forrester revela que a intuição é importante e precisa ser cultivada como qualidade e habilidade corporativa. Os executivos de negócios devem exercitar mais esse dom na hora de identificar qual informação é verdadeira para sua estratégia
TECNOLOGIA 18 ERA HADOOP
Antes reservado apenas aos grandes impérios da internet, como Google e Yahoo, o Hadoop começa agora a ser o queridinho das corporações. Veja nove empresas que fornecem essa tecnologia e que sua companhia precisa ficar de olho
CARREIRA 24 CIENTISTA DE DADOS
Os CIOs precisam ser criativos para encontrar pessoas com as competências adequadas e o ajuste certo para suas aspirações em torno de Big Data. Especialistas dão cinco dicas para vencer esse desafio
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���� ��Silvia�Bassi,�publisher�da�COMPUTERWORLD�silviabassi@nowdigital.com.br
uando o assunto é Big Data, há um certo cenário de “ovo e galinha” nas corporações: por um lado, o excesso de termos técnicos em torno do assunto o torna mais complicado do que realmente é; de outro lado, é preciso dominar o assunto e criar
um road map corporativo, sob pena de, em pouco tempo, deixar a companhia comendo poeira da concorrência. Os executivos de TI sabem disso, mas também não sabem como sair desse loop.
A prova está num estudo sobre a agenda dos CIOs, produzido pelo Gartner, que aponta o tema BI/Analytics como prioridade número um na agenda 2014 dos brasileiros, passando à frente de mobilidade e cloud computing. No entanto, o mesmo relatório aponta que os projetos estão mais para sonho do que para realidade no Brasil, por conta das dificuldade em mensurar valor para os negócios, falta de estratégia e falta de talentos especializados. A sopa de letras envolvendo Big Data (BI, Business Analytics, data discovery, smart machine etc) é, segundo João Tapadinhas, diretor de pesquisas do Gartner, a principal responsável pela confusão. Na reportagem de capa desta edição, Donald Feinberg, analista e vice-presidente do Gartner, que sempre afirmou que Big Data não existe, diz que o tema não é um hype, é uma tendência e que o termo desaparecerá em aproximadamente dois anos, dando lugar para soluções de business analytics. Feinberg estima que em cinco anos haverá uma maior diversidade de soluções de gestão de informações para análises de dados para tratamento em tempo real. Os bancos de dados com processamento em memória devem sofrer queda de preços e aumentar a oferta no mercado, só para citar alguns fatores.
O que fazer então para arregaçar as mangas e começar a praticar o Big Data? Para o líder da área de Big Data da HP no Brasil, Rom Linhares, as empresas precisam
definir um “mapa do desejo” da análise de dados na corporação. O que, segundo ele, nada mais é do que juntar equipe de TI e executivos de negócios (Line of Business, o popular LOB) para pensar juntos para onde o analytics pode levar os negócios da companhia.
Ricardo Chisman, líder da Accenture Digital, divisão da Accenture Brasil, agrega mais um tijolinho na base: Big Data tem de fazer parte da agenda digital da organização.
Os executivos apontam para um elemento importante, que em última instância supera, na minha opinião, a busca por profissionais especializados ou mesmo a validação da tecnologia. Eles sugerem que TI abra o diálogo com negócios. Big Data é a melhor representação da convergência entre tecnologia e negócios; entre a empresa e seus consumidores; entre o marketing e a TI. Toda empresa hoje é digital e toda empresa hoje precisa pensar como uma empresa de marketing. Num cenário com consumidores altamente conectados 24x7, abrir mão do uso de tecnologias preditivas e de análise é um risco que nenhuma empresa deve correr. Montar uma agenda digital que seja desejada por toda a corporação é o grande exercício de negócios que um profissional de TI pode desejar. E, se você der o primeiro passo na direção de simplificar a sopa de letrinhas e apresentar as vantagens de entender o consumidor, tanto melhor para sua carreira executiva.
EDiTORiaL�|�SiLvia�BaSSi
Converse que o Big Data
acontece
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pautada e forte em estatística, matemática, computação e negócios. Pra quem não conhece, recomendo dar uma pesquisada. Vale ressaltar que o curso foi avaliado com nota máxima pelo MEC (nota 5). www.portal.fagen.ufu.br.
Leitor: Humberto Henrique N. MonteiroReportagem: Cientista de dados é profissão do futuro
Importância da certificação Existe muita diferença em “dar carteirada”, dizendo que é certificado em “X”, o que sabe fazer e explicar que a certificação confirma a informação. Ao invés de escrever no currículo que “conhece ITIL”, pode-se listar alguns conhecimentos em SGS, etapas e ciclos de vida e ROI (...). São esses conhecimentos que fazem com que o currículo seja mais visto. Leitor: J. Prim
Reportagem: Pesquisa mostra como estão salários de TI
Segurança dos dados corporativos Mas não é só através da internet que os funcionários podem passar informações. O uso de celulares também deve ser considerado. Se a empresa fornece os celulares a seus funcionários o melhor mesmo é adotar um rastreador que vai permitir conhecer todas as comunicações efetuadas.
Leitor: Ednilson SouzaReportagem: Nova missão da TI: rastrear funcionários na internet
Especialistas em Big DataAchei bem interessante a temática desse artigo com uma pequena ressalva quanto ao desconhecimento do curso de Gestão da Informação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Apesar do nome igual a outros cursos com focos diferentes, é o primeiro e talvez único curso de graduação no Brasil com foco em Big Data. A grade curricular é bem
envie SeU e-maiL paRa COmpUTeRWORLD@nOWDiGiTaL.COm.bR@O ponto de encontro dos leitores da COmputerwOrld
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Pesquisa de salários de TI no Brasil mostra vantagem das certificações
FAle COm
A CloudCampus, centro de treinamento em nuvem com 4,5 mil alunos conectados em cursos sobre redes e data centers concluiu uma
pesquisa salarial envolvendo alguns dos principais cargos nessa área. O levantamento analisou cerca de 300 questionários, respondidos por empresas clientes e profissionais que fazem cursos de especialização ou certificação da organização.
Segundo o estudo, a remuneração de um Diretor de Informática (ou CIO) apresenta grandes variações de acordo com o porte ou complexidade da empresa, podendo atingir os R$ 55 mil em caso de grandes ambientes de operações, como é o caso de um data center financeiro ou de telecomunicações. Pode também ficar abaixo dos R$ 10 mil, em empresas de médio porte nas quais a TI não está no centro do negócio.
“Este levantamento mostrou também que um profissional com certificação de líderes de mercado como Cisco ou Oracle conseguem, em média, uma remuneração 30% maior que a dos demais”, afirma
José Carlos Vitorino, diretor da CloudCampus. A variação também acontece de acordo com a região ou o porte do município, não sendo esta, no entanto, a variável mais impactante.
médias regionais – Em São Paulo, Rio, Brasília, Curitiba, Salvador, Maceió, Recife e o Interior de São Paulo, a remuneração média, excluindo-se os valores extremos para cima ou para baixo do CIO, está em R$ 17,5 mil, para profissionais com mais de cinco anos de mercado, e R$ 14 mil para diretores com menor experiência.
No Brasil, a remuneração dos gerentes de TI varia de um mínimo de R$ 6 mil até o máximo de R$ 17, 5 mil, sendo de R$ 8 mil o salário regular dos gerentes juniores e R$ 11,5 mil para os seniores.
O objetivo da pesquisa é levar aos alunos do centro de treinamento, informações de interesse de suas carreiras e avaliar o impacto das certificações técnicas na expectativa salarial dos profissionais de TI.
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NEWSLETTERSAssine as newsletters online diárias do grupo NOw!dIGItAl e passe a receber as informações mais importantes do setor.ACeSSe: www.computerworld.com.br
Escassez de mão de obra Creio que parte deste problema está ligado diretamente a falta de fiscalização nas contratações que deixam de oferecer salários dentro da legislação. Hoje, com as novas modalidades de CLT, um profissional, quando em fim de projeto, é mandando embora recebe somente 20% dos seus direitos, já que tudo que recebia era pago fora da carteira brasileira de trabalho. Outra situação que vem ocorrendo são as ofertas salariais que regrediram ao teto oferecido no ano de 2008. (...). Veja só, tenho certificação atualizada e inglês fluente e mais de 22 anos de experiência e estou fora da área de TI. Recebo propostas de trabalho que me oferecem salário do tempo da onça. Atualmente sou professor, com menos stress e não preciso fazer hora extra para ficar em banco de horas.
Leitor: Luis W.Reportagem: Déficit de talentos de TI no Brasil pode chegar a 408 mil em 2020
Cargo Remuneração mínima
Remuneração máxima média Júnior média
plenoCiO/Diretores de Ti R$ 10.000,00 R$ 55.000,00 R$14.000,00 R$17.500,00
Gerentes de Ti R$ 6.000,00 R$ 17.500,00 R$ 8.000,00 R$11.500,00analista de Suporte R$ 1.000,00 R$ 4.500,00 R$ 1.800,00 R$ 2.500,00
analista de Redes (dados) R$ 1.600,00 R$ 5.500,00 R$ 2.500,00 R$ 3.500,00
analista de redes (telecom) R$ 1.800,00 R$ 6.800,00 R$ 3.200,00 R$ 4.500,00
administrador de Redes R$ 2.500,00 R$ 8.000,00 R$ 4.000,00 R$ 5.400,00
programador R$ 1.700,00 R$ 6.100,00 R$ 2.300,00 R$ 3.800,00Gerente de projetos R$ 4.000,00 R$ 13.000,00 R$ 6.500,00 R$ 8.500,00
Webmaster R$ 1.800,00 R$ 7.500,00 R$ 3.000,00 R$ 4.500,00Fonte: CloudCampus
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mercado
Renato Opice Blum, “Hoje o ativo informação
pode definir o fracasso ou o sucesso de uma empresa”
marco civil da Internet exige que redes sociais simplifiquem termos de uso de seus contratos e esclareçam sobre a proteção de informações dos internautas, muitas usadas para estratégias de Big data
C om ferramentas analíticas as
organizações podem conhecer mais
seus consumidores, melhorar o
atendimento, aprimorar produtos e
oferecer serviços personalizados. Entretanto,
advogados alertam para a necessidade de as
iniciativas passarem por questões legais. O
tema foi debatido em o evento “Big Data –
Uma questão urgente a ser enfrentada pelas
empresas”, realizado em maio, pelo Conselho
de Tecnologia da Informação da Federação
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do
Estado de São Paulo (FecomercioSP).
A entrada em vigor do Marco Civil
brasileiro da Internet determina que redes
sociais e organizações devem conhecer as
novas regras que protegem informações
dos usuários para não incorrer em erros
na coleta de informações pessoais, sem
consentimento deles. A manipulação
indevida pode trazer problemas na Justiça.
O advogado Renato Opice Blum,
presidente do Conselho de Tecnologia da
Informação da FecomercioSP, observa
que o volume de dados no mundo e
Brasil cresce exponencialmente e quando
minerado pode ter um grande valor para os
negócios. “Hoje o ativo informação pode
definir o fracasso ou o sucesso de uma
edIleuza SoareS
maior cautela na coleta de dados pessoais
empresa”, diz o advogado.
Em breve, com a evolução das
redes 4G, Internet das Coisas e novas
tecnologias como as de banco de dados
em memória, as companhias vão poder
capturar qualquer tipo de informação
em tempo real, colocando o Big Data em
total plenitude. Mas é claro que até lá,
as organizações ainda terão de derrubar
muitas barreiras.
Usina de dadosAs redes sociais são uma grande usina para
produção de dados. Esse fenômeno ocorre
com mais intensidade no Brasil do que em
outros mercados. Opice Blum menciona
pesquisas da PwC que revelam que os
brasileiros acessam hoje esse serviço três
vezes mais que os Estados Unidos, mesmo
com as deficiências atuais da banda larga.
Como resultado disso, os dados que
circulam nessas redes passam a ser
analisados por muitas companhias, que com
base em ferramentas analíticas, podem saber
tudo sobre os internautas como hábitos de
consumo, quanto ganham, onde moram,
locais por onde transitam, se têm filhos etc.
“Muitos serviços vivem da coleta desses
dados”, observa o advogado, lembrando
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Rony Vainzof, vice-presidente do conselho de tecnologia da informação da fecomerciosP
que muitas informações pessoais são
obtidas com consentimento dos próprios
internautas, que deram permissão quando
acessaram o contrato dos termos de uso de
empresas, como Google, Facebook, Twitter,
WhatsApp, Instagram etc.
“Será que as pessoas avaliam os contratos
de uso desses serviços?”, questiona. “Todo
mundo baixa o aplicativo e dá ‘Ok’ rápido
para não ler os termos”. Agora com o Marco
Civil da internet, todas essas empresas
que estão no Brasil terão de informar
corretamente sobre essa questão da coleta
dos dados, afirma o advogado.
Opice Blum explica que o Marco Civil
da internet estabeleceu direitos e garantias
dos usuários. De acordo com o Art.7o, “O
acesso à Internet é essencial ao exercício
da cidadania e ao usuário são assegurados
os seguintes direitos: à inviolabilidade e o
sigilo de suas comunicações pela Internet,
salvo por ordem judicial, nas hipóteses e
na forma que a lei estabelecer para fins
de investigação criminal ou instrução
processual penal.”
As empresas também precisam informar
onde os dados estão sendo armazenados.
Outro advogado especializado em direito
digital, Rony Vainzof, vice-presidente do
Conselho de Tecnologia da Informação
da FecomercioSP, acrescenta que todas
as redes sociais internacionais que estão
operando no País e coletam dados de
brasileiros no mercado local terão de
respeitar a nova regulamentação.
Vainzof cita como exemplo o caso
polêmico envolvendo o Facebook e a
empresa desenvolvedora do aplicativo
Lulu, disponível apenas para mulheres,
que permite avaliações de forma anônima
do perfil de homens pela rede social. Ação
na Justiça de um usuário brasileiro do
Facebook considerou o uso indevido dos
dados pela mídia social.
Com esse caso, o advogado adverte que as
companhias que compram dados pessoais,
que não sejam públicos, devem ficar atentas,
pois podem ser consideradas corresponsáveis
em processos como o do app Lulu.
Para o professor do Departamento de
Engenharia de Computação e Sistemas digitais
da Escola Politécnica (USP), Edison Gomi, Big
Data traz oportunidades de negócios, desde
que seja implementado corretamente.
Ele acha que os internautas autorizam o uso
de seus dados pessoais, sem ler os termos de
uso dos serviços porque têm a ilusão de que
nada vai acontecer. É como se eles estivessem
comprando em lojas de e-commerce ou
marcando uma consulta com médicos de sua
preferência em que as relações são na base da
confiança. “Proibir uso de dados não é bom.
Por outro lado, tem que ter limites éticos e
legais”, opina o professor.
Já o CIO da Universidade Metodista
de São Paulo, Daví Betts, acha que os
internautas precisam passar por um
processo de educação e entenderem que
tudo na web tem seu preço. Assim, os
dados deles têm valor e não devem ser
fornecidos de graça.
A recomendação de advogados e de
especialistas é que os projetos de Big Data
passem não apenas pelas questões de
estratégias de negócios, tecnologia e mão
de obra capacitada. As empresas devem
também avaliar como as questões legais
podem impactar as iniciativas.
Companhias que compram dados
pessoais, que não sejam públicos,
devem ficar atentas
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BiG dATAempresas brasileiras querem ter dados analíticos para tomar decisão de
negócios, mas esbarram na falta de estratégia, apontam estudos do Gartner
o sonho do
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O tema BI/Analytics aparece como
prioridade número na agenda de
2014 dos CIOs brasileiros, passando
na frente até mesmo de assuntos
como mobilidade e cloud computing,
segundo estudos do Gartner. A posição de
destaque sinaliza o interesse das companhias
em investir em estratégias de Big Data para
ter informações preciosas, que ajudem a
incrementar negócios. Ao mesmo tempo,
o relatório revela que esses projetos são
um sonho e que o processo de adoção no
mercado local anda lentamente.
A maturidade de Big Data ainda é baixa no
País. As iniciativas esbarram na dificuldade
dos executivos de medirem o real valor que os
projetos trazem para os negócios, na falta de
estratégia e talentos especializados. Esses três
itens são os maiores desafios das empresas
para as implementações, revela estudos
apresentados durante a Conferência Business
Intelligence e Gestão da Informação 2014,
realizada em maio pelo Gartner, em São Paulo.
O tema Big Data é bastante nebuloso
não apenas no Brasil, informa Ian Bertram,
vice-presidente de pesquisas do Gartner.
Ele constata que o assunto gera entusiasmo.
Os olhos de muitos executivos brilham,
principalmente de negócios, quando eles
ouvem falar sobre a possibilidade de dar
inteligência aos dados. Porém, os projetos
são carregados de emoções. Eles geram
conflito, excitação e medo, fazendo com que
as adoções sejam mais lentas.
“A estratégia para Big Data ainda está
muito ausente nas empresas porque elas não
sabem onde aplicar o Big Data”, acredita
Rom Linhares, que lidera esse assunto na HP
Brasil. As organizações têm interesse pelo
tema, mas falta definir o mapa de desejo para
análise de dados, segundo o executivo. Sua
recomendação é que as companhias gastem
tempo, reunindo os times de TI e negócios
para traçarem de oito a seis projetos para
teste da prova de valor.
Para Ricardo Chisman, que lidera a
Accenture Digital, na consultoria Accenture
Brasil, confirma que Big Data tem sido
demandado pelas áreas de negócios, que
precisam criar uma simbiose com a TI.
Juntos os dois times conseguirão decidir
como a organização pode se beneficiar do
uso de dados analíticos.
Na visão do executivo, Big Data tem que
fazer parte da agenda digital da empresa e
integrar-se à estratégia de negócios, envolvendo
atendimento ao cliente, fornecedores e outras
áreas. Caso contrário, Big Data corre o risco
de ser mais uma solução. Chisman acredita
esse tema será mais discutido no País em 2014,
quando deverá ganhar mais maturidade, já que
se trata de um caminho sem volta.
Pesquisas globais do Gartner, realizadas
em 2012, revelam que 58% das organizações
entrevistas disseram que investiram em algum
tipo de solução para análise de dados. Em
2013, esse número subiu para 64%, ou seja,
2/3 das companhias abordadas compraram
alguma ferramenta para tratar dados.
Entre as razões para adoção de Big
Data, 55% apontaram o interesse em
melhorar a experiência com o usuário;
49% mencionaram a busca por ganhos
de eficiência em seus processos; e 42%
Big Data tem que fazer parte da agenda digital da organizaçãoRicardo Chisman, da Accenture
Aumento dos investimentos em Big data
Aplicou em tecnologia de Big Data Planeja investir no próximo ano Planeja investir em dois anos
Não há planos neste momento Não sabe
Fonte: Gartner
11%
27%
15%
16%
31% 2012
5%
30%
19%
15%
31% 2013
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Falta um mapa de desejo de
Big Data nas empresas
Rom Linhares, da HP
destacaram a necessidade de desenvolver
produtos inovadores e criar novos modelos
de negócios.
Desafios a serem vencidosAo serem questionados sobre os desafios
para implementação de Big Data, 56% dos
entrevistados pelo Gartner revelaram não
saber como determinar o valor dessa iniciativa
para os negócios. Outros 41% admitiram falta
de uma estratégia bem definida para esse tipo
de projeto e outros 34% apontam a escassez
de talentos especializados como uma das
principais barreiras.
Na avaliação dos analistas do Gartner, a sopa
de letras envolvendo Big Data (BI, Business
Analytics, data discovery, smart machine etc)
gerou um pouco de confusão no mercado.
João Tapadinhas, diretor de pesquisas da
consultoria, considera que a indústria tem um
pouco de culpa, mas acha que esse processo é
natural por se tratar de um movimento novo.
Ele avalia que o Brasil está andando mais lento
nessa estrada, mas afirma que as iniciativas
estão começando a surgir. São os setores
financeiro e de telecom, que vêm se destacando
mais no terreno de dados analíticos pela
natureza dos seus negócios, que geram grande
volumes de informações.
O tema não é mais um hype, mas uma
tendência avisa Donald Feinberg, analista
distinto e vice-presidente do Gartner, que
sempre afirmou que Big Data não existe. Sua
previsão é de que esse termo desaparecerá
em aproximadamente dois anos, dando lugar
para soluções de business analytics.
Feinberg estima que em cinco anos haverá
uma maior diversidade de soluções de gestão
de informações para análises de dados para
tratamento em tempo real. Os bancos de
dados com processamento em memória
devem sofrer queda de preços e aumentar a
competitividade no mercado. Haverá outras
opções para concorrer com Hana da SAP.
O analista do Gartner assinala que um dos
fatores que deverão contribuir para uma adesão
maior das tecnologias de análise de dados
no País é a chegada de novos players, como
fornecedores Hadoop, plataforma de código
aberto, criada para analisar grandes volumes
de dados estruturados e não estruturados. Até o
final de 2014, essas empresas devem começar a
desembarcar no Brasil.
Busca por especialistasO analista do Gartner menciona também
o aumento do esforço das companhias
para formação de cientistas de dados ou
profissionais com habilidade para lidar com
grandes volumes de dados. Ele confirma que
esse problema não é só do Brasil. Outros
mercados estão buscando alternativas para
formar mão de obra especializada.
A saída que Bertram sugere para eliminar
essa barreira é que as empresas tentem
capacitar profissionais de sua equipe que
tenham visão de negócios. Esses especialistas
podem ser lapidados para lidar com Big
Data. Ele cita exemplo de companhias
que buscaram esse tipo de mão de obra
no mercado, mas que não acertaram
porque trouxeram executivos com boa Fonte: Gartner
Motivos para implementação de projetos55% 9%
49% 15%
42% 17%
41% 12%
37% 13%
32% 9%
23% 9%
17% 10%
3%16% 13%
5% 3%
Melhorar experiência dos clientes
Aprimorar eficiência dos processos
Desenvolver novos produtos e modelos de negócios Fazer campanhas de
marketing mais assertivas Reduzir custos
Gerenciar riscos
Monetizar informações
Compliance com regulamentações
Reforçar segurança
Outros
Questões já endereçadas aos negócios
Provável endereçamento (12-14 meses)
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Iniciativas estão
começando no Brasil
pelos setores de telecom e
finançasJoão Tapadinhas,
do Gartner
formação acadêmica, mas que não tinham
conhecimento da operação.
Começam a surgir algumas iniciativas no
Brasil para preencher essa lacuna. A Ícaro
Technologies, por exemplo, investiu em um
Centro de Excelência (ACE) em Analytics,
localizado em Campinas, interior de São Paulo,
para estudar e desenvolver novas soluções que
auxiliem as empresas na análise de Big Data.
Kleber Stroeh, diretor executivo da Ícaro
Technologies, explica que a proposta do ACE
é ajudar clientes a aumentar a maturidade
sobre Big Data e apoiá-los em projetos,
principalmente operadoras de telecom e
setor de energia. O local vai operar com uma
equipe multidisciplinar para permitir que
as companhias possam desenvolver seus
projetos e também estimular a formação de
mão de obra especializada. A Ícaro negocia
parceria com a Universidade de Campinas
(Unicamp) para estimular pesquisa e
capacitação de jovens em Big Data.
As companhias têm a opção também de
alocar um time on demand de cientistas de
dados e pagar por hora, como no modelo de
consultoria. A HP é uma das empresas que
estão prestando esse serviço. No mundo, a
companhia conta com 1,2 mil especialistas
em Big Data, sendo que 40 atuam no Brasil.
Rom Linhares, practise principal da
HP, informa que o modelo de alocação de
talentos em Big Data tem sido requisitado
por organizações que querem fazer provas de
conceito, sem correr o risco de contratação
de um cientista de dados. Depois, um
grupo pode treinar o time interno para dar
continuidade ao projeto.
Segurança na era do Big DataUma das áreas em que Big Data deverá se
destacar é nos projetos de segurança. Estudos
do Gartner estimam que em 2016 cerca de
25% das grandes organizações ao redor do
mundo terão adotado soluções analíticas
para detecção de fraude. Atualmente, esse
índice é de 8%. O retorno do investimento,
segundo a consultoria, deverá vir em até seis
meses após a implantação.
João Tapadinhas, diretor de pesquisas
do Gartner, avalia que as empresas podem
obter economias significativas em tempo
e dinheiro ao usarem sistemas de análise
de dados para evitar crimes e infrações
de segurança ao prevenirem perdas e
aumentarem sua produtividade.
“Os analíticos de Big Data oferecem às
empresas um acesso mais rápido a suas
próprias informações. Permitem às empresas
combinarem e correlacionarem informações
externas e internas para visualizarem um
cenário mais amplo de ameaças contra as
organizações. Isto se aplica em muitos casos de
uso de segurança e fraude, tais como, detecção
de ameaças avançadas, ameaças internas e
controle de contas”, afirma Tapadinhas.
As informações necessárias para descobrir
os eventos de segurança perdem valor ao
longo do tempo. A análise de dados inteligente,
feita a tempo, é essencial, na medida em que
os criminosos e malfeitores são mais rápidos
ao cometerem os crimes. No passado, as
empresas confiavam em diversos sistemas de
monitoramento e detecção em silos. Agora, elas
podem utilizar os analíticos de Big Data. nFonte: Gartner
Principais desafios26% 18% 13% 57%
15%12% 41%14%
7% 33%14%12%
8% 33%13%12%
7% 29%11%11%
8% 28%10%10%
8% 10% 27%9%
15% 23%4%4%
5% 3%7% 21%8%6%
7%4%21
Dificuldade para determinar o valor de Big Data
Definir estratégia
Ter mão de obra capacitada
Integrar múltiplos bancos de dados
Infraestrutura/arquitetura
Risco/governança (segurança, privacidade e informação com qualidade)
Recursos para iniciativas de Big Data
Entender o que é Big Data
Liderança e questões organizacionais
Outros
Principal desafio Segundo Terceiro
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OPINIÃO [Mike Hugos]Três passos para ser rápido e inovador
Pág.
6
OPINIÃO [Craig Le CLair]Para ser ágil, desenvolva-se em dez dimensoes 3
Pág.
negócios • tecnologia • liderança
apesar de simples, as práticas
ágeis requerem mudanças culturais,
processuais e foco que
vão além do departamento
de ti
Agilidade exige repensar todos os processos
maio/junho 2014cio.com.br
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opiniãoCr aig Le CL air*
Descubra o real significado de
agilidadePara ser realmente ágeis, as empresas devem desenvolver-se em 10 dimensões, em três áreas: mercado, organização e processo
empresas e executivos de TI pensam sobre a agilidade de forma diferente. Para entender agilidade, precisamos primeiro definir o que isso significa.
Agilidade nos negócios é a qualidade que permite a uma empresa abraçar as mudanças operacionais e de mercado, como uma questão de rotina.
Uma empresa ágil torna proficiente a condução das mudanças, se essas mudanças forem impulsionadas por tendências de mercado ou processos operacionais. Ela responde rapidamente às ameaças e oportunidades, e executa as mudanças de uma forma sustentável. Mas poucas empresas estão neste nível.
Então, por onde começar? Para ser realmente ágil, as empresas devem desenvolver-se em 10 dimensões, em três áreas: mercado, organização e processo.
Agilidade de mercado exige conhecimento e execução em duas áreas: a receptividade do mercado e a integração do canal.
Agilidade organizacional requer excelência na disseminação do conhecimento, na gestão de mudança e na psicologia digital.
Agilidade de processo permite a execução bem sucedida. Empresas ágeis investem na implantação de inteligência de negócios, têm elasticidade, alavancam metodologias de processos, infraestruturas e plataformas modernas, oferecem inovação em software mais rápido e são mais adaptáveis ao sourcing.
Porém, nem todas as dimensões são iguais. Por isso, pedimos a executivos em muitas funções de negócios que
apontassem as dimensões mais críticas para a manutenção da agilidade. Eles elegeram inteligência de negócios, gestão de mudança e receptividade do mercado como as mais importantes. Psicologia digital, disseminação do conhecimento e sourcing como importantes. E elasticidade da infraestrutura, arquitetura de processos, integração de canais e inovação de software como as menos importantes.
Para ajudar a moldar a capacidade da empresa para responder ao risco estratégico, as habilidades, perspectivas e estratégias do CIO precisam se alinhar com esta definição mais ampla de agilidade nos negócios. Isso permitirá uma conversa mais substancial com o negócio e que os CIOs possam mapear competências específicas para o desempenho dos negócios. CIO
* Craig Le Clair é vicepresidente e principal analista da Forrester research
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Para obter resultados diferentes é preciso fazer diferente
E ntregas não realizadas, prazos não cumpridos, usuários insatisfeitos, oportunidades de mercado perdidas,
executivos pressionando, cobrança, equipe desmotivada. Normalmente, sempre por “culpa da TI”. Este cenário é muito comum e a “necessidade” de se encontrar um culpado faz a corda arrebentar para o lado mais fraco. Este lado quase sempre é a equipe de Tecnologia, que muitas vezes, não é vista ou tida como estratégica e funciona como uma anotadora de pedidos, que precisa fazer as entregas a qualquer custo.
Nem sempre prazos apertados ou impossíveis, falta de definição dos requisitos, mudanças de escopo constantes e falta de comprometimento de outras áreas envolvidas são levados em consideração para se avaliar o melhor direcionamento para o projeto. Nada! O importante é encontrar logo o culpado e “passar o mico”. A bomba vai estourar na ponta e a ponta é exatamente quem vai fazer a entrega final, a TI. Estas equipes, muitas vezes, atuam com seus “heróis”, tentando recuperar o tempo perdido. Fazem de tudo, viram a noite, perdem os finais de semana e feriados. Mas, no final, não entregam, perdem o prazo ou geram produtos sem qualidade. O maior problema, porém, é a insistência em repetir esta sistemática. E isso se repete e se repete e se repete... Não vai dar certo! Vai dar problema de novo e mais cobranças e desconfianças sobre a área de Tecnologia.
É isso que temos visto nas empresas por onde passamos. É um padrão. Obviamente, os CIOs se preocupam com esta situação,
gestãoCl áudio Barizon*
pois é sempre a sua área que está em xeque. Mas, como dizia o poeta: “os heróis morreram de overdose”. A solução não está por aí. Por mais preparados que sejam os profissionais de tecnologia, é melhor deixar as missões impossíveis para os Vingadores nas salas de cinema.
Para obtermos resultados diferentes, precisamos fazer diferente! É importante olhar todo o processo e comprometer todos os envolvidos (e não apenas a TI), fazendo com que as áreas trabalhem e funcionem de forma colaborativa. Não é fácil na cultura de empresas que ainda insistem em encontrar culpados e, por isso, o trabalho precisa ser mais profundo. Ele passa por uma transformação e mexe na cultura, nas pessoas, e nos processos, para que todos entendam seu papel e se comprometam com a entrega final como uma equipe, independentemente da área em que atuam.
Parece simples, mas sabemos que não é tão fácil assim. Existem muitas questões envolvidas no ambiente corporativo: política, vaidade, metas dos executivos (normalmente, não convergentes), orçamento e etc., que acabam inibindo o comportamento desejado de colaboração e comprometimento com o mesmo fim. Muitas vezes, as equipes recebem a solução pronta a ser implementada. E este é o pior dos mundos. É muito importante que o time conheça a direção, a estratégia e tenha um propósito. Reunindo as competências corretas e, com o direcionamento adequado, a equipe vai encontrar as melhoras soluções. Ao fazer isso, conquista-se um dos maiores
A CulpA é dA TI?
*Cláudio Barizon é diretor de negócios digitais da
TeamWare
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ingredientes do sucesso: engajamento.O caminho para esta mudança passa por
quebras de paradigmas e uso de práticas menos intuitivas, que compõem o arsenal existente de práticas ágeis. Desde que passamos a usá-las ou introduzi-las nas empresas, a realidade mudou para estas equipes. Mas, ainda assim, existe certa desconfiança sobre a utilização destas práticas: parecem frágeis, feitas “nas coxas” e soam como brincadeira – é “aquela turma dos post-its”. Afinal, as metodologias tradicionais de gestão de projetos ou de desenvolvimento de software estão aí há décadas, geram uma incrível quantidade de documentação e não deve haver nada mais robusto que isso, não é mesmo? Bem, não é bem assim.
Apesar de simples (muitos simples!), as práticas ágeis requerem muita disciplina e processos estruturados para garantir as entregas periódicas. Requerem ainda transparência e muita interação com o cliente, que acaba se envolvendo de tal forma com o método de trabalho e com o produto a ser entregue, que passa a ser o primeiro a defender a equipe de Tecnologia. Ele não é mais aquele “inimigo”, que fica mudando o escopo a cada instante e culpa o desenvolvimento pelo não cumprimento de prazo. A entrega é tão dele quanto de qualquer outro no time e a colaboração flui. Além disso, as mudanças, antes tão indesejadas pela TI e sempre motivo de conflitos, passam a fazer parte do processo de trabalho, direcionando as entregas para o maior valor agregado ao produto final.
Estas mudanças culturais, processuais e de foco não estão limitadas ao ambiente de Tecnologia, ali na ponta, onde o produto ou sistema será desenvolvido. Ao contrário, precisa ocorrer em todo o “value stream”, desde
seu início nas definições estratégicas e a escolha correta do portfólio (“o que fazer”). O foco é no valor a ser gerado pelo que se está entregando. Então, entender como captar este valor e medi-lo passa a ser de grande relevância e chave em todo o processo. A entrega (o desenvolvimento) também precisa ser bem feita, é claro!, e é importante ter este fluxo estruturado (o “como fazer”). Mas, a esta altura, o trabalho colaborativo já está estabelecido: uma transformação em todos os níveis, através da criação de uma cultura de participação, autonomia, engajamento, responsabilidade, transparência com muito trabalho em equipe para entrega de valor para o negócio. Simples assim. Cio
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Mike Hugos*
Líderes de TI podem criar processos rápidos e flexíveis para desenvolver e implementar novas aplicações de negócios. Esse processo tem de ser ágil, com a visão
clara dos profissionais de TI sobre como agir em passos rápidos e focados. Da mesma forma, executivos de TI podem usar o processo para impulsionar a inovação.
Agilidade e inovação são pensamentos que têm de começar no CIO. É seu trabalho colocar os processos corretos em andamento e se certificar de que as pessoas estão usando corretamente. Criei meu próprio processo de três passos chamado “defina-desenhe-construa”. É um guia simples e fácil de entender, por meio do qual é possível desenvolver qualquer novo sistema ou processo de negócio em três passos.
O passo “defina” leva de duas a seis semanas e custa de 5% a 10% do orçamento total do projeto. O “desenhe” pode durar de um a três meses e custar de 15% a 30% do orçamento. A fase final, “construa”, toma de dois a seus meses e consome entre 60% e 80% do orçamento. Você pode se perguntar como sei o cronograma sem conhecer cada projeto. A resposta é: esse é o tempo disponível se você realmente pretende ser ágil.
Da mesma forma, sei que o desenho do projeto vai custar de 15% a 30% do budget porque, se for gasto mais que isso, algo muito complexo está sendo desenvolvido. Projetos mais caros vão levar mais tempo que três meses para serem desenhados e, assim, tempo demais para serem concluídos. Em suma, se o trabalho não puder atender a esses requisitos, pare o projeto. Seja lá o que for que está sendo feito, não é nem inovador e nem ágil.
Outras coisas destacáveis do processo Em primeiro lugar, todo projeto necessita de uma pessoa dedicada a ele em tempo integral. Esta pessoa tem de ter as habilidades e a autoridade necessárias para fazer as coisas acontecerem e estar totalmente comprometida com o
sucesso da iniciativa. Eu chamo esta pessoa de “construtora do sistema”. Certifique-se de ter um bom construtor para cada projeto que você iniciar.
Em seguida, construa uma solução “80%” em vez de ficar buscando a perfeição. Evite a tentação de querer criar um sistema capaz de lidar com qualquer imprevisto. Fazer isto eleva o custo e a complexidade exponencialmente. Prefira ter um sistema capaz de lidar com as transações cotidianas e ter pessoas – não computadores – preparadas para lidar com as exceções. Assim se faz um sistema 10 vezes mais barato que o da concorrência.
Lembre-se de que grandes sistemas sempre são constituídos por uma coleção de subsistemas menores. Então, assim que o passo “Defina” estiver concluído, projetos enormes e multimilionários podem ser divididos em iniciativas menores para construir cada subsistema. Em vez de ter uma equipe para o grande projeto, este modelo permite que diversos pequenos grupos de profissionais desenvolvam cada parte, em paralelo. É assim que se faz um projeto em quatro vezes menos tempo que seus competidores.
A princípio, as pessoas podem acusar os CIOs que adotam um processo como o “Defina-Desenhe-Construa” de estarem pedindo demais e de não serem razoáveis. Admito que esses meus três passos têm sido chamados de “faça, faça, faça!”. Mas não desanime. O que você está pedindo é possível – equipes de TI podem alcançar altos níveis de performance. Dê às pessoas o treinamento que elas precisam e as oportunidades de aprender fazendo, mas não baixe seus padrões ou amplie prazos.
Quando seus empregados aprenderem o processo e se tornarem adeptos a ele, você vai ver a diferença. As pessoas irão criar um ar de autoconfiança e uma atitude positiva.
* Mike Hugos é getor da sCM globe e Cio-at-large no Center for systems innovation [c4si]
opinião
um dos aspectos mais importantes da liderança é garantir o uso inovador e ágil da tecnologia da informação. e não há mágica nisso
Três passos para ganhar agilidade e ser inovador
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GESTÃO
Num mundo cada vez mais direcionado por dados, pesquisa mostra que a intuição precisa ser cultivada como qualidade e habilidade corporativa
O desejo de tomar decisões melhores
e mais rápidas é um dos principais
motores das novas tecnologias de
analytics e Big Data e dos principais
responsáveis por acelerar as empresas na
direção de um cenário de tomada de decisão
totalmente fundamentado por fatos.
Mas a relação entre dados e intuição – o
velho e bom “gut feeling” – é uma coisa
complicada, diz Peter Swabey, editor sênior
de tecnologia da Economist Intelligence
Unit (EIU), divisão de pesquisa e análise
do The Economist Group. “Ambos têm um
papel no contexto”, diz Swabey. “Juntar
dados é o processo de tentar identificar
qual é a informação verdadeira. E nessa
etapa de identificação, sua intuição é um
guia muito útil”.
Num esforço de entender melhor como
decisões de negócios são tomadas, a empresa
de análise preditiva Applied Predictive
Technologies (APT) pediu à EIU que realizasse
um estudo, que resultou num relatório lançado
recentemente, chamado “Decisive action:
How businesses make decisions and how they
could do it better”. Em tradução livre: “Ações
Decisivas: Como as empresas tomam decisões
e como elas poderiam melhorar isso”.
Em fevereiro de 2014, a EIU entrevistou 174
ThOr OlavSrud, CIO/Euagestores sênior e executivos do mundo todo
dentro de um grande espectro de indústrias,
sendo que 49% deles representavam
organizações com receita anual superior a
500 milhões de dólares. O trabalho da EIU
também envolveu entrevistas aprofundadas
com especialistas e profissionais do segmento.
O estudo descobriu que 42% dos
entrevistados têm como prática coletar e
analisar o máximo de dados possíveis antes
de tomar uma decisão. Ao mesmo tempo,
17% dos entrevistados explicaram que
preferem tomar decisões empiricamente,
desenvolvendo hipóteses e realizando testes
para provar o refutar uma teoria. Em resumo,
59% dos executivos se apoiam em dados para
a tomada de decisão.
Dos 41% restantes, 31% disseram que
procuram tomar decisões em colaboração
com outros sempre que possível e só
10% dos entrevistados disseram que se
baseiam primariamente na intuição para
tomar sua decisão.
“Mas apesar da aparente popularidade
do processo de decisão baseado em fatos,
a intuição mostrou-se um bem valioso para
a grande maioria”, diz Jane Bird, autora do
relatório da EIU. “Praticamente três quartos
dos respondentes (73%) disseram que confiam
Fatos ou intuição?Como tomar decisões em tempos de Big data
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GESTÃO
em sua própria intuição quando se trata de
tomar decisões. E mesmo entre os tomadores
de decisão puramente factual, a intuição
exerce papel importante para mais de dois
terços (68%) deles”.
Birds destaca que 68% dos respondentes
disseram que teriam a confiança dos seus
pares e superiores se tomassem uma decisão
que não fosse suportada por fatos.
A intuição e a análise de dadosTalvez nada ilustre melhor importância da
conexão entre as decisões baseadas em dados
e a intuição humana, do que perguntar como
as pessoas reagem se o que os dados apontam
vai contra o que diz sua intuição.
Mais da metade dos entrevistados, 57%,
disse que se enfrentasse essa situação a
primeira coisa que fariam seria olhar de novo
os dados! Outra parte grande deles, 30%, disse
que sairia coletando mais dados e só 10%
dos executivos disseram que obedeceriam os
dados se fossem contrários à sua intuição.
Rupert Naylor, vice-presidente da APT,
conta que recentemente um cliente da
empresa realizou um teste de efetividade
colocando anúncios em jornais para ver se
eles aumentariam as vendas. Depois de feito
o teste, “eles analisaram os resultados entre o
grupo de teste e o grupo de controle e viram
que não havia diferença entre a performance
das vendas nos dois grupos”, diz Naylor.
Surpreso com os resultados, o cliente
pediu à APT para conferir se alguma
coisa estava errada com o analytics. A
APT identificou que todo o processo de
analytics tinha funcionado da forma correta.
Incrédulo, o cliente procurou a agência
de publicidade responsável pelo teste
dos anúncios e aí descobriu que ela tinha
cometido erros ao fazê-lo.
“Foi uma grande vitória para os dados”,
diz Naylor, “porque eles provaram que nada
tinha acontecido”. E também foi a redenção da
intuição, acrescenta Swabey. “Foi o fato de o
resultado do analytic contradizia a intuição do
cliente que o ajudou a descobrir que um erro
humano tinha sido cometido”.
Bird argumenta que as constatações da
pesquisa da Economist apontam que a
intuição precisa ser valorizada e cultivada no
ambiente corporativo.
“Evidentemente, tanto a intuição quando o
analytic contribuem para um processo efetivo
de tomada de decisão, tanto nos negócios
quando na vida”, diz ela. “Ao invés de ser
encarada como uma fraqueza que precisa ser
evitada, a intuição deveria ser vista como uma
habilidade apropriada nos momentos certos”.
Ela sugere que as corporações olhem o
processo de tomada de decisão como uma
habilidade que precisa ser melhorada assim
como outras. E, diz a pesquisadora, deveriam
avaliar seus executivos pela qualidade das
suas decisões.
No relatório, 19% dos entrevistados
disseram que os tomadores de decisão em
suas companhias não são responsabilizados
por elas no final. E 59% dos respondentes
declararam que tomadores de decisão ruins
ainda permanecem na organização.
O mais preocupante é a falta de
transparência no processo decisório. Dois
terços (64%) dos entrevistados disseram que a
informação sobre quem tomou determinadas
decisões e por que fica restrita a um grupo
pequeno de funcionários.
“Isso quer dizer que em várias empresas
gestores tomam decisões a portas fechadas
por razões desconhecidas e se essas
decisões forem erradas eles não serão
responsabilizados por isso”, diz Bird.
Gerry Grimstone, chairman da empresa
de seguros Standard Life, diz que é essencial
cultivar o comprometimento. “Eu fico
feliz em dizer que meus companheiros de
diretoria têm algum grau de responsabilização
pelo que acontece”, diz ele. “Eles tomam
decisões melhores se souberem que haverá
consequências na sua reputação.”
Corporações devem olhar o
processo de tomada de decisão
como umahabilidade que
precisa ser melhorada
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TECNOLOGIA
Estudo da Forrester oferece uma visão panorâmica do mercado. Se sua empresa lida com muitos dados, a tecnologia está ou estará em breve no seu radar
Antes reservado apenas aos grandes
impérios da internet, como
Google e Yahoo, o Hadoop, o mais
conhecido e popular sistema para
gestão de Big Data, começa agora a ser o
queridinho das corporações.
Há duas grandes razões para isso: as
empresas têm muito mais dados para
gerenciar e Hadoop é uma grande plataforma,
especialmente por permitir combinar
dados antigos do legado com novos dados
não estruturados; um grande número de
empresas do mercado estão entrando no jogo
oferecendo serviços e suporte em torno do
Hadoop, tornando-o portanto mais palatável
para as corporações.
Acrescente a isso o fato de que muitas
empresas estimam que estão analisando
no máximo 12% de todos os dados que
possuem, deixando os outros 88% na mesa
sem aproveitamento, segundo o estudo
“The Forrester Wave™: Big Data Hadoop
Solutions, Q1 2014.”
“A Forrester acredita que o Hadoop é uma
plataforma que precisa ser usada em grandes
empresas, formando a pedra angular de
qualquer plataforma futura de gestão flexível
de dados. Se você tem dados estruturados, não
estruturados e binários, há espaço relevante
para o Hadoop na sua empresa”, escrevem
os analistas Mike Gualtieri e Noel Yuhanna,
Brandon ButlEr,nEtwork world
autores do estudo Wave Report.
O Hadoop é um projeto de open source
Apache cujos principais componentes
podem ser baixados gratuitamente por
qualquer pessoa. Várias empresas, da
IBM à Amazon Web Services, passando
por Microsoft e Teradata, trataram de
empacotar o Hadoop em serviços ou
pacotes de consumo mais simples. Cada
companhia assumiu uma estratégia
ligeiramente diferente, mas o elemento
comum é que o Hadoop tem a habilidade de
distribuir carga de trabalho potencialmente
para centenas de servidores, fazendo do
Big Data uma coisa gerenciável.
O estudo realizado no primeiro trimestre
de 2014 olhou nove empresas. A Forrester
concluiu que não há ainda um líder claro
de mercado nesse momento, que mistura
empresas novas oferecendo serviços atraentes,
com os grandes da TI.
A lista de empresas que você vai ver a
seguir foi elaborada pela Forrester Wave e,
portanto, não representa a totalidade das
plataformas e do mercado de gestão de Big
Data. E, para evitar conflitos, alinhamos as
empresas em ordem alfabética.
Amazon Web Services – Clientes procurando por
plataforma Hadoop em nuvem pública podem
recorrer à empresa que a Forrester chama
nove companhias de Hadoop que você deveria conhecer
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de “King of the cloud” - Amazon Web Services
(AWS). O produto de Hadoop da AWS chama-
se Elastic Map Reduce (EMR), e oferece
serviços de gestão de Big Data. Ele não é um
Hadoop open source puro, já que foi ajustado
para rodar unicamente na nuvem da AWS.
A Forrester diz que o EMR tem hoje a
maior adoção entre as plataformas Hadoop no
mercado. A AWS vai lançar um suporte mais
robusto para o EMR com outros produtos
e serviços, incluindo o RedShift, para data
warehouse; e o recém-lançado motor de
processamento em tempo real Kenesis; e
deverá incluir suporte adicional para bases
de dados NoSQL e ferramentas de BI. Mas o
Hadoop da AWS é exclusivo da nuvem.
Cloudera – A Cloudera tem uma distribuição
Hadoop open source que usa muitos aspectos
do projeto original do Apache mas que agrega
um grande número de melhorias, entre elas
uma ferramenta de gestão e monitoramento
chamada Cloudera Manager; e um motor
SQL para rodar dados relacionais no Hadoop,
batizado de Impala.
A empresa usa o Hadoop como a base
da sua distribuição, mas não é um produto
open source puro. “A estratégia da Cloudera
é manter a lealdade ao núcleo do Hadoop
mas inovar com agressividade e velocidade
para atender as demandas dos consumidores
e diferenciar sua solução dos seus
concorrentes”, diz a Forrester. O resultado,
segundo o relatório, é uma adoção firme da
plataforma da Cloudera, que inclui uma lista
de 200 clientes, alguns dos quais gerenciando
mais de 1 petabyte de dados.
Hortonworks – Como a Cloudera, a Hortonworks
é uma empresa pure-play de Hadoop. E
diferente da Cloudera, a Hortonworks tem
a distribuição de Hadoop mais próxima do
código open source original, talvez mais do que
qualquer outro concorrente.
A meta da Hortonworks é construir um
ecossistema Hadoop, e evoluir o código
open source. Ela diz que isso beneficia os
usuários porque evita que fiquem presos a um
fornecedor (se um clientes da Hortonworks
quiser deixar sua plataforma ele poderá
facilmente portar as aplicações para o código
open source).
A empresa devolve seu trabalho de
desenvolvimento para a comunidade
open source. A postura da Hortonworks
acabou lhe garantindo parcerias fortes
com fornecedores de peso como Teradata,
Microsoft, Red Hat e SAP.
IBM – Quando as corporações pensam em
grandes projetos de TI, muitas pensam na IBM,
e com razão. Por causa disso, a IBM tornou-se
um grande player no mundo Hadoop. Segundo
a Forrester, a IBM tem atualmente mais de 100
instalações de Hadoop e muitos de seus clientes
gerindo petabytes de dados.
A companhia tira vantagem da sua vasta
experiência em computação, data center
global e implementação de projetos de
Big Data. “O road map da IBM inclui
continuar a integrar a solução BigInsights
Hadoop em produtos IBM como o analytics;
gestão de carga de trabalho em computação
de alta performance; ferramentas de BI
e ferramentas de modelagem e gestão de
dados”, escreve a Forrester.
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TECNOLOGIA
Intel – Como a Amazon Web Services, a
Intel está tirando vantagem e otimizando
sua versão do Hadoop para rodar no
seu hardware, especificamente nos
processadores Xeon. Para clientes que
procuram melhor afinidade entre o software
e hardware, a distribuição de Hadoop da
Intel é potencialmente a solução ideal.
A Forrester ressalta que a Intel liberou
recentemente seu produto, portanto é
esperado que a companhia inove um pouco
mais sobre a versão atual.
MapR Technologies – MapR Technologies
é talvez a companhia com a melhor
distribuição de Hadoop da qual muitas
pessoas nunca ouviram falar. Na
pesquisa da Forrester com usuários de
Hadoop, a MapR recebeu a maior nota
por sua oferta atual, com notas altas por
conta da arquitetura e dos recursos de
processamento de dados.
O tempero secreto da empresa é um
conjunto de recursos únicos. O Hadoop da
MapR suporta Network File Systems (NFS) e
a MapR incluiu na sua plataforma recursos de
alto nível para recuperação de desastres e alta
disponibilidade de dados.
A Forrester diz que a MapR deve investir
em marketing e mais parcerias para ter o
reconhecimento de marca que empresas
como Cloudera e Hortonworks já possuem no
mercado de Hadoop.
Microsoft – A Microsoft está avançando
não só em habilitar o Hadoop para rodar
em Windows, mas tem colocado esforços
sobre o projeto open source para entrar
mais largamente no ecossistema Hadoop.
Os resultados do trabalho podem ser vistos
no produto HDInsight, da nuvem pública
Windows Azure. Trata-se de uma oferta de
Hadoop como serviço baseada na distribuição
da Hortonworks feita especificamente para
rodar no Azure.
Microsoft tem outros produtos na
lista, incluindo o recurso Polybase que
permite que informações no SQLServer
também possam ser buscados em queries
Hadoop. “A presença significativa da
Microsoft nos mercados de banco de
dados, data warehouse, cloud, OLAP, BI,
planilhas, colaboração e ferramentas de
desenvolvimento, oferece uma vantagem”,
diz a Forrester.
Pivotal Software – No ano passado, a EMC
e a VMware combinaram um punhado de
produtos de cada uma das empresas para
criar a Pivotal, que basicamente é um filhote
das companhias. Um dos grandes aspectos
da Pivotal é trabalhar em sua distribuição do
Hadoop junto com a Cloud Foundry PaaS.
Ao fazer isso, a Pivotal agregou algum
ferramental sobre o código aberto,
especificamente um motor SQL chamado
HAWQ e um appliance Hadoop feito
especificamente para rodar na plataforma
Big Data. Até agora, a empresa tem menos
de 100 instalações ativas, a maioria entre
pequenas e médias empresas, diz a Forrester.
Teradata – Uma empresa como a Teradata
poderia ver o Hadoop como uma ameaça ou
uma oportunidade. A empresa especializada
em gestão de dados, particularmente
no segmento de bancos de dados SQL e
relacional. Portanto o crescimento de uma
plataforma NoSQL como o Hadoop poderia
ameaçar a companhia.
Ao invés disso, a Teradata abraçou o
Hadoop. Ao fazer uma parceria com a
Hortonworks, a Teradata agora oferece
aos seus clientes a habilidade de usar
a plataforma que está integrada com
suas ofertas SQL, dando aos clientes
atuais Teradata uma plataforma Hadoop
pronta para rodar que vai trabalhar sem
empecilhos com dados já armazenados em
warehouses Teradata.
IBM, amazon web Services,
Microsoft e teradata
empacotaram Hadoop em
serviços de consumo
mais simples
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TECNOLOGIA
Maior desafio é encontrar
recursos financeiros para
lidar com a cibersegurança
e evoluir os projetos de
forma eficaz
A falta de experiência em segurança
digital, aliada à crescente
complexidade das ameaças, ambiente
regulatório elevado e ritmo intenso
de inovação, força as empresas a olhar para
fora dos seus “muros de proteção digital”,
buscando respostas em outsourcing.
Para entender melhor as táticas cada vez
mais eficazes dos hackers e se proteger, as
organizações precisam mobilizar todos os
aspectos de sua defesa – antes da invasão
acontecer, durante uma eventual invasão e
após o acontecimento. É importante avaliar
se o ataque foi destrutivo e se as informações
foram roubadas ou sistemas danificados.
Esse novo modelo de segurança está
impulsionando mudanças nas tecnologias
de segurança digital, produtos e serviços. E
isso exige logicamente encontrar recursos
financeiros no orçamento para se manter a
altura dos riscos.
Atualmente, os serviços de segurança
digital precisam ser baseados em uma
evolução constante e profunda das ameaças.
Alguns analistas do setor estão começando
a chamar essa nova ordem de serviços de
proteção digital de MSSP 2.0.
Com base nas tarefas internas de
segurança, orçamentos e prioridades dos
negócios, as organizações podem optar
por terceirizar mais ou menos as suas
necessidades de segurança digital.
Veja a seguir cinco dicas que podem ajudar
Raphael D’avila* a garantir que sua empresa mantenha o foco
em proteção:
1Mantenha a capacidade plena de incorporar
metadados HTTP em um modelo de
telemetria que forneça a profundidade de
informações necessárias para ajudar na
detecção de ameaças baseadas na web.
2As técnicas de análise de Big Data são
essenciais para alavancar a grande
quantidade de dados obtidos. Ao aplicar
análises de dados robustas, ao invés, de
realizar correlações simples, tem-se a certeza
de que as detecções serão de alta fidelidade;
3Conforme o tipo de dados na rede da
empresa, os requisitos de segurança
podem variar, dentro das garantias do
MSSP. A equipe de TI precisa determinar a
abordagem para enfrentar os invasores e se
serão necessárias ações alternativas;
4Os dados são muito úteis para as
organizações e, por isso, devem existir
e garantir que eles serão correlacionados
para fornecer o contexto certo, com
informações priorizadas. Assim, os
profissionais poderão se concentrar nas
ameaças realmente relevantes.
5Para detectar e se proteger contra
“ameaças de dia zero”, as empresas
devem ir além do tradicional point-in-
time, visualização limitada dos sistemas, e
monitorar e aplicar a proteção em uma base
contínua em toda a sua rede estendida.
dicas para aumentar o foco em segurança digital5
*Raphael D’Avila é diretor de vendas para Sourcefire
no Brasil, empresa comprada recentemente pela Cisco
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carreira
cada vez mais os ciOs precisam ser criativos para encontrar pessoas com as competências adequadas e o ajuste certo para suas aspirações em torno de Big Data
C om as oportunidades de explorar o
Big Data aumentando, executivos
voltam-se para um desafio igualmente
crescente: achar profissionais
especializados e cientistas de dados capazes
de capturar, armazenar, gerenciar e analisar
grandes volumes de dados não estruturados
em tempo real e fazer deles combustível para
aumentar os negócios.
O cientista de dados tem de saber
programação, ser capaz de criar modelos
estatísticos e ter o conhecimento e domínio
apropriado de negócios. Precisa também
compreender as diferentes plataformas de
Big Data e como elas funcionam.
Usualmente esse profissional é formado
em estatística, matemática ou ciências
da computação. Mas um estatístico não
necessariamente é um cientista de dados.
Um estatístico não manipula dados. Ele os
recebe em um arquivo e não participa do
caminho anterior.
O cientista de dados tem capacidade
analítica para identificar informações de
valor e fazer previsões de situações com
base na tecnologia de Big Data. Precisa
transformar tabelas de números em
palavras e ser bom em comunicação para
traduzir dados na linguagem dos negócios.
Lauren BrOuseLL, ciO/eua
como recrutar um cientista de dados
De fato, encontrar um profissional que
reúna características tão particulares não
é tarefa fácil. Você provavelmente não vai
encontrar candidatos com a frase “cientista
de dados” em seus currículos.
Cada vez mais os CIOs precisam ser
criativos para encontrar pessoas com as
competências adequadas e o ajuste certo
para suas aspirações em torno de Big Data.
Veja cinco dicas para recrutar ou
contratar esses profissionais.
1 Busque um time em vez de uma pessoaÉ possível encontrar candidatos com
algumas habilidades, mas não todas. Então,
é preciso esquecer a ideia de identificar
todas as características em uma pessoa.
Isso gera a contratação de dois ou mais
profissionais para atender as necessidades
da organização.
Tom Soderstrom, Chief Technology Officer
(CTO) do Jet Propulsion Laboratory (JPL)
da Nasa, diz que, embora ele possa definir
claramente o papel de um cientista dados em
sua empresa, ele sabe que pode ser impossível
de encontra-lo. “É um tipo especial de
pessoa”, afirma. “Para eliminar esse problema,
podemos contratar diversos cientistas de
dados internamente ou que tenham contato
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com uma comunidade externa.”
Soderstrom vê potencial para cientistas
de dados manipularem dados de satélite
sobre oceanos, ou tempo ou ainda para
desenvolver novos tipos de experiências
científicas. Ele diz que está à procura de
alguém que possa falar a linguagem dos
negócios e trabalhar com tecnologias de
Big Data, como o Hadoop. “É alguém que
possa entender os dados para contar uma
história interessante”, diz.
2 Procure internamenteSoderstrom está realizando uma busca
minuciosa de candidatos externos, mas
também está ciente da possibilidade de
localizar candidatos internos - uma opção
que normalmente é mais barata e tem
vantagem de a pessoa estar familiarizada
com o ambiente da companhia.
O executivo está de olho em engenheiros
e programadores. Ele planeja contratar um
cientista de dados ainda neste mês e cercar
essa pessoa com estagiários para ajudá-lo
com parte do trabalho braçal. Também
pretende criar um plano de carreira para os
trainees se tornarem cientistas de dados.
A recomendação do CTO é que o CIO
tente identificar se há funcionários que
têm as habilidades analíticas na empresa
e investir em treinamento para aprimorar
as habilidades. Ele considera que a única
desvantagem é que os candidatos internos
ainda têm de aprender como podem ser tão
proficientes em determinadas tarefas.
3 Promova o papel do cientista de dadosSe a sua empresa decide buscar
candidatos externos, Soderstrom diz
que é importante ter uma história forte e
interessante para contar, porque startups,
por exemplo, serão concorrentes difíceis de
vencer na caça de talentos.
“Você tem uma história legal para contar
se trabalha para a Google ou o Facebook,
mas e se você não tiver?”, questiona. “Você
tem de deixa-los animados para trabalhar
na empresa. É preciso vender a organização.
Ao menos que você tenha uma remuneração
e benefícios para oferecer, ou uma grande
história para contar, essas pessoas somente
vão querer trabalhar em projetos fora da
empresa”, comenta.
4 Olhe para as competênciasSoderstrom diz que uma das qualidades
que ele procura em candidatos é a atitude
de consultor. “Um bom consultor fala com
um cliente sobre um problema”, afirma
“Ele entende o problema e sugere uma
solução criativa”, completa.
Se a companhia não consegue encontrar
uma pessoa com essa mentalidade, um
consultor externo pode ser a melhor
aposta. Soderstrom adverte, no entanto,
que a contratação de alguém que “pode ter
o lado acadêmico bastante aguçado, pode
não ter a experiência prática corporativa”.
5Junte-se a grupos de usuários e estabeleça uma rede de contatos
Para encontrar candidatos a uma vaga
de cientista de dados, é preciso descobrir
onde eles estão. O CTO recomenda que
o CIO e a empresa mostrem as caras.
Soderstrom sugere a participação em
grupos do LinkedIn, outras
mídias sociais e grupos
de usuários técnicos.
“Faça uma campanha de
conscientização”,
exemplifica.
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OPINIÃO | ANkur PrAkAsh
n Ankur Prakash é vice-presidente para a América Latina da Tata Consultancy services (TCs)
Se questionarmos executivos e profissionais de tecnologia, marketing e de gestão podemos afirmar com toda
certeza que todos eles possuem muitas expectativas em relação ao Big Data. Diversas organizações ao redor do mundo começam a criar estruturas e maneiras de aplicar esse conceito inovador e, como consequência, obter retornos significativos para seus negócios.
Segundo o estudo de tendências globais de Big Data, publicado pela Tata Consultancy Services (TCS) em 2013, a busca por esse termo no Google passou de praticamente zero e explodiu nos últimos quatro anos. Os países mais interessados nessa busca são Estados Unidos, Canadá, Índia, Coreia do Sul, Austrália e Brasil, assim como boa parte da Europa Ocidental.
Apesar disso o estudo apontou que os investimentos em Big Data ainda estão abaixo do necessário, já que o valor médio por empresa não ultrapassou US$ 10 milhões. Para os executivos, a principal característica que dificulta a aplicação de Big Data é cultural, seguida por tecnológica e por último como interpretar os dados e aplicar os resultados nas decisões de negócios.
Então qual o segredo para utilizar o Big Data para produzir grandes negócios?
A tecnologia é um desafio, mas esse setor tem crescido muito nas últimas décadas, o que possibilita maior volume, velocidade e variedade para aplicação de Big Data. Hoje temos know how tecnológico suficiente para desenvolver com satisfação esse conceito nas empresas. Mas, para gerar grandes resultados precisamos transpor as barreiras culturais e, principalmente, saber como gerar negócios com tantas informações coletadas.
As empresas norte-americanas são as que registram as maiores iniciativas do segmento,
sendo que 68% das pesquisadas haviam aplicado Big Data já em 2012. No Brasil esse número chegou a 46%, um pouco abaixo da média mundial, que atingiu 53%. Porém, se levarmos em consideração a verba investida, percebemos que esse crescimento ainda está muito aquém do necessário. Naquela época o Brasil investiu somente US$ 3,8 milhões, quase três vezes menos que as potências mundiais.
Temos alguns desafios pela frente para conquistar grandes resultados, mas as perspectivas são boas, afinal, segundo esses mesmos executivos, já em 2015 a média de dólares aplicados em Big Data será US$ 17,5 milhões por empresa, um crescimento de 75% se comparado com 2012.
A utilização do Big Data possibilita o crescimento de tal forma que mesmo com poucos investimentos, 80% das empresas que aplicaram essa técnica conseguiram utilizar as informações para melhorar seus negócios e obter maior lucratividade.
Além disso, Big Data não é só para os países mais ricos, tampouco para setores específicos. O segmento de energia e recursos é um dos exemplos a serem seguidos. As empresas desse segmento são as que menos investiram nos últimos anos, mas as que mais obtiveram retorno. Conseguiram criar um modelo que apresentasse resultados significativos.
Os números da pesquisa mostra um futuro promissor para o Big Data e os retornos em volume de negócios podem ser imensos. O que é preciso é enxergar o real potencial do conceito e unir os profissionais de tecnologia, os executivos e todos os demais profissionais das organizações, propiciando assim que a grande quantidade de informações coletadas agregue valor à companhia e norteie o rumo dos negócios. Dessa forma entramos na geração do Big Data e do Big Business. n
Principal característica que dificulta a aplicação
desses projetos é cultural, seguida por tecnológica e por último como
interpretar os dados e aplicar
os resultados nas decisões estratégicas
Como usar o Big Data para alavancar negócios
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