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COMUNICAÇÃO TÉCNICA ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Nº 175099
Matérias-primas para a produção de porcelanato no Brasil: cenário atual, demandas e oportunidades Marsis Cabral Júnior
Palestra apresentada na Fórum Internacional de Arquiteturas e Construção, TECNARGILLA, Expo Revestir, 2018., São Paulo.
A série “Comunicação Técnica” compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em eventos, publicados em revistas especializadas ou quando seu conteúdo apresentar relevância pública. ___________________________________________________________________________________________________
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São Paulo, março de 2018
Marsis Cabral Junior
Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental - LABGEO CENTRO DE TECNOLOGIAS GEOAMBIENTAIS
Matérias-Primas para a Produção de Porcelanato no Brasil:
Cenário Atual, Demandas e Oportunidades
M. Cabral Junior (2018)
SUMÁRIO
1. Contextualização
Vantagens Comparativas do Brasil - Indústria de Revestimentos
Cerâmicos
Localização da Indústria Cerâmica
2. Condições de Mercado
Produção e Segmentação
3. Matérias–Primas Cerâmicas
Dinâmica do consumo
Produção e demanda – feldspato, argilas de queima clara,
caulim e filito
5. Perspectivas – Referências para Reflexão
Vantagens Comparativas do Brasil
Dimensão do Mercado
2010 – 2030
Fonte: Competitiveness, 2010
Demanda por 38 milhões de residências
M. Cabral Junior (2018)
6,3 Milhões de Residências
31,7 Milhões de Residências
DÉFICIT HABITACIONAL
DINÂMICA DEMOGRÁFICA
3,3 M (8,3%)
11,1 M (27,9%)
16,7 M (41,8%)
5,8 M (14,6%)
2,9 M (7,4%)
Setor Habitacional DEMANDA POTENCIAL POR REGIÕES
Projeção ilustrativa baseada em IBGE
População – 2010% Demanda Habitacional – até 2030
Vantagens Comparativas do Brasil
Expressiva Geodiversidade
Privilegiada Dotação Mineral
Valor
“Os recursos naturais não existem;
eles precisam ser criados”. J. Furtado
M. Cabral Junior (2018)
Brasil
Indústria de Revestimentos Cerâmicos
M. Cabral Junior (2018)
Via Úmida Qualidade, Design Marcas fortes Exportação
Via Seca Escala de Produção – Custo Nichos de mercado popular Logística
Polo Nordeste
Fatores condicionantes que deram origem aos dois clusters brasileiros:
disponibilidade de matérias-primas
infraestrutura
proximidade de mercados
capacitação local prévia de trabalhadores e empresários em setores correlatos
Trajetórias distintas - tecnológica e de mercado
Recurso Mineral faz a diferença
Sul
SP
Polo Expansão
M. Cabral Junior (2018)
400
500
600
700
800
900
1000
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
844 866 871
903 899
792 790
Milh
õe
s d
e m
2
REVESTIMENTOS CERÂMICOS PRODUÇÃO - BRASIL
Fonte: ANFACER
São Paulo 70%
Sul 18%
Nordeste 12%
Distribuição da Produção de Revestimentos - 2017
M. Cabral Junior (2018)
Fonte: ANFACER
72 86 93 103 108
113 121
607 625 632
657 654
558 558
165 154 147 144 138 121 112
0
100
200
300
400
500
600
700
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Milh
õe
s d
e m
2
PRODUÇÃO - BRASIL
Porcelanato Via Seca* Via Úmida*
*Exceto Porcelanato M. Cabral Junior (2018)
Fonte: ANFACER
490,6
32,4 34,6
16,4
52,4 43,2
47,8
58,2 14,5
0
100
200
300
400
500
600
São Paulo Sul Nordeste
Milh
õe
s d
e m
2
Distribuição da Produção de Revestimentos - 2017
Via Seca*
Via Úmida*
Porcelanato
*Exceto Porcelanato Fonte: ANFACER
São Paulo 40%
Sul 48%
NE 12%
Produção - Porcelanato
M. Cabral Junior (2018)
20,0
7,6 10,3
5,0 4,9 6,7
2,9 1,0
4,1
-0,5
-14,7
0,0
-6,5 -4,9
-2,0 -3,8
-12,2
-7,8
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Var
iaçã
o A
nu
al -
%
Produção de Revestimentos - Brasil Taxa de Crescimento Anual
Porcelanato Via Seca* Via Úmida*
M. Cabral Junior (2018)
Minerais Industriais Matérias-Primas Cerâmicas
MI versáteis Argilas, caulim, bentonitas, feldspatos, rochas carbonáticas, talco
Intenso compartilhamento de mercado
M. Cabral Junior (2018)
Revestimentos – Composições Típicas
Matérias-Primas
(%)
Porcelanato Técnico
Porcelanato Esmaltado
Via Úmida Semi-Gres
Semi-Poroso
Via Seca Semi
Poroso
Monoporosa
Argilas Cauliníticas
Claras/Brancas 10 – 20 20 – 40 15 – 40 - 20 – 40
Argilas Fundentes Vermelhas
- 0 – 5 0 – 30 100 -
Caulins 20 – 30 0 – 10 0 – 10 - 0 - 15
Filito - 20 – 50* 30 – 50 - 15 – 30
Feldspatos 35 – 55 0 – 50* - - -
Carbonato / Talco 0 – 3 3 – 8 0 – 5 - 8 – 15
Bentonita 2 – 5 0 – 2 - - -
Zirconita 0 - 5 - - - -
*SP - conteúdo maior de filito e menor de feldspato *NE– conteúdo maior de feldspato e menor de filitos M. Cabral Junior (2018)
2011 2017
1.498.651
2.511.648
Consumo de Matérias-Primas - t
2011 2017
71,9
120,5
Produção de Porcelanato Milhões de m2
67 %
M. Cabral Junior (2018)
Argilas Cauliníticas
Caulins
Filitos
Feldspatos
Carbonatos / Talcos
Bentonita
471.089
188.436
294.431
424.821
80.618
39.257
789.516
315.806
493.448
711.974
135.111
65.793
Consumo de Matérias-Primas - t
2017 2011
M. Cabral Junior (2018)
789.516
315.806
493.448
711.974
318.427
127.371 199.017
287.153
80.000 60.000
100.000 160.000
ArgilasCauliníticas
Caulins Filitos Feldspatos
Consumo de Matérias-Primas - t
Porcelanato - 2017 Porcelanato 2017-2011 Sanitários - 2017
M. Cabral Junior (2018)
M. Cabral Junior (2018)
Mineração de Feldspato - Estrutura e Dinâmica Empresarial
Participam do mercado mais de 20 empresas, maioria de pequenas e
médias empresas de capital nacional, além de cooperativas e
garimpos informais.
A mineração compõe um setor desconcentrado, no qual as principais
empresas líderes não devem alcançar individualmente 20% da
produção nacional.
Relativa concentração geográfica da produção, particularmente dos
empreendimentos situados nas províncias pegmatíticas.
M. Cabral Junior (2018)
Feldspatos – Situação Atual
A distribuição das províncias brasileiras de pegmatitos estão situadas fora do
eixo Sul-Sudeste de consumo.
O porte dos corpos de pegmatito, geralmente pequeno a médio, dificulta a
produção constante e em larga escala.
Parcela importante da produção dependente de sistema produtivo pouco
mecanizado, encarecendo os produtos.
O mercado brasileiro propicia a procura de fontes alternativas ao
feldspato de pegmatito, mesmo que apresentem desempenho
inferior.
Tendência de regionalização da produção.
M. Cabral Junior (2018)
Preços elevados do feldspato para os Polos SP e Sul.
RN BA
M. Cabral Junior (2018)
Lavra e Beneficiamento:
pouca mecanização
M. Cabral Junior (2018)
Tendência do Mercado de Porcelanato
Expansão da produção, aumento das dimensões das placas, maiores
exigências técnicas e estéticas.
M. Cabral Junior (2018)
Feldspato
Perspectivas & Oportunidades
Aumento crescente da demanda de feldspato
Produtos premium a partir de pegmatitos – mercados específicos
de alcance nacional
Polo NE tem diferencial competitivo – proximidade de fontes
Intensificação da regionalização da produção a partir do
aproveitamento de rochas feldspáticas
Rotas inovativas de beneficiamento de rochas alcalinas e graníticas
Adequações e novas formulações de massa
Argilas Cauliníticas – Brancas e Claras
Depósitos e Minas
30 depósitos principais
Jazidas de pequeno – médio
porte
Mercado produtor – domínio de
PM empresas (deficiências
tecnológicas)
Mercado de porcelanatos com
alta demanda e carente de
argilas de boa qualidade
Consumo competindo com
outros setores cerâmicos
SP
BA
Argila Plásticas Formacionais
Situação
Fundamentais e carentes no mercado brasileiro
Potencial
Identificação de novas jazidas:
pequeno porte em planícies aluviais
médio porte em ambientes de alteração de rochas e metassedimentos
M. Cabral Junior (2018)
Argilas Caulínitas - Perspectivas & Oportunidades
Investimentos e aporte tecnológico – prospecção e tecnologia mineral
Perspectivas
Soluções localizadas para abastecimento
Tendência de maior circulação de argilas plásticas e brancas
Risco de desabastecimento
Oportunidades
Implantação de centrais de massa (componente plástico das misturas)
escala, qualidade, constância e homogeneidade das matérias-primas.
Situação
Fundamentais nas massas cerâmicas - disputa do mercado tende a aumentar
com outras aplicações e setores industriais: louças sanitárias e de mesa,
cargas minerais (tintas, polímeros, papel, etc.)
Caulins com baixo teor de quartzo e brancos - pouca disponibilidade de jazidas
para os Polos Sul e SP.
Grandes reservas na Amazônia:
Boa qualidade, custo elevado, ficando restrito ao uso em esmaltes e
engobe
Perspectivas e Oportunidades
Aprimoramento tecnológico dos processos de beneficiamento – barateamento
de custos
Implantação de centrais de massa
M. Cabral Junior (2018)
Caulins - Perspectivas & Oportunidades
Jazidas de pequeno – médio
porte
Mercado produtor – domínio de
PM empresas (deficiências
tecnológicas)
Mercado de porcelanatos com
alta demanda (alta fundência e
facilidade de moagem)
Consumo competindo com
outros setores cerâmicos e
industriais
REGIÕES PRODUTORAS 1. Itapeva – SP
2. Piedade – SP
3. Campo Largo -PR
4. Castro - PR
5. Bambuí– MG
6. Quadrilátero – MG
7. Vale Jequitinhonha - MG
8. Simão Dias / Lagarto – SE
9. Martinópole – CE
10. Alagoa Grande – PB
11.Cuiabá – MT
12.Vila Propício – GO
Filitos : Depósitos e Minas
M. Cabral Junior (2018)
Lagarto - SE
Martinópole (CE)
M. Cabral Junior (2018)
Itapeva - SP
Situação
Fundamentais e carentes no mercado brasileiro, especialmente para SP
Potencial
Região NE e região de Arcos (MG) – dotação com condições de
aumentar a produção
Perspectivas
Escassez de reservas e possibilidade de declínio da produção da
região de Itapeva – SP
Aumento da participação dos filitos da região de Arcos – MG
Soluções localizadas para abastecimento – matérias-primas
substitutivas
M. Cabral Junior (2018)
Filito: Perspectivas & Oportunidades
A constante expansão da produção cerâmica brasileira e seu
importante aprimoramento competitivo, não têm sido acompanhados
pelos necessários avanços tecnológicos e de gestão empresarial da
mineração de minerais industriais cerâmicos no país.
Os diversos setores consumidores são críticos ao sistema de
suprimento mineral e desejosos de novos entrantes no mercado, que
possam aliar preço à garantia de qualidade dos produtos minerais
ofertados.
Referências para Reflexões
M. Cabral Junior (2018)
Referências para Reflexões
Mineração
Sustentável
Implantação de uma mina envolve um conjunto de atividades técnicas e o
cumprimento de exigências legais que a torna mais complexa do que a
estruturação da maioria dos negócios de outros setores mais comuns da
economia - indústria de transformação e serviços:
Riscos dos investimentos
Singularidade das jazidas
Forte regulamentação
Longo tempo de maturação
Fatores Econômicos reservas, qualidade do minério, logística
Licença Social Licença Ambiental
Desafio para a PE de mineração
M. Cabral Junior (2018)
Fato Motivador
O Brasil dispõe de um importante Sistema de C, T & I nas áreas
relacionadas às demandas das MPE de mineração:
As bases do conhecimento para o aprimoramento tecnológico e competitivo
são de domínio dos centros de pesquisa e inovação, universidades e da
comunidade profissional.
Vêm sendo sistematicamente incorporadas pela grande mineração e
indústrias de transformação agregadas, como também em empreendimentos
de minerais industriais mais estruturados.
Ceramistas
Mineradores C, T & I
Maior
Articulação e
Parcerias
M. Cabral Junior (2018)
Incrementar o uso dos incentivos: Lei do Bem (LEI Nº 11.196/05), recursos de fomento (BNDES, Finep, Fapesp), Embrapii, APLs, entre outros.
Carência de argilas, fundentes e reguladores de cor clara e isentos
de contaminantes - Polos Sul e SP
Essa deficiência tende a se acentuar: incremento da produção, aumento
das exigências estética e técnica do consumidor, concorrência do uso de
matérias-primas minerais entre diferentes segmentos industriais.
Maior pressão de fatores de sustentabilidade para a disponibilidade
de recursos minerais.
Otimização dos recursos naturais nas plantas industriais:
recursos minerais, água e energia.
M. Cabral Junior (2018)
Considerando fragilidades e tendências importantes:
Porcelanatos técnicos: valor funcional e estético, e menor volume de
produção processo convencional Via Úmida
Porcelanato esmaltado – prevalecimento do processo Via Seca
Aproveitando os grandes diferenciais competitivos brasileiros :
Grande disponibilidade de argilas formacionais fundentes
Tecnologia já desenvolvida na aplicação do processo Via Seca
Ecoeficiência do sistema de produção
Produção de Porcelanato: Expectativa de Futuro
M. Cabral Junior (2018)
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