Confinamento Em Free-stall

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Confinamento de vacas leiteiras

André Thaler Neto

Fatores que influenciam na escolha entre produção em pastagensou em confinamento

Favorecem o pasto Favorecem o confinamento

Estação de pastejo longa (>6 meses) Estação de pastejo curta (<6 meses)

Condições ótimas para o crescimentoda forragem durante a estação depastejo

Condições inconsistentes para ocrescimento da forragem durante aestação de pastejo

Preços do leite baixos Preços do leite altos

Baixo potencial genético para aprodução de leite

Alto potencial genético para aprodução de leite

Preços de grãos elevados Preços de grãos baixos

Rebanhos de pequeno porte Rebanhos de grande porte

Clima relativamente úmido Clima relativamente seco

Baixa disponibilidade de capital Alta disponibilidade de capital

Terras baratas ou de baixa fertilidade Terras caras e de alta fertilidade

Fonte: Adaptado de SATTER & REIS (1997)

�Maiores dificuldades:

• custo da alimentação

• custo da mão-de-obra

• custo das instalações

• mastite ambiental

• afecções de casco e articulações

• detecção de cio

• vida produtiva

Tipos de confinamento:

• 1. Piquetes

– capim

– 5 m2 de sombra

– área de 40m2/animal (300 m2 em solos

argilosos)

– cocho coberto

• 2. Tie-stall

– animais amarrados individualmente

– solto algumas horas

– pequenas propriedades

• 3. Loose-housing

– descanso coletivo sombreado

• consumo de cama

• limpeza

– acesso a piquete (preferentemente)

– circulação concretada

• 4. Free-stall

– menos injúrias

– animais mais limpos

– menor consumo de cama

�Baias

Desconforto ou falta

de adaptação

Situação normal

Necessidades:

a) Espaço para levantar e deitar confortavelmente

Dimensões das baias

Frente a frente: 20 cm. a menos

• Inclinação longitudinal: 2 a 4 (6)%

• Inclinação lateral: 3%

Disposição

das baias

�Divisórias:

•altura superior: 1.07 a 1.22 m.

•altura inferior: 0.3 a 0.46 m.

Camas:• Características:

– limpa

– seca

– evitar lesões

– garantir saúde das tetas

• profundidade: 15 a 20 cm. Sobre chão batido ou

concreto (degrau com mais de 30 cm. causa

insegurança aos animais)

• Materiais:

– Orgânicos: palhas, serragem (contaminação)

– Areia (elevado índice de conforto e baixo índice de

laminites e afecções de casco – Pesquisa na

Universidade de Wisconsin, 2001)

•Tapete de borracha ou colchão de propileno

- base de 15 a 20 cm.

- material orgânico ou palha picada

- problemas: custo e conforto

Piso:• Problemas:

– piso abrasivo

– umidade excessiva

– higienização: 30 a 50 kg de esterco vaca/dia• Piso ripado

• pá

• trator• “flushing”• projeção do volume de água (em mil litros) a ser utilizado para limpeza de corredores com padrão de 3,6 metros de largura

Espaços livres:

• Circulação: 1 vaca + espaço para sair= 2.44

a 3.05.

• alimentação: 1 vaca comendo e duas

passando: 3.0 a 3.50 m.

• Total de movimentação: > 5 m2/animal

Circulação de ar

Sala de espera (prioritário): ventiladores e aspersores venham a formar

um fluxo de ar de dentro para fora da instalação

Barracão: prioridade para o cocho de alimentação

Obedecer o sentido do vento dominante

Distância entre ventiladores

Monitoramento do conforto das vacas:

• Atitudes comuns de vacas em confinamento:

– se alimentar por aproximadamente 20 min. e retornar à cama nos 10 minutos seguintes

– troca constantemente de posição quando em repouso

• Das vacas que não estão comendo ou bebendo:

– aproximadamente 80% devem estar deitadas

– somente 5% devem estar em pé nas camas

• Indicativo de conforto:

– Animais deitados tranquilamente

Posições normais

Vacas em pé na cama, ameaçando deitar:

•Causas mais prováveis:

•Dimensionamento inadequado da cama

•Posicionamento errado da barra de pescoço (neck rail)

•Falta de cama ou cama desconfortável

• Espaço ao cocho:

– picos de consumo

• logo após a ordenha– manhã e tarde

• horários de fornecimento de alimento fresco

– espaço mínimo no cocho: 0.6 a 0.7 m./vaca

– Pesquisa em fazenda com 1400 vacas nos USA (Hoard”s Dairyman, 2001)

• Vacas recém-paridas de 1a. Cria

• Aumento da área de cocho:

– Maior consumo de matéria seca

– Menor incidência de torção de abomaso

Presença ou não de canzis

• Experimento com 216 vacas com e sem canzis) –

Universidade de Kansas (Dairy Herd Manegment, 2001)

– não afetou produção de leite (aprox. 35 l/vaca/dia)

– não afetou consumo (aprox. 23 kg MS/dia)

Número de baias

• 1.1 a 1.3

• No. de vacas/baia = 14.2 (repouso médio)

no. horas disponível * 0.93

Ex: 14.2/(19*0.93) = 1.20

Consumo de água

• Vacas em lactação: 3 a 4 litros de água/litro de

leite produzido (Santos, 2001)

• Importante: água na saída da sala de ordenha

• Pelo menos 2 pontos de água por lote

• Bebedouros com 15 a 30 cm. de profundidade

(evita água parada)

Observação de cio

• Maiores problemas:

– piso escorregadio

– alta % de cios noturnos

• Alternativas

– lotes de vacas vazias

– intervalos pequenos de observação

– piquetes para vacas vazias ou com suspeita de

cio

Consumo médio de água por diferentes categorias

Prevenção de problemas de cascoFrequencia dos tipos de claudicação em 11 rebanhos leiteiros

em Wisconsin – USA - 2000 Tipo declaudicação Proporção de casos (%)

Podridão de cascos 2.0

Dermatite digital papilomatosa

(Treponema)

52,6

Hiperplasia interdigital 1,2

Erosão dos talões 2,1

Hemorragia da sola 8,4

Abcessos da linha branca 11,8

Ulceração da sola 21,1

Ulceração da unha 0,8

% doenças infecciosa 58,0

% doenças laminíticas 42,0

Prevalência nos rebanhos com free stall

e tie stall

23%

Fonte: Cook (s.d.)

• Umidade

• qualidade do piso

• Tempo que a vaca fica deitada (no mínimo 10 horas)

– Menor incidência de laminite

– Casco mais seco - < inc. Treponema

• Tipo de cama (areia menor prevalência em relaçãoa outros tipos de cama – Wisconsin – 2000)

• dieta

• manejo de dejetos

• pedilúvio

• casqueamento preventivo

• seleção para pernas e pés

Alimentação

a) Sem mistura completa

– Formular a dieta para os níveis mais baixos de

produção da propriedade

– Suplementar o concentrado adicional para as

vacas de maior produção à parte

• canga

• sala de ordenha

b) Mistura completa

Vantagens:

• Controle da composição da dieta consumida

• Maior consumo de MS

• Maior estabilidade ruminal

• Uso de alimentos não palatáveis

• Redução da incidência de distúrbios

metabólicos

Desvantagem:

Agrupamento de vacas:

• princípios de agrupamento (HUTJENS, 1990)

– amplitude de produção de leite dentro do grupo

< 13 Kg/dia;

– Fatores de correção (nível de produção de leite

a ser formulado acima da média de produção do

lote)

• 30 %para um grupo de vacas em lactação

• 20 % para dois grupos

• 10 % para três grupos;

– vacas de 1ª cria agrupadas separadamente

• Quando não for possível adicionar à produção de

leite um crédito extra de 5,0 Kg;

– critérios para mover as vacas entre os grupos:

• nível de produção de leite corrigido pela

gordura

• condição corporal

• idade da vaca

• estádio reprodutivo (para detecção de cio).

– número de grupos: tamanho do rebanho

instalações disponíveis

� ideal (CHALUPA et al., 1994):

• 3 lotes de vacas em lactação

• um lote de vacas secas

• um lote de vacas próximas do parto

• um lote de novilhas (rebanhos grandes)