Conflito israelo-árabe: subsídios para a sua compreensão

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Subsídios para a compreensão do conflito israelo-árabe

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Os Hebreus eram pastores nómadas que viviam na Mesopotâmia.

De acordo com a Bíblia, por volta de 1800 a.C, Abraão recebeu uma sinal de Deus para abandonar a Mesopotâmia e dirigir-se para Canaã ( atual Palestina).

 

No séc. XIX a.C., os Hebreus dirigiram-se para a

Palestina, conduzidos pelo profeta Abraão.

Desenho de Gustave Doré retratando a partida do patriarca hebreu Abraão para Canaã.

A Palestina era uma região muito fértil, banhada pelo rio Jordão. Localizada entre a África e a Ásia constituía uma passagem obrigatória para o comércio entre o oriente e o ocidente.

Isaac, filho de Abraão, tem um filho chamado Jacob. Jacob teve doze filhos.

Os doze filhos de Jacob dão origem às doze tribos que formaram o povo hebreu. Por volta de 1700 a.C, o povo hebreu emigrou para o Egito, atraído pela riqueza desse país.

No Egito, os Hebreus foram escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos.

Por volta de 1300 a.C. Moisés comanda a fuga do do povo hebreu para fora do Egito.

Nesta viagem, Moisés subiu ao Monte Sinai.

No Monte Sinai, Moisés recebeu as tábuas dos Dez Mandamentos.

Os Dez Mandamentos são normas de comportamento que os Hebreus acreditam ser lei divina.

Os dez Mandamentos resumem-se em dois princípios:

- Amar a Deus sobre todas as coisas.

- Amar o próximo como a si mesmo.

Durante 40

anos

peregrinaram

pelo deserto,

Êxodo, até

receberem um

sinal de Deus

para voltarem

para a terra

prometida,

Canaã,

Palestina.

• No segundo milénio a. C. a Faixa de Gaza foi invadida por povos de origem creto-micénica, os filisteus.

• Na mesma época, a Cisjordânia foi invadida por povos de origem suméria, os hebreus.

• Os dois povos lutaram entre si na disputa de território, porém ambos acabaram suplantados por impérios mais poderosos.

Na Palestina, formaram as 12 tribos de Israel.

Como reis de Israel distinguiram-se: Saul; David e sobretudo Salomão (970-931 a.C.)

Após a morte de Salomão, o reino Judaico dividiu-se em dois reinos : reino de Israel com capital em Samaria e o reino de Judá com capital em Jerusalém.

Com a perda da unidade, os hebreus foram sucessivamente dominados por povos mais poderosos como os Assírios, os Babilónios, os Persas, os Gregos, e finalmente os Romanos no séc. I a.C. Muitos judeus fogem. Inicia-se a diáspora.

A história do povo hebraico, bem como os fundamentos da sua religião, encontram-se na Bíblia, o livro sagrado dos hebreus.

Os Hebreus consideravam-se o POVO ELEITO, o que os levou a suportar resignadamente a opressão estrangeira.

Confiavam que, como anunciavam os profetas, como Isaías, Jeremias, Ezequiel, um enviado de Deus, o MESSIAS, ou SALVADOR os libertaria.

Muitos judeus, sobretudo os sacerdotes, não viram em Jesus o seu salvador, por isso foi preso e condenado à morte

Pintura de Aert van den Bossche retratando o nascimento de Jesus Cristo

• Com a divisão do Império Romano em 395, a região da Palestina passou a pertencer ao Império romano do Oriente, que viria a ser conhecido como Império Bizantino.

• Com o surgimento do islamismo na Península Arábica no século VII, as tribos árabes uniram-se e conquistaram vastas regiões do Império Bizantino, incluindo a Palestina.

Placa medieval de metal retratando soldados bizantinos de fronteira

• Mapa do reino de Israel no século XI a.C.

• Nos séculos XII e XIII, os reinos cristãos da Europa Ocidental realizaram várias expedições militares contra o Império Árabe visando a conquista da Palestina. Eram as chamadas Cruzadas que permitiram a criação de vários reinos cristãos no Oriente Médio.

• Na Palestina, foi criado o Reino de Jerusalém.

• Porém tais reinos foram depressa reconquistados pelos árabes.

• No século XVI, o Império Otomano tomou a Palestina. Este domínio manteve-se até a Primeira Guerra Mundial.

• Com a fundação do movimento sionista em 1897, que propunha o retorno dos judeus à Palestina, milhares emigraram para lá.

• Sionismo (em hebraico: ציונות Tsiyonut) é um movimento político e filosófico que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado nacional judaico independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel.

• Com a derrota do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, a Palestina ficou sob administração britânica.

• Durante a 2ª Guerra Mundial os judeus foram vítimas de um incontestado holocausto provocado pelo racismo e pangermanismo hitleriano.

• Em 1947, como compensação, do que o povo judeutinha sofrido, durante a 2ª Guerra, a Organização das Nações Unidas determinou o regresso dos judeus à Palestina e a sua divisão em três estados: um território árabe (em amarelo); um judeu (em laranja) e um sob administração internacional (em branco).

• Os países árabes contestaram a existência e extensão de Israel e os judeus não aceitavam a co-existência de um estado árabe palestiniano.

• Começou, desta maneira, o conflito israelo-palestiniano, com o novo estado de Israel rechaçando as forças árabes e ocupando a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, territórios do planeado estado árabe/palestiniano.

• Dado poderem estar em causa interesses económicos, como a livre comercialização do petróleo, o conflito alarga-se às regiões à volta: Israelo-árabes: Egito, Jordânia, Líbano, Síria e Iraque aproveitam-se da situação para conquistar espaço, atacando a região do Estado de Israel, protegida pelos E. U. A.

• O  Egito consegue a região da Faixa de Gaza e a Jordânia consegue as regiões da Cisjordânia e Jerusalém oriental. Os Palestinianos acabam sem território.

• Como o povo palestiniano continuasse a existir sem reconhecimento internacional, enveredou pela luta armada, por um lado através de revoltas populares conhecidas como intifada, por outro, com a formação de grupos armados como a Organização para a Libertação da Palestina, OLP, em 1964.

• Dentro da organização, a maior fação era a do Fatah, grupo político de orientação socialista liderado por Yasser Arafat.

• Em 1967, ocorreu novo conflito entre Israel e os países árabes vizinhos: a Guerra dos Seis Dias.

• Acabada a guerra, Israel anexa a Cisjordânia e a faixa de Gaza.

• Grande parte da população dos territórios ocupados por Israel na Guerra dos Seis Dias refugiou-se na Jordânia. No entanto,o rei Hussein ordenou o massacre dessa população, em 1970, no episódio conhecido como Setembro Negro. Os sobreviventes fugiram para o Líbano.

• Em 1972, o grupo terrorista palestiniano “Setembro Negro” sequestrou e matou onze atletas israelitas nos Jogos Olímpicos de Munique.

• Em 1973 começa a Guerra do Yom Kippur - Dia do Perdão em hebraico. Egito e Síria atacaram simultaneamente Israel a fim de recuperarem os territórios do Sinai, uma parte do Canal de Suez, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as Colinas de Golã.

• Esta guerra deu visibilidade internacional à Questão Palestiniana e ao problema dos refugiados. Tal situação fortaleceu ainda o papel político de Yasser Arafat e da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que foi reconhecida como membro observador na ONU.

• Entre 1977 a 1979, Israel e Egito assinam os acordos de paz de Camp David, e a região de Sinai é entregue ao Egito.

Begin, Carter e Sadat em Camp David.

• Em 1982, Israel invade o Líbano com o pretenso objetivo de fazer cessar os ataques dos palestinianos da (OLP), refugiados no Líbano. No ano seguinte aquela organização retira-se do país.

• Em 16 de setembro, com a permissão israelita, milícias cristãs libanesas invadiram os campos de refugiados palestinianos de Sabra e Chatila, na parte oeste de Beirute, e massacraram a população civil.

• A 9 de dezembro de 1987, explode a 1ª Intifada ( revolta em árabe) manifestações na Faixa de Gaza contra a invasão israelita, no seguimento de um choque de um camião israelita contra uma camioneta de trabalhadores palestinianos do campo de refugiados de Jabalya, matando quatro pessoas e ferindo dez. 

Cartaz usado no período da

Primeira Intifada,

representando os territórios

ocupados e Israel 

• Nesta altura, foi criado, na cidade de Gaza, o Hamas, grupo fundamentalista islâmico palestiniano.

• Em 1988, a Organização pela Libertação da Palestina passou a aceitar a existência de dois estados no território palestiniano. A organização declarou oficialmente a fundação do estado árabe da Palestina.

• Em 1993 com o Acordo de Paz de Oslo foi criada a Autoridade Palestiniana sob o comando de Yasser Arafat.  O acordo determinou a retirada das tropas israelitas de Gaza e da cidade de Jericó e o estabelecimento de um governo palestiniano sobre grande parte da Cisjordânia. 

Acordo de Oslo: Bill Clinton, Yitzhak Rabin, Yasser Arafat na Casa Branca 13-03-1993.

• Em 2000, ocorreu a Segunda Intifada, desencadeada pela visita do político israelita Ariel Sharon à esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, ato considerado uma provocação. Em represália, Israel fechou o Aeroporto Internacional de Gaza e passou a bombardeá-lo repetidas vezes.

• Em 2001, o primeiro ministro Israelita Ariel Sharon depois de ocupar territórios Palestinianos, dá o início à construção do Muro da Cisjordânia.

• Em 2004, Yasser Arafat morre e deixa o cargo da Autoridade Palestiniana ao eleito Mahmud Abbas

• Israel destrói bases palestinianas na Faixa de Gaza e Cisjordânia.

• Nas eleições parlamentares de 2006, o Hamas conquistou a maioria no Conselho Legislativo da Palestina o que desencadeou protestos de várias nações contrárias à violência do Hamas e fez com que o Fatah destituísse os membros do Hamas dos cargos executivos na Cisjordânia. O Hamas manteve no entanto o controle sobre a Faixa de Gaza

• A vitória do Hamas provocou, ainda, o estabelecimento de um bloqueio egípcio-israelita à Faixa de Gaza. Os dois países passaram a controlar a entrada e a saída de pessoas na região, visando evitar a entrada de armas.

Posto controle israelita em Erez, no norte da Faixa de Gaza, em 2007

• Em 2010, um comboio enviando ajuda humanitária à Faixa de Gaza foi atacado por patrulhas israelitas, ocasionando nove mortes.

Protesto contra o ataque em Estocolmo.

Manifestação em Belfast.

Será possível a paz?

• Apesar do Egito apelar a um cessar fogo, o movimento islâmico Hamas, informou que recusará qualquer cessar-fogo que não inclua um acordo completo sobre o conflito.

• O Hamas exige a suspensão dos bombardeamentos, o fim do embargo comercial vigente desde 2006, a abertura de um posto de fronteira entre Rafah e o Egito e a libertação de prisioneiros.

• O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, convocou uma reunião do gabinete de segurança para "examinar seriamente" a proposta do Egito.

• O Egito propôs-se a receber, após a aceitação da trégua , delegações palestinianas e israelitas a fim de se conseguir um entendimento.

• Entretanto, o que é dramático, é que a grande maioria das vítimas dos bombardeamentos aéreos são mulheres e as crianças.

• Outro entrave às negociações de paz é a reivindicação de soberania com relação à cidade de Jerusalém (cidade santa de judeus, cristãos e muçulmanos) Devido ao seu valor histórico e religioso, tanto palestinianos como israelitas consideram-na capital dos seus países.

• Um modelo de administração compartilhada da cidade seria uma solução, hoje inviável.

Fontes

• http://www.bussolaescolar.com.br/historia_geral/conflito_entre_judeus_e_palestinos.htm

• http://geoconceicao.blogspot.pt/2010/10/o-conflito-entre-israelenses-e.html

• http://sionismo.net/historia/a-invencao-do-povo-judeu/

• http://www.caditaguai.com.br/conteudo/mapas/mapas.htm

• www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?... paginas.terra.com.br/.../jezaga/O%20Exodo.htm

• www.conhecerjesus.com.br/index.php?option=com... http://www.paroquias.org/biblia/?m=5&n=13http://pt.

• wikibooks.org/wiki/Palestina/Hist%C3%B3ria• http://www.aleteia.org/pt/mundo/conteudo-

agregado/misseis-destroem-casa-ao-lado-da-paroquia-catolica-de-gaza-5840845127286784

Maria de Fátima Isidro M.Gomes