Post on 28-Feb-2018
7/25/2019 Conto x Estrutura Do Genero
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O carneirinho do prespio
O menino observa as pessoas que saem e volta-se para o prespio.
Examina-o com interesse. Na missa ouviu que o reino dos cus das crianas.
Tempestade mental. Se das crianas o cu e viver no cu ser feliz,
ento a felicidade das crianas.
Ol!a o prespio. O boi. O carneirin!o. Os astr"nomos que foramc!amados reis # os reis ma$os. % estrela. Tudo bonito. Tudo. Enamora-se. &em
que queria um desses. O carneirin!o. S' o carneirin!o. O (enino )esus, esse
no. Tem que ficar no prespio. *respio sem (enino )esus no prespio.
O carneirin!o, esse sim. + outros no prespio.
No tivera Natal em casa. Nunca. No con!ece *apai Noel. Ser que *apai Noel me con!ece
Sabe de min!a exist/ncia0
Na sua frente, o carneirin!o cresce, apequena, atrai. *or que o padre falou que o cu das
crianas
No $an!ou brinquedo e quer o carneirin!o. Ser pecado O que pecado *ara que pecado
Se verdade que 1eus ama a $ente, por que ele deixou a cobra dar a ma para Eva e Eva para %do
para depois todo mundo ter pecadoEle quer o carneirin!o. Todos 2 se foram. Nin$um v/. O 3risto, crucificado, parece dormir de
cansao e de dor na cruz, na parede, l atrs do altar. *arece no se importar com nada ali na i$re2a.
3oitadin!o de 3risto. Sofreu muito. (as por que, se ele 1eus Ou ele apenas o 4il!o de 1eus Se
fil!o no pai e se 1eus pai no fil!o5
3oitadin!o de 3risto5 O padre falou que 3risto sofreu para o perdo dos pecados. No sei no.
%c!o que 3risto no sofreu por mim no. *apai Noel no me con!ece. Ser que 3risto me con!ece5
Esfre$a as mos, nervoso. % deciso. Er$ue o brao, mas o $esto fica suspenso no ar com a
c!e$ada do vi$rio que vem fec!ar a i$re2a. *ara disfarar a inteno, limpa com o dedin!o o espel!o
que forma o la$o nas proximidades da $ruta de &elm. *or que prespio em forma de $ruta 3risto
nasceu no foi num ranc!in!o, na estrebaria, casa de animais
# O Sin!ore vai fec! a i$re2a # *er$unta ao padre que fec!a a primeira porta.# Estou fec!ando # 6esponde o padre, em seu sotaque de estran$eiro, no com aquele
carin!o com que falou na missa da meia-noite.
# O presepe t bunito, n # insiste o menino, tentando cora$em para pedir o carneirin!o.
# 7oc/ ac!a # o padre fala indiferente e o menino entende que o vi$rio no est interessado
naquele dilo$o, quase mon'lo$o.
# %c!o # termina o menino, desconcertado, infeliz. *ercebe que de nada adiantar insistir.
No vai $an!ar o presente.
%bsorto nos son!os, fica a ol!ar o prespio sem nada ver.
3omo eu queria um carneirin!o desse50
E o vi$rio o acorda para a realidade8
# 7amos embora, dormir# 7amo.
7olta-se e ainda diri$e um 9ltimo ol!ar para o carneirin!o do prespio, um ente querido que
talvez 2amais voltar a ver. O padre fec!a a 9ltima porta e se vai.
O menino, a$ora com medo, corre debaixo da madru$ada em direo ao aconc!e$o que o
espera debaixo da ponte, onde se 2untar aos pais e aos cinco irmos menores. 1ormem. No veem a
fome, no sentem nen!um dese2o. Enquanto dormem, os sentidos nada reclamam. Ele son!a com o
presente de Natal que no $an!ou8 o carneirin!o do prespio.
:)os 4aria Nunes. O carneirin!o do prespio0. ;n8 O conto brasileiro hoje,So *aulo8 6< Editores, =>>?. p. @A-B.C
Texto para anlise da estrutura dos contos8 enredo, conflito, introduo :ou apresentaoC, complicao
:ou desenvolvimentoC, clDmax, desfec!o, tempo :cronol'$ico psicol'$icoC e espao.