Conto x Estrutura Do Genero

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  • 7/25/2019 Conto x Estrutura Do Genero

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    O carneirinho do prespio

    O menino observa as pessoas que saem e volta-se para o prespio.

    Examina-o com interesse. Na missa ouviu que o reino dos cus das crianas.

    Tempestade mental. Se das crianas o cu e viver no cu ser feliz,

    ento a felicidade das crianas.

    Ol!a o prespio. O boi. O carneirin!o. Os astr"nomos que foramc!amados reis # os reis ma$os. % estrela. Tudo bonito. Tudo. Enamora-se. &em

    que queria um desses. O carneirin!o. S' o carneirin!o. O (enino )esus, esse

    no. Tem que ficar no prespio. *respio sem (enino )esus no prespio.

    O carneirin!o, esse sim. + outros no prespio.

    No tivera Natal em casa. Nunca. No con!ece *apai Noel. Ser que *apai Noel me con!ece

    Sabe de min!a exist/ncia0

    Na sua frente, o carneirin!o cresce, apequena, atrai. *or que o padre falou que o cu das

    crianas

    No $an!ou brinquedo e quer o carneirin!o. Ser pecado O que pecado *ara que pecado

    Se verdade que 1eus ama a $ente, por que ele deixou a cobra dar a ma para Eva e Eva para %do

    para depois todo mundo ter pecadoEle quer o carneirin!o. Todos 2 se foram. Nin$um v/. O 3risto, crucificado, parece dormir de

    cansao e de dor na cruz, na parede, l atrs do altar. *arece no se importar com nada ali na i$re2a.

    3oitadin!o de 3risto. Sofreu muito. (as por que, se ele 1eus Ou ele apenas o 4il!o de 1eus Se

    fil!o no pai e se 1eus pai no fil!o5

    3oitadin!o de 3risto5 O padre falou que 3risto sofreu para o perdo dos pecados. No sei no.

    %c!o que 3risto no sofreu por mim no. *apai Noel no me con!ece. Ser que 3risto me con!ece5

    Esfre$a as mos, nervoso. % deciso. Er$ue o brao, mas o $esto fica suspenso no ar com a

    c!e$ada do vi$rio que vem fec!ar a i$re2a. *ara disfarar a inteno, limpa com o dedin!o o espel!o

    que forma o la$o nas proximidades da $ruta de &elm. *or que prespio em forma de $ruta 3risto

    nasceu no foi num ranc!in!o, na estrebaria, casa de animais

    # O Sin!ore vai fec! a i$re2a # *er$unta ao padre que fec!a a primeira porta.# Estou fec!ando # 6esponde o padre, em seu sotaque de estran$eiro, no com aquele

    carin!o com que falou na missa da meia-noite.

    # O presepe t bunito, n # insiste o menino, tentando cora$em para pedir o carneirin!o.

    # 7oc/ ac!a # o padre fala indiferente e o menino entende que o vi$rio no est interessado

    naquele dilo$o, quase mon'lo$o.

    # %c!o # termina o menino, desconcertado, infeliz. *ercebe que de nada adiantar insistir.

    No vai $an!ar o presente.

    %bsorto nos son!os, fica a ol!ar o prespio sem nada ver.

    3omo eu queria um carneirin!o desse50

    E o vi$rio o acorda para a realidade8

    # 7amos embora, dormir# 7amo.

    7olta-se e ainda diri$e um 9ltimo ol!ar para o carneirin!o do prespio, um ente querido que

    talvez 2amais voltar a ver. O padre fec!a a 9ltima porta e se vai.

    O menino, a$ora com medo, corre debaixo da madru$ada em direo ao aconc!e$o que o

    espera debaixo da ponte, onde se 2untar aos pais e aos cinco irmos menores. 1ormem. No veem a

    fome, no sentem nen!um dese2o. Enquanto dormem, os sentidos nada reclamam. Ele son!a com o

    presente de Natal que no $an!ou8 o carneirin!o do prespio.

    :)os 4aria Nunes. O carneirin!o do prespio0. ;n8 O conto brasileiro hoje,So *aulo8 6< Editores, =>>?. p. @A-B.C

    Texto para anlise da estrutura dos contos8 enredo, conflito, introduo :ou apresentaoC, complicao

    :ou desenvolvimentoC, clDmax, desfec!o, tempo :cronol'$ico psicol'$icoC e espao.