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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
Secretaria do Estado de Educação
Superintendência da Educação
Departamento de Políticas e Programas Educacionais
Coordenação Estadual do PDE
CADERNO PEDAGÓGICO
NAIR DE FÁTIMA POLISELO
CURITIBA
2009
SUMÁRIO
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO.................................................................................3
TÍTULO....................................................................................................................3
TEMA.......................................................................................................................3
APRESENTAÇÃO....................................................................................................4
OBJETIVOS.............................................................................................................5
CONCEPÇÃO E IMPORTÂNCIA DA LEITURA.......................................................6
TEXTO LITERÁRIO: DO IMAGINÁRIO AO REAL...................................................7
O CONTO COMO CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO DE LEITORES....................8
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS...........................................................10
MÓDULO - I
a) Contando histórias..........................................................................................10
b) Identificando o gênero conto de fadas.......................................................12
c) Trabalhando com contos de fadas..............................................................13
MÓDULO – II
a) Identificando o gênero conto contemporâneo........................................14
b)Trabalhando o conto na música ..................................................................16
c) Produção de conto a partir de resumo......................................................18
MÓDULO – III
a) Leitura e análise de contos..........................................................................19
1- O Peru de Natal...............................................................................................19
2- No retiro da Figueira........................................................................................23
MÓDULO IV
a)Trabalhando com contos diversos...............................................................24
MÓDULO V
a) Produzindo contos..........................................................................................25
REFERÊNCIAS........................................................................................................26
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
PROFESSORA: Nair de Fátima Poliselo
ÁREA: Língua Portuguesa
NRE: Curitiba
PROFESSORA ORIENTADORA: Jacqueline Costa Sanches Vignoli
IES VINCULADA: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá – FAFIPAR
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual Dr. Xavier da Silva
PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: 7ª Série
TEMA:
Leitura e formação de leitores
TÍTULO:
A contribuição do conto na formação de leitores
APRESENTAÇÃO
Este material didático-pedagógico é o resultado de uma das atividades
realizadas pelo PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional, que foi
desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação do Estado do Paraná, cujo
objetivo é a Formação Continuada dos professores da rede pública em busca de
melhoria para a Educação Básica.
Está organizado na forma de um caderno pedagógico no qual serão
apresentados alguns pressupostos teóricos que auxiliarão o professor,
acompanhados de referências a textos do gênero conto e de atividades para os
alunos da 7ª série do ensino fundamental, de acordo com a orientação proposta.
Levando-se em conta que o objetivo final desse trabalho será a produção de um
texto para organização de uma coletânea de contos.
Percebe-se, no dia a dia da escola, que a maioria dos alunos só lê textos
literários por obrigação e muitas vezes sentem-se intimidados com a extensão dos
romances que lhes são apresentados. Por isso é necessário que o professor procure
alternativas que possibilitem a formação do leitor competente independentemente de
textos mais longos. Escolheu-se o conto, pois este sendo uma modalidade mais
curta pode tornar-se uma boa alternativa para despertar o leitor adolescente, sendo
que o mesmo tende a fixar as partes em detrimento do todo narrado. Devido a sua
concisão, precisão, densidade e pelo efeito de excitação e emotividade, esse gênero
literário permite instigar o leitor em formação, ampliando seu conhecimento de
mundo.
De acordo com essa análise pode-se dizer que, através da leitura de contos,
seja possível desenvolver uma análise crítica da realidade e assim contribuir para a
formação de leitores capazes de interagir com a obra a partir de suas experiências
para a ampliação de seu universo cultural.
As diretrizes curriculares de Língua Portuguesa do Estado do Paraná (2008)
possui como conteúdo estruturante o discurso enquanto prática social e nesse
discurso existe três eixos norteadores: oralidade, escrita e leitura, práticas
fundamentais para o processo de ensino-aprendizagem e através do conto é
possível trabalhar com todos esses eixos, pois além da leitura, podem-se fazer os
mais diversificados trabalhos. Assim o conto pode tornar-se uma possibilidade para
se incentivar o hábito e o prazer da leitura e também desenvolver a produção textual.
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
• Estimular o interesse pela leitura significativa e crítica e assim melhorar as relações
que os alunos estabelecem com a realidade, a fim de que possam interagir por meio
da leitura e tornarem-se agentes de transformação.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Compreender o valor da leitura como instrumento indispensável para que as
pessoas possam desenvolver plenamente suas capacidades humanas, exercer
seus direitos, participar da sociedade e melhorar seus conhecimentos educativos.
• Proporcionar, através da leitura, momentos de lazer, diálogos e análise
sobre os problemas que fazem parte da sociedade.
• Aprofundar, por meio da leitura de textos literários, a capacidade de
pensamento crítico dos educandos enquanto sujeitos do conhecimento.
• Oferecer a possibilidade de alargar o seu campo de experiências,
estabelecendo relação com universos, personagens, modos de pensar e dados
diversos.
• Reconhecer a multiplicidade de possibilidades de interpretação de um texto
literário.
• Despertar o interesse pelos contos incentivando a leitura dos mesmos
• Produzir com os contos, atividades que garantam a participação dos alunos,
permitindo que transformem e desenvolvam habilidades de: leitura, oralidade e
escrita.
• Reconhecer os elementos construtivos característicos do conto, levando o aluno a
familiarizar-se com esse gênero textual.
• Desenvolver no aluno a habilidade de produzir textos do gênero conto.
• Incentivar o trabalho em equipe.
CONCEPÇÃO E IMPORTÂNCIA DA LEITURA
Observa-se que na concepção interacionista da linguagem, “a leitura é
entendida como um processo de produção de sentido que se dá a partir de
interações sociais ou relações dialógicas que acontecem entre dois sujeitos – o autor
do texto e o leitor” (Diretrizes Curriculares, 2008). Assim a leitura é um ato
comunicativo, em que o autor e o leitor agem na construção do
significado interagindo com alguém em um momento sócio-histórico. Portanto ler é
se envolver em uma prática social, compreendendo que as práticas sociais de uso
da leitura e da escrita são produzidas em contextos sociais, políticos, econômicos e
culturais, visto que a linguagem é fruto de toda atividade humana. Segundo Martins
(1985, p. 32) “A leitura vai além do texto e começa antes do contato com ele. O leitor
assume um papel atuante, deixa de ser mero decodificador ou receptor passivo”.
Pois, se apenas ler decodificando caracteres dificilmente conseguirá compreender e
dar sentido à leitura.
Para a autora, a função do educador não seria precisamente ensinar a ler,
mas a de criar condições para o educando realizar a sua própria aprendizagem,
conforme seus próprios interesses, necessidades, fantasias, segundo as dúvidas e
exigências que a realidade lhe apresenta. Somente uma leitura mais aprofundada
baseada no interesse permitirá que o aluno depreenda as reais intenções que cada
texto traz.
Portanto, o professor no momento em que propõe uma atividade de leitura,
deve levar em conta, inicialmente, a condição prévia do aluno. Os textos devem
estar adequados ao nível de ensino, bem como a faixa etária dos mesmos e
relacionados ao conteúdo e à discussão apresentada em aula. A escolha dos textos
é importante de modo que permita a reflexão, a discussão e a ampliação dos
horizontes de conhecimento, uma vez que “a leitura é um ato interativo e de
compreensão de mundo” (Cordeiro, 2006). Só uma leitura e interpretação de
qualidade intervirão na formação de um leitor mais reflexivo e crítico.
Para que se forme esse leitor, é necessário que o professor crie
oportunidades para que o aluno possa manifestar livremente suas impressões sobre
o texto, interpretando-o e percebendo os significados que se ocultam nas palavras.
TEXTO LITERÁRIO: DO IMAGINÁRIO AO REAL
Os textos são uma rica mediação de que dispomos para manter viva, na
escola e fora dela, a troca de experiência, o trabalho de reflexão, a vontade de criar
e a tentativa de se comunicar. Essa mediação se dá por meio de qualquer tipo de
texto e de leitura, mas o texto literário por ser aquele que expressa mais essa
vontade de criar, que mais interroga do que responde e cujo grande desafio é propor
a busca de sentido, distingui-se dos demais por ter um caráter heterogêneo. Este se
cruzando com outras leituras e falas pode ser visto como um instrumento capaz de
levar o leitor a ser um leitor-sujeito, ao mesmo tempo crítico e ativo.
A leitura do texto literário é muito importante para o aluno na fase de sua
formação escolar. Este tipo de texto promove um encontro especial com a leitura,
pois, através do contato com a literatura, o mesmo entra em contato com diferentes
aspectos da Língua Portuguesa e quanto maior for a diversidade de textos, maior
será a experiência que ele terá com este universo de singular beleza, magia e
emoção. O texto literário transporta o aluno para um mundo de subjetividade e
encantamento, um lugar mágico onde ele encontra a possibilidade de se descobrir,
de se reconhecer, de se encontrar.
Além disso, estudos comprovam que a ficção é muito importante para o
desenvolvimento do sistema lógico e não deve ser confundida como uma fuga do
real, mas sim uma forma de aproximação da realidade. A criança é um sujeito que
explora o mundo para além do real, buscando a fantasia, a emoção e o imaginário.
Desse modo, a literatura oferece a possibilidade de se criar um ambiente convidativo
à leitura e faz com que os alunos possam expressar seus sentimentos, descobrir e
compreender melhor suas próprias emoções.
De acordo com Kaufman e Rodríguez (1995, p.20) “os textos literários
privilegiam a mensagem pela mensagem. Neles, interessa primordialmente como se
combinam de acordo com padrões estéticos, os diferentes elementos da língua, para
dar uma impressão de beleza”. Esse texto nunca é cópia da realidade, não tem
compromisso com a verdade, como um texto científico. Ele faz com que o leitor
libere sua imaginação e fantasia na criação de mundos fictícios e é considerado
como o espaço de liberdade da linguagem. Sem se prender a normas, o texto
literário é o único que permite ler “para não se fazer nada depois da leitura”; somente
para ser levado pela imaginação. Sendo assim “é pela e na literatura que o escritor e
leitor realizam sonhos, alimentam fantasias, desejos e utopias, prefigurados em seus
enredos, personagens e cenários, catalisadores das polaridades e ambiguidades
humanas” (Cordeiro, 2006, p. 68).
Quando lemos literatura, quando discutimos um texto, estamos discutindo as
reações humanas e os problemas de nossa existência. Ao fazer isso parece que nos
distanciamos da realidade, mas em seguida percebemos o mundo de uma forma
mais lúcida.
O CONTO COMO CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO DE LEITORES
Segundo Micheletti (2006) “contar histórias é uma atividade que existe desde
os primórdios da humanidade”. Antigamente as pessoas se reuniam para contar e
ouvir histórias. O narrador, sempre mais velho, transmitia suas experiências aos
mais jovens, não somente como forma de entretenimento, mas também de
educação e cultura.
Com o tempo, o ato de contar histórias evoluiu para o registro escrito desta
narrativa. O narrador, de um simples contador de histórias, passa a se preocupar
com os aspectos criativos e estéticos do texto. É no início da Idade Moderna que o
conto se consolida como literatura e passa a ser tratado como manifestação artística
e assim conhece sua época de maior esplendor.
O ato de contar histórias, passado de geração a geração, está muito presente,
hoje, em nossas escolas. Na maioria das vezes a história é lida pelo professor que
funciona como um mediador e transmissor dos acontecimentos da narrativa.
O conto é uma narrativa de pequena extensão: quando começa seu desfecho
já está próximo. Assim costuma ter um número limitado de personagens,
normalmente duas ou três, que se movimentam num tempo relativamente curto. O
conto pode representar um momento crítico na vida da personagem em que ela
toma consciência da sua própria realidade. Apresenta como sua maior qualidade: a
concisão e brevidade, sempre indo direto ao assunto. Tudo que não for primordial
para alcançar o efeito desejado deve ser suprimido, evitando explicações em
demasia. Nele tudo é concentrado preocupando-se com o essencial, por isso torna-
se fácil lê-los com os alunos em sala de aula. Um romance tomaria um tempo de que
o professor não dispõe e os fragmentos desses romances, trazidos nos livros
didáticos não provocam intimidade com a obra.
Assim o conto é perfeito para ser explorado minuciosamente, relacionando-o
com o todo. Por ser uma composição literária, deve produzir em quem lê um efeito
de impacto, causando-lhe um efeito de “excitação” que estimule o leitor que se sente
atraído pela história e lhe permite escutar, pensar e a dar asas à imaginação.
O conto caracteriza-se por ser objetivo e não deter-se a detalhes secundários.
Sendo assim as ações acontecem num espaço reduzido e concentrado e muitas
vezes o tempo e o espaço podem até não existir. Nele há apenas um conflito, no
qual a tensão da história atinge seu auge. Os acontecimentos são breves e sem
grandes complicações de enredo e as poucas personagens nunca são analisadas
profundamente.
Micheletti (2006, p. 87) ressalta que a diferença entre um conto e um texto
informativo é que o conto visa a um leitor voltado para o universo literário, convida à
reflexão e o conduz à construção do real. Já a notícia visa àquele que se quer
apenas informar, trazendo informações prontas para o consumo. Esse
posicionamento inicial do leitor se refere às expectativas que ele tem e qual o
objetivo que quer atingir com a leitura.
Micheletti afirma que
Ainda que privilegie o aspecto estético- lúdico, o conto é uma narrativa de formação, pois transmite experiência e, ao mesmo tempo, conduz a uma reflexão. Em conseqüência, a reflexão leva à aprendizagem, uma aprendizagem de vida, semelhante àquelas dos contos exemplares. É um texto de formação no melhor sentido da palavra, não apenas no sentido pedagógico que tem o princípio induzir o aprendiz a certos comportamentos. (2006, p.88)
Por tudo isso é necessário fundamentar a presença do conto na escola,
considerando sua natureza interdisciplinar e sua importância cultural, social e
histórica. O conto constitui-se num importante recurso pedagógico de registro das
transformações realizadas pelo homem, que faz a história através do tempo,
desenvolvendo sua consciência crítica.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Pensando em despertar o interesse pela leitura, este material contribuirá para
a adesão do aluno ao universo literário de forma natural e motivadora, favorecendo
o contato dos mesmos com certa quantidade e variedade de contos, a fim de
estimularem a curiosidade a respeito da leitura e da escrita.
Com o propósito pedagógico de desenvolvimento de ações específicas, em
que os alunos, atraídos para este ambiente dinâmico, passem a interagir com um
mundo de informação de forma crítica e ativa, vamos dividir o trabalho em alguns
módulos. Passamos agora a listar os procedimentos previstos para realizar a
intervenção, propriamente dita.
MÓDULO – I
a) Contando histórias
Visto que as práticas da produção de textos orais devem fazer parte das
preocupações dos professores de Língua Portuguesa, neste primeiro momento a
proposta será analisar o conhecimento prévio dos alunos quanto ao gênero conto e
ampliar esse conhecimento, fazendo levantamento de hipóteses, através da
discussão oral, baseando-se nas seguintes questões:
1) Quais contos vocês ouviam quando eram pequenos?
2) Desses contos, qual foi mais marcante para você?
3) Quem são os personagens do conto?
4) Em que lugar a história aconteceu?
5) Conte a história para seus colegas.
Em seguida, tendo como objetivo o resgate da prática de “contação de
história” (própria da tradição oral), o professor poderá escolher algum conto de fadas
para contar-lhes a história. Uma possibilidade são os Contos “As Fadas” e “Riquete
do topete” (Henrique o Topetudo) de Charles Perrault. O primeiro fala que a
bondade sempre prevalecerá. Já o segundo tem como tema o preconceito e a
beleza interior e exterior do ser humano. Esses temas estão muito presentes hoje
em dia, portanto podem interessar aos alunos.
Os contos As fadas e Riquete do
Topete encontram-se no livro
Contos e Fábulas / Charles
Perrault: Tradução Mário
Laranjeira. S. P. Iluminuras. 2007
ou no endereço:
http://books.google.com.br/books?
id=Jij4NX3SFO0C&pg=
Primeiramente contar o conto “As fadas”, depois fazer algumas questões para
que os alunos respondam oralmente.
1- Vocês já tinham ouvido essa história?
2- Por que no título do conto “As Fadas” o autor utilizou a palavra no plural se só
aparece uma fada?
3- Sobre o que fala o conto?
4- Como era a personalidade de cada uma das irmãs e quais os dons que elas
receberam?
5- Vocês acham que houve algum tipo de recompensa?
6- O conto de fadas apresenta algumas características que lhe são próprias.
Encontre no texto alguma delas:
a) Presença de elementos mágicos-
b) Oposição nítida entre o “bem” e o “mal”-
c) função moralizante-
Em seguida contar o outro conto
cujo título é “Riquete do Topete” ou
“Henrique o topetudo” e fazer as questões
propostas para que respondam oralmente:
1- E essa história, vocês já tinham ouvido falar sobre ela?
2- Qual é o tema presente no conto?
3- Vocês acham que os acontecimentos presentes nesse texto são possíveis na vida
real?
4- Em contradição a esse conto, Vinícius de Moraes, o famoso poeta de nossa
literatura, já dizia:
“Me perdoem as feias, mas beleza é fundamental”.
Vocês concordam com isso?
Após contar as histórias conduzir uma discussão de forma que todos os
alunos possam participar. Fale sobre Charles Perrault e importância de seus contos
para a literatura infantil.
DADOS SOBRE O AUTOR
Charles Perrault, escritor francês,
nasceu em 1703. Extraídos da literatura
oral de sua época, seus contos hoje são
famosos em todo o mundo. Membro da
alta burguesia, Perrault foi imortalizado
por criar uma literatura de cunho
popular que caiu no gosto infantil e
contou também com a aprovação dos
adultos. Além dos contos “As fadas” e
“Riquete do Topete” Perrault escreveu:
“A Bela Adormecida”, “Cinderela”,
“Chapeuzinho Vermelho”, dentre outros.
b) Identificando o gênero conto de fadas
Após essa introdução, e interação dos alunos com o gênero “Conto de
Fadas”, como próximo passo, o professor contextualizará o conto na sociedade
atual, apresentando aos alunos o gênero conto considerando que contar/ouvir
histórias é uma atividade que existe desde os primórdios da humanidade. O conto foi
transmitido de geração em geração e até hoje consegue conquistar a todos.
Através do conto de fadas a criança pode se identificar com os personagens,
uma vez que estes tentam explicar o mundo em que vivemos, e também, pode
transferir todos os seus conflitos para aqueles vividos na história. Os assuntos
tratados nos contos fazem com que o ser humano, a partir da fantasia, liberte o
inconsciente de seus próprios fantasmas.
Apresentar aos alunos a estrutura básica dos contos de fadas e perguntar se
as histórias contadas por eles possuem essa estrutura.
*INÍCIO- nele aparece o herói (ou heroína) e sua dificuldade ou restrição. Problemas
vinculados à realidade, como estados de carência, penúria, conflitos, etc., que
desequilibram a tranquilidade inicial;
*RUPTURA - é quando o herói se desliga de sua vida concreta, sai da proteção e
mergulha no completo desconhecido;
*CONFRONTO E SUPERAÇÃO DE OBSTÁCULOS E PERIGOS - busca de
soluções no plano da fantasia com a introdução de elementos imaginários;
*RESTRUTURAÇÃO - início do processo de descobrir o novo, possibilidades,
potencialidades e polaridades opostas;
*DESFECHO - volta à realidade. União dos opostos, germinação, florescimento,
colheita e transcendência.
Depois da apresentação do gênero conto de fadas, perguntar se conhecem a
história da Gata borralheira, do autor Charles Perrault. Se não souberem a história
que pesquisem em livros de contos na biblioteca ou na internet, para que em outro
momento possam analisar diferentes versões dessa história.
c) Trabalhando com contos de fadas
Na sequência o professor, perguntará se os
alunos já ouviram ou leram diferentes versões sobre
um mesmo fato ou conto. Dirá que as histórias com o
passar do tempo, acabam sofrendo modificações,
criando-se assim novas versões para uma mesma
história, como é o caso do conto “A gata borralheira”
ou “Cinderela”, do escritor Charles Perrault.
E como exemplo disso, assistirá ao filme “A
nova Cinderela”, do escritor Charles Perrault, que é uma versão atualizada desse
conto de fadas. Após o filme, o professor fará algumas questões orais, para que
percebam as semelhanças e diferenças entre as duas histórias.
1- Quem já conhecia a história da Cinderela, consegue descobrir as diferenças e
semelhanças encontradas nessas duas histórias?
2- Qual o assunto abordado nas duas histórias?
3- Onde se passam as histórias?
4- Qual a época dos acontecimentos?
5- As personagens principais tinham o mesmo comportamento? Como era esse
comportamento?
6- Agora que vocês conhecem as duas versões (uma antiga e outra atual) é possível
dizer que houve mudanças no comportamento das pessoas?
7- Você acha que essa situação ainda é presente em nossa sociedade? Explique.
Como próximo passo, os alunos organizados em círculo ouvirão o CD com
duas versões do conto “A gata borralheira”: Bicho de palha, de Luís da Câmara
Cascudo e Capa de junco que é um conto de origem inglesa. Esses dois textos
vocês encontrarão no endereço:
www.alb.com.br/anais16/sem08pdf/sm08ss10_06.pdf.
O professor fará perguntas relacionadas aos dois textos e assim preparará
um quadro constando as semelhanças e diferenças (personagens, ambiente,
enredo, complicação e desfecho) existentes nessas versões.
Professor, como atividade
extraclasse indicar os filmes:
Deu a louca na Chapeuzinho e
Cinderela 3 . Versões atuais
dos contos Chapeuzinho
Vermelho e Cinderela. Indicar
também o livro O Fantástico
Mistério da feiurinha, do
escritor contemporâneo, Pedro
Bandeira. Nele encontramos
uma junção de vários contos
clássicos de nossa literatura.
Em seguida, entregar aos alunos uma nova versão do conto Chapeuzinho
Vermelho, intitulada “O lobo caluniado”. Nessa versão, o lobo conta a sua versão
dos fatos, de acordo com o seu ponto de vista. Após a leitura, pedir que:
-Comparem este texto com a história
original e depois discutam com os
colegas.
-Reescrevam a história da “Cinderela”, sob o ponto de vista da madrasta de
Cinderela. Exemplo: “Imagine que você seja a madrasta da Cinderela e escreva
por que você a trata tão mal”.
-Depois contem a história e ouçam as versões dos colegas.
MÓDULO - II
a) Identificando o gênero conto contemporâneo
O conto escrito nos dias atuais é bem diferente do modelo de conto clássico.
Encontramos contos que contam uma história, pura e simplesmente, com princípio,
meio e fim, guardando para o final a real significação do texto, sem se preocupar com
outro significado e interação do leitor com o texto. No entanto não é esta a tendência
da narrativa contemporânea, cujo propósito “não é uma ficção que transmita um único
sentido, mas que através de cada palavra, possa transmitir uma pluralidade de
significados, onde o leitor interprete , recrie e interaja com o autor” (Reis, p. 89 - 90).
O conto contemporâneo vem substituindo a estrutura clássica, rígida, pela construção
de um texto mais curto ainda, com o objetivo de conduzir o leitor para além das linhas,
para além do dito, para a descoberta de um sentido nas entrelinhas, o não-dito.
Depois da apresentação do conto contemporâneo, apresenta-se algumas
características básicas desse gênero:
Nas narrativas os acontecimentos da história são organizados em uma
sequência chamada enredo. Portanto o conto, sendo uma narrativa, segue essa
mesma estrutura:
Professor, essa versão do conto Chapeuzinho
Vermelho encontra-se no endereço:
http://cachabacha.multiply.com/journal/item/1/O_
LOBO_CALUNIADO_Lief_Fearn
• Narrativa concentrada e limitada ao essencial. Há um só conflito.
• Apresenta os elementos básicos da narrativa: fatos, personagens, tempo e lugar;
•O enredo, normalmente, apresenta a seguinte estrutura:
- Apresentação ou situação inicial: geralmente coincide com o começo da
história. O momento em que o narrador apresenta os fatos iniciais, as personagens
e às vezes, o tempo e o espaço.
- Complicação: é a parte do enredo em que é desenvolvido o conflito. Quando
surgem as complicações, os problemas que serão desenvolvidos ao longo da
história.
- Clímax: é o momento culminante da história, ou seja, aquele de maior tensão, no
qual o conflito atinge seu ponto máximo.
- Desfecho ou situação final: é a solução do conflito, que pode ser surpreendente,
trágico, cômico, feliz, intrigante etc. É o momento em que o conflito se resolve e
corresponde ao final da história.
•Número reduzido de personagens;
•Tempo e espaço fortemente delimitados;
•Pode apresentar narrador-observador ou narrador-personagem;
•Linguagem geralmente de acordo com o padrão culto, formal ou informal, da língua.
Após a apresentação das características do conto, ler e analisar o conto
Pamonha de Anton Tchekhov, que se encontra no endereço:
http://www.lumiarte.com/luardeoutono/tchekhov.html
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
1- Ao ler somente o título do texto, o que você
achou que encontraria nessa história? Após a
leitura, você considera que o título está
adequado ao texto? Explique.
2- Quais os personagens principais dessa
história? Cite algumas características de cada
um deles.
DADOS SOBRE O AUTOR
Anton Tchekhov (1860-1904) - Um
dos mais famosos novelistas e
dramaturgos russos. Foi considerado
um dos mestres do conto moderno.
Além de escritor, era também médico.
Em suas duas profissões, sempre
denunciou a injustiça sofrida pelo
povo russo e buscou soluções para
os problemas sociais de seu país.
Além de contos, ele escreveu peças
teatrais que são encenadas até hoje
com muito sucesso no mundo todo.
3- Onde ocorre esta história? E em que época transcorre?
4- O conto pode ter tanto narrador em terceira pessoa quanto narrador -personagem.
Que tipo de narrador o conto “Pamonha” apresenta? Justifique sua resposta.
5- Através da descrição das reações físicas, o narrador sugere as emoções da
governanta. Transcreva algumas dessas reações e explique os sentimentos que elas
expressam.
6- Leia e analise:
Complicação: é a parte do enredo em que é desenvolvido o conflito. Quando
surgem as complicações.
Clímax: é o momento de maior tensão, no qual o conflito atinge seu ponto máximo.
Sendo assim responda:
a) Qual é o conflito do conto “Pamonha”?
b) Quando o conflito atingiu seu clímax?
7- No decorrer do conto, vimos que o patrão tentava explorar a governanta, fazendo
descontos em seu salário. Mas no final percebe-se que a verdadeira intenção do
patrão é ensinar-lhe uma “lição cruel”. Que lição é essa?
8- Por que, em sua opinião, a governanta “chegou a não receber nada em outras
residências que trabalhara anteriormente”?
9- Você acha que esse tipo de acontecimento é possível nos dias de hoje?
Justifique.
b)Trabalhando o conto na música
Levar para a sala um rádio e um CD com a música: “Prato do dia”, da dupla
Teodoro e Sampaio com o cantor Daniel.
Propor que os alunos ouçam a música
e observem a letra.
Perguntar aos alunos por que podemos
dizer que esta música é um conto. Em
seguida fazer as questões referentes à mesma:
Professor, a música “Prato do dia”,
você encontra no endereço:
http://letras.kboing.com.br/teodoro-e-
sampaio/prato-do-dia/
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
1-Esta música, podemos dizer que é um conto, pois traz todos os elementos básicos
de uma narrativa e como tal, apresenta personagens e enredo. Esses fatos
acontecem num determinado lugar (espaço) e num determinado tempo.
a) Quais os personagens que aparecem nessa história?
b) Resuma em poucas linhas o enredo dessa história.
c) Onde aconteceu esse fato?
d) Na história não diz claramente quando esse fato se deu, mas pelos
acontecimentos você acha possível situá-lo num tempo?Por quê?
2- O conto em geral apresenta uma situação inicial, um conflito, o clímax e o
desfecho. Separe por estrofes essa estrutura na música “Prato do dia”.
3- Qual o tema principal tratado nessa música?
4- Você acha que o pai da garçonete agiu corretamente?Explique.
5- Em sua opinião, o viajante aprendeu a lição?
6- Alguém já desrespeitou ou ofendeu você, ou alguém que você conheça de
alguma maneira? Conte como foi.
Depois da análise da música, o professor pode propor que os alunos em
grupo, pesquisem e apresentem para a turma, músicas que tenham contos, isto é,
músicas que apresentem o clímax da narrativa.
c) Produção de conto a partir de resumo
1- Resumo do conto “O homem nu”, de Fernando Sabino.
Sem dinheiro em casa para pagar a prestação da televisão ao cobrador, o
homem combina com a sua mulher fingirem que não há ninguém no
apartamento. Naquela manhã, o homem, já completamente despido para o
banho, resolve pegar o pão no corredor do apartamento. A porta bate. Ele toca
a campainha. A mulher não atende, pensa que é o cobrador. O homem ouve o
barulho do elevador subindo. Ouve passos na escada. Entra no elevador. O
elevador começa a descer... A vizinha abre a porta e grita. Confusão geral. A
mulher abre a porta.
2- Após a leitura do resumo os alunos escreverão um texto narrando o
acontecimento, levando em conta a estrutura da narrativa:
3- Depois de pronto os alunos localizarão os aspectos da estrutura do texto e lerão
para a turma.
4- Em seguida o professor entregará uma
cópia com o texto original, para que eles
façam as devidas comparações.
A- O narrador apresenta os fatos
iniciais, os personagens, o tempo e o
espaço. Tudo num clima de
tranquilidade.
B- Um acontecimento dá
início ao conflito da história.
C- Há um momento em que a tensão
chega ao clímax.
D- ao final, a tensão diminui ou
cessa.
Professor, o conto “O homem nu”
encontra-se no endereço:
http://www.releituras.com/fsabino_
homemnu.asp
MÓDULO – III
a) Leitura e análise de contos diversos
O professor apresenta para os alunos contos referente aos temas que
deseja trabalhar: relacionamento familiar, amor, problemas sociais, ética, valores,
família e outros. Em todos os textos, primeiramente explora-se os conhecimentos
prévios, estimulando-os a tecer comentários e criar hipóteses.
Durante as leituras e depois delas, o professor comenta os textos e
problematiza os aspectos que considera relevantes para a compreensão mais
aprofundada de cada texto, solicitando sempre a efetiva participação dos alunos e
levando-os a descobrir o que torna um conto diferente de outros gêneros textuais.
Apresentar informações sobre o autor – quem é, quando viveu, tema que
aborda em suas obras, época em que o texto foi produzido e algumas características
de sua escrita.
1- O PERU DE NATAL ( Mário de Andrade)
Primeiramente apresenta-se o título do conto “O Peru de Natal” do escritor
Mário de Andrade, para explorar os conhecimentos prévios dos alunos. O título
fornece pistas importantes que os auxiliarão na compreensão do significado dos
textos.
Leitura do conto com paradas estratégicas para incentivar o envolvimento dos
alunos com o texto, dada a sua complexidade e extensão. Questões sobre o que
entenderam e o que poderá acontecer a seguir fazem com que os alunos usem a
imaginação ou baseiem-se no próprio texto para levantar todas as hipóteses
possíveis.
Leitura do trecho do início do texto:
O conto O Peru de Natal é encontrado
no endereço:
http://www.releituras.com/marioandrade_
natal.asp
O nosso primeiro Natal de família, depois da morte de meu pai acontecida cinco
meses antes foi de consequências decisivas para a felicidade familiar. Nós sempre fôramos
familiarmente felizes, nesse sentido muito abstrato da felicidade: gente honesta, sem crimes,
lar sem brigas internas nem graves dificuldades econômicas. Mas, devido principalmente à
natureza cinzenta de meu pai, ser desprovido de qualquer lirismo, de uma exemplaridade
incapaz, acolchoado no medíocre, sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida,
aquele gosto pelas felicidades materiais, um vinho bom, uma estação de águas, aquisição
de geladeira, coisas assim. Meu pai fora de um bom errado, quase dramático, o puro-
sangue dos desmancha-prazeres.
Morreu meu pai, sentimos muito, etc. Quando chegamos nas proximidades do
Natal, eu já estava que não podia mais pra afastar aquela memória obstruente do morto,
que parecia ter sistematizado pra sempre a obrigação de uma lembrança dolorosa em cada
almoço, em cada gesto mínimo da família. Uma vez que eu sugerira à mamãe a ideia dela ir
ver uma fita no cinema, o que resultou foram lágrimas. Onde se viu ir ao cinema, de luto
pesado! A dor já estava sendo cultivada pelas aparências, e eu, que sempre gostara apenas
regularmente de meu pai, mais por instinto de filho que por espontaneidade de amor, me via
a ponto de aborrecer o bom do morto.
Foi decerto por isto que me nasceu, esta sim, espontaneamente, a ideia de fazer
uma das minhas chamadas "loucuras". Essa fora, aliás, e desde muito cedo, a minha
esplêndida conquista contra o ambiente familiar. Desde cedinho, desde os tempos de
ginásio, em que arranjava regularmente uma reprovação todos os anos; desde o beijo às
escondidas, numa prima, aos dez anos, descoberto por Tia Velha, uma detestável de tia; e
principalmente desde as lições que dei ou recebi, não sei, de uma criada de parentes: eu
consegui no reformatório do lar e na vasta parentagem, a fama conciliatória de "louco". "É
doido, coitado!" falavam. Meus pais falavam com certa tristeza condescendente, o resto da
parentagem buscando exemplo para os filhos e provavelmente com aquele prazer dos que
se convencem de alguma superioridade. Não tinham doidos entre os filhos. Pois foi o que
me salvou, essa fama. Fiz tudo o que a vida me apresentou e o meu ser exigia para se
realizar com integridade. E me deixaram fazer tudo, porque eu era doido, coitado. Resultou
disso uma existência sem complexos, de que não posso me queixar um nada.
Era costume sempre, na família, a ceia de Natal. Ceia reles, já se imagina: ceia tipo
meu pai, castanhas, figos, passas, depois da Missa do Galo. Empanturrados de amêndoas e
nozes (quanto discutimos os três manos por causa dos quebra-nozes...), empanturrados de
castanhas e monotonias, a gente se abraçava e ia pra cama. Foi lembrando isso que
arrebentei com uma das minhas "loucuras":...
Nesse momento dar uma pausa na leitura e fazer as seguintes questões para
serem respondidas oralmente:
1- Pelo que você leu até agora, você acha que é possível saber por que o
primeiro Natal em família, depois da morte do pai, “foi de consequências decisivas
para a felicidade familiar”?
2- Por que o narrador tinha fama de “louco”? Pelas atitudes dele, você
também o consideraria um louco?
3- Que “loucura” você imagina que o narrador vá cometer?
4- Baseando-se nesse trecho lido até agora, você imagina qual será o conflito
desse conto?
Depois que os alunos levantarem todas as hipóteses possíveis, continuar a
leitura do conto e no final para melhor compreensão, apresentar algumas questões
para análise. Isso poderá ser feito em grupo, para depois discutir as conclusões de
cada grupo.
1- Quais são os personagens que fazem
parte dessa história?
2- O narrador desse conto é narrador-
personagem ou narrador-observador?
Comprove sua resposta copiando um
trecho do texto.
3- O que realmente aconteceu no primeiro Natal em família, depois da morte do pai
do narrador que foi tão decisivo para a felicidade familiar?
4- “Nós sempre fôramos familiarmente felizes, nesse sentido muito abstrato da
felicidade”.
Explique essa frase do narrador-personagem.
5- No decorrer do texto você consegue perceber como era o relacionamento do pai
com a família. Como era esse relacionamento?
DADOS SOBRE O AUTOR
Mário de Andrade (1893-1945) nasceu
em São Paulo e foi um grande escritor
modernista. Teve participação decisiva
para a implantação da literatura
modernista no Brasil, cujo marco
histórico foi a Semana da Arte Moderna,
realizada em São Paulo em 1922. Entre
suas principais obras, está “Amar, Verbo
intransitivo, Macunaíma, o herói sem
nenhum caráter e contos novos”, entre
outras.
6- Qual foi o motivo que levou o narrador a querer um peru de Natal só para sua
família, sem convidados ou sem outros parentes?
7- No trecho final do conto o narrador diz “Pra poder sair, menti, falei que ia a uma
festa de amigo, beijei mamãe e pisquei pra ela, modo de contar onde é que ia e
fazê-la sofrer seu bocado”. Por que você acha que o narrador fez isso, mesmo
sabendo que sua mãe iria sofrer?
8- O conto “Peru de Natal” apresenta uma família que vive de aparências,
demonstrando a grande hipocrisia que predomina durante as reuniões familiares.
A obra nos revela uma crítica à ideia que as pessoas têm em relação ao Natal. Qual
é essa crítica?
9- Para você qual é o verdadeiro significado do Natal?
Esse texto tem como tema o relacionamento
familiar, ouçam agora a música chamada
Utopia, cujo cantor e compositor é o Padre
Zezinho. Estabeleçam relações entre ela e o
texto O peru de Natal, respondendo as
seguintes perguntas:
1- Tanto o texto “O peru de Natal”, de Mário de Andrade, quanto a música “Utopia”
do Padre Zezinho, descreve alguns aspectos das relações familiares. No entanto
existem algumas diferenças fundamentais.
a) Qual a classe social das famílias? Copiem trechos dos dois textos que
comprovem sua resposta.
b) Qual a diferença entre o relacionamento familiar das duas famílias?
2- Qual o tempo de duração dos fatos relatados na música?
3- A música fala de um problema que hoje em dia afeta a maioria das famílias. Que
problema é esse?
4- O título da música significa “sonho”. De que sonho fala a letra dessa música?
Professor, essa música e letra vocês
encontrarão no endereço:
http://letras.terra.com.br/padre
zezinho/254863/
5- Qual desses dois textos poderia descrever as pessoas de sua família ou as
relações entre elas? Descreva o comportamento de sua família.
2- NO RETIRO DA FIGUEIRA
(Moacir Scliar)
Para que os alunos reconheçam a
coerência e a coesão do texto e também
para a criação de hipóteses, o professor
distribui para cada equipe trechos do
conto em um papel sulfite. Só não distribui o trecho com o final da história.
Em seguida apresenta o conto para a classe no retroprojetor aos poucos,
trecho a trecho ou parágrafo por parágrafo realizando paradas estratégicas durante
a leitura, de modo que possibilite que os alunos façam previsões do que poderá
ocorrer naquele trecho.
Nas interrupções os alunos deverão dizer qual dos trechos entregues a eles,
complementa o texto. É importante que eles percebam que os elementos de
coerência e coesão, são os responsáveis pela sequência e sentido do texto e para
isso é importante as pistas dadas pelo professor. Nesse momento, ocorre o
processo de explicação de quais procedimentos foram utilizados pelos colegas para
a realização do real sentido do texto.
Como nenhum aluno tem o
final da história, pedir que
individualmente, criem um final,
refletindo sobre as pistas dadas pelo
autor no decorrer do texto.
O próximo passo será a
leitura do texto completo e
apresentação de algumas questões
para análise:
1- Qual foi a principal razão que
levou a família a se interessar pelo
Retiro da Figueira?
O conto “No retiro da figueira é encontrado
no livro: Contos Brasileiros Contemporâneos;
Organização de Julieta Godoy Ladeira ou no
endereço:
http://marcelareinhardt.nireblog.com/post/
2008/08/11/no-retiro-da-figueira-moacyr-scliar
DADOS DO AUTOR
Moacyr Scliar nasceu em Porto Alegre, em 23
de março de1937. Autor de mais de cinquenta
livros, em vários gêneros: conto, romance,
crônica, ficção juvenil, ensaio. Seu estilo leve
e irônico lhe garantiu um público bastante
amplo de leitores, e em 2003 foi eleito para a
Academia Brasileira de Letras, tendo recebido
antes uma grande quantidade de prêmios
literários.
Moacyr Scliar é hoje um dos escritores mais
representativos da literatura brasileira
contemporânea.
Os temas dominantes de sua obra são a
realidade da classe social média urbana do
Brasil, o judaísmo e a medicina (área de sua
formação). O autor já teve obras suas
traduzidas para doze idiomas e tem trabalhos
adaptados para cinema, tevê, teatro e rádio.
2- Por que somente algumas pessoas receberam o prospecto?
3- Por que o chefe dos guardas fez uma lista dos parentes e amigos dos moradores?
4- Em algumas passagens o narrador demonstra certa desconfiança em relação ao
condomínio. Qual era o motivo dessa desconfiança?
5- “A vida lá era realmente um encanto”. O que aconteceu que acabou com essa
tranquilidade?
6- Tanto os moradores do condomínio como os leitores do conto são iludidos e só
descobrem a verdade no final. Qual é essa verdade?
7- Entre o conto e a vida real, há semelhanças e/ou diferenças? Quais?
MÓDULO IV
a) Trabalhando com os contos diversos
1- No primeiro momento os alunos serão levados à biblioteca. Devido à diversidade
de livros de contos, é o ambiente mais adequado para essa etapa do trabalho. Lá,
eles lerão contos de diversas épocas, autores (brasileiros ou estrangeiros) e temas
diversificados.
2- Como próximo passo, a classe será dividida em grupos e decidirá qual será o
conto escolhido para a análise.
3- Em seguida, cada grupo deverá analisar o conto escolhido e determinar as
temáticas existentes em cada um, incluindo os aspectos que mais chamaram a
atenção, como a linguagem, atualidade do tema, etc.
4- Deverão também ser analisados os elementos estruturais da narrativa: (conflito e
clímax; espaço; tempo; caracterização das personagens; tipo de narrador).
5- Apresentar em forma de seminário, pois é uma boa oportunidade para que os
alunos desenvolvam a oralidade e tenham mais facilidade para falar em público.
MÓDULO V
Produzindo contos
1- Numa outra etapa, os alunos em dupla produzirão seus próprios contos. Pedir para
que, usando como base os contos apresentados, escolham um assunto e soltem a
imaginação para produzir o conto.
2- Depois de escrever a primeira versão do texto, antes de entregá-lo ao professor,
pedir que releiam e analisem sua produção, revisando-a e reestruturando-a.
3- Como próximo passo pedir que troquem seu texto com um colega para que ele leia
e discuta a sua produção.
4- Depois de revisado e reescrito, deverá ser entregue uma cópia da versão final do
conto para o professor, e este será exposto no mural da escola.
5- Serão escolhidos os melhores contos para organização de uma coletânea, como
um livro, incluindo ilustrações e capa.
REFERÊNCIAS
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REIS, Luzia de Maria R. O que é conto. São Paulo. Ed. Brasiliense, 1984.
FICHA TÉCNICA DO FILME
Nome do Filme: A Nova Cinderela
Título original: A Cinderella Story
Elenco: Hilary Duff, Jennifer Coolidge, Chad Michael Murray, Dan Byrd, Regina King,
Julie Gonzalo, Lin Shaye
Direção: Mark Rosman
Gênero: Comédia Romântica
Tempo de Duração: 96 min
Ano de Lançamento (EUA): 2004
Distribuição: Warner Bros.
Roteiro: Leigh Dunlap
Música: Christophe Beck