Post on 20-Jul-2015
Desenvolvimento Artístico
Artes Visuais
Professora: Ms. Anaí Haeser
O DESENVOLVIMENTO DO DESENHO
SEGUNDO ARNHEIM
Seria o desenvolvimento artístico
universal?
• Dificuldades no estabelecimento de padrões para todo o
desenvolvimento:
o Diferenças culturais
Visível principalmente nas manifestações artísticas adultas
• Elementos que permitem uma padronização:
o Semelhanças no desenvolvimento inicial do desenho e da
representação simbólica, para diferentes culturas e tempos
históricos
Porque as crianças desenham assim?
• “O desenho inicial das crianças não mostra nem a prevista conformidade com a aparência real, nem as projeções espaciais esperadas.” (Arnheim, ver ano, p.154)
o Há diversas explicações para a diferença entre a representação imagética das crianças em relação ao ‘real’
• Importância de diferenciar a representação simbólica dos “objetos em si”
Ce ci n’est pas un pipeMagritte
Teoria Intelectualista sobre o desenvolvimento do
desenho infantil
• PRESSUPOSTO: Se as crianças não representam, pelo desenho,
aquilo que estão vendo, então há uma outra atividade mental
subjacente a essa ação a ser desvendada.
• EXPLICAÇÃO: O desenho das crianças, nas fases iniciais, resulta de
uma fonte não visual, de uma abstração (algo não relacionado à
percepção).
• PROBLEMA DESSA PERSPECTIVA: O desenho infantil se fundamenta
em conceitos visuais, que são construídos a partir da percepção
sensorial.
o Ex: desenho da mão
As crianças desenham o que vêem?!
• Primeiras representações = generalizações (generalidades no texto,
p.158)
• As crianças vêem mais do que aquilo que conseguem representar
• As formas que a criança consegue imprimir em um papel por meio
do desenho resultam de muito trabalho de experimentação.
O desenvolvimento de conceitos
representativos
• A diferença entre reconhecer e representar
• Desenvolvimento do simples para o complexo
o Schemata – o problema desse termo
o O desenho como movimento
(continuação)
o O círculo primordial
Configuração topológica x geométrica (Piaget e Inhelder)
Transformação perceptiva: reconhecer que figuras
desenhadas no papel representam algo
“Hans Jonas descreveu a feitura da imagem como o
atributo mais decisivo e único do homem” (p.166)
Primeiro há a capacidade de elaborar a forma, depois o
reconhecimento da possibilidade de representar objetos
por meio dela.
Círculo como qualidade geral do objetos.
Representações por meio de formas
circulares
Enriquecimento do círculo primordial
• Combinação de círculos e formas
concêntricas
• Padrões de irradiação solar
As linhas retas
• Dificuldades para as crianças
• Existência apenas “no cérebro humano”
• Representação de formas alongadas
• Relação com a compreensão do espaço horizontal e vertical, de
direção e sentido
Obliquidade
• Enriquecimento das estruturas verticais-horizontais
• Noção de vertical
• Relação com a ideia de movimento
Fusão das partes
Tamanho
Do Unidimensional para o
Bidimensional
ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO DO
DESENHO PARA OUTROS AUTORES
Para Luquet
1- Realismo fortuito: começa por volta dos 2 anos e põe fim ao período
chamado rabisco. A criança que começou por traçar signos sem
desejo de representação descobre por acaso uma analogia com um
objeto e passa a nomear seu desenho.
Para Luquet
2- Realismo fracassado: Geralmente entre 3 e 4 anos tendo descoberto
a identidade forma-objeto, a criança procura reproduzir esta forma.
Para Luquet
3- Realismo intelectual: estendendo-se dos 4 aos 10-12 anos,
caracteriza-se pelo fato que a criança desenha do objeto não aquilo
que vê, mas aquilo que sabe. Nesta fase ela mistura diversos pontos
de vista ( perspectivas ).
Para Luquet
4- Realismo visual: É geralmente por volta dos 12 anos, marcado pela
descoberta da perspectiva e a submissa às suas leis, daí um
empobrecimento, um enxugamento progressivo do grafismo que
tende a se juntar as produções adultas.
Para Piaget
1 – Garatuja
2 – Pré-esquematismo
3 – Esquematismo
4 – Realismo
Para Piaget
1 - Garatuja: Faz parte da fase sensório motora ( 0 a 2 anos) e parte da fase pré-operacional (2 a 7 anos).
A criança demonstra extremo prazer nesta fase. A figura humana é inexistente ou pode aparecer da maneira imaginária.
A cor tem um papel secundário, aparecendo o interesse pelo contraste, mas não há intenção consciente.
Aqui a expressão é o jogo simbólico: "eu represento sozinho". O símbolo já existe. Identificada: mudança de movimentos; formas irreconhecíveis com significado; atribui nomes, conta histórias. A figura humana pode aparecer de maneira imaginária, aparecem sóis, radiais e mandalas. A expressão também é o jogo simbólico.
Para Piaget
1 – Garatuja (continuação)
Pode ser dividida em:
• Desordenada: movimentos amplos e desordenados. Com relação a expressão, vemos a imitação "eu imito, porém não represento". Ainda é um exercício.
• Ordenada: movimentos longitudinais e circulares; coordenação viso-motora. A figura humana pode aparecer de maneira imaginária, pois aqui existe a exploração do traçado; interesse pelas formas (Diagrama).
Para Piaget
2 - Pré- Esquematismo: Dentro da fase pré-operatória, aparece a
descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade.
Quanto ao espaço, os desenhos são dispersos inicialmente, não
relaciona entre si. Então aparecem as primeiras relações espaciais,
surgindo devido à vínculos emocionais. A figura humana, torna-se
uma procura de um conceito que depende do seu conhecimento
ativo, inicia a mudança de símbolos. Quanto a utilização das cores,
pode usar, mas não há relação ainda com a realidade, dependerá do
interesse emocional. Dentro da expressão, o jogo simbólico aparece
como: "nós representamos juntos".
Para Piaget
3 - Esquematismo: Faz parte da fase das operações concretas (7 a 10
anos).Esquemas representativos, afirmação de si mediante
repetição flexível do esquema; experiências novas são expressas
pelo desvio do esquema. Quanto ao espaço, é o primeiro conceito
definido de espaço: linha de base. Já tem um conceito definido
quanto a figura humana, porém aparecem desvios do esquema
como: exagero, negligência, omissão ou mudança de símbolo. Aqui
existe a descoberta das relações quanto a cor; cor-objeto, podendo
haver um desvio do esquema de cor expressa por experiência
emocional. Aparece na expressão o jogo simbólico coletivo ou jogo
dramático e a regra.
Para Piaget
4 - Realismo: Também faz parte da fase das operações concretas, mas
já no final desta fase. Existe uma consciência maior do sexo e
autocrítica pronunciada. No espaço é descoberto o plano e a
superposição. Abandona a linha de base. Na figura humana aparece
o abandono das linhas. As formas geométricas aparecem. Maior
rigidez e formalismo. Acentuação das roupas diferenciando os
sexos. Aqui acontece o abandono do esquema de cor, a acentuação
será de enfoque emocional. Tanto no Esquematismo como no
Realismo, o jogo simbólico é coletivo, jogo dramático e regras
existiram.
Para Piaget
5 - Pseudo Naturalismo: Estamos na fase das operações abstratas (10 anos em diante)É o fim da arte como atividade expontânea. Inicia a investigação de sua própria personalidade. Aparece aqui dois tipos de tendência: visual (realismo, objetividade); háptico ( expressão subjetividade) No espaço já apresenta a profundidade ou a preocupação com experiências emocionais (espaço subjetivo). Na figura humana as características sexuais são exageradas, presença das articulações e proporções. A consciência visual (realismo) ou acentuação da expressão, também fazem parte deste período. Uma maior conscientização no uso da cor, podendo ser objetiva ou subjetiva. A expressão aparece como: "eu represento e você vê" Aqui estão presentes o exercício, símbolo e a regra.
Para Marthe Berson
1 - Estágio vegetativo motor: por volta dos 18 meses, o traçado e mais ou
menos arredondado, conexo ou alongado e o lápis não sai da folha
formando turbilhões.
2 - Estágio representativo: entre dois e 3 anos, caracteriza-se pelo
aparecimento de formas isoladas, a criança passa do traço continuo para o
traço descontinuo, pode haver comentário verbal do desenho.
3 - Estágio comunicativo: começa entre 3 e 4 anos, se traduz por uma vontade
de escrever e de comunicar-se com outros. Traçado em forma de dentes de
serra, que procura reproduzir a escrita dos adultos.