DIAGNÓSTICO DA DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS II€¦ · gemidos e lágrimas é rapidamente esquecido,...

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DIAGNÓSTICO DA DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS

1

Histórico da Concepção Psicossomática

• Duas correntes complementares

• Em oposição

• Desde o início da História da Medicina

Parte Clínica

Concepção da Doença

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1- Antiguidade Grega- Hipócrates e a Escola de COS

• Objeto: O homem doente em sua totalidade.

• Concepção: sintética e dinâmica que prefigura o enfoque psicossomático.

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2- Galeno e a Escola de Cnide

• Baseia-se na noção de Doença (à qual é conferida uma existência autônoma).

• Concepção: Positivista e Mecanicista.

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Termo psico- somático

• 1818- HEINROTH- Psicossomático-

• Psicanálise- Retoma a concepção monista (holista) do homem.

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Escola de Chicago -Perfis Específicos de Personalidade-

• ALEXANDER

• DEUTSCH

• DUNBAR entre outros

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Escola de Paris

• MARTY

• M `UZAN

• DAVID

• FAIN

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Escola Psicossomática de Paris - “Economia Psicossomática”-

Visa definir um tipo mais geral de

organização psíquica que favoreceria a

somatização dos afetos.

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Para a Escola de Paris A Doença resulta da conjunção de:

• “ uma falha na organização do

indivíduo,

• de uma ataque desorganizador externo ou interno e

• de um poder maior ou menor de reorganização” .

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1as Doenças rotuladas como Psicossomáticas

(Doenças Clássicas ou Maiores)

• Úlcera

• Asma Brônquica

• Hipertensão Arterial

• Enxaqueca

• Artrite Reumatóide

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IREES (1976)

• Ampliação.

• Relação extensa que descreve os

“distúrbios psicossomáticos mais comuns”.

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Distúrbios Respiratórios:

• Asma

• Renite

• Febre do Feno

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Distúrbios do Aparelho Digestivo

• Úlcera

• Doenças do Cólon

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Doenças das Articulações e Musculares

• Artrite Reumatóide

• “ Fibrosite”

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Doenças Cardiovasculares

• Hipertensão arterial “essencial”.

• “Doenças das artérias coronárias”:

Angina

Infarto

• Acidentes Vasculares Cerebrais.

• Enxaquecas.

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Doenças do Aparelho Reprodutor Feminino

• Ausência de menstruação (amenorréia) ou menstruação escassa;

• Cólicas menstruais;

• Tensão Pré-Menstrual (TPM);

• Perturbações da Menopausa.

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Doenças da Pele

• Praticamente todas.

• Pisoríase

• Pitiríase

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Trabalhos Epidemiológicos Achados:

• HIPERTENSÃO:

- Rara entre os chineses de Taiwan;

- Alta incidência entre estudantes chineses que moram nos EUA;

• CORONARIOPATIAS:

- Raras nos Japão.

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ÚLCERAS PÉPTICAS:

- Freqüentes no sul da Índia

AFECÇÕES DIGESTIVAS:

- Freqüentes no sul da Itália

- Menor nos países escandinavos

ENXAQUECA:

- Freqüente nos países escandinavos

- Menor no sul da Itália

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FRANZ ALEXANDER - Escola de Chicago -

• Não renuncia a uma explicação

neurofisiológica da gênese das disfunções viscerais.

• Alexander e seus seguidores tentam paralelamente: estabelecer os perfis de personalidade específica de tal ou qual afecção, fazendo referência „a teoria psicanalítica.

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Alexander:

• Se as duas tendências básicas dos animais e humanos (agressão/luta e fuga) são por alguma razão bloqueadas, o resultado será um desequilíbrio do sistema neurovegetativo.

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Alexander

“Os indivíduos que vivem em permanente estado de tensão, rivalidade e competição, na maioria das vezes, bloqueiam a expressão física deste estados”.

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Há 100 anos- MAUDESLEY:

• “ Se a emoção não se libera, vai agarrar-se aos órgãos, perturbando seu funcionamento. O desgosto que se pode exprimir por meio de gemidos e lágrimas é rapidamente esquecido, enquanto que, o sofrimento mudo, que remói incessantemente o coração, termina por abatê-lo“.

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A ALEXITIMIA- SIFNEOS

• “ Detecta-se no discurso do paciente uma carência de meios de expressão das emoções” .

• “ Postula por um substrato neurofisiológico e pela dificuldade de exprimir a vivência emocional pelo registro verbal”.

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ALEXITIMIA

• Incapacidade ou dificuldade de se expressar emocionalmente, reagir, sentir e externar afetos.

• Incapacidade para fantasiar

• É difícil, às vezes impossível abstrair

• Mundo da fantasia é pobre

• “ Pensamento operatório “ – ocasiona baixa capacidade para perceber afetos e emoções. Fica mais no concreto.

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ALEXITIMIA

• Afeto necessita de vazão

• Se a expressão verbal ou corporal está bloqueada:

• Descarga nos órgãos internos

• Pela incapacidade de comunicar com palavras pessoa fala com a linguagem dos órgãos.

• Adoecimento de determinado(s)

órgão (s).

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Alexander:

• A repetição dos bloqueios ou sua cronificação:

Desequilíbrio neurovegetativo (ou distonia)

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Leva ou predispõe à ocorrência de doenças:

• Hipertensão arterial

• Enxaqueca

• Hiper tireoidismo

• Artrite

• Diabetes

• Doenças Cardiovasculares

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Alexander

• 2 Categorias de Doentes:

• Todos divididos entre Tendências: Ativas e Passivas

• Ativos: Independentes, hiperativos, combativos.

• Passivos: Desejo de Dependência mais manifesto e Busca Afetiva mais explícita.

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Exemplos:

• Ativos - Hipertensão Arterial Essencial - Hipertireoidismo

• Passivos - Úlcera Gastroduodenal

- Asma

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PERFIS DE PERSONALIDADE

• Dos Hipertensos;

• Dos Ulcerosos;

• Dos portadores das doenças asmáticas;

• Dos portadores das doenças alérgicas.

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Perfis de Personalidade

• HIPERTENSOS (Saul, Dunbar e Alexander)

Duas tendências contraditórias:

• Passividade e Dependência X

• Domínio e Autonomia

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ROSENMAN e FRIEDMAN:

• Personalidade Tipo A

• Personalidade Tipo B

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PADRÃO TIPO A DE PERSONALIDADE

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TIPO A

Fator de risco 7 vezes maior para cardiopatias que Padrão de Personalidade do Tipo B.

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Características do Tipo A

• Preocupação com o Ter, não com o Ser

• Aparência Imponente

• Competitivo

• Não aceita concorrência

• Os fracassos o adoecem

• Reage com sensibilidade

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• Tendência à hiperatividade

• Tendência ao perfeccionismo

• Controle rígido sobre os outros e sobre si mesmo

• Tendência a levar muito a sério o que faz

• É um mal perdedor

• Pleno de Trabalho

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• Falta de Tempo

• Dificuldade em lidar com a própria ansiedade

• Hostilidade interior (nem sempre manifesta)- componente nocivo

• Ódio, irritação, aborrecimento, impaciência

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• 1o o trabalho.

• Luta crônica e incessante + em menor tempo.

• Perfil do líderes, empreendedores.

• Condenado ao êxito Condenado ao sofrimento

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Características da fala do Tipo A

• 1- Primeiras palavras acentuadas, mais no início da conversa. Em seguida, certas palavras são pronunciadas de modo explosivo;

• 2- As últimas palavras da sentença são pronunciadas com muita rapidez;

• 3- As palavras são repetidas com demasiada ênfase;

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• 4- Uso freqüente de interrupções enquanto o escutam : “ Hum”,

“ Ah”, etc..;

• 5- Discutem quando interrompidos

• 6- Silêncio (pausa lenta) entre o fim da questão e a resposta;

• 7- Aumento do volume da voz;

• 8- Velocidade ao Falar.

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Características do TIPO B-

• Tranqüilas

• Lentas

• Não se comprometem em geral com prazos

• Evitam assumir encargos extras

• Não assumem múltiplas tarefas simultaneamente

• Livram-se da premência do tempo e da guerra contra o relógio.

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Personalidade dos Ulcerosos

• Maior parte = cardiopatas

• Diferencia-se: “ tendências orais frustradas”

• Desejo intenso de dependência e de proteção

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PARTICULARIDADE SEMIOLÓGICA da ÚLCERA:

• A- paciente exprime queixa ao círculo familiar ou ao médico

• B- com relação ao psicoterapeuta: Dependência e em expectativa

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4 TIPOS DE PERSONALIDADE DO ULCEROSO (M´UZAN)

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TIPO I- “ HIPERATIVO- COMPETITIVO”

• Rejeita suas tendências passivas e dependência.

• Afirma suas tendências ativas.

• “ Vencedor”- “ Mandão” – “ Líder “-

“Chefe”.

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TIPO II- “ O COMPENSADO”

• Ativo profissionalmente.

• Passivo em casa ou vice- versa

• Evolução mais favorável.

• Raramente cirurgia.

• Boa adaptação Social.

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TIPO III- “ O ALTERNANTE”

• Posição intermediária entre II e IV.

• Socialmente instável

• Alterna as duas tendências

• Sucessivamente passivo e ativo

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TIPO IV- “ O DEPENDENTE”

• Socialmente inadaptado

• Exibe exageradamente suas tendências passivas

• Freqüentemente precisa de cirurgia

• Tipo de pior evolução

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EM COMUM:

• Carência de afetos

• Dificuldade de expressão de sua carência

• Agressividade

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PERSONALIDADE DO ASMÁTICO

• ASMA- multifatorial

• Gênese: A- Predisposição genética (menor) » Edfurs-Lubs- pesquisam 7000 gêmeos homozigóticos

» Somente 18% eram asmáticos

B- Sensibilização alérgica

C- Perfil psicológico

D- Fator ou episódio desencadeante

E- Natureza da relação mãe-filho (MÃE- ÁCARA)

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HAYNAL- (1989)

• “ Vitimização Mútua”:

“ Há famílias vítimas de asmáticos e asmáticos vítimas de suas famílias”.

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Mais comum na infância:

• Superproteção materna

• Excessivo controle

• Submissão filial não aceita

• Traduz-se em asma

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Na Vida Adulta:

• Pode reaparecer:

• Frente a situações com dilema de abandono.

• Situações que reeditam dependência, sobretudo materna.

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Aspectos de Sugestão (positivo e negativo)

• Se acesso é desencadeado por poeira:

• TV

• Faroeste

• Cavalo levantando poeira

• Ataque de asma

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Ex:-

Pessoa alérgica a pólen de flores:

• Se 1a crise foi desencadeada por flores em uma sala

• Depois:

• Flores artificiais

• Podem desencadear

• Ataque de Asma

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ALEXANDER

• Asmáticos Indivíduos ambiciosos. Racionais, hipersensíveis, “ ser protegido”, “ ser aconchegado” – por personagem maternal.

• Frustração desdobramento depressivo ou atitudes com agressividade manifesta.

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Psicossomática na Criança

• Deduções sobre a Gênese de alguns traços das personalidade psicossomáticas do adulto

• Infância- “ Idade do Ouro da Psicossomática” (Mazet e Houzel)

• Corpo: utilizado para exprimir afetos.

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Distinção entre psicossomático X conversivo e histérico:

• Quanto mais se retroage mais fica difícil esta distinção.

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Distúrbios Funcionais:

• 1o SEMESTRE- cólicas idiopáticas

• SEGUNDO TRIMESTRE- “anorexia nervosa”

• SEGUNDO SEMESTRE:

MERICISMO- vômito “ regurgitação provocada do alimento, que é novamente deglutida” (só quando a criança está só)

• Associado com comportamentos auto-eróticos (chupar dedos, balançar a cabeça, entre outros).

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Segundo Ano:

• Vômitos Psicogênicos

• Espasmo do Soluço

Afecções psicossomáticas:

1- Eczema (multifatorial)

2- Asma brônquica

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Conceito de Medicina Psicossomática

• Recente.

• Organizando-se há cerca de 50 anos.

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Estudos evoluem para:

• A pessoa como ser histórico

• Sistema único constituído por 3 subsistemas:

“Corpo, Mente e Social”

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Medicina Psicossomática

• Não mais um ramo da Psiquiatria

Mas:

Uma atitude em Medicina:

• O ser humano (na saúde e na doença) como “ ser biopsicossocial”

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GÖETHE:

“ Em todo ser vivo, aquilo que designamos como partes constituintes, forma um todo inseparável que só pode ser estudado em conjunto, pois a parte não permite reconhecer o todo, nem o conjunto de ser reconhecido nas partes” .

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GÖETHE

• “ Há síntese maior que o ser vivo? “

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Na frase de GÖETHE:

• A essência da noção na qual se apóia a Medicina Psicossomática:

• “A UNIDADE INDIVISÍVEL DO SER HUMANO”.

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FIM

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