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DidáticaDidática
Antonio Marcos Pozes de LimaAntonio Marcos Pozes de LimaGraduando do Curso de Pedagogia da UerjGraduando do Curso de Pedagogia da Uerj
Rio de Rio de JaneiroJaneiro20112011
O que é a Didática?São técnicas de ensino? São as metodologias?A Didática costumeiramente foi conhecida como a “disciplina que ensina a ensinar”.
Porém, não existe uma técnica pronta e acaba para ensinar alguém.
E além do mais, o aprendizado muitas vezes se dá fora da escola, sem nenhuma interferência do professor... como dar conta disso?
Técnicas, metodologias de ensino... sim, a Didática é tudo isso.
Porém, hoje ela é reconhecida como o campo de estudos que tem como objeto os processos de ensino-aprendizagem.
Fonte: Blog Cinema & História
Fonte:Fórum Momento da Pesca
Como todo campo de conhecimento, a didática tem uma história, que pode ser conhecida ao visitarmos as diferentes tendências pedagógicas que foram desenvolvidas e aplicadas em tempos e espaços diferentes.
Fonte:Blog AFBEPA Fonte: Café História
Pedagogia TradicionalO papel do professor era o de educar a moral e o espírito. Punições e castigos também eram previstos.
O aluno era tido como detentor de uma essência universal imutável.
Fonte: Apuntes yTips de Pedagogía Educativa
A repetição, as disputas e o estudo privado são as principais metodologias desta tendência.Trabalhava com uma forma de pensamento dogmático.
No Brasil, temos como arquétipos dos educadores desta tendência o Jesuíta, no período de colonização, e o Mestre-escola, no período do Império.
Fonte: Educação Jesuítica no Brasil Ilustração: Renato Alarcão
A Escola Nova foi uma tendência que despertou no Brasil entre os anos 30 e 60.Teve como principal expoente Anísio Teixeira, inspirado pelas ideias do americano John Dewey.
Anísio TeixeiraDewey
Pedagogia Escolanovista
Fonte: Senac São Paulo Anos 50
Diversos outros intelectuais foram adeptos desta tendência.O chamado Iluminismo tardio chega ao Brasil durante a crise mundial do capitalismo.
O Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova defendia a universalização da Escola Pública, gratuita e laica.
A figura do professor era vista como a de um técnico.
A ênfase da tendência era no método de ensino.
Este, pela primeira vez foi tido como objeto de pesquisa.
O aluno ganhava valorização, sendo reconhecidos seus valores individuais.
Pedagogia Tecnicista
Fonte: desesadacrianca.net
Tendo como embasamento os estudos sobre o comportamentalismo (novas teorias da psicologia americana), foi implantado nas escolas brasileiras como parte do Projeto Desenvolvimentista.
A tendência tecnicista chega ao Brasil com o Golpe Militar de 1964.
Fonte: Pink Floyd
Fonte: Pink Floyd
No tecnicismo, o professor é um mero executor de objetivos instrucionais, estratégias e avaliações.
Os exames são objetivos, e espera-se que todos os alunos cheguem aos mesmos
saberes, o que acaba por fazer o alunado ter o papel de reprodutores.
Fonte: Bruno Carrasco
A crítica ao tecnicismo diz que é difícil aceitá-lo como prática, visto que nele não existe espaço para a intervenção do professor, tampouco do aluno.No Tecnicismo, a ênfase no processo (instrução) é total.
Pedagogia Crítica
Paulo FreireFonte: redesocial.unifreire.org
Inflação, desemprego, dívida externa, lutas operárias e demais lutas sociais. Nos anos 80, a Pedagogia Crítica busca trazer para a educação o problema das desigualdades sociais, indo além de métodos e técnicas buscando associação entre a escola e a sociedade.
Fonte: Núcleo de Educação Popular Raimundo Reis
O educando, dono de uma história prévia e possuidor de conhecimentos passa a ser um interventor do processo de ensino-aprendizagem.
A Pedagogia Crítica valoriza o vínculo entre a prática e a teoria, tal como a superação do intelectualismo. Sua principal característica é agregação do engajamento político, onde o processo educativo é visto como um ato político.
ConstrutivismoAs bases do Construtivismo datam do início do século 20, com Piaget e Vygotsky. Se disseminou no Brasil nos anos 80, e confundiu-se com a Pedagogia Crítica. Tem traços em comum com esta e com o escolanovismo.
Jean PiagetFonte: blogunivesptv.blogspot.com
VygotskyFonte: pedagogiaespirita.org
Fonte: Escola da Vila
No Contrutivismo, o papel do professor é o de mediador e motivador.
O aluno é um participante ativo do próprio aprendizado, mediante a experimentação.
Os métodos voltam-se para estímulo à dúvida e ao raciocínio, com foco na lógica do pensamento do aluno.
Considera-se inútil a prontidão motora e valoriza-se a cooperação entre os alunos.
A ideia da aprendizagem significativa é central para a compreensão do Construtivismo.O conhecimento não é dado como algo terminado, e se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e social.As ideias do construtivismo levaram a frente o modelo de conhecimento
Fonte: Blog Juarez Firmino
desenvolvido de acordo com a faixa etária, porém sem sequência rígida e padronizada.
A avaliação é contínua, de caráter diagnóstico, não punitiva.Os materiais utilizados em uma classe construtivista devem ser familiares ao universo do aluno.
Conclusão
A Didática, como disciplina e campo de estudos, parece acelerar o progresso no sentido de uma autoconsciência de sua identidade e de sua necessária interdisciplinaridade.Conseguir plenamente a autonomia, sem prejudicar suas fecundas relações com disciplinas afins, é um projeto que depende tanto de um esforço teórico e reflexivo, quanto de um avanço no campo experimental.
Fonte: CASTRO, Amélia Domingues de. A Trajetória Histórica da Didática.
Referências
CASTRO, Amélia Domingues de. A Trajetória Histórica da Didática
VEIGA, Ilma Passos de Alencastro. Repensando a Didática, 11 edição, Campinas, SP : Papirus, 1996. Vários autores.